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BENEDITO ABBUD

ANTONIO MIGUEL RA: 2206982


LETICIA J. HONORIO RA: 1801350
LUCAS STORTI RA: 2001748
Benedito Abbud teve seu primeiro interesse pela área de Arquitetura
logo jovem, quando foi visitar a casa que o pai de um amigo estava
construindo e se maravilhando com o projeto, principalmente com o
jardim. Naquela época (década de 60-70), o jardim residencial no Brasil
era composto apenas por canteiros onde eram plantadas as mudas que
seriam usadas ou oferecidas para os vizinhos. No jardim que chamou a
atenção de Abbud, as plantas não adornavam o espaço, elas davam
forma ao espaço. O ultimo empurrão para a sua escolha foi uma visita a
PUC no seu último ano do ensino médio, no qual acabou se encantando
com o prédio da FAU.

No seu primeiro ano de faculdade se aproximou dos professores e


demonstrou interesse nas disciplinas, aliado com as habilidades que
possuía de desenho desenvolvidas desde criança. Também, nesse ano,
foi trabalhar com o arquiteto Luciano Fiaschi e com o contato prático
com a disciplina, aprendeu muito com os mestres de obras, sempre
demonstrando muita curiosidade.

Um dos seus professores o apresentou ao paisagista Roberto Coelho


Cardoso, responsável pela sua aproximação para o paisagismo. Foi
responsável pela organização de seu acervo (que depois fora doado
para a FAU), e seu TFG foi um estudo das obras de Cardoso, auxiliado
pelo Luciano. Ao fim do curso montou um escritório ao lado de Suely
Suchodolski, parceria que rendeu importantes projetos, como o Parque
do Jaraguá, em São Paulo. Dois anos após a sua formação, Abbud
começou a lecionar na PUC para a primeira turma de paisagismo.
Foi em 1981, ao fundar sua própria empresa, a
Benedito Abbud Arquitetura Paisagística, que
sua carreira começou a ganhar renome
internacional. Nos anos noventa, começou uma
parceria com a Encol que durou até a sua
falência. Dela resultou em mais de 600 obras e
na criação do caderno “Por dentro das áreas
externas”.

A pesquisa sempre esteve presente em sua vida


e, mesmo após concluir a pós-graduação e o
mestrado pela FAU-USP, continuou
desenvolvendo novas técnicas de ensino,
posteriormente aplicadas em seu tempo como
docente. Como fruto desse trabalho nasceu o
livro “Criando paisagens: guia de trabalho em
arquitetura paisagística”, publicado em 2006.
Atualmente, Benedito Abbud acumula mais de
5mil projetos no Brasil e no Mundo, e
compartilha de seus conhecimentos e
experiências no seu Canal do Youtube “Criando
Paisagens”

“Assim, buscamos mostrar que o paisagismo


não é um simples jardim e sim um espaço
externo com opções de lazer e relaxamento
em meio à natureza, o que acaba por
agregar valor ao espaço público e ao
empreendimento”
Benedito Abbud acredita na capacidade de cura do
paisagismo. Estar em ambiente agrradável e tranquilo como
um jardim ajuda a reduzir nosso estresse e aumentar nossa
qualidade de vida, essencial para moradores dos grandes
centros urbanos, e também ajuda a ordenar nosso cérebro
para a vida diária e profissional, o que para Abbud é
importantíssimo.

Dois grandes mentores para Benedito foram o Roberto


Cardoso e o Burle Marx. Segundo o próprio, sua maior
influência paisagística foi o Cardoso, com seu pensamento
mais puxado para o lado técnico. Claro, sem desmerecer seu
outro grande mestre, Burle Marx. Ele também se influencia
bastante no livro “Paisagem Urbana” do arquiteto e urbanista
inglês Gordon Cullen, com suas ferramentas de projeto.

Abbud ressalta ainda a importância de conhecer o bioma e o


clima; fazer o projeto seguindo as perspectivas e exigências
dos usuários para criar ambientes mais inclusivos; fazer o
jardim “conversar” com o prédio construído; e que a falta de
manutenção pode estragar o projeto, pois cria a impressão
de estar em um lugar ausente de cuidado.

