Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
aRQUITETURA
Flutuações do espaço:
Da Arquitetura para a Performance
à Arquitetura-Performance
Lise Pinheiro Lenz César
m
2021
Flutuações do espaço
9 Agradecimentos
10 Resumo e Abstract
12 Prólogo
24 A arquitetura romana
28 A cidade medieval
60 O corpo-arquitetura e o corpo-espaço
112 Site-specific
124 Happenings
198 Epílogo
200 Bibliografia
II ATO.
1960’s
III ATO.
1979
Séc. XIX-XX 1900-1920 1920-1940 1940-1960
2000’s
1980
Agradecimentos
3 “Avec la notion de schéma corporel, ce n’est A expressão concreta do estudo será feita com o foco principal nos
pas seulement l’unité du corps qui est décrite
d’une manière neuve, c’est aussi, { travers
espaços para performances. Se há um espaço cuja relação com o
elle, l’unité de sens et l’unité de l’objet. Mon corpo e com o movimento possui força, e que as manifestações das
corps est le lieu ou plutôt l’actualité même circunstâncias efêmeras são diretrizes de projeto, consequência
du phénomène d’expression (Ausdruck),
en lui l’expérience visuelle et l’expérience
da obra, ou mesmo ambos, é o espaço da performance; um lugar
auditive, par exemple, sont pregnantes l’une que abarca em si uma multiplicidade de dinâmicas artísticas e
de l’autre, et leur valeur expressive fonde onde a efemeridade é inerente à sua existência. O espaço cênico,
l’unité antéprédicative du monde perçu, et,
par elle, l’expression verbale (Darstellung)
enquanto parte fundamental dos diversos tipos de apresentações,
et la signification intellectuelle (Bedeutung). se desenvolve a partir da relação primordial entre espaço, corpo
Mon corps est la texture commune de tous e dramaturgia – da complementaridade entre ambos. A proposta
les objets et il est, au moins { l’égard du
monde perçu, l’instrument général de ma
<<compréhension>>”.Merleau-Ponty, 3 Merleau-Ponty, Maurice. Fenomenologia da percepção, trad. Carlos Alberto
Maurice. Phénoménologie de la perception. Ribeiro de Moura. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (texto original publi-
Paris, Gallimard, 1945, p. 271-272. cado em 1945), p. 315.
espacial, via de regra, é resultado da relação entre o lugar teatral
e a interpretação do cenógrafo mediante a proposta central da
encenação realizada pelos corpos.
6 Idem, p. 24.
7 Kostof, Spiro, The City Shaped. Urban Patterns and Meanings Through History,
p. 226. Citado em Garcia, Andreia. Espaço cénico, arquitectura e cidade: Guima-
rães, um modelo conceptual. Lisboa, Caleidoscópio, 2017, p. 141.
os movimentos culturais extravasaram as performances para fora
dos lugares institucionais e a relação entre espaço arquitetônico e
performance foi ressignificada a partir desta emancipação.
A paisagem grega
As artes performativas desempenham um importante papel
cultural desde as civilizações mais antigas; expressões culturais e
religiosas de diversos povos eram manifestadas através de danças,
rituais e atuações. No mundo ocidental, estas manifestações
eventualmente viriam a compor um importante espaço físico na
vida pública da Polis, cidade clássica da Grécia Antiga. Visto que
o espaço público da Ágora era de extrema importância para o
exercício da cidadania e da democracia para os legitimados pelo
Estado como homens livres, provavelmente as performances
tomavam espaço juntamente com feiras e mercados enquanto
manifestações civis, antes que a elas fossem designados espaços
com tipologia própria – os que viriam a configurar os primeiros
teatros, que datam do início do século VI a.C.8
20
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 1. Oedipus Rex, de Constanza Macras, instalação de Chiharu Shiota em Hellerau Dresden, 2009. © Thomas Aurin.
22
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
A arquitetura romana
Em Roma, por outro lado, o teatro estava menos associado a um
local de reunião onde o povo exercia a cidadania e mais ligado
à cultura erudita. As próprias cidades romanas – cosmopolitas,
como no período helenístico, mas sem grande apego ao
refinamento artístico – visavam mais a praticidade e a organização
nas soluções urbanas, executando-as de maneira clara e simples, e
integrando por entre os traçados regulares das ruas os elementos
arquitetônicos emblemáticos. Desta forma, a dita capital do
mundo tornara-se um centro de grandes espetáculos, onde as suas
realizações eram atreladas à necessidade de criar entretenimento
para os cidadãos, que partia de uma estratégia política17 para a
manutenção do poder dos imperadores.
16 Idem, p. 19-20.
17 A estratégia política do pão e circo consistia em prover as vastas necessidades
dos cidadãos romanos apenas com alimentos básicos e uma boa programação
recreativa, em prol de mascarar as várias crises consequentes de uma grande
cidade cosmopolita. Qualquer imperador que pretendesse consolidar-se no
poder e ter a fidelidade da população deveria “presentear” a população desde
modo para evitar possíveis rebeliões.
24
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Teatro Grego
Koilon
Apoio na topografia
Orquestra circular
Proscênio
Skené
Teatro Romano
Vomitório
Cávea Vomitório
Apoio em estrutura
18 Lavin, Irving. On the Unity of the Arts and the Early Baroque Opera House,
em The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990, p. 3.
19 Garcia, Andreia. Espaço cénico, arquitectura e cidade: Guimarães, um modelo
conceptual. Lisboa, Caleidoscópio, 2017, p. 60.
26
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 8. Teatro Romano, ilustração da arena semicircular. © Peter Froste. Colchester and Ipswich Museum Service.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
A cidade medieval
Essa ideia do teatro antigo viria à decadência com a queda do
Império Romano do Ocidente, sendo os locais que abrigavam
tais atividades alterados em conformidade com as concepções
culturais características do novo período histórico que se
delineava, a Idade Média, que duraria do século V ao XV. Os
edifícios monumentais para espetáculo tornaram-se obsoletos,
os atores, bailarinos e demais personagens performáticas já não
possuíam um bom status social desde o império e, com a ascensão
da igreja católica no poder, ainda foram perseguidos, visto que a
igreja não via as performances teatrais profanas com bons olhos,
o que durou até o século XIII.20 Por outro lado, a Igreja também
soube tirar partido do potencial da performance na promoção do
seu discurso litúrgico, de forma a fazer ascender pela segunda vez
na história o Drama na Europa.21
28
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
30
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 10. Representação de um vagão de cortejo em planta e corte. De Wickham, Early English Stages, vol. 1.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
32
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
28 Lavin, Irving. On the Unity of the Arts and the Early Baroque Opera House,
em The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990, p. 7.
29 Vitrúvio. Tratado de Arquitectura, trad. do latim de M.Justino Maciel. Lisboa,
Istpress, 2007, p. 188.
30 Lavin, Irving. On the Unity of the Arts and the Early Baroque Opera House,
em The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990, p. 8.
34
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 13. Teatro Medici, representação. Representação do espetáculo Guerra d’Amore, 1615.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
31 “São três os géneros de cenas: um, que se diz trágico; outro cómico; um
terceiro satírico. As suas decorações são diferentes e díspares, porque as cenas
trágicas são decoradas com colunas, frontões, estátuas e outras coisas régias. As
cómicas representam edificios privados e balcões, bem como relevos com janelas
dispostos segundo as normas e a imitação dos edificios comuns. Finalmente,
as satíricas são decoradas com árvores, cavernas, montes e outras coisas
campestres, seguindo o estilo paisagistico”. Vitrúvio. Tratado de Arquitectura,
trad. do latim de M. Justino Maciel. Lisboa, Istpress, 2007, p. 190.
36
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Figs. 14 e 15: Cenografia de Serlio para cena cômica e cena trágica, respectivamente, 1545.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
38
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 17. Representação do Teatro Elisabetano. The Globe Theatre, por Elisabeth Oing.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
35 Idem, p. 97.
36 Idem, p. 99.
37 Idem, p. 110.
40
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 18. Teatro barroco do castelo de Český Krumlov, República Tcheca, 1768.
42
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
44
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
46
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 23 e 24. Cenografias para a produção Parsifal, com primeira versão em 1882, pintura de fundo executada pelos irmãos Bruckner. Em seguida, em
1896, a criação de um novo cenário desenhada por Appia.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
48
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 25-27. Esquissos, estudo de movimento de Hugo Bottinger, na oportunidade de festas escolares de Dalcroze, 1912.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
46 Appia, Adolphe. A obra de arte viva, trad. Redondo Júnior. Lisboa, Editora
Arcádia, 1959, p. 28-29.
47 Idem, p. 30-31.
50
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
48 Idem, p. 32-33.
49 Idem, p. 43.
50 Ribeiro, João de Lima Mendes. A Reforma do Espaço Cénico no século
XX em Teatro do Mundo -what’s our life? A play of passion. Lugares do palco,
espaços da cidade, org. Cristina Marinho. Porto, Centro de Estudos Teatrais
da Universidade do Porto, 2008, p. 106. Disponível em: https://ler.letras.up.pt/
uploads/ficheiros/10214.pdf (acesso em 01/09/2020)
51 Idem, com citação de Appia.
52 “Appia sought, especially through elaborately controlled evocative lighting,
to create a space for the actor and to immerse both the actor and the viewer in
an ambiance and a mood. It is desirable that the viewer be a participant, but a
participant in the presented work”. Anderson, Stanford. Peter Behrens’s Highest
Kultursymbol, The Theater, em The Yale Architecture Journal (org.), Theater,
theatrically and architecture. Nova York, Rizzoli International Publications,
1990, p. 130.
53 Appia, Adolphe. A obra de arte viva, trad. Redondo Júnior. Lisboa, Editora
Arcádia, 1959, p. 44.
52
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
54
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 32. Hellerau Festival Theatre, cenário de Appia para As Traquínias, coreografia de E.J. Dalcroze, com alunas da Escola de Euritmia, 1933.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
56 “Dalcroze proposed to Appia and Dohrn a hall of grand ironwork, like that of a
railway station, open at the two ends with two huge arches that would permit an
absolute permeability between the interior and the exterior”. Michelis, Marco de.
Modernity and Reform, Heinrich Tessenow and the Institut Dalcroze at Hellerau,
em The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990, p. 161.
