Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARQUITETURA EFÊMERA
COMEMORATIVA NO CENTRO
HISTÓRICO COMO VALORIZADORA DO
ESPAÇO PÚBLICO E DO PATRIMÔNIO
s. Paulo
2022
O tempo é efêmero,
no momento em que se nasce,
já se começa a morrer,
ser é apenas uma face do não
ser.
Ricardo Cassiano
Agradecimentos
Aos meus pais, que sempre apoiaram minhas decisões, acompanharam minha jornada
acadêmica e sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos.
À meu companheiro Rafael que me fortalece todos os dias, nos bons e maus momentos, que
me conforta, apoia e me incentiva a ser sempre melhor,
Referências Bibliográificas
Introdução
A arquitetura efêmera, desde sua concepção, prenuncia seu próprio desaparecimento, uma vez
que se estabelece por um período curto de tempo em um cronograma pré definido. Em razão de
sua breve existência, as obras efêmeras dialogam diretamente com o espaço e o contexto
histórico em que está inserida, através de sua flexibilidade e adaptabilidade. A pluralidade
de atividades e vivências, além de seu aspecto fugaz, atribui à arquitetura efêmera a
capacidade em gerar espaço e forma, incentivando os instantes e espaços flexíveis, de
experimentação, interação e reflexão. Desta forma, quando inserida em um ambiente público,
potencializa a conexão com seu entorno e enriquece as relações sociais e a diversidade
cultural, democratizando o espaço.
A cidade pode ser entendida como um organismo vivo através de sua complexidade e contexto,
como um sistema interconectado a partir de um sistema de relações. Seu traçado e território
também abrigam um conjunto de obras, fatos urbanos, pertencentes à memorias coletiva, o
patrimônio cultural, além de transformar e influenciar as relações e estruturas sociais.
Entende-se que nos espaços públicos da cidade, aconteça a possibilidade de interação entre
lugares, técnicas, culturas, obras edificadas, além da reunião de relações humanas, sendo estes
palco para diálogos e vivências entre os cidadãos e objeto de estudo para a compreensão da
evolução do contexto urbano ao longo do tempo e sua identidade.
A interação social é um importante requisito em garantir o funcionamento da vida urbana,
desta forma espaços multifuncionais da cidade tem grande responsabilidade em promover o
diálogo e as manifestações culturais ressaltando a importância em resgatar os espaços
públicos da cidade.
A apropriação efêmera da cidade, é um instrumento que propõe o uso flexível dos espaços,
importante em ressignificar o espaço urbano e manter viva a memória coletiva cultural,
restaurando a harmonia entre indivíduo, sociedade e cidade.
1. Arquitetura Efêmera
1. Arquitetura Efêmera
A mesma noção da existência de um ciclo natural da matéria, que torna todas as obras
humanas impermanentes é apresentada no texto de Paz (2009) evidenciando que todos os
elementos existentes na terra fazem parte desta cadeia de eterna transformação e
reciclagem, podendo ser curtos ou longos dependendo da percepção de tempo humana, medidas
pelo homem.
1
As transformações que ocorrem em um período de tempo longo, como transformações
geológicas que ultrapassam a própria história de existência da raça humana, podem ser
consideradas eternas por serem imperceptíveis do ponto de vista do indivíduo na escala do
tempo. No caso da arquitetura, é considerada perecível por ser perceptível ao homem e se
desfazer na escala de tempo humana.
De acordo com Galiano (2011.p. 3), a arquitetura efêmera se trataria de uma obra concebida
com intuito de se estabelecer por um período curto em um lugar, desta forma todas as
arquiteturas tornam-se efêmeras, algumas mais efêmeras que as outras. Neste
entendimento, a destruição natural ou causada pelo homem, tal como o desgaste em função
do tempo determinam que existe um fim de todas as obras existentes em determinado lugar.
Contudo, no caso de algumas obras mais efêmeras, existe um cronograma pré definido desde o
início da aceitação de sua breve existência.
2
A longevidade, segundo Monastério (2006, p. 10) é evidenciada como a essência predominante
da arquitetura, contrariando a existência fugaz das edificações efêmeras. Desta forma, uma
obra temporária coloca em questão sua própria criação, de modo que prenuncia sua extinção.
