Você está na página 1de 6

SAPÉ

O núcleo hoje conhecido como Favela do Sapé se localiza no Distrito do Rio Pequeno, zona Oeste de São Paulo. A área se
conforma em uma poligonal alongada que se estende no fundo de vale do Córrego do Sapé. Suas primeiras ocupações
datam de 1962, em um momento de forte expansão urbana e intensificação de uso de áreas ambientalmente frágeis em São
Paulo
A proximidade com a Marginal Pinheiros, algumas indústrias e bairros de classe média/alta justificam a ocupação, pois se
trata de uma área bem localizada pela oferta de emprego e acesso a vias importantes.

De propriedade pública, o núcleo que começou com


poucas casas às margens do córrego se tornou um
denso e precariamente ocupado assentamento
irregular. Nos últimos levantamentos, datados de 2011,
a Favela do Sapé contava com aproximadamente
7600 pessoas e 2500 imóveis, dos quais mais de 90%
eram residenciais. Antes da intervenção, a área
apresentava altas taxas de densidade demográfica e
construtiva, poucos espaços livres e/ou verdes,
infraestrutura urbana de saneamento básico quase
inexistente e uma ocupação intensiva do leito do
córrego e de suas margens.
INTERVENÇÃO URBANA
INTERVENÇÃO URBANA
A atuação do poder público sobre a área se deu de forma fragmentada. Em 2002 a Favela do Sapé foi incluída
como ZEIS no Plano Diretor da cidade de São Paulo e, posteriormente, no Programa de Regularização Fundiária da
Prefeitura (PMSP). Portanto, o processo de regularização fundiária iniciou antes mesmo de qualquer projeto para
regularização urbanística.
Em meados dos anos 2000, a área passou por uma sequência de episódios de enchentes e alagamentos que
culminaram com grande perda material e até mesmo perdas humanas. Com isso, a PMSP passou a realizar
remoções em caráter emergencial para evitar novas catástrofes. As built
Situação anterior

Projeto
Em paralelo, foram realizadas ações
sobre o Córrego do Sapé no sentido
de sua despoluição e reconstituição
paisagística e ambiental. Ele foi
incluído em programas como o
“Córrego Limpo” e o “100 Parques”
que, guardadas algumas diferenças,
propunham a recuperação dos
cursos d’água e criação de áreas
protegidas em suas margens,
geralmente associadas a parques
lineares. Tais iniciativas, apesar de
abrangentes no território da cidade,
são discutíveis em alguns pontos. O
principal é que se desenham de
modo fracionado e muitas vezes não
consideram os regimes hídricos das
bacias e sub-bacias as quais os
cursos d’água são pertencentes, o
que ocorreu no caso do Sapé.
A reurbanização do Sapé é uma iniciativa da Secretaria da Habitação Municipal de São Paulo. Atende 2500 famílias
em condições precárias de moradia no Bairro do Rio Pequeno. O conceito que estrutura o partido geral da urbanização
da favela do Sapé é a costura urbana entre as duas margens do córrego a partir do desenho de espaços públicos. A
leitura das condições físicas e sociais da comunidade denota uma descontinuidade urbana em vários níveis de
precariedade.
Assim o projeto constitui-se como ferramenta de inclusão na medida em que suas ações desenham
oportunidades de conexão, encontro social, vivência e troca no espaço público urbanizado. Ao unir
em desenho urbano, infraestrutura e habitação, o projeto cria espaços para melhorar a mobilidade
Autores : Catherine Otondo (Base Urbana), Marina Grinover (Base Urbana), Jorge Pessoa (Pessoa urbana, a qualidade ambiental, a moradia, o lazer, o trabalho, possibilitando uma consciência de
Arquitetos) pertencimento que colabora para a manutenção e a melhoria da vida na cidade.
Equipe : Lívia Marquez, Matheus Tonelli, Patricia Mieko, Paula Saad, Julie Trickett, Thaís Marcussi, Juliana Barsi, Tânia Helou,
Tiago Testa, Florencia Testa, Luisa Fecchio, Marinho Velloso, Rebeca Grinspum, Cadu Marino, Daniel Guimarães
Paisagismo : Base Urbana + Pessoa Arquitetos e Oscar Bressane
Drenagem : Geasanevita Engenharia e Meio ambiente
Contenções : Geobrax
Estrutura : FT Oyamada
Instalações : DMA Instalações
Orçamentos : Nova Engenharia
Coordenação E Gerenciamento : Consórcio Domus
Construção : Consórcio Engelux Galvão, Etemp Croma
Gerenciamento Social : Cobrape
Coordenação Geral : São Paulo Municipal Housing Secretariat
Cidade : São Paulo
País : Brasil
1. Os principais objetivos da urbanização são a remoção 3. Em ambas as margens a área non aedificandi foi utilizada para rearborizar o
das famílias em situação de risco; a implantação de infra caminho, criar praças de encontro e atividades de lazer. Em função da baixa
estrutura urbana para todas as moradias, e a construção declividade de todo o caminho foi proposto uma ciclovia ao longo da margem
de novas residências na própria área. Desta forma, foi a esquerda que conecta-se à ciclovia projetada para a Av. Politécnica e ao C.E.U.
partir das áreas remanescentes das remoções Butantã permitindo uma integração longitudinal urbana aos 1800 metros de passeio.
obrigatórias que estudou-se as possíveis áreas de
assentamento vinculadas ao caminho verde junto ao 4. No sentido transversal, o
córrego do Sapé. A reurbanização criou três áreas para projeto estabeleceu duas novas
conexões viárias, melhorou as
novos edifícios estruturando também os pontos de
vielas de pedestre e o acesso
conexão da comunidade com o bairro, como junto às as casas remanescentes, e
escolas potencializando o espaço público. construiu sucessivas pontes
para facilitar a transposição do
2. O projeto do sistema de drenagem do córrego córrego. Todas as ruas internas
do Sapé adotou como referência o projeto serão compartilhadas com
implantado pela SVMA a montante do córrego. Ao pavimento intertravado, com
desenvolver a geometria das seções do canal guia rebaixada, como nos
Woonerf ingleses priorizando o
procuramos respeitar a topografia original do leito
pedestre, e o carro circula
sem alterar substancialmente cotas de fundo e controlado por elementos de
suas larguras, realizando um desenho com várias desenho urbano e paisagismo.
seções hidráulicas

Você também pode gostar