57 Idem.
58 Idem, p. 159.
59 O primeiro secretário de Hellerau, Wolf Dohrn, foi o principal protagonista
da transferência da escola Jaques-Dalcroze de Genebra para Hellerau.
Posteriormente, tornou-se diretor-fundador da escola. Idem, p. 149.
56
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 33. Jacques-Dalcroze no ensaio do festival para “Orpheus and Eurydice”, cenografia de Appia, 1912.
Fig. 34. Hellerau Festival Theatre, planta baixa do complexo conforme construído, 1911-12.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
58
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 35. Hellerau Festival Theatre, alçado, em torno de 1915. © SLUB, Deutsche Fotothek.
O corpo-arquitetura e o corpo-espaço
Se, por um lado, Hellerau teve um papel de grande importância
para as práticas de Appia e para uma revolução nas artes
performativas, por outro, a teoria wagneriana, que impulsionaria
Appia, também impulsionou outros movimentos artísticos no
século XX, o que inclui a Bauhaus, conhecida na história da arte
como a original e a mais importante escola de arte moderna
existente.
60
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 37. Equilibristas (Heinz Loew, Lily Hildebrandt, Lou Scheper, Andreas Weininger), Bauhaus, 1925. Foto de Erich Consemüller.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
62
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 38. Slat Dance, de Oskar Schlemmer, 1928. Arquivo C. Raman Schlemmer.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
64
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 39-42. Oskar Schlemmer, esquissos da transformação do corpo humano nos trajes de palco.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
“Assim, a Dança, tal como o Teatro (embora este tenha formas mais
directas de expressar determinadas mensagens), enquanto forma
de expressão artística que reflecte, mesmo que não de maneira
directa, a sociedade e o seu tempo, tem sempre como princípio e fim
organizar numa obra os movimentos e o conjunto das acções que
têm como objectivo transmitir uma determinada interpretação de
uma história e de um certo conjunto de valores, podendo também
transmitir momentos de forte inquietação e mudança”.71
66
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 43. Rudolf Laban no ensaio de balé na Ópera Estatal de Berlim, 1934.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
68
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
70
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
72
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
81 “I hope to make my buildings neutral frames in which man and artworks can
carry on their own lives”. Mies van der Rohe, Ludwig. ‘A talk with Mies van der
Rohe 1958’, em Neumeyer, Fritz. The Artless Word, Mies van der Rohe on the
Building Art. Cambridge, Mass., The MIT Press, 1991, p. 339.
74
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 50. Teatro Nacional, maquete original, Mannheim, 1952-53. Mies van der Rohe. Imagem de Hedrich Blessing / divulgação Chicago History Museum.
Fig. 51. Projeto de Teatro, elevação interna esquemática, 1947. L. Mies van der Rohe; 1: hall de entrada, 2: instalações técnicas e foyer, 3: bastidores; 4-5:
palco; 6: plateia, 7: concha acústica, 8: pele de vidro. Colombo, L. F., 2015.
Fig. 52. Projeto de Teatro, plantas baixas esquemáticas, 1947. Mies van der Rohe. Colombo, L. F., 2015. Orig.: Malcolmson, Reginald F., 1949.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
82 Colombo, Luciana Fornari. O projeto de teatro de Ludwig Mies van der Rohe.
São Paulo, Arquitextos - Vitruvius, ano 16, nº 185.03, out. 2015. Disponível
em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.185/5782 (acesso em
25/05/2021).
76
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
83 Elito, Edson, em Bo Bardi, Lina. Teatro Oficina, org. Instituto Lina Bo Bardi
e P.M. Bardi. Lisboa, Editorial Blau, 1999, p. 10.
84 Idem, p. 14.
85 Bo Bardi, Lina. Dança e Arquitetura: Síntese das Artes. Conferência no MAM
SP. São Paulo: ILBPMB, Manuscrito, 01 de fevereiro, 1959.
78
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 54. Teatro Oficina, esquisso de Esdon Elito, concepção original de Lina Bo Bardi.
Fig. 55. Teatro Oficina, plantas baixas. Lina Bo Bardi. © Arquivo Teatro Oficina.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
80
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
Fig. 56. Montedemo, performance do Teatro O Bando, grupo português em criações itinerantes em espaços não convencionais, Tondela, 1987. Cortesia
de Teatro O Bando.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
82
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
91 Idem. p. 95.
92 Hobsbawn, Eric. A Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991. São
Paulo, Companhia das Letras, 1995, p. 185.
84
I ATO. Do teatro clássico ao teatro oficina
II ATO. Espaços Outros
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Dessacralização do palco
“Na vida quotidiana, «se» é uma ficção; no teatro, «se» é uma
experiência. Na vida quotidiana, «se» é uma evasão; no teatro,
«se» é a verdade. Quando estivermos prontos para acreditar nesta
verdade, então o teatro e a vida serão um só. Trata-se de um
objectivo nobre. Parece ser um trabalho difícil. Representar em cena
exige muito trabalho. Mas quando temos a experiência do trabalho
como se se tratasse de um jogo, então ele deixa de ser trabalho. A
representação é um jogo”.93
88
II ATO. Espaços outros
Fig. 58. Bodies in urban space, de Willi Dorner, 2017. Performance sobre o corpo no ambiente urbano.
Fig. 59. Capa da Revista Habitat nº 1, 1950. Acervo: Biblioteca FAU/USP. Reprodução: P. Amorim.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
90
II ATO. Espaços outros
Fig. 60-61. Toré, ritual que une dança, religião, luta e recreação, na aldeia Pankakaru, Pernambuco, 2014. Fotografia de Renato Soares.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
92
II ATO. Espaços outros
Fig. 62. Esquisso de cena para Ubu – Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes, Lina Bo Bardi, 1985. © Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/foto: Henrique Luz.
Fig. 63. Cena de Ubu – Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes, 1985. Fotografia de João Caldas.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
“Esses espaços, que por assim dizer estão ligados a todos os outros,
contradizendo, no entanto, todos os outros posicionamentos, são
de dois grandes tipos. Há, inicialmente, as utopias. As utopias
são os posicionamentos sem lugar real. [...] Há, igualmente, e isso
provavelmente em qualquer cultura, em qualquer civilização,
lugares reais, lugares efetivos, lugares que são delineados
100 “Ces espaces, en quelque sorte, qui
na própria instituição da sociedade, e que são espécies de sont en liaison avec tous les autres, qui
contraposicionamentos, espécies de utopias efetivamente realizadas contredisent pourtant tous les autres
emplacements, sont de deux grands types.
[...] Esses lugares, por serem absolutamente diferentes de todos os
Il y a d’abord les utopies. Les utopies, ce
posicionamentos que eles refletem e dos quais eles falam, eu os sont les emplacements sans lieu réels. [...]
chamarei, em oposição às utopias, de heterotopias”.100 Il y a également, et ceci probablement
dans toute culture, dans toutes civilisation,
des lieux réels, des lieux effectifs, des lieux
qui ont dessinés dans l’institution même
99 “Diferenciando entre espaço de localização (medieval), de extensão (evidenciado de la société, et qui sont des sortes de
por Galileu) e de alocação (contemporâneo), cabe problematizar em particular contre-emplacements, sortes d’utopies
a heterogeneidade deste último por referência ao ‘espaço do fora’, conjunto de effectivement réalisées [...]. Ces lieux, parce
relações que definem alocações irredutíveis umas às outras”. Em: https://www. qu’ils sont absolumment autres que tous
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300008 les emplacements qu’ils réfletent et dont ils
(acesso em 05/01/2021). parlent, je les appellerai, par opposition aux
100 Foucault, Michel. Outros espaços (conferência no Círculo de Estudos utopies, les hétérotopies”. Foucault, Michel.
Arquitetônicos, 14 de março de 1967), em Ditos e Escritos III. Estética: Literatura Des espaces autres (conférence au Cercle
e Pintura, Música e Cinema; org. de textos Manoel Barros da Motta, trad. Inês d’études architecturales, 14 mars 1967),
Autran Dourado Barbosa. 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2009, p. Dits et écrits: Architecture, Mouvement,
414-415. Continuité, n° 5, octobre 1984, p. 46-49.
94
II ATO. Espaços outros
Fig. 64. Espelho, experiência mista entre uma utopia e uma heterotopia, na medida em que o espaço irreal se torna um lugar real que o corpo ocupa.
Vieux-Port Pavillion, Marseille, Norman Foster, 2013.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
96
II ATO. Espaços outros
Fig. 65. Releitura contemporânea de Salomé, peça de Richard Strauss, pelo Teatro alla Scala, com cenografia de Paolo Fantin.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
98
II ATO. Espaços outros
Estética da Recepção
Uma vez estabelecida a contracultura e a conscientização
sociológica do jovem como agente de mudanças na rigidez da
estrutura social então vigente, os paradigmas acadêmicos até
então estabelecidos nas artes e nas ciências sociais passariam a ser
vistos como obsoletos. Exemplo que evidencia isso é o advento da
Estética da Recepção. Surgida no contexto de mudanças culturais
e epistemológicas das ciências sociais, da literatura e das artes na
década de 1960, foi apresentada pelo professor Hans Robert Jauss,
da recém-fundada Universidade de Constança, na Alemanha.
Trata-se de uma metodologia originalmente aplicada aos estudos
literários da recepção e percepção do leitor quanto aos contextos
retratados em obras literárias em períodos históricos diversos, de
modo que se favoreça a extração do sentido e da circunstância
por trás do texto ao invés da interpretação acadêmica mecânica
baseada na filologia e no historicismo, como estava em voga.106
100
II ATO. Espaços outros
Fig. 68. Semana da Arte (da) na Rua em Coimbra, 1976. Cortesia do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
102
II ATO. Espaços outros
Teatro à italiana
Controle da perspectiva e
dos elementos cênicos
Hellerau Theatre
Espaço público
Fig. 69. Esquemas de perspectivas de uma plateia: comparações entre Teatro à italiana, Hellerau Theatre e teatro no espaço público. Acervo pessoal.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
104
II ATO. Espaços outros
Fig. 70. Esquemas de perspectiva nos variados modelos teatrais (Proscênio, Palco em profundidade, Arena, Black Box). © Ilustração de John von Szeliski.