3
Traçando uma linha do tempo que começa na era do desenvolvimento da agricultura,
passando pelas transformações da era industrial, de novas tecnologias e meios construtivos,
culminando em uma contemporânea era da informação, ainda observa-se uma predominância
do entendimento de arquitetura como estrutura permanente pela sociedade. O fato da
arquitetura efêmera atrair menos atenção pode ser atrelado a longa tradição de que a
arquitetura ideal seria a permanente e duradoura. Por outro lado, com o desenvolvimento
acelerado da tecnologia, acesso rápido à informação e mudanças das percepções sociais e
ambientais no mundo, surge uma nova visão global que dá espaço a um maior protagonismo
da arquitetura efêmera, com a necessidade de propostas flexíveis para um futuro incerto.
(CHAPPEL, 2004.p.5, tradução realizada pela autora)
O recente fascínio pelas estruturas efêmeras pode ser explicado pela exploração de suas
inúmeras possibilidades, se tratando de um extenso terreno para testar inovações, aplicação
de novas tecnologias, ideias e modos construtivos. Sua grande variedade de formas,
tipologias, estruturas, que podem se traduzir em diversos usos, como estruturas
emergenciais, instalações de eventos comemorativos, instalações lúdicas, pavilhões
temporários, entre outros. (CUTIERU, 2021)
4
Conforme explica Monastério (2006, p. 13) “A construção de ambientes voltados a exposições
e eventos surgiu na Idade Moderna como resposta à necessidade de satisfazer visualmente à
aristocracia burguesa, que adotara a filosofia clássica difundida pelo Renascimento por todo
continente europeu.”
Ainda segundo a autora, a partir da era industrial, as inovações tecnológicas possibilitaram
uma maior abertura para grandes feiras de negócios e exposições mundiais, com o intuito de
celebrar a modernidade e difundir novos meios de construção, tendências, estruturas,
materiais e ideias.
É em meio a tais transformações que ocorre em 1851 a Exposição Mundial de Londres, onde
um ícone da arquitetura, O Palácio de Cristal (Fig.1) é projetado pelo arquiteto Sir Joseph
Paxton e pelos engenheiros Fox e Henderson. Criado com o intuito de ser desmontado e
reaproveitado após a exposição, o Palácio refletia toda a exuberância do Império Britânico e
tornou-se um marco nas feiras internacionais, sendo considerado um dos maiores edifícios
pré fabricados da época. (MONASTÉRIO,2006)
5
Figura 1 Palácio de Cristal em Londres – 1851 Fonte: https://tpventos.com.br
Após o sucesso da Exposição Mundial de Londres de 1851, ocorre a Exposição Universal de Paris,
na França, em 1889, onde se destaca o inovador projeto do engenheiro Gustave Eiffel, a Torre
Eiffel (Fig.2). Com inovações na área de engenharia, a estrutura metálica foi projetada com o
intuito de ser posteriormente desmontada, porém permaneceu no local e veio a se tornar um
ícone nacional, símbolo do país. (CARNIDE, 2012)
6
Figura 3 Torre Eiffel em Paris – 1889 Fonte: https://mybrainsocietyblogspot.com/
7
Figura 4 Pavilhão da Alemanha em Barcelona– 1929 Fonte: https://casaclaudia.abril.com.br/
8
Figura 5 Exposição Universal dos USA, New York. Pavilhão do Brasil, 1939. Fonte: https://vitruvius.com.br/
Figura 6 Exposição Universal dos USA, New York. Pavilhão do Brasil, 1939. Fonte: teturaarqui.worldpress.com
9
1.2. Arquitetura Efêmera como valorizadora do espaço
público e do patrimônio
Segundo Carnide (2012), A arquitetura efêmera é aquela que está atrelada ao seu período de
existência, porém através de sua adaptabilidade, flexibilidade e multiplicidade de ações e
experiências, é forte geradora de espaço e forma, atendendo ao contexto histórico em que
está inserida e à linha de pensamento da sociedade. A arquitetura efêmera, com sua
característica fugaz, que celebra os instantes, incentiva um espaço flexível de
experimentações e interpretações, estimulando trocas, diálogo e reflexão. Desta forma,
inserida em um espaço público, em relação com seu entorno, potencializa os encontros sociais
e a democratização do espaço e a diversidade cultural.
