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DESENHO DE ARQUITETURA II

REPERTÓRIO EM DESENHO TÉCNICO E DE


REPRESENTAÇÃO LIVRE DE PROJETOS DE
ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO

Carla Maria (21.1.1166) e Victor Soares ( 21.1.1011)


A Escolha dos Projetos.
Para se escolher as referências de projetos, levamos em conta os fatores
de:

Uso do projeto e seu impacto para todos que o utilizam;


Os diferentes tipos de representação;
O impacto da escala no projeto;
Apresentação geral do projeto para a compreensão dele como um todo.
Projetos Arquitetônicos
Centro Educativo Burle Marx
O Centro Educativo Burle Marx além de fundir sua Ficha Técnica:
memorável arquitetura com o paisagismo exuberante do Local: Brumadinho – MG
museu Inhotim, foi criado com o intuito de ser um local de Ano do projeto: 2006
trabalho e conhecimento onde é possível potencializar o Obra: 2008-2009
caráter educacional formador com a execução de suas Proprietário: Instituto Inhotim
atividades. Até mesmo a localização do edifício se faz Arquitetura: Alexandre Brasil e Paula Zasnicoff
importante pelo fato de funcionar como local de chegada Colaboração: Arquiteto Edmar Ferreira Junior e estudantes Ivie
e de partida e estabelecer, através do edifício, o percurso Zappellini e Rosana Piló
de acesso ao museu. A sua cobertura é formada por lajes Estrutura: T3 Tecnologias Integradas Ltda
nervuradas em concreto aparente, que realizam a Consultoria acústica: Marco Antônio Vecci (biblioteca e ateliês);
extensão do território, flutuando sobre os espelhos d’agua WSDG (auditório)
presentes. Projeto de cenotecnia: RPP Criação e Produção
Escolhemos esse projeto não só pela sua potência e Construção: Eng. Felipe Salim / Eng. Frederico Grimaldi (auditório)
impacto que ele exerce na comunidade local, propiciando
diversos programas de formação e qualificação Link de referência: https://mdc.arq.br/2009/10/02/centro-
profissional, como também pela sua beleza e integração educativo-burle-marx-inhotim-brumadinho-mg/
tão eficaz da arquitetura com o paisagismo
Com uma comparação lado a lado da imagem da construção real com a planta do projeto executivo, podemos notar
como até mesmo nos projetos mais detalhados para a construção em si, o uso de cores na planta nos ajuda não só a
dar um acabamento melhor ao projeto, mas sim também a entende-lo de uma melhor forma, para que sua
compreensão seja completa e sem chances para duvidas.
Viajando um pouco sobre os
cortes executivos feitos pelos
profissionais qualificados,
também é possível se notar um
extremo cuidado técnico ao
viabilizar através de símbolos,
hachuras e setas, um
apontamento para cada detalhes
que seria especificado para uma
melhor execução do projeto (que
não colocamos aqui devido a
enorme quantidade de pranchas
que não nos adicionariam muitos
detalhes)
Nesta planta mais esquemática
disponível no site de
apresentação deste projeto,
podemos ver de uma forma
muito mais simplificada aquilo
que acaba sendo tampado por
detalhes técnicos em plantas
executivas.

A planta do Centro Educativo


Burle Marx esconde nos
mostra de maneira simples e
despretensiosa, junto com os
elementos paisagísticos, um
espaço que se utiliza de
formas simples porém muito
bem colocadas para se montar
um grande espaço
representado em uma de suas
formas mais simples e fáceis
de compreender.
Da mesma forma, os cortes e
elevações ao se tornarem mais
esquemáticos acabam nos
ELEVAÇÃO SE mostrando de maneira mais
clara a volumetria da
construção, que ainda é
acentuada de forma mais clara
pelo contrate de sua cor
branca em relação as hachuras
utilizadas em tons azulados
que por sua vez não
CORTE B
competem com o azul da água
devido suas diferenças de
saturação, evitando confusões
indesejadas sobre o que se
realmente trata o projeto.

