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Departamento de Arquitectura.

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra


Projecto III e Construção V e VI
Arquitectura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa
Tópicos Avançados em Teoria de Arquitectura Paisagista
Ano lectivo 2023/2024 | 1º Semestre

HABITAR A MEMÓRIA

Introdução

As premissas da actualidade, que envolvem uma economia e reutilização de estruturas e recursos, uma adaptação e
resposta às alterações climáticas, uma flexibilidade e adaptabilidade de soluções arquitectónicas qualificadas com uma
componente de sustentabilidade integrada e, as premissas sociais contemporâneas, requerem cada vez mais uma
transdisciplinaridade na abordagem projectual.

Nesse sentido propõe-se uma acção a decorrer durante um ano lectivo, que congrega alunos e professores de
disciplinas conexas – Arquitectura e Arquitectura Paisagista, tirando partido das mais-valias pedagógicas e formativas
dessa interacção e preparando alunos para os desafios do desempenho profissional actual.

É também este o contexto em que se enquadra a participação do DARQ no programa “Mais do que Casas”, cujo intuito
é “contribuir com uma reflexão crítica e propositiva sobre os desafios contemporâneos da habitação e do espaço público
na construção de uma sociedade intercultural e de promoção da cidadania global.”1

O DARQ associa-se ao evento com um conjunto de ações coordenadas entre os diversos anos e unidades curriculares,
sob o tema HABITAÇÃO - Uma reflexão sobre o Habitar pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra.
No âmbito do 3º ano a acção designa-se HABITAR A MEMÓRIA e assume a reutilização e reconversão de edifícios para
habitação como objecto de estudo nas disciplinas de Projecto III e Construção V e VI.

1
https://maisdoquecasas.arq.up.pt/- “Mais do que Casas” é um programa organizado pela Faculdade de Arquitectura da
Universidade do Porto que reúne as Escolas de Arquitectura, de Arquitectura Paisagista e de Belas Artes em Portugal e,
ao longo dos próximos dois anos, pretende envolver os estudantes e docentes na procura de soluções para os desafios que
a habitação enfrenta.

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HABITAR A MEMÓRIA

Proposta de trabalho

Habitação colectiva e espaço urbano

O exercício que agora se inicia aprofundará à temática da habitação colectiva enquanto factor de desenvolvimento e
transformação urbana. O exercício consistirá, por um lado, na reabilitação de um edifício escolar no perímetro de
Coimbra e, por outro, na estruturação da zona envolvente onde se procurará compreender o fenómeno urbano local
pelo ordenamento de volumetrias e espaços, integrando habitação, equipamentos e serviços e espaços públicos,
semipúblicos e/ou privados exteriores.

Os espaços e edifícios a projectar, devem criar as condições para uma vida urbana diversificada e multifuncional com
diferentes regimes de uso, ou seja, devem criar cidade, privilegiando as relações entre estrutura e morfologia urbana e
tipologia arquitectónica. Deve também considerar a caracterização sócio-demográfica do local a fim de dar resposta às
questões concretas que aí se colocam e a possível continuidade da estrutura verde urbana.

Por outro lado, a reabilitação de um edifício existente envolve matérias e pensamento próprios, que obrigam a um
exercício rigoroso de análise e interpretação, de sentido prospectivo, a fim de integrar coerentemente as diferentes
temporalidades e materialidades.

Edifício Luís de Camões e espaços abertos envolventes

A área de intervenção encontra-se no cerne de um bairro de casa económicas - o Bairro da Cumeada. Este constitui
uma unidade morfológica com origem em meados do século XX de promoção pública estatal, (DGEMN) de planta em U
irregular, acompanhando as curvas de nível.

O bairro é composto por um conjunto de 64 habitações unifamiliares geminadas de dois pisos, com logradouros na
frente e no tardoz. A planta das edificações é rectangular composta por rés-do-chão, primeiro andar, cave e cobertura
em telhado de quatro águas. O espaço de logradouro / jardim é circundado por murete e inclui construção anexa,
correspondente à garagem.2

A área de intervenção possui aproximadamente 10.000m2 e é delineada por um edifício escolar, inicialmente o Colégio
Luís de Camões o qual incluía uma vasta área de terrenos posteriormente vendidos à Câmara Municipal de Coimbra
para a construção do Bairro da Cumeada sendo adaptado para Instituto Industrial (1965) e mais tarde Instituto
Comercial (década de setenta) encontrando-se abandonado há largos anos.