10
Entende-se com este estudo que, a arquitetura efêmera pode agregar usos a
espaços e contempla-los com diferentes possibilidades de apropriação das pessoas,
resultando em espaços mais dinâmicos e surpreendentes à paisagem urbana (ZEVI
appud LYRA, 2014. p. 36)
Apontado em Scóz (2009), temos que a inserção da arquitetura efêmera no ambiente em seu
breve período de existência é importante para entender como se darão as trocas, entre o
espaço existente, o espaço efêmero e os visitantes, de forma que as experiências sensoriais são
essenciais nesta relação.
O espaço é caracterizado por um dinamismo de acontecimentos e atividades que estão
atrelados a sua constante transformação. As diferentes sensações, texturas, sons, cheiros,
características materiais e imateriais do espaço, se combinam com a instabilidade da
arquitetura transitória, que o transforma e o manipula, definindo seu uso em infinitas
possibilidades.
Esta leveza fugaz está presente em muitos exemplos contemporâneos, que entram
em diálogo com a cidade para sugerir novos modos de orquestrar os movimentos
vertiginosos da interação social, ou em conversar com a natureza para extrair
lições de inteligência orgânica e harmonia com o pulsar da vida. (Galiano,
2011.p.3)
11
1.3. Características físicas e sociais do espaço público
Quando se discute a forma de um objeto, realizamos através da leitura visual ou por vezes
tátil, uma análise baseada na aparência e nos aspectos exteriores deste. O mesmo pode ser
aplicado para definir o conceito de espaço público urbano exterior, de forma que o espaço
possui também uma forma e uma estrutura formal. O espaço físico poderia ser entendido como
um espaço definido, de uma forma mais ou menos perceptível, que segundo Santos (2008, p. 11):
(.. ) normalmente pelo plano do solo; pelo plano da fachada dos edifícios que o
rodeiam e dos vazios entre eles, ou simplesmente por espaços vazios; e pelo “plano
do céu” que se estende sobre si. Distingue-se dos demais espaços urbanos pelas
carga de funções e fins sociais que lhe estão associados, uma vez que representa
um lugar de intercâmbio de bens, serviços e de experiências de vida.
A noção do espaço não é entendida como um fenômeno isolado, mas associado a um conjunto de
sistemas de objetos e sistemas de ações, isto é, um conjunto constituído de elementos fixos,
estabelecidos em determinado lugar que permitem ações modificadora do espaço e os
elementos fluidos, fluxos que permitem renovação e transformação das condições do ambiente,
além das condições sociais, que concede ressignificação a cada lugar. Este conjunto de sistemas
se relacionam de forma que as ações das condições sociais influenciam no modo em que os
fluxos se estabelecem ou atravessam os elementos fixos, os modificando a partir de novos
significados e valores, na medida em que igualmente se modificam. Ao mesmo tempo em que a
noção de espaço é associado a este conjunto de sistemas para ser entendido, suas partes devem
ser entendidas como uma unidade indissociável onde se dá à história. (SANTOS, 1997)
12
A configuração territorial é dada pelo conjunto formado pêlos sistemas naturais
existentes em um dado país ou numa dada área e pêlos acréscimos que os homens
superimpuseram a esses sistemas naturais. A configuração territorial não é o
espaço, já que sua realidade vem de sua materialidade, enquanto o espaço reúne
a materialidade e a vida que a anima. A configuração territorial, ou
configuração geográfica, tem, pois, uma existência material própria, mas sua
existência social, isto é, sua existência real, somente lhe é dada pelo fato das
relações sociais. Esta é uma outra forma de apreender o objeto da geografia.
(SANTOS, 1997)
13
Os espaços públicos, nos tempos antigos, eram palco principal das relações humanas e da
manifestação da vida política em sociedade. Na contemporaneidade em que a era da
informação ocasionou mudanças nas relações humanas, o espaço público ainda permanece sendo
um local onde a vida coletiva acontece de forma democrática, sem distinção de raça ou classe
social. É necessário pensar a cidade e suas dinâmicas baseando-se no modo de vida de seus
habitantes na vida cotidiana para entender suas transformações na passagem do tempo.