Fig. 71. The Theatre School, DePaul University. Exemplar de uma Black-Box. © Staging Concepts.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Living Theatre
O edifício teatral e o aparato que o acompanham passam a
ser postos em questão, uma vez que são entendidos como a
materialização arquitetônica por trás da condução hierarquizante
da performance, que tradicionalmente relegou o espectador a
uma posição passiva de mero receptor do espetáculo. “A era pós-
moderna113 conduziu a um processo contínuo de democratização,
a ligação entre arte, espaço público e quotidiano é de novo
questionada. A obra teatral, como referência clássica codificada,
deixa-se manchar pelo impudor do dia-a-dia, acontecendo sob
uma ‘nova’ forma, fora do edifício institucional”.114
106
II ATO. Espaços outros
Fig. 72. Living Theatre, Performance no espaço público do trabalho Paradise Now, 1968.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
108
II ATO. Espaços outros
Fig. 73. Living Theatre, performance do trabalho Paradise Now, Paris, 1968. © Jean-Marc Peytavin.
Fig. 74. Living Theatre, performance do trabalho Paradise Now, EUA, 1968.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
110
II ATO. Espaços outros
Site-Specific
O trabalho Site-Specific, surgido nesse mesmo contexto de
contracultura, é um outro exemplo da concepção espacial que
cria o significado com base na articulação entre o espaço e a
realização artística. “Procurando uma presença maior da arte
no quotidiano, os artistas passaram a criar e a exibir as suas
obras nos grandes espaços exteriores das cidades e das paisagens
naturais”.125 A vivência urbana, os vínculos sociais e a memória
coletiva têm um papel na construção sentimental do espaço e sua
utilização como local de atuação, ao mesmo tempo em que se
põe em questão o uso desse espaço em realidades marcadas pela
alienação inerente ao sistema capitalista que mercantiliza o uso
de espaços e equipamentos públicos.126
123 Ato Institucional número 5, o ato legislativo mais expressivo a dar suporte
às práticas autoritárias do regime instaurado no Brasil entre o golpe militar de
1964 e a redemocratização em 1985.
124 Ribeiro, Cristina Sanches. The Living Theatre e a criação coletiva: intersec-
ções no teatro brasileiro. Florianópolis, Santa Catarina, Dissertação em Teatro
pela Universidade de Santa Catarina, 2016, p. 61.
125 Araújo, Sofia Almeida Rangel de. O teatro como território cultural
itinerante. Porto, Dissertação em Arquitetura pela Faculdade de Arquitectura
da Universidade do Porto, 2010, p. 79.
126 Ribeiro, João de Lima Mendes. Arquitectura e Espaço Cénico: Um percurso
biográfico. Coimbra, Dissertação de Doutoramento em Arquitectura pela
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2008, p. 83.
112
II ATO. Espaços outros
Fig. 76. Bodies in urban space, de Willi Dorner. Performance sobre o corpo no ambiente urbano. Portugal, 2019. © Lisa Rastl.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
114
II ATO. Espaços outros
Fig. 77. Little Ballroom, de Patrick Dougherty, Melbourne, 2012. © Megan Cullen.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
116
II ATO. Espaços outros
Fig. 78. Tilted Arc, de Richard Serra, 1981. Foto de Ann Chauvet; © Richard Serra/Artists Rights Society (ARS), Nova Iorque.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
118
II ATO. Espaços outros
131 Idem.
132 Silva, José Jackson. O Site-specific como dramaturgia do espetáculo. Porto
Alegre, Revista Cena, nº 29, set./dez 2019, p. 90-99. Disponível em: http://seer.
ufrgs.br/cena (acesso em 31/01/2021)
133 Idem, p. 4.
120
II ATO. Espaços outros
Fig. 81. Jackson Pollock em seu ateliê usando a técnica de dripping, 1950.
Fig. 82. Os artistas Jackson Pollock e Lee Krasner no estúdio de Pollock, East Hampton, 1950. Fotografia de Rudolph Burckhardt. © Propriedade de
Rudolph Burckhardt, cortesia de Pollock-Krasner House and Study Center, East Hampton, Nova Iorque.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
“A action painting que foi exercida por Pollock, nos seus últimos
dez anos de vida, e por outros artistas americanos e europeus, é
uma adaptação da técnica de collage – idealizada por Max Ernst –
que transforma o ato de pintar no tema da obra, e o artista em ator.
Grandes lonas estendidas no chão funcionam como uma espécie de
palco. O artista transita sobre as lonas e em volta delas espalhando
sua pintura”.135
122
II ATO. Espaços outros
Fig. 83. Técnica assemblage: John Chamberlain, Gondola Herman Melville, 1981. © John Chamberlain/Artists Rights Society (ARS), New York.
Fotografia: Bill Jacobson Studio, New York
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Happenings
Kaprow tornou a assemblage complexa a ponto de não mais
sentir-se satisfeito com os limites que ela proporcionava ao seu
espírito criativo e passou a desenvolver as “colagens de impacto”
(ou action-collage), incorporando a técnica de Pollock, o acaso e
a indeterminação que caracterizavam a obra de Cage. Enchendo
uma galeria com obras feitas com esta técnica, Kaprow passou
a denominar aquele ambiente repleto de “colagens de impacto”
environment. A partir desse momento, Kaprow estava criando
um conceito de grande impacto nas artes visuais: o Happening.137
“Coube a Kaprow, uma vez mais, batizar uma nova forma artística:
é quando apresenta sua obra 18 Happenings em 6 Partes [...]. À
colagem de environments sucedeu a colagem de acontecimentos.
Segundo François Pluchart: ‘o quadro, isto é, o que resta dele, após
vários questionamentos sofridos, converte-se num cenário destinado
à representação de um espetáculo’. [...] O salão está dividido em
três salas por paredes de material plástico semitransparente. Em
cada uma delas, há cadeiras para o público e o espaço onde atuarão
os artistas. Cada parte da performance consiste em três happenings
que se desenvolvem simultaneamente e cujo começo e fim são
anunciados por toques de sino”.138
124
II ATO. Espaços outros
Fig. 84. Allan Kaprow e seu filho na obra Yard, Martha Jackson Gallery, Nova Iorque, 1961. © Ken Heyman/Woodfin Camp.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
ideia é que não haja ator nem espectador, uma vez que busca-
se a diluição desses papeis no desenvolvimento do ato teatral
interativo. A representação espontânea em que elementos não
lógicos são encadeados em uma estrutura compartilhada em uma
sequência temporal irregular são os elementos mais típicos desse
estilo de atuação.139 Nas palavras de Peter Brook:
139 Araújo, Sofia Almeida Rangel de. O teatro como território cultural
itinerante. Porto, Dissertação em Arquitetura pela Faculdade de Arquitectura 140 “A happening was originally intended
da Universidade do Porto, 2010, p. 84. to be a painter’s creation – which instead of
paint and canvas, or glue and sawdust, or
140 Brook, Peter. O Espaço Vazio, trad. Rui Lopes. 3ª edição. Lisboa, Orfeu
solid objects, used people to make certain
Negro, 2016, p.79.
relationships and forms. Like a painting,
141 Idem, p. 76. a happening is intended as a new object, a
142 Capra, Steve. Cenografia e peso teatral em: Sinais de cena, nº 8, trad. Maria new construction brought into the world,
Helena Serôdio, Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, 2007, p. 27 em to enrich the world, to add to nature, to sit
Ribeiro, João de Lima Mendes. Arquitectura e Espaço Cénico: Um percurso alongside everyday life.” Brook, Peter. The
biográfico. Coimbra, Dissertação de Doutoramento em Arquitectura pela Empty Space. Nova York, Simon&Schuster,
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2008, p. 328. 1996, p. 68.
126
II ATO. Espaços outros
Fig. 85-88. 18 Happenings in 6 Parts, de Allan Kaprow, Reuben Gallery, Nova Iorque, 1959. © Fred W. McDarrah.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Cena expandida
Diante das evoluções cenográficas e das revoluções artísticas,
contornar limites específicos do que é o ‘fazer a cena teatral’
atualmente é uma questão, embora já em debate, ainda sensível.
A questão do ‘esfumaçamento’ dos limites na arte contemporânea
em geral, que surge com força no contexto das vanguardas, gera
debates sobre o Campo Ampliado das várias artes, a se iniciar
especificamente pela escultura. Rosalind Krauss, crítica, teórica
e professora de história da arte moderna e contemporânea, surge
como pioneira no debate ao colocar em questão as novas formas
de produção das esculturas em 1970-80. Para Krauss, o campo do
saber em escultura precisa ampliar em dois aspectos: na prática
artística e no meio de expressão.143 Em suma, o campo ampliado
pressupõe o não-aprisionamento de formas artísticas engessadas.
143 “Em ambos, as ligações das condições do modernismo sofreram uma ruptura
logicamente determinada. [...] Isto porque, no pós-modernismo, a práxis não é
definida em relação a um determinado meio de expressão — escultura — mas sim
em relação a operações lógicas dentro de um conjunto de termos culturais para
o qual vários meios — fotografia, livros, linhas em parede, espelhos ou escultura
propriamente dita — possam ser usados”. Krauss, Rosalind. A escultura no campo
ampliado, trad. Elizabeth Carbone Baez. Rio de Janeiro, Gávea: revista do Curso
de Especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil da PUC-Rio, n. 1,
1984 (orig. 1979), P. 136.
128
II ATO. Espaços outros
Fig. 89-91. Perimeters/pavilions/decoys, Nassau County Museum, Nova Iorque, 1977-78. © Mary Miss.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
144 André Parente é artista e teórico do cinema, dos novos media e da arte
contemporânea. Philippe Dubois é pesquisador e professor no departamento de
Cinema e Audiovisual da Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris 3 e membro
sênior do Instituto Universitário da França (IUF). Monteiro, Gabriela Lírio
Gurgel. A Cena Expandida: alguns pressupostos para o teatro do século XXI. Rio
de Janeiro, Art Research Journal: Universidade Federal do Rio de Janeiro, V. 3,
n. 1, jan/jun 2016, p. 39.