O edifício, construído no início do século XX, é de elevada volumetria, composto por um corpo principal, com 3 andares
e cave, fenestrado de forma rítmica regular, com janelas amplas e frisos rectos contínuos que acentuam a verticalidade
da construção sobranceira. O conjunto integra ainda um corpo de escala menor, com dois andares e quatro pavilhões
de volumetrias alongadas de 2 andares e implantação irregular, situadas nas cotas mais elevadas do cabeço, onde
funcionaram serviços da Universidade (cantinas) e do Politécnico.

Não obstante a sua distinta qualidade arquitectónica e estado de conservação, os edifícios apresentam ainda uma
sólida estrutura, o que os torna aptos a uma futura reutilização.

O espaço aberto que envolve imediatamente o edifício principal inclui alguma vegetação de porte significativo indiciando
a sua possível anterior integração numa quinta. Da mesma forma, é provável que o terreno inclua algumas estruturas
hidráulicas de captação ou colecção de água, as quais, tanto quanto possível devem ser preservadas e reintegradas.3

2
A Habitação em Portugal. Le Logement au Portugal. Housing in Portugal. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, Centro de Estudos de
Urbanização e Habitação Engenheiro Duarte Pacheco, 1963; Baptista, Luís Vicente - Cidade e Habitação Social. O Estado Novo e o
Programa das Casas Económicas. Oeiras: Celta, 1999
3
Consulte-se “Planta Topographica da cidade de Coimbra” de Francisco e César Goullard, 1873/1876, e a Carta Topográfica , 1932/34 ,
do geógrafo Cesar Batista Lopes

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HABITAR A MEMÓRIA

Programa funcional

O programa funcional para os edifícios e áreas envolventes incidirá na criação de um conjunto células de habitação de
tipologias variadas, bem como acessos comuns e espaços de uso colectivo.

As tipologias de habitação (a definir mediante a estratégia de cada grupo) deverão corresponder a diferentes
agregações de habitantes (familiares ou outras), podendo constituir células colectivas para diversos utilizadores e/ou
células individuais, apenas para 1 habitante.

As células deverão contemplar os requisitos funcionais necessários à habitação, considerando a articulação dos
espaços de utilização íntima, como sejam os de higiene ou de repouso/dormir, com os espaços de utilização comum
que englobam as ações de cuidar da roupa, cozinhar, comer, estar, trabalhar e socializar.

Todas células devem incluir um espaço suplementar (+1), flexível e sem uso definido, que permita reconfigurar a casa
adaptando-a a condições variáveis. Devem também integrar áreas exteriores, tais como varandas, pátios, terraços, ou
logradouros que proporcionem a fruição da natureza.

A formulação da casa deverá apresentar-se como “um desafio à invenção do viver” 4 e proporcionar respostas para
modos de vida diferenciadores, associados, por exemplo, a inovações tecnológicas tais como as novas formas de
trabalho e ensino, mas também a requisitos de mobilidade e sustentabilidade, com destaque para a gestão da água e
vegetação e energia.

4
Expressão utilizada por Duarte Cabral de Melo no texto “Vitor Figueiredo La misere du superflu”, editado na Lárchitectured`áujourd´hui”
nº 185 MAI/JUN 1976

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De igual modo, a redefinição do espaço aberto na vizinhança da habitação assume um valor essencial e, nesse sentido,
o desafio consiste em associar a cada célula uma área exterior que possa ser apropriada pelos habitantes, assumindo-
se, virtualmente, como uma extensão da casa. Nesse sentido poderá considerar-se a reinterpretação do conceito de
“Dwelling Unit”5 na complementaridade dos espaços cobertos e abertos da unidade da habitação.

As unidades deverão ser associadas de maneira a gerar um sistema urbano de habitação colectiva.

O sistema urbano é definido pelo conjunto das unidades de habitação e pelo respectivo espaço exterior, que deve ser
encarado como um espaço público colectivo, integrando os conceitos do projecto “Living Streets”, ou outros de
natureza similar.