(GATTI,2013)
14
1.4. Relação do espaço público e do patrimônio
De acordo com Jodelet (2002, apud CAPELLO, 2000, p. 1381), apenas ao final do século XX, o
estudo de transformações coletivas passou a abordardar a concepção de identidade e memória
na arquitetura, considerando que a história e a cultura, assim como o curso de vida de seus
utilizadores atribuem valor aos espaços. Ao relacionar e aproximar os tempos passado,
presente e future, a memória estabelece suporte para que relaçoes fundamentais se
estabeleçam, entre os usuários e os espaços.
A cidade, por ser o espaço de vivência da coletividade, palco das ações humanas
e por transparecer a cultura e os valores de um povo, deve ser pensada e
cuidada porque ela é nosso habitat e contém os nossos bens culturais.
(ZIMMERMANN, 2006, p. 12)
15
apresenta como mecanismo de análise em relação ao patrimônio histórico cultural urbano.
(MONASTIRSKY, 2009)
16
2. Patrimônio
2. Patrimônio
De acordo com Yázigi, Gastal, Meneses (2003;2002;1996, apud SALES; GASTAL, 2005) o patrimônio
pode ser analisado como um testemunho do acumulo de conhecimentos de um coletivo, um
conjunto de saberes, valores, expressões estéticas e formais, além de valores afetivos. Busca-se
assegurar que estes artefatos de bens culturais criados por indivíduos e coletividades estejam
em funcionamento íntegro e possam remeter à comunidade que o produziu.
19
Segundo a descrição do site oficial do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional): “O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza, conforme os quatro Livros do Tombo:
arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas.” Segundo a
Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216 existe o reconhecimento da existência de
bens culturais materiais e imateriais, ampliando o entendimento sobre patrimônio cultural.
Também se estabelece outras formas de preservação, com o Registro e o Inventário e o
tombamento, que estabelecido pelo Decreto-Lei nº. 25, de 30 de novembro de 1937 protege
principalmente edificações, paisagens e conjuntos históricos urbanos. (IPHAN)
Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis como os cidades históricas, sítios
arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; ou móveis, como coleções arqueológicas,
acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e
cinematográficos. (IPHAN)
20
“O conceito de cultura está intimamente ligado às expressões da autenticidade,
da integridade e da liberdade. Ela é uma manifestação coletiva que reúne
heranças do passado, modos de ser do presente e aspirações, isto é, o
delineamento do futuro desejado” (SANTOS, 2000)
21
Ainda segundo Zimmermann (ibid), a memória de uma área urbana, assim como sua identidade,
devem ser estudados para que exista a possibilidade de preservação de seu patrimônio
cultural, tanto material quanto imaterial. A análise e entendimento da memória de uma
comunidade pode auxiliar também na concepção de futuros projetos que intervenham nos
espaços públicos da cidade de forma consciente no que diz respeito às questões de patrimônio
Tendo em mente que a identidade e a memória se relacionam entre si através do
conhecimento da imagem da cidade, a imagem ideal que se deseja para área urbana é aquela
que celebra seu presente ao enquanto simultaneamente promove conexões com o futuro,
acompanhado a evolução da cidade e não permanecendo estática no tempo.
22
3. Estudos Projetuais
3. Estudos Projetuais
Figura 7 Pavilhão Serpentine Gallery 2013 Sou Fujimoto. Fonte: https://www.dezeen.comAcesso em: 18 nov. 2021
Ficha Técnica:
Área: 350m²
Engenheiro Estrutural: AECOM, David Glover
25
3.1.1 Contexto:
Serpentine Gallery
Figura 8 Kensington Gardens Hyde Park Londres Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pela autora
26
A escolha dos arquitetos é feita através de um núcleo diretivo da Serpentine Gallery, sem
que sejam realizados concursos, desta forma, o principal critério se trata da singularidade da
linguagem do arquiteto expressa na obra. Com o intuito de divulgar o vanguardismo e a
experimentação arquitetônica, a oportunidade de mostrar talento e criar os pavilhões é
dada a arquitetos que não tenham previamente realizado projetos no Reino Unido,
juntamente com uma grande liberdade na concepção.