CORTE A
Refúgio São Chico
Rodeado pela mata, o Refúgio São Chico foi Esse projeto foi escolhido porque nos chamou muita
criado com a intenção de ser um ponto de atenção o fato dessa mescla da edificação com o
recolhimento aos fins de semana. A casa foi ambiente natural que a rodeia ser bem harmônico,
imaginada com uma lógica estrutural simples, sem mimetizar ou se camuflar, mas se apropriando
com módulos de 1.20 x 1.20m estruturada por da paisagem sem gerar um ar de competição.
perfis metálicos sobre laje em concreto armado
de modo a não interferir no perfil natural do Ficha Técnica:
terreno, já que ela se encontra em um pequeno Local: São Francisco de Paula – RS
declive. Ano do projeto: 2006
A casa consiste em duas caixas retangulares Ano de conclusão 2007
que se interceptam, uma é revestida de madeira Área do terreno: 1.610m²
e abriga o espaço social, enquanto a outra, que Área construída: 82m²
abriga o espaço íntimo, é revestida de telha Arquitetura: Studio Paralelo – Arq. Luciano Andrades
ondulada metálica. Projetado a frente da Execução: Sull Frame Engenharia – Eng.Luciano Zardo
edificação se encontra um deck de madeira que
vai de encontro a mata, ele se comporta não só Link de referência:
como varanda como também serve de acesso https://mdc.arq.br/2012/03/18/refugio-sao-chico/
principal.
Nesse caso o arquiteto optou pelo uso de uma linguagem mais técnica ao representar a planta e corte do Refúgio São
Chico, deixando bem explícita a delimitação e disposição dos espaços. Nessa visão ele opta por expor essas imagens
em preto e branco e insere no corte figuras humanas dando uma ideia do que aconteceria naquele espaço, como uma
forma de se aproximar de quem lê o projeto sem deixar de lado a visão mais técnica pretendida pelo autor.
Para ser feita a representação em perspectiva da fachada, foi utilizado o SketchUp e o resultado se assemelha muito
a casa já construída e mostra de maneira simples a disposição dos elementos da fachada, sua volumetria, assim
como a escolha dos materiais usados para essa composição, apesar de no projeto final terem sido feitas algumas
alterações. No fim, temos uma edificação que se encaixa de forma harmoniosa com o ambiente.
Contudo se há criticas a essa representação mais crua dos modelos 3D. Estas, apresentadas de maneira mais crua,
mesmo sendo entendível devido a sua conotação projetual mais técnica, não nos trás uma sensação muito próxima
entre o projetista e as pessoas que a veem.
Projetos Paisagísticos
Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da
Avenida Bernardo Monteiro
A avenida Bernardo Monteiro sempre foi palco de manifestações Como o espaço vai ser totalmente revitalizado, além do principal,
culturais e abrigou por décadas feiras típicas da região. Juntamente que é o paisagismo, esse projeto também integra os quesitos de
com a avenida Barbacena, compõe o conjunto hospitalar tombado e acessibilidade e mobilidade para trazer melhorias para o
serviu de espaço para a permanência de pacientes, familiares e perímetro da avenida.
trabalhadores que antes encontravam um espaço agradável para A escolha desse projeto se deu pelo simbolismo desse local para
permanecer. os moradores, pois era um espaço de muita vida e que perdeu
Uma particularidade dessa avenida eram suas figueiras, que formavam sua forma expressiva ao longo dos anos, vimos nesse projeto
um pequeno microclima urbano e eram um elemento de atratividade
uma forma de resgate a esse espaço público.
do espaço. Essas figueiras foram podadas massivamente em 2013
devido a uma praga que as atingiu e transformaram totalmente o
ambiente, esvaziando sua vida pública. Ficha Técnica
Esse projeto de revitalização tem como objetivo o resgate da essência Local: Belo Horizonte - MG
do local, trazendo de volta a inter-relação entre o espaço e as Data: Junho 2021
atividades cotidianas. Autoria: Pagus Arquitetura (Curitiba-PR);
Trazer de volta as áreas sombreadas, criando novamente um Coautores: André Bihuna d’Oliveira, Mariana Steiner Gusmão,
microclima nesse ambiente urbano é um dos focos desse projeto. Leandro Vilas Boas e Gabriela Ingrid de Lima
Foram identificadas as figueiras ainda saudáveis e escolhidas espécies
de árvores com copas expressivas que forneçam sombra abundante e Link de referência:
reforçam o caráter monumental para substituir as figueiras não https://concursosdeprojeto.org/2021/06/12/premiados-
saudáveis. Além da escolha de arbustos e forrações para compor os revitalizacao-do-conjunto-historico-e-paisagistico-da-avenida-
canteiros e servir de proteção para as raízes das árvores. bernardo-monteiro-belo-horizonte-mg/
Iniciamos o estudo desse projeto da Pagus Arquitetura através desta imagem inicial que ilustra o projeto de revitalização do
Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro. É interessante de se notar como a equipe que produziu
este projeto utilizou-se não se uma imagem extremamente realista para a apresentação do espaço reformado, mas sim uma
mistura de colagem com render que brincam com a nossa percepção de espaço ao passo que nos apresenta tantos
elementos paisagísticos, dando um grande enfoque as figueiras, arvores que foram tão marcante pra região e que estão
sendo retomadas para uma nova vida do espaço.
Em uma das pranchas do projeto o que nos chama a atenção é o cuidado em se identificar junto com o esquema de
salubridade arborização existente, imagens das espécies de plantas que já compõem e que iram aumentar a
composição da vegetação do local, além do texto que nos dá a explicação final do que se é explicitado nas imagens.
Em relação ao esquema apresentado, um dos seus pontos altos é a sua simplicidade, os traços mais apagados e
simples com os elementos em cores mais apagadas nos ajudam a focar no que é realmente importante para essa
planta, que no caso é demonstrar aquelas figueiras que estão presentes no espaço e quais ainda se apresentam em
bom estado antes da execução do projeto.
Um dos pontos marcantes desse projeto são suas perspectivas
isométricas combinadas com alguns cortes do local.

