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CURITIBA
2022
GUILHERME CIRILO FEIJÓ
CURITIBA
2022
TERMO DE APROVAÇÃO
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Prof(a). Dr(a)./Msc. ____________
Orientador(a) – Departamento ____________
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Prof(a). Dr(a)./Msc. ____________
Departamento ____________
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Prof(a). Dr(a)./Msc. ____________
Departamento ____________
The present work establishes the investigative bases for the subsequent production
of a Museum of Human Rights in the city of Curitiba. To do so, it begins with a study
of the fundamental characteristics of Universal Human Rights and then relates them
to the intrinsic concepts of democracy. It is intended to create connections between
these democratic concepts and architecture, more specifically museum architecture.
It is understood that museums in contemporary times have a broad role, establishing
themselves as multifunctional equipments, capable of keeping the varied memory of
Humanity in a physical way. This essential characteristic of the museum can become
a responsibility regarding the defense of democratic precepts and Human Rights, on
the understanding that democracy must be essentially plural, and that this plurality
must be manifested and protected by public equipment, such as museums. The
study analyzes three architectural works that reflect the concepts previously
discussed: the Museum of Memory and Human Rights in Santiago, Chile, the
Memorial of Resistance in São Paulo, and the Center of Memory, Peace and
Reconciliation in Bogota, Colombia. Finally, the contextual conditions of the city of
Curitiba and the chosen site, starting points for the subsequent production of the
architectural project, are presented.
1. INTRODUÇÃO 17
1. INTRODUÇÃO
(...) a Corte somente atua se o Estado que tem jurisdição sobre determinado
caso não iniciou o devido processo ou, se o fez, agiu com o intuito de subtrair
o acusado à justiça ou de mitigar-lhe a sanção. Este postulado, à primeira
vista, parece chocar-se com os fins colimados no Tratado de Roma, mas
justifica-se porque compete em primeiro lugar aos Estados o dever de
reprimir os crimes capitulados no Estatuto do Tribunal, até para que a
repressão se faça de modo mais eficaz.
Até então, o recurso mais avançado que se aproximaria dessa terceira etapa
seria a possibilidade de elaborar um processo de reclamação frente à Comissão de
Direitos Humanos das Nações Unidas em caso de uma denúncia de violação,
mecanismo este ligado ao PIDCP (COMPARATO, 1999).
Com o sentido abrangente que carrega a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH), fez-se necessária uma constante reafirmação de suas
premissas; nesse sentido, desde 1948 as Nações Unidas organizaram uma série de
convenções e tratados que especificassem as noções de humanidade previstas.
Houve, como exemplo: a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as
Formas de Discriminação Racial em 1965, a Convenção Sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher em 1979, a Convenção contra a
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes em
1984 e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança em 1989.
(COMPARATO, 1999).
É importante frisar que o resguardo aos Direitos Humanos é um processo que
se encontra permanentemente em construção: a cartilha hoje, atrelada também aos
pactos e as convenções que se seguiram posteriormente, serviu antes de tudo como
um mecanismo de pressão diplomática.
Entende-se que o tópico dos Direitos Humanos possui para as Nações
Unidas uma tendência de que a sua aplicação se dê também de forma mais
pulverizada, ou seja, que organizações menores e que os próprios Estados apliquem
seus princípios em suas legislações. Um dos exemplos mais notáveis é a Corte
Interamericana dos Direitos Humanos. O órgão está ligado diretamente à
Organização dos Estados Americanos (OEA), instituição internacional criada em
1948 com o objetivo principal de promover a cooperação entre todos os 35 estados
do continente. A OEA, em 1969, estabelece um documento que visa oficializar
concepções acerca de respeito à dignidade humana: a Convenção Americana de
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Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
1937, foi marcado pela repressão aos partidos de esquerda, pelo flerte aos regimes
nazi-fascistas operantes na Europa dos anos 1930, pela censura a imprensa, pelo
uso indiscriminado de métodos de tortura por parte do Estado, sobretudo pela
atuação do chefe da polícia política Filinto Muller (1900 - 1973) e pelo cerceamento
da liberdade política com a extinção das eleições diretas para o cargo da presidência
da república (PANDOLFI, 2018).
anos após o fim do regime. A Argentina, por exemplo, instituiu uma comissão de
apuração já em 1983, mesmo ano do fim do seu regime ditatorial (FONSECA, 2017).
A ditadura militar brasileira também representou um atraso no compromisso
brasileiro pelo respeito aos Direitos Humanos em nível internacional: o Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais estabelecidos pela ONU, em 1966, só obtiveram a
ratificação brasileira em 1992. Assim também ocorreu com a Convenção Americana
de Direitos Humanos estabelecida em 1969, mas só ratificada pelo governo
brasileiro em 1992 (MARCHINI, 2012).
É apenas em 1983 que o Brasil se vê perto da liberdade política novamente.