As restrições são principalmente financeiras e de tempo dos projetos, sendo imposto que todo
o processo desde concepção até conclusão ocorra no decorrer de seis meses. (Serpentine
Gallery Org)
27
3.1.2 Sou Fujimoto
Sou fujimoto nasceu em 1971 na ilha de Hokkaido, Japão e fundou seu escritório nos anos 2000,
tendo atualmente diversas obras em lugares do mundo, englobando Estados Unidos, China,
Espanha, Grécia e Chile, além de inúmeras obras no país de origem, Japão.
O arquiteto busca harmonizar elementos da natureza com a arquitetura, as mesclando em um
nível fundamental de forma natural. Explora as boas interações do entre exterior e interior,
considerando os elementos da natureza como ar, vento, água, luz natural essências como parte
dos projetos. A preferencias pelas cores claras como o branco são perceptíveis em suas obras,
são apenas por representar de leveza e delicadeza, mas por refletir seu entorno e todas as
mudanças que ocorrem no ambiente. (SOUZA, 2019)
28
Sou atraiu reconhecimento e prestigio na comunidade global de arquitetos uma vez em que
reinventa a relação com o ambiente construído. Seus edifícios emblemáticos tem como
inspiração estruturas orgânicas, como as florestas, ninhos, cavernas, que habitam o espaço
entre a artificialidade e a natureza.
Projetos notáveis do arquiteto que expressam suas características marcantes são, dentre
inúmeras, a Casa NA (Figura 9) e o Pavilhão da Ilha das artes (Figura 10), ambos localizadas no
Japão. (SOUZA, 2019)
Figura 11 Casa NA Sou Fujimoto Architects Fonte: https://www.archdaily.com.br Acesso: 18 nov. 2021
29
Figura 12 Pavilhao da Ilha das Artes Sou Fujimoto Architects. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/Acesso: 18 nov. 2021
30
3.1.3 Sepentine Pavilion 2013
Figura 13 Vista de cima do Pavilhão de Sou Fujimoto Fonte: https://blog.sias.gr/urban-narrativesAcesso: 17 Nov 2021
No ano de 2013, aos 41 anos, Sou Fujimoto foi o arquiteto mais novo a aceitar o convite para
realizar uma estrutura provisória no Serpentine Gallery Pavilion.
As características singulares do arquiteto, transparecem na leve estrutura semi
transparente em uma proposta de se mesclar com o entorno pastoral dos jardins de
Kensington. A idealização de Sou era de propor uma paisagem arquitetônica, leve, branca e
transparente como uma nuvem, de modo que a geometria concebida se entrelaçava com a
31
vivida vegetação que envolvia o entorno, em uma combinação de ambas em um só.
A estrutura ficou localizada durante quatro meses no gramado em frente à Serpentine
Gallery, ocupando uma área interna de 140 m² e uma área total de 350m² de estrutura. (DAVIS,
2013)
Projetado como um espaço flexível e multifuncional, o pavilhão incentivava os visitantes a
interagirem com o espaço de diferentes maneiras, oferecendo dois pontos de acessos além de
um espaço interno para um café. É comum que haja um espaço destinado a um café dentro
estruturas anuais da Serpetine Gallery; no ano em questão este foi oferecido pela tradicional
loja de departamentos Fortum & Mason, que serviu bolos, sanduiches, vinho, café e diversos
tipos de chá. (ROSSETTI, 2013)
32
Além dos acessos no nível do chão, o espaço interno pode ser alcançado através da exploração
da estrutura, onde uma serie de terraços escalonados permitem um espaço flexível e
multifuncional, para ser escalado, além de fornecer assentos integrados. De certos pontos de
vista do entorno, a estrutura parece se fundir com a estrutura existente da Serpentine
Gallery, com os visitantes suspensos no espaço. (PORTILLA, 2013)
Ainda que a planta do pavilhão tenha um formato quase circular, sua forma se altera
dependendo do ponto de visão e posição do observador.
O desenho da circulação é baseado no traçado pré existente dos caminhos de acesso, de forma
33