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BRANCO MANUEL JOÃO DIQUE

R E L A T Ó R I O D E F U N D A M E N T A Ç Ã O D O T E M A P R O P O S T O

MODELO DE SUPERQUADRAS
P R O P O S T A P A R A B A I R R O D E N A S S A P O ǀ A N C H I L O

UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FÍSICO
LABORATÓRIO X DE ARQUITECTURA
SEMESTRE II – TESE

NAMPULA ǀ 2022
FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA PROPOSTO ii

ÍNDICE DE CONTEÚDOS
1 DISPOSIÇÕES INICIAIS ................................................................................................................................ 3
1.1 Introdução ........................................................................................................................................................ 3
1.2 Objectivos ......................................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................................................. 4
2.1 Conceitos básicos ............................................................................................................................................. 4
2.2 Historial das superquadras .............................................................................................................................. 5
2.3 Morfologia das superquadras ......................................................................................................................... 5
2.3.1 Estocolmo, Suécia ................................................................................................................................. 5

2.3.2 O lote e a edificação.............................................................................................................................. 5

3 PROBLEMATICA ......................................................................................................................................... 6
3.1 Cidade de Nampula.......................................................................................................................................... 6
3.1.1 Posto Administrativo de Anchilo-Sede ................................................................................................. 6

4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................................... 7
4.1 Enquadramento do projecto ........................................................................................................................... 7
4.2 Tipologia proposta ........................................................................................................................................... 7
4.2.1 Quadro de Síntese ................................................................................................................................. 9

4.3 Resiliência urbana ............................................................................................................................................ 9


4.4 Programa de áreas ......................................................................................................................................... 10
4.5 Estacionamento ............................................................................................................................................. 10
4.6 Manutenção dos espaços públicos ............................................................................................................... 11

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1 DISPOSIÇÕES INICIAIS
1.1 INTRODUÇÃO
O mundo e a sociedade encontram-se em constante mudança através da globalização, e muitas vezes o espaço
em que vivemos e a sociedade dificultam a incorporação de novas informações para nosso desenvolvimento
através de espaços destinados a uma e única função. (Oliveira, 2021)

A presente proposta refere-se ao trabalho de culminação do curso de Licenciatura em Arquitectura e


Planeamento Físico que tem como tema: Projecto Modelo de Superquadras, a ser proposto para o Bairro de
Nassapo, no Posto Administrativo de Anchilo, no Distrito de Nampula.

1.2 OBJECTIVOS
Objectivo geral
 Contribuir para a melhoria da equidade social e a optimização das condições de habitabilidade com o
meio ambiente.

Objectivos específicos
 Maximizar a valorização dos espaços públicos integrado nas zonas habitacionais;
 Propor soluções urbanas que respondam as condições económicas da população;
 Determinar novas formas de habitabilidade urbana;

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2 CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 CONCEITOS BÁSICOS
 Superquadras
As Superquadras são áreas verdes com dimensões aproximadamente de 100/100m podendo varias ate
250/300m, onde esses se encontram implantados os edifico residenciais. O solo destes é publico, sem cercas e
muros e os vazios são preenchidos por gramados, podendo alcançar 845 da área. (Braga, 2005)

 Quarteirão Urbano
O quarteirão urbano é a matriz das mais variadas formas geométricas, tanto na escala do lote quanto na do
conjunto de lotes que, em última instância, é produto das deformações da malha urbana. (Loures, 2001)

 Resiliência
Resiliência é a capacidade de um sistema urbano de prevenir, resistir a qualquer perigo ou risco possível e se
recuperar. (Ajuntament, 2019)

 Resiliência Urbana
Resiliência urbana é a capacidade dinâmica do sistema urbano, em todos os aspectos que o constituem, de
manter, retornar, adaptar ou transformar rapidamente suas funções diante de um distúrbio ou mudança que
limite suas possibilidades actuais ou futuras. (Depine, 2020)

 Sustentabilidade
Sustentabilidade refere-se ao princípio da busca pelo equilíbrio entre a disponibilidade dos recursos naturais e
a exploração deles por parte da sociedade e o suprimento das necessidades humanas e preservação dos
recursos naturais. (Química, 2010)

 Sustentabilidade Urbana
Segundo (LANTAR, 2016), Pensar em sustentabilidade urbana é analisar conjuntos de acções que podem
preservar e cuidar daquele meio, proporcionando, consequentemente, a possibilidade da população se manter
próxima ao natural.