A forma que eles montam esta imagem com fotos em 2d da


vegetação combinada com um chão chapado porém que ainda
mantem a sua sensação de separação de espaços nos ajuda a
primeiramente entender a vegetação colocada no local, sem a
distinção de elevação, já que vemos imagens planificadas, e em
seguida ao olhar para os cortes nos conseguimos então
perceber como há uma diferença de níveis entre as partes que
compõem a imagem.

Apesar de ser uma estratégia que pode ser considerada


perigosa por gerar uma certa ambiguidade para aqueles que
estão vendo o projeto despretensiosamente, ela ainda
consegue se manter em um nível de representação muito mais
bem detalhados do que uma simples planta seguida por um
corte poderia nos apresentar, além de se conseguir dar um foco
muito maior a vegetação que está sendo colocada no local do
que nas vias que as compõem.
Em outra das pranchas do projeto também temos ilustrações interessantes das etapas de implantação do projeto durante a transição e a
etapa final.
Ao se deixar as construções ao redor mais apagadas e deixar a cor mais presente apenas nas ruas que o projeto está efetivamente
trabalhando, nós conseguimos compreender de primeira vista aquilo que está sendo focado no projeto.
A forma de representação das copas das arvores de forma mais realista também nos ajudou a ver claramente como o projeto de revitalização
da vegetação atuou de forma definitiva para uma melhora no espaço, é claramente visível o ganho de vegetação do local, o que era umas das
características mais desejadas para a reobter o microclima que existia no local.
É interessante também de se notar que apesar de ser uma planta bem representativa, através do uso de linhas pontilhadas vermelhas
simples também conseguimos retirar informações um pouco mais técnicas e de localização pela separação dos trechos revitalizados.
Parque do Paranoá
Esse projeto paisagístico do Parque de Paranoá tem como Ficha Técnica:
principal fundamento a sustentabilidade e leva muito em conta Autor: Joao Paulo de Castro Scotti
os aspectos pré existentes, memória e os requisitos funcionais Colaboradores: Gunter Kohlsdorf, Ana Carolina
de uso para sua construção, além de trazer de volta aspectos da Favilla Coimbra, Giuliana de Brito Sousa
vegetação do cerrado para a região. Local: Brasília, DF, Brasil.
Um dos principais problemas do parque é seu afastamento da
Data: Agosto, 2012
cidade e o extermínio da sua vegetação nativa, e o intuito desse
projeto é realizar essa integração do parque com o entorno
Link de referência:
urbano assim como satisfazer esteticamente a paisagem do
parque de forma equilibrada, preservando a estrutura urbana
https://concursosdeprojeto.org/2012/08/13/premiado
original, que se faz importante pela sua história. Como o parque s-parque-do-paranoa-df/
se localiza no cerrado, a inserção de espécies nativas nesse
projeto se torna vital, visto que essa vegetação havia sido extinta
do local devido a ocupação antrópica.
A escolha desse projeto se deu pelo fato do parque ser muito
simbólico para a região e ter uma preocupação que não se limita
apenas a questão ambiental como também impacta nos
aspectos social, econômico e político, implicando em manter vivo
não apenas o novo, como também o modificado e o pré-
existente.
Este projeto feito por Joao Paulo de Castro
Scotti, sendo um exemplar de um projeto feito
para a apresentação em concurso, nos traz ao
longo de sua construção elementos gráficos
muito bem selecionados para uma
apresentação mais didática sobre o
funcionamento do projeto.
É possível notar como Scotti se utilizou muito
bem de recursos como o desfoque das áreas
não pertencentes ao parque para em seguida
se utilizar de cores vividas neste projeto
paisagístico.
É interessante de se notar também como ele
se utiliza de diferentes formatos circulares
diferentes com diferentes tons de verde para
simbolizar a variedade das vegetações que se
foram utilizadas no projeto.
A simbologia utilizada em
ampliações da planta com
pictograma também nos ajudam a
entender do que se trata cada área
do parque e para o que ela é
reservada. Isso em um projeto de
grande escala como este se torna
muito importante para que se
mantenha uma logica mínima de
organização e separação de
informações sobre o planejamento