Um conceito interessante defendido por Abbud é da


Acupuntura Paisagística. Melhorar pontos estratégicos no
jardim, parque ou praça podem trazer resultados que afetam
o todo.
O Parque do Jaraguá foi o primeiro projeto de parque feito por PARQUE DO JARAGUÁ (SP)
Benedito Abbud, em parceria com Suely Suchodolski e do arquiteto
Jorge Villi. O local possui um significado histórico marcante por trás,
sendo explorado por bandeirantes e mineradores, e é onde fica a
casa do bandeirante Afonso Sardinha. A preservação do parque
começou em 1961 e o projeto de intervenção em 1977.

É dividido em dois setores. A base do morro, mais plana, é onde


ficam a entrada, as áreas de lazer e repouso, os lagos, a casa do
Afonso Sardinha, uma lanchonete e onde fica um anfiteatro para
apresentações culturais. O pico do Jaraguá é onde fica o mirante;
sua vista de um lado se volta para a zona metropolitana de São Paulo
e do outro, para a floresta nativa. O resto do parque é composto
apenas por trilhas. Abbud e sua equipe tentaram negociar a retirada
das antenas no local, mas sem sucesso. Hoje, ele acredita que se
tratar de um elemento marcante no cenário do parque.

O projeto é marcante por ter sido desenvolvido por através de uma


metodologia inovadora. Proposta pelo arquiteto e paisagista
americano Ian L. McHarg (Design with Nature), consiste em fazer
vários mapas transparentes e em cada uma delas marcar de branco
as potencialidades no que se refere a topografia, insolação,
ventilação, condição do solo, vegetação; e usando a cor preta para
as áreas mais desagradáveis. Sobrepondo esses mapas resulta na
identificação de áreas mais aproveitáveis que outras.

Exemplos dos Mapas. Da esquerda para direita - a topografia to terreno; a localização


dos setores e dos elementos naturais; dois mapas diferentes de situação do mirante.
Localizada próxima da Avenida
Paulista, o projeto embarca a
revitalização da área que embarca um
hospital, uma capela, uma
maternidade e vários outros edifícios
abandonados, comandada por
Alexandre Allard, contando com
profissionais brasileiros e do exterior,
incluindo o Benedito Abbud. A torre
Mata Atlântica foi desenhada pelo Jardim em frente da capela
arquiteto francês Jean Nouvel e o
conceito inicial para o projeto
paisagístico foi originado pelo também
francês Louis Benech. A ideia é
restaurar o jardim existente no local,
introduzir novas espécies e fazer uma
integração com a Torre.
Vista da Cidade Matarazzo
Com a saída de Benech, Abbud
contribui com a execução e escolha CIDADE Jogo de luz fornecido pela vegetação, ideia
das espécies. As árvores da torre são
resistentes e flexíveis para suportar a MATARAZZO de Jean Nouvel. A habilidade que ele tem de
usar a luz no cenário de forma impressionante
é a causa do Abbud o apelidar de “Arquiteto
ação dos ventos, e com amarração, da Luz”.
para que, se os galhos quebrassem
não caíssem no chão.

O projeto inclui a instalação de pisos


com grelhas que captam a água da
chuva, e a construção de um shopping
que atenda todos os gostos, desde
pequenas lanchonetes até lojas mais
sofisticada, tudo, segundo Abbud,
com bom gosto e dignidade. A
maternidade irá se transformar no
Hotel Rosewood. Torre Mata Atlântica Cortes do jardim Hotel Rosewood
Túnel de entrada

Prédio AYA à esquerda, hotel Rosewood à direta, no centro um gramado para futuros eventos.

Restaurante

Área tranquila Edifício AYA


Abbud se baseia nas ferramentas de projeto, proposta por Gordon Cullen em seu
livro “Paisagem Urbana”. O paisagista, ao fazer o projeto do jardim, praça ou
parque, precisa imaginar primeiramente na trajetória do percurso, e na relação
que esses elementos fazem.

AQUI E ALI
Refere-se ao lugar que eu estou e o lugar para onde vou, quero ir ou para onde
vejo. Abbud quer que criemos “aquis” aconchegantes e “alis” interessantes.