145 Idem, p. 38.
130
II ATO. Espaços outros
Fig. 92. Cosmococa 5 Hendrix-War, instalação na Pinacoteca do estado de São Paulo, 1973. Hélio Oiticica e Neville D’Almeida.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
132
II ATO. Espaços outros
Fig. 93-94. Cena de Júlia, de Christiane Jatahy. Fotografia de David Pacheco. © Christiane Jatahy.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
134
II ATO. Espaços outros
Fig. 95-97. Parked, performance de Jacob Jonas the Company, Los Angeles, 2020. © Michael Pescasio.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
136
II ATO. Espaços outros
III ATO. Teatro do Mundo
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
140
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 98. Teatro do Mundo atracado na Dogana, 1979. © Molteni & Motta 2014.
Fig. 99. Cartaz da Bienal de Veneza, 1980. Edizioni La Biennale di Venezia, 1 Jan. 1979.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
142
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 100. Le retour du Bucentaure le jour de l’Ascension, 1729, óleo sobre tela, coll. Aldo Crespi. © Luisa Ricciarini/Leemage.
Fig. 101. Départ du Bucentaure vers le Lido de Venise, le jour de l’Ascension, v.1775-1780, óleo sobre tela, Paris, Museu do Louvre. © Erich Lessing.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
144
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 102. O Teatro do Mundo em fluxo na cidade de Veneza, 1979. © Antonio Martinelli.
Fig. 103. Elevações e plantas do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, Veneza, 1979. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi. CCA.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Cenografia urbana
Apesar de itinerante, e por isso desenvolver um outro tipo
de relação com a cidade, é possível perceber como vários
aspectos de Veneza foram absolutamente imprescindíveis para a
concepção do Teatro do Mundo, desde a sua essência até a sua
forma. O pensamento que deu base de sustentação para que o
teatro pudesse encontrar sua manifestação material conforme
foi é o de matriz analógica, que Rossi desenvolve em seu ensaio
La città analoga.159 Em contraposição ao pensamento lógico,
o pensamento analógico é mais aliado à dimensão do que é
sensível, uma espécie de meditação sobre materiais do passado.160
Nas palavras de Rossi, “A analogia é um modo de compreender
de maneira direta o mundo das formas e das coisas, de uma certa
forma dos objetos, até que se torne algo inexprimível senão por meio
de coisas novas”.161 Esta é uma linha de raciocínio que parte das
formas reconhecíveis da história, monta e remonta a arquitetura
e também a cidade a partir destes fragmentos pelo recurso da
analogia, e desta forma determina um processo de tradução de
suas qualidades históricas segundo uma interpretação atualizada.
146
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 104. Mapa de Veneza contendo a localização do Teatro, com edifícios culturais destacados. Acervo pessoal.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
marcantes da paisagem da cidade, as varandas que se debruçam 162 “Siempre he advertido, aún más allá
sobre os canais, além do tema do monumento, através da bola em de las analogías, cómo la belleza es el lugar
de encuentro entre sustancia y significados
cima da torre que estabelece um diálogo com o monumento de diversos. Nada puede ser bello – una
Punta della Dogana, o ponto principal de seu itinerário. persona, una cosa, una ciudad – si está
referido tan sólo a sí mismo o a su propio
“Transcendendo analogias específicas, vi cada vez mais claramente uso. Con este pensamiento he podido dejar
atrás los más banales y conocidos valores
quanta beleza reside no lugar onde a matéria encontra significados de la arquitectura; viejas afirmaciones de
diferentes. Nada pode ser belo, nem uma pessoa, uma coisa ou uma los tratadistas filtradas por el positivismo
cidade, se significar apenas a si mesma; na verdade, se significar del XIX, la belleza buscada en una función
sin imágenes de referencia, vuelta sobre sí
nada além de seu próprio uso. Com esse reconhecimento, fui além misma.
dos aspectos mais banais e corriqueiros da arquitetura: as velhas
verdades dos autores de tratados clássicos filtradas pelo positivismo Todas estas consideraciones habría podido
hacerlas mirando desde la terraza del teatro
do século XIX, a beleza excessivamente refinada de funções veneciano, por encima del edificio de la
despojadas de imagens referenciais, significando apenas elas Aduana. Venecia se alejaba hacia el interior
mesmas. Talvez eu tenha considerado tudo isso enquanto olhava de un mar misterioso, y la gran esfera
dorada de la Aduana no era sino la señal
da varanda do teatro veneziano, com vista para o Palácio Ducal. del inicio y también del fin de todo viaje.
Veneza estava recuando para um mar bastante misterioso, a esfera De la misma manera, el teatro arribaba del
de ouro da Dogana poderia ser apenas o começo e o fim de cada mar y quedaba varado en la laguna, como
los barcos en los puertos: José Charters
viagem. Como os navios no porto, o teatro também chegou do mar me escribió diciendo que lo que más le
e ficou na laguna: Jose Charters escreveu para mim que o que mais había impresionado era, precisamente, esa
o impressionou foi precisamente essa impressão, que o teatro tinha arribada del teatro para quedar convertido
en una pieza fronteriza entre la tierra y el
vindo do mar e que constituía uma fronteira entre mar e terra. mar.
[...] Também me parecia que o teatro estava em um lugar onde [...] El teatro parecía encontrarse, también,
a arquitetura terminava e o mundo da imaginação, ou mesmo en el lugar en el que acaba la arquitectura
y comienza el mundo de la inspiración o,
do irracional, começava. Foi assim que olhei para as misteriosas incluso, de la insensatez. Así contemplaba
estátuas verdetes que carregam e brincam com a esfera dourada, las misteriosas esferas de cobre verdoso que
enquanto me concentrei na articulação de suas junções e nos sostienen la esfera dorada y juegan con ella.
Y también sus articulaciones y los lentos
movimentos lentos da figura da Fortuna. As juntas pareciam movimientos de la figura de la Fortuna.
feridas bizarras no metal, as partes remendadas de um corpo único Las articulaciones parecen extrañas
que era o resultado de experimentos cirúrgicos sinistros, ainda mais heridas hechas en el metal, partes de un
cuerpo cosidas tras siniestras operaciones
sinistros do que o processo sempre sinistro de transformar o corpo quirúrgicas; más siniestro de lo que ya es,
humano em estátua. [...] A Fortuna veneziana é inacessível e talvez normalmente, el cuerpo humano convertido
não muito notada enquanto se move lentamente: pois é essencial en estatua. […] como es también inaccesible
la Fortuna veneciana, la de lentos,
que ninguém detecte os movimentos da Fortuna. O verde veneziano inadvertibles movimientos, porque nadie
contrasta com a cor fria do ferro no telhado do meu teatro. Esse debe notar los movimientos de la Fortuna. A
metal se reflete no cinza da lagoa, enquanto acima dele está a bola ese verde se oponía el hierro de color frio de
la cubierta del teatro: el metal destacaba en
e o estandarte de metal que range lentamente”.162 el gris de la laguna, y por encima de él estaba
la esfera y el rechinar lento del banderín
metálico”. Rossi, Aldo. Autobiografía
162 Rossi, Aldo. A scientific autobiography. Massachusetts, Oppositions books, Científica. Barcelona, Gustavo Gili, S.A.,
1981, p. 66-67. Tradução livre. ed. 2, 1998, p. 81-82.
148
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 105. Teatro do Mundo, Campanário de São Marcos ao fundo, Veneza, 1979. © Antonio Martinelli.
163 Portoghesi, Paolo, em Fera, Francesco Saverio. Aldo Rossi. Il Teatro del
Mondo (1979-2004). Documentário. Itália, Dario Zanasi Momopipdeus, 50’,
2004, 14’.
164 Ribeiro, João de Lima Mendes. Arquitectura e Espaço Cénico: Um percurso
biográfico. Coimbra, Dissertação de Doutoramento em Arquitectura pela
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2008, p. 87.
150
III ATO. O Teatro do Mundo
152
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 109. Teatro do Mundo e Punta Della Dogana vista do cais, 1979.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
Palco flutuante
A atuação do teatro na cidade, transformadora a nível da esfera
pública, também influencia grandemente na forma em que seu
interior é percebido. Ao longo dos seus 25 metros de altura e 9,5
de largura, o Teatro é organizado de modo a abrigar uma plateia
de 250 pessoas, distribuídas ao redor do palco em galerias laterais,
com janelas que se abrem para a paisagem. Com esse gesto, Rossi,
assim como Palladio no Teatro Olímpico, permite a interpretação
de uma referência à atmosfera do teatro clássico ao ar livre; nesse
caso, acontece através do diálogo entre interior e exterior, da
união de atmosferas entre peça e paisagem.
154
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 110-112. Performance no Teatro do Mundo, Veneza, 1979-80. © Molteni & Motta 2014.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
156
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 114. Planta e seção do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, 1979. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi.
Fig. 115. Seção transversal do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, 1979. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi.
Fig. 117. Teatro Elisabetano, desenho em corte perspectivado. Reprodução de foto, Mantovani, 1989.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
158
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 119. Seção longitudinal do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, 1979. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi.
Fig. 121-122. Teatro Oficina, corte transversal e planta baixa. Lina Bo Bardi.
Fig. 123. Teatro do Mundo, planta baixa. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
160
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 124. Performance no Teatro do Mundo, Veneza, 1979-80. © Molteni & Motta 2014.
162
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 126. Teatro do Mundo, partida para Veneza, Fusina, 1979. © Antonio Martinelli.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
164
III ATO. O Teatro do Mundo
166
III ATO. O Teatro do Mundo
168
III ATO. O Teatro do Mundo
Fig. 130. Nuevito, um dos rebocadores do Teatro do Mundo, no mar Adriático, 1980. © Antonio Martinelli.
Flutuações do espaço. Da Arquitetura para a Performance à Arquitetura-Performance
180 Scaparro, Maurizio. Il viaggio del Teatro del Monde da Venezia a Dubrovnik.
Veneza, Fondazione La Biennale di Venezia, art work Messina & Montanari -
Offset Commerciale/Venezia, 10-22/agosto, 1980. Tradução livre.