Tem-se início o movimento das “Diretas Já!” que reivindica eleições diretas para os
cargos do poder executivo. Os protestos se fazem possíveis já que desde 1979 o
governo federal preparava uma abertura lenta e gradual, estabelecida
principalmente pela instauração da Lei da Anistia, que absolveu presos políticos e
exilados no período até então. Em todo o Brasil houve protestos de proporções
gigantescas, sendo um dos primeiros tendo sido realizado na cidade de Curitiba, na
rua XV de Novembro. Muitos dos comícios foram repreendidos com violência
policial. O movimento resultou na proposta de emenda constitucional “Dante de
Oliveira” a qual propunha a volta das eleições diretas para a presidência da
República, tendo sido rejeitada pelo congresso nacional. Mesmo com o fim da
ditadura em 1985, as eleições diretas para o cargo da presidência da República só
ocorrem em 1989 (NETTO, 2014).
É apenas com a elaboração da constituição de 1988 que os aspectos
estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 passam a
ser incorporados em um texto oficial brasileiro. É já no artigo 4° da Constituição
Federal de 1988 que se estabelece a máxima da regência das normas internacionais
de Direitos Humanos sobre o âmbito nacional. Os mesmos preceitos da DUDH de
1948 são reforçados também no artigo 5° da Constituição, onde se resguardam
essencialmente o direito à vida, à privacidade, à igualdade perante a lei e à
liberdade. O texto também é considerado um avanço nacional no sentido da
proteção aos direitos fundamentais em sua garantia oficial de acesso à saúde de
forma gratuita com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (SCHOLZ, 2017).
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britânico Dom Philips foram brutalmente assassinados em uma expedição pelo vale
do Javari (BARRETO, 2022).
Assim, também se escancara uma triste realidade do trabalho ativista pelos
Direitos Humanos no Brasil: segundo relatório da ONG Frontline Defenders, o país
é o 4° no mundo com maior número de assassinatos de ativistas dos Direitos
Humanos. No ano de 2019, em que foi divulgado o relatório, foram 23 pessoas que
lutavam pelos Direitos Humanos no Brasil que tiveram as mortes sentenciadas pelo
seu trabalho.
Fica evidente, portanto, que os Direitos Humanos no contexto brasileiro
merecem atenção especial. Apesar de presentes no panorama jurídico nacional, a
prática de sua defesa tem sido posta em xeque dia após dia, tanto pela pressão de
setores oficiais do governo quanto por parcelas da sociedade. Surge assim a
urgente necessidade de se preservar a memória de uma história de mais de 500
anos de violações sistêmicas contra os princípios básicos da dignidade humana e
daqueles que sucumbiram em sua defesa.
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espaço livre que, pelo simbolismo que carrega, gerado graças ao seu contexto
urbano e à monumentalidade do edifício, é apropriado pela população de forma
massiva. O desejo por essa apropriação pública tão plural é uma intenção do projeto
de Lina Bo Bardi, a compreensão deste fato se torna visível com a análise do
desenho projetual da própria arquiteta (FIGURA 3.2), que representa uma população
diversa utilizando-se do espaço de uma forma igualmente diversa. (CERRATO,
2020)
FIGURA 3.2: DESENHO DE LINA BO BARDI PARA O PROJETO DO MUSEU DE ARTE DE SÃO
PAULO (MASP), 1968
Types (1979, p. 112): “Tão frequentemente as galerias eram usadas para expor um
estatuário que a galeria se tornou um sinônimo de museu”. 1
1
Tradução do autor
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FONTE: Helen Earing. New American Art Museums. Nova York: Whitney Museum of American Art,
1982
Durand, em 1803, propôs uma planta ideal, Figura 06, para os museus.
Comparou os museus às bibliotecas, que guardam e disponibilizam
conhecimento para o público e são, ao mesmo tempo, lugares de estudo. A
fim de conciliar o silêncio necessário à contemplação com a possibilidade de
acesso aos diversos conteúdos, dotou o lugar de grande quantidade de
espaços expositivos, apoiados por um grupo de saletas interligadas, que
serviriam de apoio a estudantes e artistas. Estes espaços eram destinados
tanto para estudo como para montagem dos cavaletes em área contígua aos
salões. O projeto, embora não tenha sido construído, foi utilizado como
referência para importantes obras.
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FIGURA 4.7: PLANTA DA GLIPTOTECA EM MUNIQUE. PROJETO DE 1830 DE LEO VON KLENZE
(1784-1864)
FONTE: Helen Earing. New American Art Museums. Nova York: Whitney Museum of American Art,
1982
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se dão pela elaboração de quatro modelos de museus nos anos 1930 e 1940: a
concepção teórica do Museu de Crescimento Ilimitado ou Museu Sem Fim, de Le
Corbusier em 1939, a ideia do Museu para uma pequena cidade, de Mies Van der
Rohe em 1942, o Museu Guggenheim de Nova York de Frank Lloyd Wright projetado
em 1943 e a ideia do Museu Portátil Boîte en Valise de Marcel Duchamp de 1936
(MONTANER, 2003).