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2.2 HISTORIAL DAS SUPERQUADRAS
Na era da industrialização, surgiram novos materiais e novas formas de se estruturar a vida nas cidades,
entretanto, a expansão da cidade vem desconsiderando a proposta e o conhecimento gerado sobre como se
fazer uma cidade melhor. Brasília é um exemplo vivo dessa fase e a Superquadra se consagra como uma das
mais abarcantes experiências modernistas. (Baratto, 2015)

2.3 MORFOLOGIA DAS SUPERQUADRAS


Para projectar uma área especifica é muito importante compreender a forma como os projectos relacionados
a estes são pensados e qual seria a sua finalidade.

2.3.1 ESTOCOLMO, SUÉCIA


A quadra aberta é, por essência, um elemento híbrido, nessa
composição permite-se mais iluminação e ventilação natural aos
edifícios ao mesmo em que se esfumaça a relação entre o público
e o privado por meio dos caminhos que cruzam as quadras,
recuperando a escala do pedestre, oferecendo jardins internos a
princípio privados, e posteriormente públicos, fortalecendo a
permeabilidade da quadra. (ArchiDaily, 2021)

2.3.2 O LOTE E A EDIFICAÇÃO


 Formas Centralizadas: Junto a alinhamentos opostos.

Este tipo de ocupação origina dois espaços equivalentes em tamanho à frente e ao fundo da edificação ou em
ambos os lados. No caso de uma quadra composta com este tipo de inserção, a edificação longilínea definirá
dois espaços secundários auxiliares, e terá, em ambos, uma maior importância hierárquica que o espaço livre.
(Loures, 2001).

O pátio interno surge aqui com grande potencial para áreas de lazer com mobiliário urbano, fazendo surgir uma
grande praça. Esta disposição origina dois pátios pequenos cercados por edificações em três lados. Em lotes,
estes pátios podem representar pequenos fossos de iluminação e ventilação.

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 Formas Descentralizadas:
Junto a um ou dois alinhamentos.
Esta disposição favorece o surgimento de espaços livres maiores, seja no lote ou na quadra, mais significativos
se tratando do conjunto. A edificação passa a dividir importância com o espaço livre a constituir um dos lados
do espaço aberto.

3 PROBLEMATICA
Vivemos em uma sociedade em constante mutação, e muitas vezes o espaço e sociedade tradicional em que
vivemos dificultam a incorporação de novas informações para nosso desenvolvimento.

3.1 CIDADE DE NAMPULA


A cidade de Nampula no meio urbano, constatou-se que os edifícios não apresentam a integração de espaços
de convívio lazer, espaços abertos de transição no meio de um quarteirão. Tornando estes, edifícios com
propósito único. E com crescimento e a demanda de novos serviços, estes acabam por não responder a
flexibilidade e a adaptabilidade do mesmo.

A partir desta constatação, observa-se a necessidade e a importância de se desenvolver um projecto modelo


com mais ênfase na adaptabilidade, auto-suficientes, com a criação de espaços dinâmicos e criativos, e que no
conjunto todo poderá contribuir para as mudanças climáticas no meio urbano.

3.1.1 POSTO ADMINISTRATIVO DE ANCHILO-SEDE


A área de intervenção possui potencial de desenvolvimento por ser ainda um vazio e principalmente por estar
muito próximo das vias mais esperadas por quem circula pela EN1, funcionando como um chamariz por se
localizar na beira da estrada. A área poderá começa a ganhar novos olhares pêlos municípios, moradores e até
mesmo de visitantes, através da previsão de instalações de novos equipamentos e com a previsão do
crescimento e expansão da área em volta.

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4 JUSTIFICATIVA
4.1 ENQUADRAMENTO DO PROJECTO
O projecto estará enquadrado na Zona Mista, na área de intervenção tem nove (9) quarteirões destinados ao
uso misto, estes variam de 60/90m e 50/200m. 84 terrenos, e variam de 20/30m, 30/40m, e 20/50m.
Quarteirão

01 02 03 04 05 06 07 08 09
(m2)

8400 m2 12800 m2 5000 m2 7000 m2 5400 m2 7200 m2 10000 m2 6000 m2 8400 m2

4.2 TIPOLOGIA PROPOSTA


A ideia do projecto é trazer uma proposta de quadras compactas, mas abertas, permeáveis e atractivas. Alem
disso, trazer proposta que apresente espaços verdes públicos, diversidade de usos, promovendo mais
actividade na quadra.

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A estratégia usada na área de intervenção, para responder as situações económicas foi adaptar tipologia de
habitação evolutiva. Em que com o tempo vai se construindo os espaços vazios com novas habitações, seguindo
a mesma tipologia.