170
III ATO. O Teatro do Mundo
172
III ATO. O Teatro do Mundo
“Por muito que a visitemos, Veneza desperta sempre um
encantamento súbito e incontornável, como se fosse a primeira
vez. Uma sensação de haver viajado no tempo e não somente no
espaço. Numa das muitas visitas hospedei-me num hotel perto de
S. Marcos, à entrada do Grande Canal. O quarto era no último
piso, um pequeno terraço dominava a paisagem. Procurei com os
olhos a Salute, a torre da Doghana e a esfera doirada que a luz
glorifica. Apercebi-me com surpresa de uma segunda torre, ao lado,
uma torre gémea seguramente nova. Surgia com naturalidade de
torre antiga.
182 Siza, Álvaro; 01 textos. (Ed. Carlos Campos Morais). Porto: Civilização,
2009, p. 389, 390.
Fig. 132. Teatro do Mundo: Giornale di Bordo, Dubrovnik, 1980. © Antonio Martinelli.
Fig. 133-134. Brochure: Il viaggio del Teatro del Mondo da Venezia a Dubrovnik, 1980. © Art Work Messina & Montanari - Offset Commerciale/Venezia.
Veneza
Porec
Rovinj
Osor
Zadar
Nin
Dubrovnik
Fig. 135. Mapa do percurso do Teatro do Mundo no mar Adriático. Acervo pessoal.
Fig. 136. Reportagem fotográfica da construção e viagem do Teatro do Mundo de Veneza a Dubrovnik, 1980. © Antonio Martinelli.
Fig. 137. Reportagem fotográfica da construção e viagem do Teatro do Mundo de Veneza a Dubrovnik, 1980. © Antonio Martinelli.
Fig. 138. Reportagem fotográfica da construção e viagem do Teatro do Mundo de Veneza a Dubrovnik, 1980. © Antonio Martinelli.
Fig. 142. Teatro do Mundo: Giornale di Bordo, Veneza-Dubrovnik, 1980. © Antonio Martinelli.
Nota: as localizações das imagens no mapa são ilustrativas, portanto, não representam as exatas posições geográficas em que se encontravam
no momento das fotografias.
Epílogo
APPIA, Adolphe. A obra de arte viva, trad. Redondo Júnior. Lisboa, Editora Arcádia, 1959.
AUGÉ, Marc. Não Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo,
Papirus Editora, 2012.
BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro, trad. Maria Paula V. Zurawski, J. Guinsburg,
Sérgio Coelho e Clóvis Garcia. São Paulo, Perspectiva, 2001.
BO BARDI, Lina. Teatro Oficina, org. Instituto Lina Bo Bardi e P.M. Bardi. Lisboa, Editorial
Blau, 1999.
BROOK, Peter. O Espaço Vazio, trad. Rui Lopes. 3ª edição. Lisboa, Orfeu Negro, 2016.
DAL CO, Francesco (org.), Aldo Rossi. I quaderni azzurri: 1968-1992. Milão, Electa, 1999.
DI MARTINO, Enzo. The history of the Venice Biennale 1895-2005. Veneza, Editora Papiro
Arte, 2005.
FERA, Francesco Saverio. Aldo Rossi. Il Teatro del Mondo (1979-2004). Documentário. Itália,
Dario Zanasi Momopipdeus, 50’, 2004.
FISCHER-LICHTE, Erika. History of European Drama and Theatre, trad. Jo Riley. Londres,
Routledge 2002.
GILLES, Bertrand. Histoire du carnaval de Venise XIe-XXIe siècle. Paris, Editora Pygmalion,
2013.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991. São Paulo, Companhia
das Letras, 1995.
HOBSBAWN, Eric. The Age of Extremes the short twentieth century: 1914-1991. Londres,
Abacus books, 1994.
KWON, Miwon. One place after another site-specific art and locational identity. Cambridge,
Massachusetts, the MIT Press – Massachusetts Institute of Technology, 2002.
MICHELIS, Marco de. Modernity and Reform, Heinrich Tessenow and the Institut Dalcroze
at Hellerau, em The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990.
MOTTA, Manoel Barros da.(org.). Ditos e Escritos III. Estética: Literatura e Pintura, Música
e Cinema. trad. Inês Autran Dourado Barbosa. 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária,
2009.
NEUMEYER, Fritz. The Artless Word, Mies van der Rohe on the Building Art. Cambridge,
Mass., The MIT Press, 1991.
PAIS, Ana (org.), Performance na Esfera Pública. Lisboa, Orfeu Negro, 2017.
PALLASMAA, Juhani. The eyes of the skin: architecture and the senses. Chichester, Editora
Wiley-Academy, 2012.
RODRIGUES, José Miguel. O mundo ordenado e acessível das formas da arquitectura. Porto,
Fundação Marques da Silva e Edições Afrontamento, 2013.
SCHLEMMER, Oskar. The Theater of the Bauhaus, trad. Arthur S. Wensinger. Middletown,
Connecticut, Editora Wesleyan University Press, 1961.
SIZA, Álvaro; 01 textos. (Ed. Carlos Campos Morais). Porto: Civilização, 2009.
The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture. Nova York, Rizzoli
International Publications, 1990.
SYKES, A. Krista (org.), O campo ampliado da arquitetura: antologia teórica 1993-2009, trad.
Denise Bottmann. São Paulo, Cosac Naify, 2013.
ZORZI, Alvise. La Repubblica del Leone storia di Venezia. Firenze, Editora Giunti, 2017.
Fontes online
ARCHITECTURALDESIGNSCHOOL.COM. Uma história da Bienal de arquitetura
de Veneza. Disponível em: https://por.architecturaldesignschool.com/history-venice-
architecture-biennale-75704 (acesso em: 09/05/2021).
STAHL, Jennifer. Jacob Jonas has figured out the impossible: how to safely put on a live
dance performance. 2020. Disponível em: https://www.dancemagazine.com/live-dance-
performance-during-covid-2646054451.html (acesso em 18/04/2021).
Trabalhos acadêmicos
ARAÚJO, Sofia Almeida Rangel de. O teatro como território cultural itinerante. Porto,
Dissertação em Arquitetura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto,
2010. Orientador: Carlos Nuno Lacerda Lopes. Coorientador: João Lima Mendes Ribeiro.
BOAVENTURA, Caroline Rodrigues. Aldo Rossi: razão e poesia. Tipo, Símbolo e tempo na
arquitetura. São Paulo, Dissertação de Mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo, 2019. Orientador: Professor Doutor Mário Henrique Simão
D’Agostino.
RIBEIRO, Aline da Silva Escórcio. Elementos da cultura popular na obra de Lina Bo Bardi:
SESC Pompéia e Igreja do Espírito Santo. São Paulo, Dissertação de mestrado em arquitetura
e urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo, 2016. Orientador:
Professor Doutor Luís Antônio Jorge.
Artigos
BISMARCK, Pedro. Architecture is (e) motion. Dédalo: O arquitecto no labirinto. Nº 2.
Porto, Março/Abril 2007 . Disponível em: https://issuu.com/revista.dedalo/docs/dedalo2
(acesso em 10/07/2020).
COLOMBO, Luciana Fornari. O projeto de teatro de Ludwig Mies van der Rohe. São Paulo,
Arquitextos - Vitruvius, ano 16, nº 185.03, out. 2015. Disponível em: https://vitruvius.com.
br/revistas/read/arquitextos/16.185/5782 (acesso em 25/05/2021).
KRAUSS, Rosalind. A escultura no campo ampliado, trad. Elizabeth Carbone Baez. Rio de
Janeiro, Gávea: revista do Curso de Especialização em História da Arte e Arquitetura no
Brasil da PUC-Rio, n. 1, 1984 (orig. 1979).
MIRANDA, Cybelle Salvador. Arquitetos italianos em Paris: O que diria Baudrillard?
Arquiteturismo. 066.06 exposição, ano 06, ago. 2012. Disponível em: https://vitruvius.com.
br/index.php/revistas/read/arquiteturismo/06.066/4398 (acesso em 09/05/2021).
MONTEIRO, Gabriela Lírio Gurgel. A Cena Expandida: alguns pressupostos para o teatro do
século XXI. Rio de Janeiro, Art Research Journal: Universidade Federal do Rio de Janeiro, V.
3, n. 1, jan/jun 2016.
NOSEK, Victor. Sol quente e nuvens velozes. Fragmentos de uma colaboração. Resenhas
Online, São Paulo, ano 17, n. 204.01, Vitruvius, dez. 2018. Disponível em: https://vitruvius.
com.br/revistas/read/resenhasonline/17.204/7196 (acesso em 03/01/2021).
SILVA, José Jackson. O Site-specific como dramaturgia do espetáculo. Porto Alegre, Revista
Cena, nº 29, set./dez 2019, p. 90-99. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/cena (acesso em
31/01/2021).
Outros
Dança e Arquitetura: Síntese das Artes. Conferência no MAM-SP. São Paulo: ILBPMB,
Manuscrito, 01 de Fevereiro, 1959.
Fera, Francesco Saverio. Aldo Rossi. Il Teatro del Mondo (1979-2004). Documentário. Itália,
Dario Zanasi Momopipdeus, 50’, 2004, 27-28:40’.
Índice de imagens/Créditos fotográficos
Capítulo 1
Fig. 1. Oedipus Rex, de Constanza Macras, instalação de Chiharu Shiota em Hellerau
Dresden, 2009. © Thomas Aurin. Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/d1/98/b5/
d198b5053bec7bfefdf60cabefac49f6.jpg. Acesso em: 26/05/2021
Fig. 2. Teatro de Epidauro, planta baixa, séc. IV d.C. Disponível em: http://desenho-classico.
blogspot.com/2016/02/teatro-grego.html?view=mosaic. Acesso em: 23/08/2020.
Fig. 4. Odeão de Herodes Ático, Atenas, 161 d.C. Disponível em: https://teatropreventse-
nior.com.br/2019/10/18/teatro-grego/. Acesso em: 03/08/2021.
Fig. 5. Esquissos comparativos entre o Teatro Grego e o Teatro Romano. Disponível em:
https://www.facebook.com/watch/?v=1167035100019882. Acesso em: 23/08/2020.