O “Living Streets” é um projecto internacional que visa o espaço público, redefinindo o seu uso, de modo a privilegiar a
experiência pedonal em detrimento do uso do automóvel. Envolve frequentemente acções como, por ex., fechar uma
rua, parcial ou completamente, proibindo a passagem de veículos e promovendo o seu uso como espaço de encontro
entre os cidadãos. Deve igualmente ser prevista a integração de outras tipologias de espaço público ou semipúblico
nomeadamente: largo, praça, logradouro, jardim /parque, que promovam a inclusão social e eventualmente alguma
auto-suficiência do espaço.

Este propósito vai ao encontro do definido pelo Edible Cities Network constituindo uma rede europeia global que
promove a produção alimentar urbana em cidades da Europa, África e Ásia, integrando soluções edíveis nas cidades,
socio-ecologicamente sustentáveis, resilientes e produtivas. O seu objetivo é gerar crescimento económico local e
promover a coesão social através da inclusão de grupos sociais vulneráveis.6
5
Conceito introduzido pelo Arq. Adolf Loos e o Arq. Paisagista Leberecht Migge no “Dues Grune Manifest” ( Green Manifesto),
documento da autoria de Migge 1919. Alguns dos mais reconhecidos conjuntos sociais habitacionais modernistas (1913-1934, as“
Siedlungen” em Berlim exploraram esta tipologia de unidade de habitação com projecto dos Arq.tos Bruno Taut e Martin Wagner e dos
Arq.tos Paisagistas Laberecht Migge e Ludwig Lesser
6
Berlim é uma das cidades europeias mais avançadas neste processo atendendo à sua longa tradição de jardins comunitários e jardins
familiares. (Kleingarten) contando-se actualmente (levantamento 2020) 877 hortas, 70953 parcelas e 2900 hect integrados no Estado de

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Para além dos espaços exteriores de utilização coletiva, deverão também ser considerados lugares de estacionamento,
na razão de 1 lugar automóvel e um mínimo de 2 lugares para veículos cicláveis por cada fogo, que poderão ser
integrados nos edifícios existentes ou em nova(s) estrutura(s) independente(s).

Devem igualmente prever-se espaços destinados a equipamentos públicos cuja natureza e programa funcional serão
definidos após a fase de diagnóstico, mediante os dados apurados e a interpretação crítica do lugar.

Faseamento e metodologia

O projecto durará até ao final do ano lectivo e será desenvolvido em fases sequenciais, segundo diferentes escalas e
temáticas. A apresentação do trabalho, em cada fase, será feita por meio de desenhos técnicos, maquetas (ou modelos
3D) e painéis síntese. Os painéis devem representar uma síntese do projecto e incluir desenhos (finais e de pesquisa),
fotomontagens, diagramas, textos e memória descritiva e justificativa. O tipo, escala e formato dos materiais a
apresentar serão particularizados para cada entrega, consoante a fase em questão.

1ª Fase – Diagnóstico e estratégia urbana

A 1ª Fase de trabalho compreende a realização do levantamento, interpretação e diagnóstico da situação existente e a


definição de uma estratégia urbana que aborde e transforme, não apenas o lote e os edifícios em estudo, mas também
as áreas urbanas, edificadas e abertas, na envolvente dos mesmos.

O diagnóstico é um exercício fundamental para recolher e interpretar todo o tipo de informações relativas à estrutura
física da envolvente e aos edifícios, nomeadamente, no que respeita à sua caracterização arquitectónica e construtiva, à
sua relação com os espaços exteriores, com a topografia e suas linhas mestras, pontos de distribuição ou acumulação
de água pluvial, eventuais captações de água local, vegetação significativa, orientação solar, ou outros atributos bióticos
ou morfológicos que designem o funcionamento e identidade do sítio e da sua inscrição e relação no contexto.

Importa também observar a vivência humana, a estrutura social e eventuais formas de apropriação do espaço, bem
como promover uma investigação sobre novos modos de habitar coletivamente que possa informar as propostas a
apresentar nas fases subsequentes.

O diagnóstico constrói-se com a interpretação dos dados que se recolheu, expondo uma visão crítica da área de
intervenção, focada nos aspectos que devem ser mantidos e valorizados e aqueles que estão em conflito ou deficiência
e deverão ser melhorados. Os dados recolhidos serão registadas através de desenho à mão levantada, esquemas e
diagramas, textos, fotografia, vídeo, som ou modelos tridimensionais.

