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Departamento das ciências exatas e das engenharias

Arquitetura e Urbanismo

PROJECTO ARQUITETÔNICO IV

FENÓMENO URBANO EM ANGOLA

Docente
Arq. Manuel Pestana

Luanda, aos 17 de Março de 2023


Departamento das ciências exatas e das engenharias
Arquitetura e Urbanismo

PROJECTO ARQUITETÔNICO IV

Grupo n° 4

Luanda, aos 17 de Março de 2023


INTEGRANTES DO GRUPO

1 - Aridelma Madalena Kavaleca Kangunga

2 - Delson Mateus António

3 - Ediel Domingos Prata Da Silva

4 - Francisco Venda Evambi Saúl


OBJECTIVOS

• Geral

Perceber sobre o fenômeno Urbano em Angola

• Específico

Saber como as cidades em Angola foram planeadas e pensadas


INTRODUÇÃO

As cidades, vilas, ou simples aglomerados, surgem da necessidade de intensificação da


urbanização decorrente de igual intensificação do povoamento de Angola, na sequência dos
impulsos institucionais que respondiam às políticas nacionais e colôniais.

Utilizamos aqui a palavra “cidade” em sentido lato, aplicando-a aos espaços urbanos,
independentemente da sua dimensão, por contraposição aos espaços rurais, pois outra
opção seria extremamente redutora, na medida em que “apenas havia duas cidades (Luanda
e Benguela, fundadas em 1576 e em 1617).
DESENVOLVIMENTO

Até aos anos 60, e mesmo 70, verifica-se uma evolução mais acentuada das cidades
de maior importância, e das que lhes estão próximas. A partir desta década, a
necessidade política de povoamento e enraizamento das populações intensificou-se,
ordenando-se e redesenhando-se os tecidos das respectivas aglomerações, de maior
ou menor escala, de acordo com a sua localização, como consequência do início da
guerra colonial, em 1961.
ARQUITETOS QUE INTERVIERAM PARA A URBANIZAÇÃO EM ANGOLA

Vários foram os autores que intervieram nos planos para estas cidades e aglomerados,
referindo-se, a título de exemplo:

-Arq. João António Aguiar, com planos para Lândana, Cabinda, Porto Amboim, Novo
Redondo, Lobito (no caso, juntamente com Castro Rodrigues) e Moçâmedes, elaborados
entre 1948 e 1953;

-Etienne De Gröer e David Moreira da Silva com o Plano de Urbanização de Luanda,


em 1942;

-Fernando Batalha com o plano de Novo Redondo (juntamente com João António
Aguiar), e o plano para a Baía Farta, entre 1951 e 1955;

-Antonieta Jacinto que, em 1958, elabora os planos para S. Martinho dos Tigres e Porto
Alexandre;

-Castro Rodrigues, com o plano de Urbanização para o Lobito (juntamente com João
António Aguiar), em 1953.
NÚCLEOS URBANOS

Num primeiro grupo, que designamos como núcleos urbanos litorâneos de raiz
espontânea, integram-se as cidades de formação e localização no litoral, consequência do
primeiro momento de fixação urbana em território angolano ligada aos impulsos que a
própria colonização foi tendo ao longo dos séculos.

Num segundo grupo que designamos como núcleos urbanos sob influência da rede
ferroviária, integram-se as cidades cujo crescimento urbano decorreu da implementação
da estrutura ferroviária, suporte de desenvolvimento económico, e que se desenvolveram ao
longo do percurso das linhas de caminho de ferro.

Num terceiro grupo que designamos como núcleos urbanos sob influência da rede
rodoviária integram-se pequenas cidades ou simples aglomerados no interior que surgem
espontaneamente, seguindo a ordem da estrutura rodoviária e das actividades comerciais
dela resultantes.
Devido à sua localização, há cidades que fazem simultaneamente parte do grupo de
cidades litorais e do grupo das que se desenvolveram sob a influência do caminho-de-
ferro, nomeadamente Luanda, Lobito/Benguela e Moçâmedes, sendo cada uma delas o
início de uma das três linhas em referência (Linha do Norte, de Benguela e do Sul). No
entanto, estas cidades são integradas no grupo núcleos urbanos litorâneos de raiz
espontânea por terem a sua origem nos primórdios da colonização e, nas características
que adquiriram, terem tido mais influência o mar e a costa, do que a presença do caminho
de ferro.
NÚCLEOS URBANOS LITORÂNEOS DE RAIZ ESPONTÂNEA

Referem-se, como exemplo, os casos de Lândana, Cabinda, Luanda, Porto Amboim, Novo
Redondo, Lobito, Benguela, Baía Farta, Lucira, Moçâmedes, Porto Alexandre, Baía dos
Tigres, localizadas no litoral, de Norte a Sul de Angola. Estes aglomerados têm em comum
o facto de terem um núcleo urbano espontâneo de origem, aquando da sua formação, ao
qual foram adicionados planos de expansão.

No processo de colonização as cidades costeiras foram as primeiras a serem fundadas


e, portanto, povoadas. Foram as portas de entrada para o interior do território, tendo sido,
cumulativamente, a representação da imagem do Império para o exterior.