Segundo (RGEU, 1998), define como percentagem máxima de ocupação é de 40% em habitações unifamiliares
em banda. E os 60% são previstos para espaços verdes privados. Ocupação de terreno 20/30m.

 600m2 de área Total;


 240m2 de área construída;
 360m2 área estimada para jardim;

FASE 01

FASE 02

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4.2.1 QUADRO DE SÍNTESE
Soma da
Quarteirão

Área do Comercio/ Área


Habitação área Cércea População
quarteirão Terrenos Uso Serviço Verde
(m2) bruta (Pisos) prevista
(m2) (m2) (m2)
(m2)
FASE 01.

Hab., Com/
(30%)

01 8400 14 7560 2520 10080 5880 4 42


Serviço
FASE 02.

Hab., Com/
(40%)

01 8400 14 10500 3500 14000 4900 4 63


Serviço

4.3 RESILIÊNCIA URBANA


Segundo (MELO, 2016), os princípios morfológicos das cidades modernas a que se propõe relacionar com
resiliência urbana são:

 A apropriação colectiva do solo;


 A unidade de vizinhança;
 A alta densidade e baixa taxa de ocupação do solo;
 Implantação dos edifícios visando a melhor insolação;

 A apropriação colectiva do solo


Uma forma de dispor os edifícios isolados no terreno e dar aos habitantes um máximo de solo livre,
proporcionando liberdade de implantação no terreno. Com o solo livre do parcelamento, permite que as formas
dos edifícios e sua orientação sejam pensadas mais livremente.

 A unidade de vizinhança
Constatando que as relações sociais entre os vizinhos tendiam a desaparecer nas novas urbanizações e grandes
metrópoles, o conceito propunha recriá-las através da planificação urbana, dispondo equipamentos e serviços
os quais, estando situados em distâncias caminháveis, assim, população estabelecesse espontaneamente
relações sociais e comunitárias.

 A alta densidade e baixa taxa de ocupação do solo


O princípio da alta densidade, através da estruturação da habitação em blocos unitários verticais é olhado como
uma solução ideal, por sua capacidade de poupar o uso do solo, permitir a criação de áreas verdes por serem
áreas multifuncionais e adequar-se às demandas urbanísticas.

 Implantação dos edifícios visando a melhor insolação

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Implantação de edifício de acordo com o melhor aproveitamento do sol, com a finalidade de reduzir os gastos
energéticos.

4.4 PROGRAMA DE ÁREAS


O programa de área está composto por três (3) usos: Lazer; Habitação T2, T3 e T4; Comercio/Serviços;

 Habitação T2, T3 e T4
Proposta de três (3) tipologias de habitação para responder a diversidade da demanda da população.

 Lazer / Permeabilidade
A área central no meio da quadra foi pensada com o objectivo de garantir a conexão entre os serviços,
maximização da conexão interna e externa com caminhos alternativos, espaços públicos abertos com
mobiliários urbanos, formando um jardim-praça, lugar de encontro e realização de convívios entre a população.

Mobiliário Urbano: colocação de mobiliário urbano que sirva como espaço de interacção.

Zonas de Transição: Ligação para outras áreas dentro do quarteirão tanto como para o exterior.

 Comercio / Serviços
O primeiro piso do edifício será preenchido de uso comercial, para gerar maior circulação de pessoas e
incentivar a vivacidade das ruas. Esta área terá lojas para a comercialização de produtos, tanto como outros
compartimentos poderão responder a equipamentos privados.

4.5 ESTACIONAMENTO
(RGEU, 1998) Art. 11. ° Todas as construções de carácter colectivo, oficiais e particulares, instalações industriais
e outras, cujas actividades provoquem a aglomeração de veículos, deverão ter parques de estacionamento
privativo.

Tipo De Ocupação Estacionamento Mínimo Obrigatório


Habitações 1 por fogo
Estabelecimentos comerciais 1 por 60m2
Edifícios públicos 1 por 60m2

Segundo (RGEU, 1998), define uma vaga de estacionamento em cada 60m2 para zonas comerciais, e uma vaga
para cada habitação unifamiliar.

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 Para o quarteirão 01 consoante a área de ocupação, serão necessárias 42 vagas de
estacionamento para suprir a demanda da população.
 Para a zona habitacional consoante o numero de habitações previstas pode-se definir que será
necessárias 42 vagas para suprir a demanda dos moradores.

4.6 MANUTENÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS


 Jardim

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