Esta fase inclui também o tratamento dos desenhos de levantamento e a construção de uma maqueta, que constituirão
as bases de trabalho.

O processo construtivo da maqueta deve ser selecionado em função dos atributos do espaço valorizados por cada
grupo e da sua relação com a envolvente, constituindo uma peça de trabalho interpretativa e de ensaio de sequentes
explorações.

A estratégia urbana será construída a partir do diagnóstico e consiste na definição de princípios e regras relativos à
forma urbana, que coordenam futuras intervenções.

O objecto de estudo será o lote urbano que contem o edifício Luís de Camões, na sua estreita relação com o contexto
próximo (bairro) e com o espaço urbano mais alargado em que se inscreve (cidade).

Os resultados do diagnóstico e a proposta de estratégia urbana serão apresentados em formato digital (vídeo ou slide
show).

Os trabalhos serão elaborados em grupos de 8/10 estudantes de Arquitectura e 2 de Arquitectura Paisagista.

Berlin, prevendo-se uma aumento de 9,7% até 2030.

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2ª Fase – Master Plan, Forma urbana e arquitectónica

A 2ª fase será desenvolvido em grupos (com a mesma constituição da 1ª fase) e visa a elaboração de um plano global
de intervenção (Master Plan) o qual defina estratégias e programa para o antigo edifício escolar e demais edifícios que
integram a proposta assim como para os espaços exteriores, constituindo um todo articulado do ponto de vista
espacial, funcional e social.

O plano deverá reflectir a abordagem face aos volumes edificados e a edificar (considerando as hipóteses de
reconversão, demolição, reconstrução e/ou construção de raiz), a distribuição dos fogos e a sua caracterização interna
genérica, o estudo de mobilidade e acessos, o posicionamento dos espaços públicos e espaços abertos associados à
unidade de habitação e sua definição tipológica, morfológica e estrutural.

Devem ser observados os seguintes requisitos:

• Manutenção do antigo Liceu Camões e de pelo menos um dos pavilhões na envolvente próxima
• Área bruta por habitante entre 25 a 35 m2, à qual acresce área exterior adjacente
• Prever um horto/ jardim produtivo associado à habitação
• Índice de impermeabilização do solo: 35%.
• N.º mínimo de habitantes previstos: 150

3ª Fase – Forma urbana, Forma arquitectónica e Espaços de habitação

A 3ª fase do projecto inicia-se após a selecção de um Master Plan entre os trabalhos apresentados o qual constituirá a
ideia base para o aprofundamento dos projectos de detalhe.

Partindo das soluções propostas no Master plan, o projecto focar-se-à no programa da habitação colectiva e, por
conseguinte, no edifício Luís da Camões e demais edifícios consignados a esse fim e no espaço pública.

Pressupõe a intervenção ao nível da caracterização dos edifícios, da distribuição dos fogos no interior dos mesmos,
bem como a configuração interna das células de habitação (incluindo logradouros) e do estudo dos sistemas de acesso
e mobilidade. Esta fase deve desenvolver e aprofundar a investigação sobre novos modos de habitar coletivamente,
incluindo o espaço público, iniciada na 1ª fase.

Pressupõe ainda a caracterização dos sistemas de acesso e mobilidade na envolvente exterior, do parqueamento e o
desenho detalhado dos espaços públicos enquadrados no plano.

Na 3ª fase os trabalhos serão desenvolvidos individualmente, embora com momentos de trabalho em grupo, a fim de
discutir e articular as soluções preconizadas pelos alunos de arquitectura, com as propostas de espaço aberto, a
desenvolver pelos estudantes de arquitectura paisagista e a demonstrar a coerência do projecto a nível global

Objectivos

Interpretar os elementos que caraterizam a cidade e o território onde terá lugar a intervenção, através de uma
abordagem rigorosa e inclusiva do contexto de paisagem.

Explorar a articulação entre a arquitetura e a cidade, a partir das condicionantes e oportunidades do sítio, como
premissa fundamental para modelar as condições existentes e dar forma ao projeto, à luz de novos nexos e
interpretações. A conceptualização e desenvolvimento do projeto deverão refletir a convergência destas duas
dimensões e escalas de pensamento - arquitetura e cidade.

