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PRINCÍPIOS DO ECODESIGN APLICADOS NA DISCIPLINA DE PROCESSOS


CONSTRUTIVOS: UMA EXPERIÊNCIA DO CURSO DE ARQUITETURA E
URBANISMO

Conference Paper · August 2018

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Lucas Caldas Marcos Martinez Silvoso


Federal University of Rio de Janeiro Federal University of Rio de Janeiro
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PRINCÍPIOS DO ECODESIGN APLICADOS NA DISCIPLINA DE PROCESSOS
CONSTRUTIVOS: UMA EXPERIÊNCIA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ECODESIGN PRINCIPLES APPLIED TO THE CHAIR OF CONSTRUCTIVE PROCESS: AN


EXPERIENCE OF ARCHITECTURE AND URBANISM MAJOR
Lucas Rosse Caldas1, Tathiana do Nascimento Carvalho 2, Marcos Martínez Silvoso3
1
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ),
lrc.ambiental@gmail.com
² Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ),
tnc.mestrado.2016@gmail.com
3
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), silvoso@fau.ufrj.br

Resumo: A conscientização e aplicação de requisitos sustentáveis desde a prática projetual tem se mostrado um amplo desafio nas
áreas de Arquitetura, Engenharia Civil e Design. Em 2017 foi proposta uma nova experiência didática na disciplina de Processos
Construtivos III na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), através da
incorporação de alguns princípios do ecodesign no processo de ensino dos alunos. Como método de avaliação da disciplina foi
proposto o desenvolvimento de projeto, protótipo e execução no Canteiro Experimental da faculdade. Foram definidos como
requisitos obrigatórios no desenvolvimento dos sistemas três princípios do ecodesign: (1) utilização de materiais reutilizados ou
reciclados; (2) consideração de princípios de montagem e desmontagem dos sistemas produzidos e gerenciamento dos resíduos; (3)
utilização de indicadores de consumo de material, pegada de carbono e custos do sistema produzido. Este artigo tem como objetivo
apresentar a experiência ocorrida na disciplina (documentada a partir de relatórios e registros fotográficos), incluindo a avaliação
dos alunos após o final do projeto executado, através de questionário aplicado no encerramento da disciplina. Verificou-se que a
predominância dos alunos nunca havia cogitado a aplicação de um indicador de pegada carbono utilizado durante o processo de
projeto e que pretendem utilizar nos próximos projetos. Conclui-se que a disseminação de tais princípios durante a graduação
demonstrou ser uma estratégia interessante para o desenvolvimento de projetos sustentáveis nas áreas de Arquitetura e Engenharia
civil do país.

Palavras-chave: Ecodesign, Ciclo de Vida, Ensino de graduação, Processos Construtivos.

Abstract: The awareness and application of sustainable requirements from the design practice has shown a great challenge in the
areas of Architecture, Civil Engineering and Design. In 2017, a new didactic experience was proposed in the Chair of Constructive
Processes III of the Faculty of Architecture and Urbanism of Federal University of Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), through the incorporation
of some ecodesign principles at the students' teaching process. As a method of the chair’s evaluation was proposed the development
of prototype and its execution in the Experimental Site of the School of Architecture. Three principles of ecodesign were defined as
mandatory requirements in the development of the prototypes: (1) use of reused or recycled materials; (2) consideration of assembly
and disassembly principles and waste management; (3) use of indicators of material consumption, carbon footprint and costs of the
produced system. This article aims to present the experience of the chair (documented from reports and photographic records),
including the evaluation of the students after the end of the project, through a questionnaire applied at the end of the chair. We
verified that the most of the students had never considered the application of a carbon footprint indicator during the design process
and that they intend to use it in their next projects. We concluded that the dissemination of such principles during graduation has
proven to be an interesting strategy for the development of sustainable projects in the areas of Architecture and Civil Engineering of
the country.

Keywords: Ecodesign, Life Cycle, Under graduation, Constructive Process.

Introdução
Os princípios do ecodesign aplicam-se em todos os estágios do ciclo de vida de um produto: extração das matérias
primas, transporte, produção, confecção das embalagem, distribuição, utilização e fim de vida. De acordo com a ISO
14006 (2011), o ecodesign pode ser definido como a prática de integração de aspectos ambientais no projeto e
desenvolvimento de produtos, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais negativos ao longo do ciclo de vida do
produto. Entre os princípios do ecodesign, podem ser citados: utilização de resíduos como materiais, menor consumo
de materiais, estratégias de reuso e reciclagem do produto, projeto para desmontagem, entre outros (BRACKE et al.,
2017).
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A aplicação dos princípios do ecodesign pode ser verificado em diferentes setores produtivos. Chick e Micklethwaite
(2004) identificaram que, arquitetos e designers do Reino Unido não especificam produtos e materiais reciclados devido
a algumas barreiras, como a falta de informações, a falta de familiaridade com as ferramentas e o processo, a questão
da oferta, os custos e requisitos de qualidade dos resíduos. Bergea et al. (2006) estudaram a relação entre ecodesign e
teoria pedagógica em um curso de doutorado como forma de integrar o conhecimento ambiental acadêmico com o
desenvolvimento de produtos e negócios.