do lugar ao todo.
O projeto também se utiliza de
linhas de chamadas em áreas
especificas da planta para mostrar
imagens de diferentes tipos, desde
amostras de como serão os
espaços construídos, como
também o principal neste caso, os
mais diversos tipos de vegetações
que serão implantadas em todo o
espaço.
Na representação de cortes
explicativos nos podemos ver que em
nenhum momento o caráter
humanizado foi deixado de lado.
Junto de textos com informações mais
técnicas é possível se ver uma
imagem que brinca com linhas mais
técnicas e ao mesmo tempo
representações arbóreas e humanas
que nos lembram colagens, isto de
certa forma ajuda para que qualquer
um que veja o projeto consiga
entender exatamente do que aquilo
está se tratando.
A utilização de plantas esquemáticas uma em seguida da outra para se ilustrar temas correlacionados também nos ajudam a
seguir um caminho pelo projeto, quem além de muito bem detalhado para se mostrar como uma alternativa viável de
construção, nos mantem em uma linha de raciocínio único através de suas cores utilizadas em linhas marcadas com o preto e
o branco.
Neste passo é possível se notar um grande cuidado em detalhar que tipos de vegetações foram preservadas, quais foram
implantadas, o respeito a topografia do local, a construção de rotas pelo parque, pavimentação e outros detalhes a mais.
Por fim, é de grande interesse se notar em como Scotti abriu mão do realismo na construção das imagens de seus projetos,
criando paisagens que misturam objetos chapados em 2d (principalmente a vegetação, o que se torna bastante curioso em
um projeto paisagístico) com algumas partes renderizadas em 3d mas que juntam nos cria uma imagem de ambiente que
além de ser agradável aos olhos, continuam mantendo a sua função de apresentar para o público, uma visão do local que
pode se tornar possível através da aplicação do projeto no espaço selecionado.
Projetos Urbanísticos
Parque Urbano Igarapé São Joaquim
Localizado na cidade de Belém do Pará, o parque do Igarapé são Esse projeto foi escolhido por apresentar a ideia de
Joaquim é foco de estudo dos potenciais da paisagem amazônica na recuperação das funções ecossistêmicas da paisagem
periferia urbana. unindo a infraestrutura e sociedade de uma forma
O Igarapé são Joaquim sofreu um processo de antropização como eficaz, resgatando a paisagem original e valorizando
consequência da expansão da cidade e esse processo resultou ainda mais esse parque urbano que se localiza na
numa explosão cultural e ocupação da paisagem com os bairros periferia de Belém. Julgamos muito interessante por
populares. Por conta dessa formação, os bairros têm diversos romper a lógica que valoriza os espaços enquanto
padrões de apropriações individuais e sociais dos espaços da expulsa a população que ali se fazia presente.
margem do canal, criando quintais coletivos que são incentivados
como forma de redução dos impactos rodoviários e ampliação dos Ficha Técnica:
usos do espaço público. Data: Maio 2022
Esse projeto tem o intuito de criar uma infraestrutura ecológico social Local: Belém - PA
que responde ao impacto das chuvas recorrentes no território, criar Autor: Duarte Vaz Guedes e Silva (Rio de Janeiro –
condições de ampliação da eficiência da paisagem, de forma a RJ)
responder às crises dos sistemas ecológicos presentes, responder às
apropriações coletivas através de uma gradação da privacidade e Link de referência:
também de valorizar a estruturação de um parque que enfatiza a
https://concursosdeprojeto.org/2022/05/19/premia
capacidade de rompimento da segregação socioespacial que é
dos-parque-urbano-igarape-sao-joaquim-belem/
fundamentada nas diversas cidades brasileiras.
Se tratando de um projeto urbanístico, a
segunda prancha do projeto nos traz
uma boa visão de como toda a região
será tratada.
O autor utilizou-se de uma construção de
imagem que une uma visão de satélite
com um desenho realístico porém
caricato da área modificada para nos
apresentar todo o conjunto de obras e
como todas as questões de vias em terra
e em água se distribuem, além de já
destacar em alguns pontos as principais
obras de espaço público que serão
construídas.
Essa representação se torna interessante
porque ao construir o projeto em cima de
uma imagem de satélite real, ao mesmo