Fig. 6. Circo Máximo, ilustração representativa do hipódromo, Roma, séc. VI a.C. Dis-
ponível em: https://www.crystalinks.com/Hippodrome. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 7. Coliseu, ilustração representativa da arena circular, Roma, 70-72 d.C. Disponível em:
https://colosseumrometickets.com/colosseum-history/. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 8. Teatro Romano, ilustração representativa da arena semicircular. © Peter Froste. Col-
chester and Ipswich Museum Service: Colchester Collection. Disponível em: https://artuk.
org/discover/artworks/roman-theatre-colchester-2378. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 10. Representação de um vagão de cortejo em planta e corte. De Wickham, Early En-
glish Stages, vol. 1. Disponível em: http://www.luminarium.org/encyclopedia/medplaypics.
htm. Acesso em: 13/05/2020.
Fig. 11. Teatro Olímpico, de Andrea Palladio, Vicenza, 1580-1585. Disponível em: https://
www.jornaltornado.pt/wp-content/uploads/2016/06/andrea-palladio-teatro-olimpico-des-
taque-900x639.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 13. Teatro Medici, representação. Representação do espetáculo Guerra d’Amore, 1615.
Disponível em: https://library.calvin.edu/hda/node/1800. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 14. Cenografia de Sebastiano Serlio para cena cômica. Disponível em: https://i.pinimg.
com/originals/ab/eb/d7/abebd7b6452a21963e69e5b17881e90e.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 15. Cenografia de Sebastiano Serlio para cena trágica. Disponível em: https://i.pinimg.
com/originals/9d/a3/07/9da3075d262df49c49496cf573f12772.jpg. Acesso em: 14/05/2020.
Fig. 16. Representação da caixa cênica italiana. Disponível em: https://pt-static.z-dn.net/
files/de6/1f6e7494b6cfe619fd39347ce91b66bd.png. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 17. Representação do Teatro Elisabetano. Globe Theatre, por Elisabeth Oing. Disponível
em: https://www.thinglink.com/scene/589273873925537793. Acesso em: 14/05/2021.
Fig. 18. Teatro barroco do castelo de Český Krumlov, República Tcheca, 1768. Disponível
em: https://architektura.info/wiadomosci/aktualnosci/trasa_cesarska_na_europejskim_sz-
laku_teatrow. Acesso em: 03/08/2021.
Fig. 19. Teatro neoclássico do século XVIII, Ostankino, Moscou. Disponível em: https://
en.wikipedia.org/wiki/History_of_theatre#/media/File:Ostankino19.JPG. Acesso em:
03/08/2021.
Fig. 20. Teatro Bayreuth, projeto de Otto Bruckwald, 1876. Disponível em: https://www.
vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/b482a0569e9f_talitha07.jpg. Acesso:
16/09/2020.
Fig. 21. Teatro Bayreuth, corte perspectivado, 1876. Disponível em: https://i.pinimg.
com/564x/f9/c8/3b/f9c83bcdefae93e07810b75a9fc6c1c8.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 22. Teatro Bayreuth, planta baixa, 1876. Disponível em: https://www.vitruvius.com.
br/media/images/magazines/grid_9/78af9c413a78_talitha08_editado.jpg. Acesso em:
16/09/2020.
Fig. 23. Cenografia para a produção Parsifal, com primeira versão em 1882, pintura de fun-
do executada pelos irmãos Bruckner. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/media/
images/magazines/grid_9/a243ede45e16_talitha09.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 24. Cenografia para a produção Parsifal, em 1896, com a criação de um novo cenário
desenhado por Appia. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/media/images/maga-
zines/grid_9/93c8b2b03b41_talitha10.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 30. Hellerau Festival Theatre, Cenografia de Appia. Disponível em: http://2.bp.blogspot.
com/_a2Clmy8wxfA/SwtLVfEDHcI/AAAAAAAAAho/e4iJIOI0v5g/s1600/appia_013.jpg.
Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 31. Hellerau Festival Theatre, área do solário. Disponível em: https://www.gutenberg.
org/files/21653/21653-h/21653-h.htm. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 32. Hellerau Festival Theatre, cenário de Appia para As Traquínias, coreografia de Dal-
croze, com alunas da Escola de Eurritmia, 1933. Disponível em: http://historiadoteatrouf-
pel.blogspot.com/2009/07/cenario-de-adolphe-appia-para.html. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 33. Jacques-Dalcroze no ensaio do festival para “Orpheus and Eurydice”, cenografia
de Appia, 1912. Disponível em: https://static.hellerau.org/wp-content/uploads/cbecker_
glauch.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 34. Hellerau Festival Theatre, planta baixa do complexo conforme construído, 1911-12.
Disponível em: The Yale Architecture Journal (org.), Theater, theatrically and architecture.
Nova York, Rizzoli International Publications, 1990, p. 163.
Fig. 35. Hellerau Festival Theatre, alçado, em torno de 1915. © SLUB, Deutsche Fotothek.
Disponível em: https://www.hellerau.org/en/history/. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 36. As três colunas, projeto de espaço rítmico de Appia, 1909. Disponível em: http://3.
bp.blogspot.com/_a2Clmy8wxfA/SwtJ2EzZvPI/AAAAAAAAAgw/wcAk6NP1J2k/s1600/
appia_006.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 37. Equilibristas (Heinz Loew, Lily Hildebrandt, Lou Scheper, Andreas Weininger),
Bauhaus, 1925. Foto de Erich Consemüller. Disponível em: https://thecharnelhouse.
org/2013/07/20/theater-buhne/#jp-carousel-10501. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 38. Slat Dance, de Oskar Schlemmer, 1928. Arquivo C. Raman Schlemmer. Dis-
ponível em: https://24hkto1dz1v3ddyf93n0ye45-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/
uploads/2016/11/Kinfolk_Web2016_Schlemmer_03-1024x831.jpg. Acesso em: 16/09/2020.
Fig. 39. Esquissos da transformação do corpo humano nos trajes do palco. Desenhos de Os-
kar Schlemmer. Schlemmer, Oskar. The theatre of the Bauhaus. Middletown, Connecticut,
Editora Wesleyan University Press, 1961, p. 26-27.
Fig. 43. Rudolf Laban no ensino de balé na Ópera Estatal de Berlim, 1934. Disponível em:
https://kultura.sme.sk/c/20180413/rudolf-laban-naucil-svet-zapisat-tanec.html. Acesso em:
14/05/2021.
Fig. 44. Ensaios com icosaedros de Rudolf Laban. Disponível em: http://morungaba.com.br/
wp-content/uploads/2015/12/34.jpg. Acesso em: 14/05/2021.
Fig. 46. Teatro Total, modelo, 1927. Walter Gropius. Disponível em: https://www.facebook.
com/tselentis.arch/photos/a.560386007308965/560386033975629/?type=3&theater. Acesso
em: 18/09/2020.
Fig. 47: Idem.
Fig. 48. Teatro Total, corte e perspectiva. Walter Gropius. Disponível em: https://www.vit-
ruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/86d4_500-02.jpg. Acesso em: 13/07/2020.
Fig. 49. Teatro Total, planta baixa com as respectivas adaptações. Walter Gropius. Disponível
em: https://www.theatre-architecture.eu/res/archive/099/011297.jpg?seek=1289324492.
Acesso em: 18/09/2020.
Fig. 50. Teatro Nacional, maquete original, Mannheim, 1952-53. Ludwig Mies van der Rohe.
Imagem de Hedrich Blessing / divulgação Chicago History Museum. Disponível em: https://
vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/122f029b063d_mies00.png. Acesso em:
27/05/2021.
Fig. 51. Projeto de Teatro, elevação interna esquemática, 1947. L. Mies van der Rohe; 1:
hall de entrada, 2: instalações técnicas e foyer, 3: bastidores; 4-5: palco; 6: plateia, 7: concha
acústica, 8: pele de vidro. Colombo, L. F., 2015. Orig.: MoMA NY. Disponível em: https://
vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/119e8dbb205f_mies01.jpg. Acesso em:
27/05/2021.
Fig. 52. Projeto de Teatro, plantas baixas esquemáticas, 1947. Mies van der Rohe. Colombo,
L. F., 2015. Orig.: Malcolmson, Reginald F., 1949. Disponível em: https://vitruvius.com.br/
media/images/magazines/grid_9/80fd7b04de26_mies08.jpg. Acesso em: 27/05/2021
Fig. 53. Teatro Oficina, apresentação no espaço. © Arquivo Teatro Oficina. Disponível
em: https://www.archdaily.com.br/br/878324/classicos-da-arquitetura-teatro-ofici-
na-lina-bo-bardi-e-edson-elito/599d6aaab22e38f089000060-classicos-da-arquite-
tura-teatro-oficina-lina-bo-bardi-e-edson-elito-foto?next_project=no. Acesso em:
18/09/2020.
Fig. 54. Teatro Oficina, esquisso de Esdon Elito, concepção original de Lina Bo Bardi. Di-
sponível em: http://elitoarquitetos.com.br/images/imagem_10toficina.jpg. Acesso em:
18/09/2020.
Fig. 55. Teatro Oficina, plantas baixas. Lina Bo Bardi. © Arquivo Teatro Oficina. Dis-
ponível em: https://www.archdaily.com.br/br/878324/classicos-da-arquitetura-teatro-ofi-
cina-lina-bo-bardi-e-edson-elito/599d75f9b22e38e93d0000bb-classicos-da-arquitetu-
ra-teatro-oficina-lina-bo-bardi-e-edson-elito-plantas-baixas?next_project=no. Acesso em:
18/09/2020.
Fig. 56. Montedemo, performance do Teatro O Bando, grupo português em criações itin-
erantes em espaços não convencionais, Tondela, 1987. Cortesia de Teatro O Bando. Dis-
ponível em: http://www.obando.pt/pt/espectaculos/1986-1991/montedemo-1987/. Acesso
em: 14/05/2020.
Fig. 57. Antonin Artaud em Seans: hommage à Antonin Artaud, 1977. Disponível em:
https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BZTIxMzAzZjYtY2EwZC00YzA3LTkw-
MWQtZWFhNzAwMDAwOTdlXkEyXkFqcGdeQXVyMjI3MDczMjI@._V1_.jpg. Acesso
em: 14/05/2021.
Capítulo 2
Fig. 58. Bodies in urban space, de Willi Dorner, 2017. Performance sobre o corpo no ambi-
ente urbano. Disponível em: http://www.idafrost.com/bodies-in-urban-spaces-by-cie-willi-
dorner-2017/. Acesso em: 12/05/2021.