PROXIMIDADE E VELOCIDADE
Quando estamos parados, focamos nos elementos próximos da gente. Quando
estamos em movimento, ainda mais em alta velocidade, os elementos próximos são
vistos como grandes massas vegetais, e passamos a prestar atenção no fundo,
que passa mais lentamente.

ENQUADRAMENTO
Usar elementos arquitetônicos que enquadrem ou pelo menos destaquem uma vista
ou um elemento paisagístico, como se fosse uma moldura.

PASSAR ENTRE
Criar percursos que passem por entre elementos naturais, como árvores, água, a
vegetação rasteira. Isso proporciona uma forte sensação de contato com a
natureza.

PONTO FOCAL
Criar um elemento de destaque no percurso e que sirva de referência visual e/ou
espacial para o usuário.

Jardim do residencial Mandarim Salvador Shopping, ao lado do Salvador


Shopping. Projeto de Benedito Abbud.
Por fim, Abbud estabelece cinco regras de ouro para
qualquer paisagista que queira criar um bom projeto. 3-) UTILIZE A VOLUMETRIA VEGETAL COM SABEDORIA
Conhecer como as diversas formas e a dimensões das plantas possam contribuir
1-) TAPE O QUE É FEIO E MOSTRE O QUE É BONITO na experiência sensorial do usuário. Por ex.: arbustos servem para bloquear nossa
Esconda os elementos feios, desinteressantes ou privativos com massagem, mas os altos servem para limitar nossa visão também, enquanto os
vegetação. Nas áreas bonitas, crie molduras ou insira elementos mais baixos nos permite ver através.
que não a estraguem.

Jardim com Jardim da


piscina na Brascan
Beach Class Century Plaza
Carneiros. A (SP). Aqui, a
vegetação grama, as
valoriza a árvores e as
vista da demais
construção plantas
enquanto desempenham
esconde as uma função
áreas específica.
indesejadas.

4-) USE OS CINCO SENTIDOS, MAS NÃO


2-) CONSTRUA VAZIOS INTERESSANTES ESQUEÇA DE COLOCAR A MEMÓRIA
Abbud pede para que imaginemos a área aberta como um enorme Para uma melhor experiência do usuário, utilize os cinco sentidos e a memória. A
vazio, e que a tarefa do arquiteto e paisagista é a de diminuir visão nas vistas e perspectivas, o olfato no cheiro das plantas, o tato na textura
esse espaço através de elementos, naturais ou construídos, das plantas, o paladar nas plantas comestíveis (frutas, ervas, folhas, sementes),
criando vazios diferentes e interesssantes. a audição no som ambiente ou no silêncio, e a memória, que consiste nas
lembranças que surgem a partir da experiência causada pelos sentidos anteriores.
Terraço do
conjunto Desenho da casa
habitacional de veraneio do
localizado Benedito Abbud.
na Oscar Em seu canal, ele
Freire explica de que
n°1560. forma os cinco
Perceba a sentidos estão
forma como presentes na
os as experiência dos
árvores e os seus jardins, e
arbustos as boas
modelam o memórias que
ambiente. geram.
5-) USE TODO O POTENCIAL DA VEGETAÇÃO
Para isso, organize todo o seu processo criativo da
seguinte forma: primeiro visualize os volumes e a
circulação do seu jardim como se fosse uma maquete,
e vá adicionando cores. Depois planeje os sabores e
perfumes que você deseja que o usuário experiencie.
Este é o seu jardim ideal. Depois, escolha bem as
espécies que atendam a estes requisitos. Este é o seu
jardim possível.

“Quando você faz um projeto com


prazer, este prazer passa para a
solução e o projeto fica bom.
Quando você faz com sofrimento,
este sofrimento também passa.”
“O projeto só será encantador se
exceder as expectativas do
cliente.”
“Em paisagismo, surpresa é
sinônimo de beleza”

https://beneditoabbud.com.br/
https://www.youtube.com/@CriandoPaisagens
https://www.youtube.com/watch?v=cUktdNQGJTs
https://live.apto.vc/benedito-abbud-biografia-e-obras/
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?
a=1&Cod=681
https://noticias.esquemaimoveis.com.br/benedito-abbud-
influencia-no-paisagismo-brasileiro/
https://bispoimoveis.blogspot.com/2009/05/mandarim-
salvador-shopping.html

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