tempo que o autor não nega ser um
projeto, utilizando-se de um traço menos
realista e com bases em linhas coloridas
em algumas partes, ele já nos traz uma
visão do que poderia ser esse espaço em
alguns anos após toda a execução do pro-
jeto, ou seja, temos aqui uma representação que mostra ao espectador de maneira simples e com traços próprios do autor, toda uma visão ampla
de futuro da região, algo que se fosse feito em uma planta baixa simples sem nenhuma cor ou apenas em escala de cinza, algo mais comum em
projetos voltados para o executivo, poderia não trazer a sensação desejada de apresentação de uma proposta de intervenção do local, algo que se
fosse falho, poderia levar a um descarte do projeto mais rapidamente pela população, que sendo leiga, não veria todo o potencial do projeto.
Vistas isométricas apresentadas no decorrer das plantas do trabalho também nos ajudam a entender a complexibilidade dos
parques flutuantes que forma planejados para o espaço.
Utilizando-se de uma linguagem simples com elementos arquitetônicos em preto e branco e as pontes de travessia em um tom
de marrom que nos remete a madeira que seria utilizada para a construção destes, no traz uma percepção rápida sobre aquilo
que está sendo abordado, o que cm ajuda do texto auxiliar abaixo da imagem nos completa todo o sentido do que foi
abordado, mas de qualquer maneira a imagem por si só já nos traz um entendimento interessante do que está nos sendo
proposto para o projeto, o que consideramos então como uma boa técnica de representação.
O uso dos pictogramas nesse projeto se faz muito presente de forma a facilitar a leitura sobre o que tem em cada local e para qual a
finalidade aquele espaço se destina, se tornando essencial para o entendimento de um projeto dessa magnitude. O uso das cores
associados a imagem se torna o centro de compreensão do projeto, que além de adicionar um visual mais humanizado ao projeto, nos
facilita a identificar cada parte do projeto, sendo fácil de se destacar o planejamento de pontes, a área verde planejada e o local em
que o rio corre.
Para se facilitar a compreensão visual do projeto e como este afetaria toda a região com a modificação do espaço público, o
responsável pelo projeto se utilizou de imagens realísticas que aliadas a um texto explicativo ao lado da mesma nos coloca uma
explicação muito bem detalhada de cada aspecto responsável pelo projeto.
Acreditamos que o desenvolvedor deste projeto optou por este tipo de imagem por facilitar a compreensão do publico leigo
que veria esse projeto em sua avaliação, o que se torna uma estratégia muito útil neste caso, já que deixamos um pouco as
especificidades técnicas de lado para destacar um caráter mais representativo que traria para todos os presentes uma ideia
básica de como o projeto afetaria o ambiente em que este seria implantado.
Extramuros de Guimarães
Esse projeto explicita a renovação urbana de uma significativa área central Ficha Técnica:
em Guimarães, Portugal, após esta se tornar a Capital Europeia da Cultura. Local: Alameda de São Dâmaso I, rua de Santo Antônio,
É interessante notar como esse projeto urbanístico se propôs a renovar Guimarães – Portugal
uma antiga cidade que carregava com si enormes muros medievais que Cliente: Câmara Municipal de Guimarães
cercavam o centro, para um local onde o velho e o novo coexistem juntos, Ano do projeto: Abril 2009 – Março 2012
para que isso ocorresse foi necessário um grande trabalho de planejamento Área: 38.930 m²
e estudo da recém-criado na época, Centro de Estudos da Escola de Projeto de Arquitetura: CE-EAUM
Arquitetura da Universidade do Minho. Arq. Maria Manuel Oliveira,
O coração da Cidade de Guimarães foi totalmente redesenhado para que se Colaboradores: João Rosmaninho DS, Sofia Parente e Arq.
preservasse todas as características medievais, como os muros que André Delgado
cercavam a área central da cidade, as antigas calçadas em diversos tipos de Coordenação Técnica: Centro de Estudos da Escola de
pedras e alguns largos de construções antigas, ao passo de que adaptava Arquitetura da Univ. do Minho | CE-EAUM
ou remodelava completamente o “novo” do local para que este encontrasse Arq. Maria Manuel Oliveira
uma harmonia no local, presando por uma maior locomotividade entre os Coordenação Projeto de Execução: Arq. Miguel Nery