Fig. 59. Capa da Revista Habitat nº 1, 1950. Acervo: Biblioteca FAU/USP. Reprodução: P.
Amorim. Disponível em: https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/picture/file/104216/
HABITAT_001.jpg. Acesso em: 04/03/2021.
Fig. 60. Toré, ritual que une dança, religião, luta e recreação, na aldeia Pankakaru, Pernam-
buco, 2014. Fotografia de Renato Soares. Disponível em: https://conexaoplaneta.com.br/
blog/pankararu-e-os-encantados-do-sertao/. Acesso em: 04/03/2021.
Fig. 62. Esquisso dos elementos de cena para Ubu – Folias Physicas, Pataphysicas e Musi-
caes, Lina Bo Bardi, 1985. © Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/foto: Henrique Luz. Disponível
em: http://www.institutobardi.com.br/desenhos_simples.asp?Palavra_Chave=UBU%20
-%20Folias%20Physicas%2C%20Pataphysicas%20e%20Musicaes&Pagina=1. Acesso em:
06/03/2021.
Fig. 63. Cena de Ubu – Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes, 1985. Fotografia de
João Caldas. Em: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Pau-
lo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: https://lh3.googleusercontent.com/-f8qTgcjzSkI/
TXQz9NfCkDI/AAAAAAAAAC0/8OmA8J-C2Vk/s1600/Ornitorrinco.bmp. Acesso em:
06/03/2021.
Fig. 64. Espelho, experiência mista entre uma utopia e uma heterotopia, na medida em que o
espaço irreal se torna um lugar real que o corpo ocupa. Vieux-Port Pavillion, Marseille, Nor-
man Foster, 2013. Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/53/1c/18/531c189633bc-
f4eae14b5b45dc9ab820.jpg. Acesso em: 06/03/2021.
Fig. 65. Releitura contemporânea de Salomé, peça de Richard Strauss, pelo teatro alla Scala,
com cenografia de Paolo Fantin. Disponível em: https://amadeusmagazine.it/rubrica-news/
nel-segno-di-richard-strauss-la-nuova-salome-del-teatro-alla-scala-e-in-diretta-rai/. Aces-
so em: 07/03/2021.
Fig. 66. Manifestações em Paris, 1968. © Marc Riboud. Disponível em: http://www.artnet.
com/artists/marc-riboud/mai-68-Qr1FPmGmnB0a2qnP7e0Y_Q2. Acesso em: 07/05/2021.
Fig. 67. Jovens no Festival de Woodstock, Estados Unidos, 1969. © Associated Press. Di-
sponível em: https://www.zdf.de/nachrichten/heute/mitbegruender-sagen-es-wird-wied-
er-woodstock-festival-geben-100.html. Acesso em: 07/05/2021.
Fig. 68. Semana da Arte (da) na Rua em Coimbra, 1976. Cortesia do Círculo de Artes Plásti-
cas de Coimbra. Disponível em: PAIS, Ana (org.), Performance na Esfera Pública. Lisboa,
Orfeu Negro, 2017, p. 69.
Fig. 69. Esquemas de perspectivas de uma plateia: comparações entre Teatro à italiana, Hel-
lerau Theatre e teatro no espaço público. Acervo pessoal.
Fig. 70. Esquemas, diferenças de perspectiva nos variados modelos teatrais (Proscênio, Pal-
co em profundidade, Arena, Black Box). © Ilustração de John von Szeliski. Disponível em:
Cohen, Robert; Sherman, Donovan. Theatre Brief. Nova York, McGraw-Hill Education,
2017, p. 92.
Fig. 71. The Theatre School, DePaul University. Exemplar de uma Black-Box. © Staging
Concepts. Disponível em: https://www.stagingconcepts.com/projects/theatre-school-de-
paul-university/. Acesso em: 08/05/2021.
Fig. 72. Living Theatre, Performance no espaço público do trabalho Paradise Now, 1968.
Disponível em: https://gripedasaves.files.wordpress.com/2015/04/1-thelivingtheatre.jpg.
Acesso em: 09/05/2021.
Fig. 73. Living Theatre, performance do trabalho Paradise Now, Paris, 1968. © Jean-Marc
Peytavin. Disponível em: https://journals.openedition.org/erea/6370#tocto1n1. Acesso em:
09/05/2021.
Fig. 74. Living Theatre, performance do trabalho Paradise Now nos Estados Unidos, 1968.
Disponível em: https://soundart.zone/the-living-theatre-paradise-now-the-living-theatre-
in-amerika/. Acesso em: 09/05/2021.
Fig. 75. Living Theatre, peça Frankenstein, 1968. Disponível em: https://www.24heures.ch/
vaud-regions/1968-antigone-frankenstein/story/15621551. Acesso em: 15/05/2021.
Fig. 76. Bodies in urban space, de Willi Dorner. Performance sobre o corpo no ambi-
ente urbano. Portugal, 2019. © Lisa Rastl. Disponível em: https://www.scopionetwork.
com/blog/2018/11/5/interview-with-willi-dorner-bodies-in-urban-space. Acesso em:
12/05/2021.
Fig. 77. Little Ballroom, de Patrick Dougherty, Melbourne, 2012. © Megan Cullen. Dis-
ponível em: Spring, Jenny Moussa. Unexpected Art serendipitous instalations, site-specifics
works and surprising interventions. São Francisco, Chronicle Books, 2014, p. 34.
Fig. 78. Tilted Arc, de Richard Serra, 1981. Foto de Ann Chauvet; © Richard Serra/Artists
Rights Society (ARS), Nova Iorque. Disponível em: Kwon, Miwon. One place after another
site-specific art and locational identity. Cambridge, Massachusetts, the MIT Press – Massa-
chusetts Institute of Technology, 2002, p. 71.
Fig. 79. Relvinha.CBR-X, 2003. © António Martins. Disponível em Ribeiro, João de Lima
Mendes. Arquitectura e Espaço Cénico: Um percurso biográfico. Coimbra, Dissertação de
Doutoramento em Arquitectura pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra, 2008, p. 85.
Fig. 81. Jackson Pollock em seu ateliê usando a técnica de dripping, 1950. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/jackson-pollock/amp/. Acesso em: 14/05/2021.
Fig. 82. Os artistas Jackson Pollock e Lee Krasner no estúdio de Pollock, East Hampton,
1950. Fotografia de Rudolph Burckhardt. © Propriedade de Rudolph Burckhardt, cortesia
de Pollock-Krasner House and Study Center, East Hampton, Nova Iorque. Disponível em:
https://pkf.org/about/. Acesso em: 29/05/2021.
Fig. 83. Técnica assemblage: John Chamberlain, Gondola Herman Melville, 1981. © John
Chamberlain/Artists Rights Society (ARS), New York. Fotografia: Bill Jacobson Studio, New
York. Disponível em: https://www.diaart.org/collection/collection/chamberlain-john-gon-
dola-herman-melville-1981-1982-023. Acesso em: 14/05/2021.
Fig. 84. Allan Kaprow e seu filho na obra Yard, Martha Jackson Gallery, Nova Iorque, 1961.
© Ken Heyman/Woodfin Camp. Disponível em: https://www.artforum.com/print/re-
views/200910/allan-kaprow-yard-24243?hcb=1. Acesso em: 14/05/2021.
Fig. 85. 18 Happenings in 6 Parts, de Allan Kaprow, Reuben Gallery, Nova Iorque, 1959.
© Fred W. McDarrah. Disponível em: https://www.moma.org/collection/works/associat-
edworks/173008?association=associatedworks&page=1&parent_id=173008&sov_refer-
rer=association. Acesso em: 13/05/2021.
Fig. 89. Perimeters/pavilions/decoys, Nassau County Museum, Nova Iorque, 1977-78. © Mary
Miss. Disponível em: https://socks-studio.com/2014/06/22/mary-misss-1977-1978-perim-
eterspavilionsdecoys/. Acesso em: 22/05/2021.
Fig. 92. Cosmococa 5 Hendrix-War, instalação na Pinacoteca do estado de São Paulo, 1973.
Hélio Oiticica e Neville D’Almeida. Cortesia da propriedade de Hélio Oiticica. Disponível
em: http://pelicanbomb.com/art-review/2017/h%C3%A9lio-oiticicas-underground-order.
Acesso em: 22/05/2021.
Fig. 93. Cena de Júlia, de Christiane Jatahy. Fotografia de David Pacheco. © Christiane Ja-
tahy. Disponível em: http://christianejatahy.com.br/project/julia. Acesso em: 23/05/2021.
Fig. 95. Parked, performance de Jacob Jonas the Company, Los Angeles, 2020. © Michael
Pescasio. Disponível em https://www.jacobjonas.com/stage/parked. Acesso em: 19/04/2021.
Fig. 99. Cartaz da Bienal de Veneza, 1980. Edizioni La Biennale di Venezia, 1 Jan. 1979. Dis-
ponível em: https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/81TkjTwlH3L.jpg. Acesso
em: 21/05/2021.
Fig. 100. Le retour du Bucentaure le jour de l’Ascension, 1729, óleo sobre tela, coll. Aldo Cre-
spi. © Luisa Ricciarini/Leemage. Disponível em: Gilles, Bertrand. Histoire du carnaval de
Venise XIe-XXIe siècle. Paris, Editora Pygmalion, 2013, p.349.
Fig. 101. Départ du Bucentaure vers le Lido de Venise, le jour de l’Ascension, v.1775-1780, óleo
sobre tela, Paris, Museu do Louvre. © akg-images/Erich Lessing. Disponível: Idem. p.357.
Fig. 102. O Teatro do Mundo em fluxo na cidade de Veneza, 1979. Fotografia de Anto-
nio Martinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: https://www.archdaily.com/942357/
an-online-exhibition-connects-the-dots-between-performance-and-architecture/5e-
f32adeb35765dd99000136-an-online-exhibition-connects-the-dots-between-perfor-
mance-and-architecture-image. Acesso em: 23/05/2021.
Fig. 103. Elevações e plantas do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, Veneza, 1979. © Eredi Aldo
Rossi / Fondazione Aldo Rossi. Canadian Centre for Architecture, Montréal. Disponível em:
https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/object/388148. Acesso em: 12/05/2021.