O Museu Sem Fim de Le Corbusier (FIGURA 4.8), elaborado em 1939, seria
especialmente voltado para a coleção de arte moderna e se dava mais como um
exercício projetual teórico do que como um projeto físico - Corbusier tinha a vontade
de gerar um meio de se pensar e construir um museu adequado ao contexto da arte
moderna. A ideia gira em torno da manipulação formal acerca da espiral de origem
quadrada: o museu teria a possibilidade de ser expandido sempre que necessário
aumentar o acervo da coleção, crescendo sempre na continuidade da linha da
espiral (KIEFER, 2000). Faz-se importante ressaltar que o projeto de Le Corbusier,
apesar de inovador em termos de linguagem e capacidade expansiva, ainda se
enraíza na concepção expográfica de museu como uma disposição sequencial de
salas en suite, sacramentada pelos séculos passados da tradição museológica
(FISCHMANN, 2003).
FIGURA 4.9: PLANTA BAIXA DO MUSEU PARA UMA PEQUENA CIDADE, MIES VAN DER ROHE
(1886 - 1969), 1942
FIGURA 4.10: PERSPECTIVA DO MUSEU PARA UMA PEQUENA CIDADE, MIES VAN DER ROHE
(1886 - 1969), 1942
rua por parte do Guggenheim: o museu se fecha em si mesmo, como uma espécie
de caverna a ser explorada, não apresenta aberturas para a cidade (LIMA, 2012).
O grande ponto que causa questionamentos à obra de Wright, tornando-a
paradigmática, se dá pela condição limitante de expografia que ela gera: o percurso
único e fixo estabelecido em projeto acaba por se tornar problemático na disposição
dos objetos, já que eles têm de ser postos sob um desnível e banhados por uma luz
natural demasiada, além também do fato de o espaço não suportar obras artísticas
de grande porte (FISCHMANN, 2003).
Montaner destaca ainda acerca do Guggenheim um outro aspecto
revolucionário. Wright inaugura a partir de então uma nova relação museológica: a
do museu como um fundo artístico, uma escultura por si só, no que o autor chama
de um contentor extraordinário. Torna-se, portanto, um grande passo na evolução do
museu como um espaço encaixotado, estático e fechado (MONTANER, 2003).
FIGURA 4.11: MUSEU GUGGENHEIM DE NOVA YORK, FRANK LLOYD WRIGHT (1867 - 1959),
1959
FONTE: Archdaily
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FIGURA 4.12: CORTE DO MUSEU GUGGENHEIM DE NOVA YORK, FRANK LLOYD WRIGHT
(1867 - 1959), 1959
FONTE: Archdaily
FIGURA 4.13: BOÎTE EN VALISE OU MUSEU PORTÁTIL DE MARCEL DUCHAMP (1887 - 1968),
1941
reconhecimento dos técnicos que trabalham nos museus; cinco anos mais tarde, em
1953, atua na ideia de inclusão de profissionais da pedagogia no corpo de
funcionários dos museus, em uma clara designação do caminho educacional que os
museus tomariam na contemporaneidade (LIMA, 2012).
Adentra-se em uma nova concepção de museu que se dá por um espaço
mais diverso e que abarca múltiplas atividades dentro de si para além da expografia,
transformando-se, portanto, em um espaço cada vez mais relevante para o contexto
urbano. Um importante marco arquitetônico que participa da inauguração desta
definição é o Museu de Louisiana, na Dinamarca, inaugurado em 1958.
O Museu de Arte Moderna de Louisiana (FIGURA 4.14), projetado pelos
arquitetos dinamarqueses Vilhelm Wohlert (1920 - 2007) e Jorgen Bo (1919 - 1999),
propõe uma forte conexão entre arquitetura, paisagem e arte. O projeto consegue,
com sucesso, integrar esses três fatores de forma a gerar espaços expositivos em
contato vívido com a natureza integrante, além de gerar também usos diversos, mais
característicos à época de espaços públicos como parques e praças, tendo uma
apropriação benéfica pela população local (LIMA, 2012).
FONTE: Archdaily
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FONTE: Archdaily
que proclama a função desta instituição como algo que vai além do simples
colecionismo de objetos, mas que se compromete com o resguardo da memória.
4.4.1. Contextualização
Por mais de 300 anos, o Brasil se manteve sob a égide do Reino de Portugal.