Devido à sua posição estratégica, a sua importância tornou-as o primeiro objecto de


planeamento, nos anos 30 do século XX, em oposição às povoações do interior, que tiveram
de esperar pelos finais das décadas de 60 e 70, para serem repensadas e redesenhadas.
Os planos apresentados, a partir de 1942, são de várias naturezas e conteúdos, em função
das necessidades e legislação de cada época, assumindo denominações várias,
nomeadamente: Planos Gerais de Urbanização, Planos Parciais, Esbocetos, Estudos
Preliminares, Planos Directores e Planos para Zonas de Ocupação Imediata.
Cabinda A relação com o mar é feita
subtilmente, através de uma via
paralela à costa, ao longo da qual se
encontram quarteirões irregulares,
fruto da adaptação entre a situação
existente e a nova solução
preconizada. A expansão faz-se para
Sul, contrária ao mar, por entre duas
elevações do terreno, de que resultam
dois parques com equipamento
desportivo. Surge, depois, a zona
residencial, que se desenvolve por
entre o serpentear das ruas mais ou
menos regulares, em cujo centro
surge uma alameda que enfatiza, nos
seus topos, dois edifícios de interesse
público: a igreja e o tribunal, símbolo
do poder de Deus e dos Homens.
No limite desta alameda encontra-se, por entre o casario, uma outra zona verde. Repare-se
que os edifícios públicos são sempre de tipologia isolada, constituindo conjuntos, a par de
outro tipo de edificações. Com este plano estamos perante uma solução de compromisso
entre a cidade-jardim e o urbanismo formal.
É facilmente perceptível a origem do
desenho da cidade de Benguela. Numa
planta datada de 1900, percebe-se bem a
sua estrutura e consolidação, bem como
a sua relação com o porto e o mar. A
cidade desenvolve-se afastada da linha
de costa, em quarteirões formando
quadrícula, de dimensão variada, com
uma organização baseada em
princípios hierárquicos: ruas de maior e
menor perfil, praças e largos, onde a
arborização
é uma presença constante. A ligação ao
mar faz-se através das actividades
portuárias e
do forte de S. Filipe de Benguela, local
defensivo que guarda a memória do
Planta de cidade de Benguela - Câmara Municipal de Benguela passado.
(1900)
NÚCLEOS URBANOS SOB INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA FERROVIÁRIA

Plano Geral de
Urbanização de Nova
Lisboa, Gabinete de
Urbanização Colonial,
Arq. João Aguiar,
1947/48.

O Plano Geral de Urbanização de Nova Lisboa(Huambo) é elaborado pelo Gabinete


de Urbanização do Ultramar, com direcção do Arq. João Aguiar em 1947/48. 333 Este
plano reflecte o modelo de cidade-jardim, muito formal no seu desenho, e vem na
sequência do primeiro plano, apontando de forma inequívoca a relação (ou a falta dela)
entre a cidade branca e a cidade negra. Baseia-se nos princípios do urbanismo colonial
preconizado por João Aguiar, assente na premissa da separação: a população negra
serve a população branca logo, deve estar por perto mas, nunca no mesmo espaço
urbano, de que resultam os bairros indígenas nos arredores da cidade, constituindo
unidades autónomas denominados Unidades Residenciais Indígenas.
NÚCLEOS URBANOS SOB INFLUÊNCIA DA REDE RODOVIÁRIA

Esboceto de Urbanização de Muriege (DPSOPT), Repartição de Urbanismo,


Arq, Sabino Corrêa, 1971.

O caso de Muriege , na Lunda, Com base nas construções preexistentes, o


plano introduz uma composição urbana onde essas construções são
contempladas, assumindo a passagem da estrada interurbana pelo seu centro. A
estrutura urbana é desenvolvida em quarteirões, 10 no seu total.
Esbocetos: Pequeno desenho de obra a fazer em ponto grande.

O Estudo Preliminar (chamado também de "EP“) é a fase inicial de um projeto, é nesta


fase que o profissional estudas as opções de layout para os ambintes contratados, tendo
como o principal objetivo definir qual será a planta baixa do imóvel.

A urbanização: é o processo de transformação de uma sociedade, região ou território de


rural para urbano, ou seja, não representa somente o crescimento da população das
cidades, mas o aumento dessa em relação aos habitantes do campo.

O plano diretor: é um projeto de cidade no que tange aos seus aspectos físico-


territoriais, elaborado pelo Poder Executivo Municipal, sob a responsabilidade técnica de
um arquiteto urbanista com a participação de uma equipe interdisciplinar, em um processo
de planejamento participativo.

Zona de Ocupação Imediata : caracteriza -se como zona em consolidação com


condições para ocupação imediata devido ao favorecimento das condicionantes naturais,
da infra -estrutura e dos vazios urbanos existentes .

Núcleos Urbanos: cidade ou povoado, conjunto unitário de uma área urbana, em relação
ao território. Cada um dos assentamentos de caráter urbano, de diversas características,
que integram o sistema urbano de um determinado território
Obrigado!

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