Criar competências em relação aos elementos e meios de registo e representação da arquitectura do espaço edificado
e aberto. Através do desenvolvimento e representação das suas propostas arquitetónicas e das suas opções
construtivas e materiais, os alunos tomarão consciência da ligação estreita entre o processo de desenho e resultado
arquitetónico obtido; o que deverá estimular o uso de distintos instrumentos e ferramentas de modo a melhor
desenvolver e comunicar os conceitos e exprimir a forma de os concretizar.

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Prazos e elementos de entrega

1ª fase – Diagnóstico e estratégia de intervenção urbana – 26 de Setembro a 26 de Outubro de 2023

• Diagnóstico e estratégia urbana

Apresentação digital (vídeo ou slide show) contendo os resultados do diagnóstico e estratégia urbana proposta.

Pode conter diagramas (de usos, tipologias, actividades, mobilidade, relações urbanas, etc.), desenhos, fotomontagens
ou outros elementos gráficos descrevendo a integração da proposta no contexto urbano. Deve também incluir texto(s)
justificativo(s) das ideias representadas graficamente.

• Bases de trabalho:

Plantas à escala 1/1000; 1/ 5000 e outras escalas consideradas necessárias


Plantas e perfis de levantamento à escala 1/500;
Maqueta do terreno à escala 1/500

2ª fase – Master Plan -Forma urbana e arquitectónica – 26 de Outubro a 23 de Novembro de 2023

Plantas à escala 1/1000; 1/ 5000


Plantas, perfis e maqueta, incluindo a proposta dos edifícios e a envolvente, à escala 1/500;
Desenhos esquemáticos das células de habitação à escala 1/500;
Memória descritiva e justificativa.

3ª fase – Forma urbana e arquitectónica e Espaço da habitação - 28 Novembro a 14 Dezembro de 2023,

Plantas, perfis e maqueta, incluindo a proposta e a envolvente, à escala 1/500;


Plantas, cortes, alçados e maqueta das células de habitação, incluindo acessos e logradouros, à escala 1/200;
Memória descritiva e justificativa;

Painel (painéis) síntese contendo elementos referentes à forma urbana, forma arquitectónica e módulos de habitação,
incluindo axonometria da proposta urbana e memória descritiva e justificativa.

Os painéis síntese terão formato A1 ao alto; os demais elementos gráficos serão apresentados em formato A1 ao baixo.
A memória descritiva deverá ser incluída no painel síntese e apresentada, separadamente, em formato A4.

Avaliação Final - 26 de Janeiro de 2024

A apresentação dos projectos terá lugar em sessão de avaliação colectiva a realizar a 29 de Janeiro de 2024.

Em cada fase, a entrega dos elementos do projecto em suporte físico será, obrigatoriamente, acompanhada pela
submissão dos mesmos em formato digital (pdf), através da plataforma inforestudante / ucstudent, e email de turma
para os estudantes de Arq. Paisagista

Atendendo a que os alunos de Arquitectura Paisagista, ISA, Lisboa, se integram em regime semestral será lançada uma
nota no âmbito da disciplina de Tópicos Avançados em Teoria de Arquitectura Paisagista , resultante das avaliações
parciais referentes ao 1º e 2º exercício , e avaliação final anteriormente descrita , a decorrer no período de exames quer
do ISA quer da Universidade de Coimbra.

Aulas teóricas
As aulas teóricas serão asseguradas pelos vários docentes que integram a equipa e versam sobre a temática principal
de habitação, técnicas e metodologias de reconversão de espaço edificado e exterior, de sustentabilidade e inclusão
social, no âmbito do projecto desenvolvido, sendo apresentadas de acordo com cada momento de desenvolvimento do
mesmo.

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Bibliografia

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https://maisdoquecasas.arq.up.pt/

Coimbra, 26 de setembro de 2023.

Os docentes,

João Mendes Ribeiro, Catarina Fortuna, Nuno Correia, Pedro Brígida (Projecto III)
Alexandre Dias, Désirée Pedro (Construção V)

Teresa Amaro Alfaiate (Tópicos Avançados em Teoria de Arquitectura Paisagista)

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