locais, o bem-estar social, a história local e a reintegração da natureza a este Coordenação Administrativa e Financeira : Associação
espaço. Universidade-Empresa para o Desenvolvimento – TECMINHO
Este projeto foi escolhido pois vimos nele um grande exemplo de como Projeto de Arquitetura Paisagista: Arq. Paisagista Maria
reformas urbanas em locais históricos podem ser bem-sucedidas, até nos João Cabral, Arq. Paisagista, Daniel Monteiro | Estudo Prévio
ajudando a ter boas ideias para a região que nos encontramos. O Projeto
Extramuros de Guimarães mostra que, com bons estudos da região, a Link de referência:
construção de um bom projeto e um planejamento e investimento público https://mdc.arq.br/2013/02/13/extramuros-de-guimaraes/
necessário, é possível se revitalizar toda uma região degradada
urbanisticamente para um local que une passado e presente sem excluir
nenhum grupo que antes já pertencia ao local reformado.
Este projeto urbanístico feito pela CE-EAUM,
por se tratar de uma grande reforma no centro
de Guimarães, teve em seu desenvolvimento
vários estudos que nos ajudam a entender todo
o andamento do desenvolvimento do projeto
para a concretização de sua obra.
Uma das fotos presente no projeto que nos
chama a atenção é uma visão aérea que se foi
utilizada para a composição do projeto.
Nela é interessante notar em como o pessoal
responsável que a compôs se utilizou da cor
vermelha para destacar as principais áreas de
modificação do projeto e quais zonas seriam
influenciadas a partir dela.
A partir das visões aéreas do local e
dos diversos estudos feitos pela
equipe ao longo dos anos, a CE-EAUM
conseguiu desenvolver essa e outras
diversas plantas que retratam o local
em detalhes.
Uma boa estratégia para a criação
dessa planta que se é muito utilizada
em diversos locais é a aplicação das
texturas em escala de cinza.
Como se trata de um desenho para
pessoal especializado é fácil de se
entender porque não houveram uso
de mais cores, contudo apenas na
escala de cinza já se torna fácil a
compreensão de todo o projeto
apresentado.
Nesta imagem podemos ver a
continuação da representação em
escala de cinza com a indicação dos
locais de importância.
Novamente é preciso enfatizar a
visão de que por ser uma planta
que não é de apresentação, sua
complexidade técnica acaba por ser
bem maior.
Procurando por mais detalhamentos
de criação dos projetos, nos
deparamos com uma tática peculiar
para o estudo de projeto.
Para a formulação de modificações
urbanas a equipe da CE-EAUM se
utilizou de colagens de fotos que
unidas a planta 2d do local nos
proporciona o desenrolar de um
pensamento de construção de
espaço mais apurado com o uso
referencial daquilo que nos é
mostrado na colagem, como no caso
desta imagem, a construção da
pavimentação do local por exemplo.
Em fotos seguintes também
podemos ver composição de ruas e
construções históricas representadas
com esta mesma técnica.
Podemos ver que estas montagens
não se preocupam em acertar um
valor de escala específico nem muito
menos organizar as imagens de
maneira que as componha de um
jeito especifico, contudo é
justamente essa montagem que nos
chama a atenção na construção
desse trabalho, nos mostrando que
as obras mais técnicas em seus
períodos iniciais e até mesmo finais
se unem pra tirar o melhor proveito
do que se pensa sobre o ideal desse
espaço, ainda mais em questão de
um patrimônio cultural tão
importante.
Por fim, uma das partes mais interessantes de
analisar é o conjunto de imagens do projeto da
área denominada "Bosque".
Na sequência de imagens podemos ver que a
partir dos dados que a equipe da CE-EAUM
obtiveram, eles conseguiram construir desde
uma junção de imagens que formam um linear
para o bosque até a planta baixa completa do
local que acaba por se dividir em formas até
mais artísticas e com traços a mão da
topografia do local, da malha arbórea e das
principais rotas a se obter.
Essa coletânea de imagens é um dos granes
exemplos de como um projeto complexo não
necessariamente precisa se conter em um
estilo especifico de representação, mas
também pode mistura-los das mais diversas
formas para ajudar na compreensão da obra
em um todo.

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