Durante todo o período colonial, o território pouco experimentou no que se refere a
experiências museológicas, já que, como visto anteriormente, a construção dos
museus nos moldes oficiais surge concomitantemente na Europa em um contexto
muito específico e propício para tal: havia lá uma quantidade enorme de circulação
de capitais, uma renovação filosófica que valorizava as antiguidades e a história, um
patrocínio massivo em prol das artes, condições muito distantes da realidade
colonial brasileira (LIMA, 2012)
O primeiro museu de fato a surgir no Brasil só se fez possível com a vinda da
família real portuguesa para a colônia, em 1808, e com a posterior elevação do
território brasileiro ao status de Reino Unido junto a Portugal e Algarves, em 1815. É
criado, em 1818, o Museu Real, a primeira instituição museológica brasileira, surgida
no mesmo contexto em que se consolidam os museus nacionais na Europa (LIMA,
2012). Localizado inicialmente em um palacete comprado pelo poder real no Campo
de Santana, no Rio de Janeiro, o Museu se instalou no Paço de São Cristóvão em
1892 com a queda do império brasileiro, em um movimento muito similar ao que
aconteceu na Europa, quando as novas repúblicas buscavam uma ressignificação
dos antigos palácios reais. Hoje, com a mudança de nome para Museu Nacional,
está sob a tutela da Universidade Federal do Rio de Janeiro (DANTAS, 2007). O
acervo do Museu Nacional era muito vasto e composto principalmente de itens de
história natural, que, devido a um incêndio de enormes proporções que atingiu o
edifício no ano de 2018, perdeu-se quase completamente.
As instituições museológicas brasileiras no século XIX, no entanto, ainda não
possuíam tanto volume. Lima (2012) relata que até a virada para o século XX, o
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Brasil possuía 10 museus, figurando com mais notoriedade, para além do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, já citado, há o Museu do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, de 1838, o Museu da Marinha de 1866 e o Museu Paulista de 1895,
conhecido como Museu do Ipiranga. Atrelados sempre a uma linguagem de origem
europeia, os museus do século XIX no Brasil seguiram, sobretudo, tipologias
semelhantes às dos palácios franceses. As temáticas expográficas também eram
diversas, não havia necessariamente um foco dominante em cada museu, eram
colecionados itens entendidos como possuintes de algum tipo de relevância para o
patrimônio cultural do país, com ênfase em objetos de importância regional.
FIGURA 4.18: MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES, RIO DE JANEIRO, 1908 - 1937, PROJETO
DE MORALES DE LOS RIOS (1858 - 1929)
FONTE: O Globo
FIGURA 4.19: MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO, AFFONSO EDUARDO REIDY
(1909 - 1964), 1954
FONTE: Archdaily
FONTE: Researchgate
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FIGURA 4.21: MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO, LINA BO BARDI (1914 - 1992), 1968
FIGURA 4.22 :INTERIOR DO MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO, LINA BO BARDI (1914 - 1992),
1968
Assim como ocorre no projeto de Lina Bo Bardi, que entende o museu como
um espaço que deve ser congruente aos preceitos democráticos, faz-se importante
destacar também o trabalho do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928 - 2021)
para o Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) (FIGURA 4.23), projeto proposto em
1986. A concepção do MuBE se baseia na ideia do museu como sendo um espaço
invariavelmente público, com o protagonismo, portanto, da praça aberta; o museu
encontra-se mergulhado na praça, marcado por um pórtico que se estende por 60
metros, o espaço expositivo se camufla e se encontra enterrado em relação à
esplanada. Adentrando o museu, o que se encontra é um conjunto de espaços
amplos e livres, flexíveis para uma organização espacial adequada a cada
exposição, assim como nos ideais de Mies Van der Rohe (SEGAWA, 1995).
O projeto de Paulo Mendes da Rocha se concebe com a praça como sendo
um marco urbano, uma parte integrante e essencial do museu, uma espécie de
ágora na qual se permite que a cidade se manifeste e respire, um espaço plural a
ser apropriado pela sociedade, que ainda recebe exposições de esculturas ao ar
livre, de forma a convidar a sociedade a adentrá-la (SPERLING, 2001).
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FIGURA 4.23: MUSEU BRASILEIRO DE ESCULTURA, SÃO PAULO, PAULO MENDES DA ROCHA
(1928 - 2021), 1987-1995
olho, no entanto, inicialmente projetado para ser dotado de uma fachada cristalina,
não funcionou de forma eficiente para receber exposições, especialmente pela
incidência solar do horário da manhã que ameaçava danificar as obras, tendo-se de
adaptar a fachada para torná-la opaca (DUDEQUE, 2009).
FIGURA 4.24: MUSEU OSCAR NIEMEYER, CURITIBA, 2002, OSCAR NIEMEYER (1907 - 2012)
5.1. Conceituação
FONTE: Archdaily
No que tange aos museus que Oliveira (2012) classifica como “alegorias da
neutralidade”, há um desejo de busca conceitual por um museu, de certa forma,
apático, no sentido de que o edifício perca todo e qualquer protagonismo frente à
exposição; entendendo que não deve haver conflito entre o espaço contentor e o
conteúdo contido, estabelecendo-o como um fundo neutro para uma leitura mais
pura e sem distrações da exposição. O resultado dessa corrente, em termos de
morfologia urbana, é um museu que luta contra a monumentalidade e a simbologia a
que poderia vir a ser atribuído, buscando mais efeitos de camuflagem compositiva
em meio à paisagem urbana ou natural, em uma linguagem de caráter minimalista.