Fig. 104. Mapa de Veneza contendo a localização do Teatro, com edifícios culturais destaca-
dos. Acervo pessoal.
Fig. 105. Teatro do Mundo, Campanário de São Marcos ao fundo, Veneza, 1979. Fotogra-
fia de Antonio Martinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: https://nievescorcoles.
com/2011/09/04/cuaderno-de-arte-2/. Acesso em: 17/05/2021.
Fig. 106. Teatro do Mundo na Dogana, 1979. Fotografia de Antonio Martinelli, © Anto-
nio Martinelli. Disponível em: http://angelosaysdotcom.blogspot.com/2012/03/theatre-of-
world-aldo-rossi-1979.html. Acesso em: 19/05/2021.
Fig. 107. Teatro do Mundo na paisagem, Veneza, 1979. Fotografia de Antonio Martinel-
li, © Antonio Martinelli. Disponível em: https://www.da-magazine.co.il/wp-content/up-
loads/2020/09/10.jpg. Acesso em: 19/05/2021.
Fig. 108. Teatro do Mundo na paisagem, Veneza, 1979. Fotografia de Antonio Martinelli, ©
Antonio Martinelli. Disponível em: https://benhuser.files.wordpress.com/2011/06/06-150.
jpg. Acesso em: 19/05/2021.
Fig. 109. Teatro do Mundo e Punta Della Dogana vista do cais, 1979. Disponível em: https://
www.da-magazine.co.il/wp-content/uploads/2020/09/2-1.jpg. Acesso em: 13/05/2021.
Fig. 110. Performance no Teatro do Mundo, Veneza, 1979-80. © Molteni & Motta, 2014. Di-
sponível em: https://www.moltenimotta.it/wp-content/uploads/2014/11/Teatro_del_Mon-
do_22.jpg. Acesso em: 26/05/2021.
Fig. 111. Performance no Teatro do Mundo, Veneza, 1979-80. © Molteni & Motta, 2014. Di-
sponível em: https://www.moltenimotta.it/wp-content/uploads/2014/11/Teatro_del_Mon-
do_31.jpg. Acesso em: 27/05/2021.
Fig. 114. Planta e seção da exposição montada no Teatro do Mundo, Aldo Rossi, Vene-
za, 1979-1980. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi. Canadian Centre for Archi-
tecture, Montréal. Disponível em: https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/ob-
ject/388153. Acesso em: 12/05/2021.
Fig. 115. Seção transversal do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, Veneza, 1979. © Eredi Aldo
Rossi / Fondazione Aldo Rossi. Canadian Centre for Architecture, Montréal. Disponível em:
https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/object/388151. Acesso em: 17/05/2021.
Fig. 116. Teatro Anatômico, desenho em corte transversal. Disponível em: https://www.
researchgate.net/figure/Cross-section-of-the-Anatomy-Theatre-Figure-2-Top-view-of-the-
structure_fig1_253586583. Acesso em: 17/05/2021.
Fig. 117. Teatro Elisabetano, desenho em corte perspectivado. Reprodução de foto (VVAA.
Le Théâtre, Op. cit., p. 196), Mantovani, 1989. Latorre, André; Malanga, Eliana Branco.
Cenografia: uma história em construção. ARTEREVISTA, v.1, n.1, jan/jun 2013, p. 15. Di-
sponível em: http://www.fpa.art.br/ojs/index.php/teste/article/view/24/12. Acesso em:
17/05/2021.
Fig. 118. Interior do Teatro do Mundo, Veneza, 1979. Fotografia de Antonio Mar-
tinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: https://persona-esap.weebly.com/up-
loads/9/0/2/7/90272353/persona_4_-_daniela_s%C3%A1.pdf. Acesso em: 26/05/2021.
Fig. 119. Seção longitudinal do Teatro do Mundo, Aldo Rossi, Veneza, 1979. © Eredi Aldo
Rossi / Fondazione Aldo Rossi. Canadian Centre for Architecture, Montréal. Disponível em:
https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/object/388151. Acesso em: 04/04/2021.
Fig. 120. Teatro Oficina, vista da galeria. © Nelson Kon. Disponível em: https://images.adsttc.
com/media/images/599d/6a7f/b22e/38e9/3d00/006e/slideshow/lboof_04.jpg?1503488636.
Acesso em: 04/04/2021.
Fig. 121. Teatro Oficina, corte transversal. Lina Bo Bardi. Disponível em: http://elitoarquite-
tos.com.br/images/fl05_corte-transversaltoficina.jpg. Acesso em: 05/04/2021.
Fig. 122. Teatro Oficina, planta baixa. Lina Bo Bardi. Disponível em: https://archeyes.com/
teatro-oficina/#jp-carousel-5647. Acesso em: 05/04/2021.
Fig. 123. Teatro do Mundo, planta baixa. © Eredi Aldo Rossi / Fondazione Aldo Rossi. Di-
sponível em: https://pt.wikiarquitectura.com/wp-content/uploads/2017/01/Mondo_The-
ater_planta_galerias.jpg. Acesso em: 05/04/2021.
Fig. 124. Performance no Teatro do Mundo, Veneza, 1979-80. © Molteni & Motta, 2014. Di-
sponível em: https://www.moltenimotta.it/wp-content/uploads/2014/11/Teatro_del_Mon-
do_40.jpg. Acesso em: 26/05/2021.
Fig. 125. Performance em Hellerau Festival Theatre, Dresden. Disponível em: http://
regine-detambel.com/f/zoom.php?editor=30&livre_id=471. Acesso em: 26/05/2021.
Fig. 126. Teatro do Mundo, partida para Veneza, Fusina, 1979. Fotografia de Antonio Mar-
tinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: Arnell, Peter y Bickford, Ted (eds.), Aldo Rossi.
Obras y proyectos. Barcelona, Gustavo Gili, S.A., ed. castellana, 1986, p. 226. On-line em:
https://2.bp.blogspot.com/-RL5R0YzJuGY/VWcLirUOMVI/AAAAAAAAdHU/yqQpB-
8SOTd8/s640/3.jpg. Acesso em: 29/05/2021.
Fig. 127. Teatro: chegada a Veneza, 1979. Fotografia de Antonio Martinelli, © Antonio Mar-
tinelli. Disponível em: Arnell, Peter y Bickford, Ted (eds.), Aldo Rossi. Obras y proyectos.
Barcelona, Gustavo Gili, S.A., ed. castellana, 1986, p. 231. On-line em: https://www.da-mag-
azine.co.il/wp-content/uploads/2020/09/15-1.jpg. Acesso em: 22/03/2021.
Fig. 128. Teatro: chegada a Veneza, 1979. Fotografia de Antonio Martinelli, © Antonio Mar-
tinelli. Disponível em: https://www.thingiverse.com/thing:2225800. Acesso em: 22/03/2021.
Fig. 129. Teatro do Mundo: chegada a Dubrovnik, 1980. Fotografia de Antonio Martinel-
li, © Antonio Martinelli. Disponível em: Arnell, Peter y Bickford, Ted (eds.), Aldo Rossi.
Obras y proyectos. Barcelona, Gustavo Gili, S.A., ed. castellana, 1986, p. 234. On-line em:
https://www.da-magazine.co.il/%D7%90%D7%93%D7%A8%D7%99%D7%9B%D7%-
9C%D7%95%D7%AA/%D7%A7%D7%9C%D7%A1%D7%99%D7%A7%D7%95%D7%
AA-teatro-del-mondo-aldo-rossi/. Acesso em: 24/03/2021.
Fig. 130. Nuevito, um dos rebocadores do Teatro do Mundo, no mar Adriático, 1980. Fo-
tografia de Antonio Martinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: https://giornaledibor-
domediterraneo.files.wordpress.com/2008/11/nuevito5.jpg. Acesso em: 21/05/2021.
Fig. 131. Teatro do Mundo em Rovinj, 1980. Fotografia de Piero Casadei. Disponível em:
https://giornaledibordomediterraneo.wordpress.com/2008/11/13/1980teatro-del-mon-
do-venezia-dubrovnik/. Acesso em: 09/04/2021.
Fig. 132. Teatro do Mundo: Giornale di Bordo, Dubrovnik, 1980. Fotografia de Antonio
Martinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em: Arnell, Peter y Bickford, Ted (eds.), Aldo
Rossi. Obras y proyectos. Barcelona, Gustavo Gili, S.A., ed. castellana, 1986, p. 232. On-line
em: https://www.da-magazine.co.il/%D7%90%D7%93%D7%A8%D7%99%D7%9B%D7%-
9C%D7%95%D7%AA/%D7%A7%D7%9C%D7%A1%D7%99%D7%A7%D7%95%D7%
AA-teatro-del-mondo-aldo-rossi/. Acesso em: 26/03/2021.
Fig. 133. Brochure: Il viaggio del Teatro del Mondo da Venezia a Dubrovnik, 1980. Ministério
das Relações Exteriores, Ministério do Turismo e Entretenimento e Prefeitura de Veneza. ©
Art Work Messina & Montanari - Offset Commerciale/Venezia. Cortesia de Fondazione la
Biennale di Venezia, Archivio Storico della Biennale - ASAC.
Fig. 135. Mapa do percurso do Teatro do Mundo no mar Adriático. Acervo pessoal.
Fig. 136. Reportagem fotográfica da construção e viagem do Teatro do Mundo de Veneza a
Dubrovnik, 1980. Fotografia de Antonio Martinelli, © Antonio Martinelli. Disponível em:
http://www.dreamideamachine.com/en/?p=66388. Acesso em: 21/05/2021.
Fig. 141. Teatro do Mundo: chegada a Dubrovnik, 1980. Fotografia de Antonio Martinel-
li, © Antonio Martinelli. Disponível em: Arnell, Peter y Bickford, Ted (eds.), Aldo Rossi.
Obras y proyectos. Barcelona, Gustavo Gili, S.A., ed. castellana, 1986, p. 236. On-line em:
https://www.da-magazine.co.il/%D7%90%D7%93%D7%A8%D7%99%D7%9B%D7%-
9C%D7%95%D7%AA/%D7%A7%D7%9C%D7%A1%D7%99%D7%A7%D7%95%D7%
AA-teatro-del-mondo-aldo-rossi/. Acesso em: 21/05/2021.