Sobre os museus em questão, Montaner (2003, p. 44) disserta:
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O ICOM, porém, como instituição, parece ter plena consciência acerca do seu
dever de revisar estas definições constantemente para adequá-las aos desafios
museológicos contemporâneos. No ano de 2021, o conselho abriu um debate que se
propunha a reformular as definições estabelecidas anteriormente, assim, o órgão
organizou algumas das novas definições propostas em um documento, a fim de
incorporá-las em termos mais oficiais nas suas políticas a partir da votação em
congresso a ser realizado em agosto de 2022.
No geral, há fatores que se tornam convergentes entre as propostas,
aspectos como: a sustentabilidade, a responsabilidade social do museu, o
compromisso pela inclusão e diversidade, tanto em questão de público, quanto de
temáticas expográficas e, neste mesmo sentido, a aclamação também pelo papel
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ligado ao contexto europeu que se reproduz nas suas colônias de forma muitas
vezes descontextualizada em relação à realidade local.
A museologia social, também denominada como sociomuseologia,
particularmente, passa a ser delineada de forma mais oficial a partir dos anos 1990,
impulsionada, sobretudo, pela revisão do que as conferências realizadas nos anos
anos 1970 e 1980, como a Mesa Redonda de Santiago, denominaram como novas
museologias: um guarda-chuva que abarcava ideias como a ecomuseologia, a
museologia comunitária e a museologia crítica (CHAGAS, GOUVEIA, 2014).
No âmbito do debate acadêmico acerca da museologia social, houve grande
oposição à denominação dessa corrente museológica como tal, argumentando-se
que, no fundo, toda museologia possui caráter social, já que a inserção dos museus
sempre se dá em um determinado e indissociável contexto social.
O fato, porém, é que o significado da sociomuseologia recai, na verdade, no
compromisso ético e político que se estabelece para tentar promover a justiça social
através da força representativa que os museus carregam, sendo espaços voltados,
em sua própria essência, à preservação da memória. No caso da sociomuseologia,
o desejo representativo se dá pela preservação da memória de opressão e luta das
camadas mais desfavorecidas da sociedade capitalista. Há de ser posto, também,
que a museologia social aborda a necessidade do museu se tornar uma ferramenta
de uso coletivo e participativo, ou seja, uma instituição que funcione a partir ou em
conjunto das camadas mais oprimidas da sociedade, para que suas histórias e suas
lutas sejam representadas de forma autêntica e física no espaço museal.
Na ausência de uma política de incentivo por parte do poder público
brasileiro, Mario Chagas e Inês Gouveia em seu artigo “Museologia Social: reflexões
e práticas”, lançado em 2014, argumentam que os museus de cunho essencialmente
social se fazem presentes, portanto, de forma paralela e independente, mantendo-se
com base em gestões comunitárias, por exemplo (CHAGAS, GOUVEIA, 2014).
Apesar da aparente transgressão aos ideais tradicionais da museologia, o
fenômeno da museologia social está ligado intimamente a um papel que os museus,
na verdade, sempre representaram: historicamente, vê-se que os museus servem
sempre às causas do seu tempo. Como argumenta Cristin Bruno, em seu artigo o
“Os museus servem para transgredir: um ponto de vista para a Museologia paulista”:
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FIGURA 5.4: EDIFÍCIO DO MUSEU CASA ANNE FRANK, AMSTERDAM, PAÍSES BAIXOS
FONTE: Arquine
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FONTE: Arquine
6. ESTUDO DE CORRELATOS
FONTE: Archdaily
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FONTE: Archdaily
FONTE: Archdaily
FONTE: Archdaily
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FONTE: Archdaily
do eixo longitudinal do edifício, sendo uma delas destinada a escadas mais usuais e
de mais destaque, e outra para a colocação de corredores que adentram o espaço
expositivo mais denso, localizado na porção central (FIGUEROA; FEHR; DIAS,
2010).
FONTE: Archdaily
Por fim, deve-se destacar a praça criada como uma das figuras centrais do
projeto. Como posto anteriormente, a equipe se utilizou da preexistência das
escavações destinadas à estação intermodal de transporte público para a
elaboração da praça que se encontraria de forma semi-enterrada, no que se nomeou
como praça da memória (FIGURA 6.10). Para vencer o desnível e alcançar a cota
mais baixa de onde há a recepção e o café do museu, boa parte da praça se dá por
uma suave rampa que se desenvolve a partir do eixo perpendicular à barra do
museu, já nas laterais paralelas à rampa, na porção que se encontra após se cruzar
o bloco do museu, os arquitetos desenvolveram um sistema de acesso que se dá
através de escadas e arquibancadas. Por um dos trechos mais próximos à esquina
da praça está a entrada de veículos para o estacionamento e para as funções de
carga e descarga que se encontram no subsolo da praça (FIGURA 6.11).
Aproximando-se da entrada do museu é possível ver incrustado nas paredes de
concreto aparente, que definem o espaço da rampa, o texto integral da Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948, em uma primeira abordagem ao tema a
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ser desenvolvido pela exposição interna (FIGURA 6.12) (FIGUEROA; FEHR; DIAS,
2010).
FIGURA 6.10: PRAÇA DA MEMÓRIA, PARTE DO MUSEU DA MEMÓRIA E DOS DIREITOS
HUMANOS, EM SANTIAGO, NO CHILE, 2010
FONTE: Archdaily
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traumas vividos nos anos de ditadura militar, com uma iniciativa que partiu de várias
frentes conjuntas, como ex-presos, familiares de vítimas, organizações de defesa
aos Direitos Humanos e por parcelas do poder público.
Entretanto, destaca-se que nesse ínterim, em que não se sabia a que se
destinaria o edifício do antigo DEOPS, houve a proposta de transformá-lo em um
museu de outra temática: O Museu do Imaginário do Povo Brasileiro, que exigiria
reformas específicas, que foram iniciadas mas descontinuadas em meio aos trâmites
burocráticos. Um ponto que acabou sendo alterado nessas primeiras reformas, o
qual gerou muita crítica pública por parte dos ex-presos, foi a reforma e
descaracterização das celas, que foram adaptadas para um uso museológico mais
flexível. Segundo Marcelo Araújo, ex-diretor da Pinacoteca de São Paulo, em uma
entrevista publicada no livro que comemora os 10 anos do Museu da Resistência
(MEMORIAL DA RESISTÊNCIA DE SÃO PAULO, 2018, p. 49):
FIGURA 6.17: ÁREA DO BANHO DE SOL NO MUSEU DA RESISTÊNCIA EM SÃO PAULO, BRASIL,
2009
Cabe aqui ressaltar que ademais ao espaço de uma das celas e do pátio de
banho de sol, readaptados para a configuração original para que os visitantes
tenham uma experiência museológica mais imersiva, todos os outros recintos do
antigo DEOPS foram remodelados para receber as exposições de caráter mais
informativo (GUMIERI, 2012).
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FONTE: Archdaily
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FONTE: Archdaily
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A partir de uma análise das plantas do museu, pôde-se elaborar uma tabela
(TABELA 7.1) que compila o programa funcional do edifício e uma estimativa das
áreas dos ambientes, divididos por pavimento, de modo que esta possa servir de
base para a elaboração do programa de necessidades do projeto posterior.
Desconsiderou-se para a elaboração da tabela as áreas específicas relativas à
circulação, tanto horizontais, quanto verticais, entendendo que estas são resultados
de uma diagramação espacial específica do caso chileno. A título de compreensão
global do funcionamento do museu, porém, contabilizou-se estas áreas de
circulação de forma unificada, para incluí-las à área total do edifício.
A partir da tabela 7.1, elaborou-se uma segunda tabela que quantifica a área
de cada um dos usos dos espaços anteriormente expostos, classificados de acordo
com seus aspectos funcionais, de modo a compreender a proporção de área que há
entre estas funções no espaço do museu.
Clarificando os motivos desta classificação, considerou-se como espaços
expositivos todos os ambientes do museu voltados exclusivamente às exposições
fixas e temporárias. Os espaços voltados ao trabalho cotidiano dos funcionários
pertencentes aos diversos cargos do museu foram classificados como de uso
administrativo. Já os ambientes técnicos são todos aqueles que guardam maquinário
responsável pelo funcionamento das instalações complementares ao edifício. Os
espaços museográficos podem ser considerados como os bastidores das
exposições, ou seja, todos os ambientes que recebem trabalhos voltados à
manutenção, montagem e armazenamento dos itens a serem expostos. Há ainda os
locais comerciais do museu, representados pelo café e pela loja, considerando
também os espaços que os servem e os educacionais, sendo estes os espaços que
podem proporcionar ações de pesquisa e ensino dentro do museu. Por fim, foram
considerados como ambientes de usos auxiliares os banheiros, depósitos gerais e
áreas de serviço.
TABELA 7.2: FUNÇÕES E SUAS ÁREAS APROXIMADAS NO MUSEU DOS DIREITOS HUMANOS
DO CHILE, 2010
Expositivo 1545
Técnico 568
Administrativo 283
Museológico 339
131
Comercial 283
Educacional 402
Auxiliar 382
Por fim, voltando à ideia de que há uma clara divisão funcional do museu
baseando-se em uma diagramação em corte, deve-se evidenciar também a
concentração em planta dos ambientes de usos similares, onde se percebe haver
especialmente um sequenciamento dos espaços administrativos e museológicos
(FIGURA 7.3).
Destaca-se também como o projeto orienta os acessos e os fluxos internos
muito em função do estacionamento e da conexão interna que há com a estação do
metrô: percebe-se especialmente como os visitantes são levados a passar entre os
espaços comerciais para chegarem à bilheteria, vindos tanto da estação de metrô
quanto do estacionamento, no que talvez seja uma estratégia encontrada para
reforçar o lucro desses estabelecimentos. A proximidade que há entre o
estacionamento e as áreas comerciais e voltadas ao trabalho cotidiano do museu,
pode ser uma forma de facilitar o fluxo provindo dos transportes de carga e
descarga. (FIGURA 7.3).
133
7.2.1. Ventilação
7.2.2. Iluminação
FONTE: O autor
137
Por fim, destaca-se que a luz pode assumir também uma condição corpórea e
dramática capaz de guiar as emoções do visitante, ao contrário da estratégia
anteriormente exposta que busca a neutralidade espacial (MIER; SCARAZZATO,
2014). O entendimento dessa capacidade cognitiva-espacial que a luz possui recai
na sua aptidão essencial de gerar atmosferas; manipulando a substância da luz de
forma material configuram-se intenções de evidenciar ou atenuar contrastes,
delimitando, desta forma, a percepção dos objetos e do próprio espaço (BARNABÉ,
2008).
Para Paulo Barnabé, em seu artigo “ A luz natural como diretriz de projeto”,
publicado em 2008, o recurso emocional da luz se vê muito presente na pintura, no
cinema e no teatro (2008, p. 74) :
8. INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE
disponibilizando para isso espaços que estão ao seu alcance, como museus
públicos, centros culturais e memoriais (FCC, 2019).
FONTE: IPPUC
142
8.3). O espaço foi amplamente utilizado para a prisão e para a tortura física e
psicológica de inúmeras pessoas que foram consideradas ameaças para a ordem do
regime, além de ter funcionado como um local de sondagem e perseguição política
de mais de 44 mil paranaenses fichados e investigados. Hoje o prédio funciona
como um estabelecimento comercial que se divide entre um estacionamento, um
restaurante e uma funilaria.
Rua XV de Novembro, conhecida como Boca Maldita. É a partir dos anos 1950 que
a Boca Maldita passa a ser reconhecida pelas discussões políticas, quando passou
a abrigar uma confraria de caráter machista, fundada pelos frequentadores de
restaurantes e cafés da região, autodenominada como Cavalheiros da Boca Maldita.
Apesar de sua origem possuir caráter obtuso, o espaço toma-se grande notoriedade
nacional em 1984, quando é ali concentrado um dos principais comícios do
movimento das “Diretas Já", o qual clamava pelo fim da ditadura e por eleições
diretas para os cargos do poder executivo. Contabiliza-se que o protesto concentrou
entre 30 e 80 mil pessoas. O local ainda é amplamente utilizado para manifestações
políticas. (VILLAMÉA, 2017).
FONTE: CWB Resiste; Quebrando Muros; Cardeal; Bogdan, Adaptado pelo autor
A praça foi ponto de partida de uma série de protestos que tomaram corpo
especialmente a partir de 1975, quando começam os movimentos pela anistia
política. Desde então, a praça tem sido ponto agregador de grandes protestos,
muito impulsionados também pela comunidade acadêmica da UFPR (FPRVMJ,
148
2014) . Uma manifestação recente que ganhou imensa notoriedade nacional se deu
em maio de 2019, sendo uma resposta aos grandes cortes de gastos da educação
aplicados pelo governo federal. O protesto reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo
os organizadores, e um grande símbolo se fez por uma imensa faixa com os dizeres:
“Em defesa da educação”, que estampou a fachada do prédio histórico da UFPR
(FIGURA 8.5) (GAZETA DO POVO, 2019).
No âmbito político, atualmente, em um nível de gestão municipal, o órgão que
tem o intuito primordial de zelar pela defesa dos Direitos Humanos Universais
,através da promoção de políticas públicas, é a Assessoria de Direitos Humanos
(ADH), atrelada à Secretaria de Governo Municipal de Curitiba. O braço
governamental é ramificado entre a Assessoria de Políticas para as Mulheres,
Assessoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Assessoria de Políticas
da Diversidade Sexual. Junto à assessoria, há a Comissão Municipal de Direitos
Humanos (CMDH), entidade formada pela sociedade civil, representada por
instituições de ensino superior, movimentos sociais, organizações não
governamentais e associações civis, possuindo poderes de caráter normativo,
deliberativo e fiscalizador acerca dos assuntos ligados às políticas públicas de
Direitos Humanos (PREFEITURA DE CURITIBA, 2022).
Destaca-se também a Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania
e Segurança Pública da câmara de vereadores de Curitiba, a qual, segundo sua
sessão no site da Câmara Municipal (CMC, 2022):
ganhar uma escala mais condizente com a importância da temática expositiva para
com a cidade. Destaca-se também o fato de que a área central é um ponto de
convergência do transporte público metropolitano, sendo um local de grande
movimentação e vitalidade urbana.
Objetiva-se que o projeto museológico possa reforçar este caráter
democrático da Praça Santos Andrade, funcionando também como um espaço de
memória para todas as lutas que ocorreram e que ainda ocorrem no contexto local,
visando, por fim, pela afirmação dos Direitos Humanos Universais.
FONTE: O autor
ser desconsiderado para o exercício projetual posterior. Por outro lado, será
estudado posteriormente se as lojas poderiam ser de alguma forma incorporadas ao
programa projetual, já que sua permanência no local pode auxiliar na movimentação
de pessoas no local, entendendo a diversidade de usos como um aspecto saudável
para o sucesso do equipamento cultural.
Para os cálculos de área máxima permitida para a elaboração do projeto no
terreno em questão, analisou-se o documento de “guia amarela” emitido pelo
IPPUC, balizando-se o cálculo pelo lote de maior porte dentre os 4 do conjunto.
Frisa-se aqui que o terreno, em relação ao zoneamento municipal estabelecido pela
lei de número 15511 de 2019, encontra-se na “Zona Central”, sendo que há,
portanto, a permissão de uso do terreno para a construção de um equipamento
cultural, o qual pode atingir um coeficiente de aproveitamento de valor 4 em relação
a metragem do lote, permitindo também a ocupação de 100% da área do terreno na
elaboração projetual para o subsolo, térreo e primeiro pavimento. Desta forma,
calcula-se que o museu poderia alcançar uma área de 24.924 metros quadrados.
Não se faria necessário, segundo o documento, a destinação de uma parcela
do lote para o estabelecimento de uma área permeável. Ainda segundo a “guia
amarela”, não há altura máxima de pavimentos a ser considerada.
Adiantando-se nas discussões acerca das primeiras diretrizes projetuais,
porém, deseja-se uma composição formal para o projeto que permita a liberdade
espacial do pavimento térreo, em um movimento que busca a extensão da praça
Santos Andrade, direcionando o museu para as ideias anteriormente tratadas
acerca do desejo de torná-lo um local de apropriação democrática. Há de se deixar
claro, portanto, que não se objetiva, a título de exercício projetual, que o museu
alcance uma área tão grande quanto a máxima permitida, compreendendo que o
equipamento poderia absorver uma escala pouco condizente com a sensibilidade do
entorno imediato.
Em um recorte do mapa altimétrico da regional Matriz, que enquadra o bairro
do centro, disponibilizado pelo IPPUC, percebe-se que o terreno a ser utilizado para
o posterior exercício projetual encontra-se em uma área predominantemente plana,
sendo que em seus aproximados 80 metros de extensão há um desnível, quase
imperceptível, de 1 metro (FIGURA 8.9).
153
FIGURA 8.12: VISTA DA FACHADA DA RUA ALFREDO BUFREN PARA PRAÇA SANTOS
ANDRADE
FIGURA 8.13: VISTA DA PRAÇA PARA A FACHADA DA RUA ALFREDO BUFREN E TERRENO
VIZINHO
FIGURA 8.15: VISTA DA PARA A FACHADA DA RUA 13 DE MAIO. GALPÃO QUE ABRIGA HOJE
UM ESTACIONAMENTO
9. O PROJETO
9.1. A proposta
TABELA 9.1: PROGRAMA E ÁREAS APROXIMADAS PARA O MUSEU DOS DIREITOS HUMANOS
DE CURITIBA
Administrativo Recepção 25
Museológico Bilheteria 25
Educacional Foyer 50
161
Comercial Loja 50
Comercial Livraria 50
Comercial Café 60
Auxiliar Depósitos 30
11. REFERÊNCIAS
BARNABÉ, Paulo Marcos Mottos. A luz natural como diretriz de projeto. Pós.
Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Fauusp,
[S.L.], n. 22, p. 62 - 88, 2008. Universidade de São Paulo, Agência USP de Gestão
da Informação Académica (AGUIA).
BARRETO, Herculano. Escudo dos povos indígenas: quem era Bruno Pereira,
morto na amazônia. 2022. Portal UOL. Acesso em: 25 jul. 2022. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/06/15/quem-foi-bruno-perei
ra-servidor-licenciado-da-funai-morto-na-amazonia.htm.
GONÇALVES, Nadia Gaiofatto; MATOZO, Marcus Antônio; SILVA, Luiz Gabriel da;
CASTANHARO, Stella Titotto. Uma política de esquecimento? Invisibilidade das
marcas da ditadura civil-militar em Curitiba. Revista Nupem, Curitiba, v. 14, n. 32,
p. 79-99, 30 maio de 2022. Universidade Estadual do Paraná - Unespar.
168
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MEIRA, Silvia Miranda; FEDELI, Bruno; VIEIRA, Ana Carolina Delgado; LAVEZZO,
Ariane. A climatização de museus em tempos de COVID-19: recomendações.
Revista Cpc, [S.L.], v. 16, n. 32, p. 268-291, 12 dez. 2021. Universidade de São
Paulo, Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (AGUIA).
MONTANER, Josep Maria. Museus para o século XXI. Barcelona: Gustavo Gili,
2003
MONTEIRO, João Carlos dos Santos; ANDRADE, Julia Santos de. Porto Maravilha
a contrapelo: disputas soterradas pelo grande projeto urbano. E-Metropolis, Rio
de Janeiro, v. 3, n. 8, p. 21-31, 2012.
MUSEU DE ARTE INDÍGENA (MAI). Sobre o MAI. 2016. Museu de Arte Indígena
de Curitiba. Acesso em: 26 ago. 2022. Disponível em: https://maimuseu.com.br
/site/sobre-o-mai/.
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