Prendeville et al. (2014) investigaram os principais stakeholders relacionados à seleção de materiais para o
desenvolvimento de produtos ecológicos inovadores para indústria de móveis. Eles destacam como principais
estratégias: projeto para desmontagem, desmaterialização, simplificação de materiais e redução de peças.

Dalhammar (2016) entrevistou indústrias nórdicas sobre os novos requisitos de ecodesign para a diretiva de concepção
ecológica da União Europeia. Os questionários mostraram que as maiores dificuldades estão nos requisitos de uso de
conteúdo reciclado, garantias ampliadas para o consumidor e requisitos relacionados ao projeto para desmontagem.

Lamé et al. (2017) avaliaram práticas e ferramentas de concepção ecológica no setor de construção e verificaram que
há um déficit nos estágios de projeto inicial, especialmente de ferramentas para avaliação multicritério que incorpora
itens econômicos, sociais e ambientais.

Na revisão da literatura, percebeu-se a escassez de pesquisas que mostram princípios do ecodesign aplicados no
processo de ensino em cursos de graduação nas áreas de construção civil (arquitetura e urbanismo e engenharia civil).
Neste sentido, o preste estudo pretende explorar esta lacuna do conhecimento, a partir de um estudo de caso da
disciplina de Processos Construtivos III (PCIII), de um curso de Arquitetura e Urbanismo.

Foram avaliados os seguintes princípios do ecodesign: (1) utilização de resíduos como materiais de construção; (2)
consideração de princípios de montagem e desmontagem dos sistemas produzidos e gerenciamento dos resíduos; (3)
utilização dos indicadores de consumo de material, pegada de carbono e custos para os sistemas produzidos. Ao final,
um questionário foi aplicado com o intuito de saber se os princípios do ecodesign utilizados tem potencial de mudar o
pensamento dos alunos durante o processo de projeto, durante o restante do curso de graduação.

Metodologia
A aplicação dos princípios do ecodesign foi avaliada a partir de registros documentais, fotográficos e questionário
aplicado aos alunos durante dois semestres de 2017 da disciplina de PCIII. As atividades experimentais foram realizadas
no canteiro experimental situado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(FAU/UFRJ).

A disciplina de PCIII é dividida entre aulas teóricas sobre processos construtivos (alvenaria, revestimentos, cobertura,
impermeabilização e esquadrias) e na chamada Atividade de Canteiro Experimental (ACE). Na ACE os alunos são
divididos em grupos (normalmente de 8 alunos), onde são questionados a pensarem em sistemas construtivos
(fechamentos verticais, pisos, coberturas) que solucionem algum problema específico. Nos dois semestres de 2017 o
local de intervenção proposto pelo professor foi a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como um todo, ou seja,
os alunos teriam que pesquisar um problema construtivo existente na universidade e pensar em alguma solução para o
desenvolvimento do protótipo. Desta forma, a ACE parte da definição do problema, desenvolvimento do projeto e sua
execução. É requisitado também um trabalho escrito, com a justificativa da escolha dos materiais, descrição do processo
executivo, problemas enfrentados e proposição de melhorias. Ao final, o grupo apresenta para a turma todo o processo
da ACE na forma de um vídeo. Foram definidos como requisitos obrigatórios no desenvolvimento dos sistemas alguns
princípios do ecodesign: (1) utilização de materiais reutilizados ou reciclados; (2) consideração de princípios de
montagem e desmontagem dos sistemas produzidos. Os alunos também fazem a quantificação da massa, custos e
pegada de carbono do sistema produzido, por área do sistema (em m²) e o gerenciamento dos resíduos, apresentados
em uma planilha resumo.

Para a pegada de carbono o inventário utilizado foi obtido no banco de dados do Ecoinvent v.3.3, sem o tratamento ou
adaptação para a realidade brasileira. Embora seja uma limitação, ela não invalida os resultados e discussões tratadas
no contexto do presente artigo, uma vez que o foco está na didática e na prática metodológica. Foram quantificadas
somente as emissões de CO2e para a produção dos materiais utilizados para a confecção dos sistemas, considerando
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como unidade funcional o m². Desta forma, os resultados foram apresentados em kgCO 2e/m². Os alunos se
encarregaram de quantificar (em massa) os materiais utilizados, enquanto o professor coletou os dados de emissões no
banco de dados do Ecoinvent e posteriormente forneceu aos alunos. Ao final, cada grupo entregou o resultado da
pegada de carbono na planilha resumo.

Os registros documentais utilizados foram os trabalhos finais entregues pelos grupos no final do semestre. Os registros
fotográficos foram coletados durante as aulas experimentais, realizado pelo professor da disciplina. O questionário foi
aplicado aos alunos ao final da oferta da disciplina do segundo semestre de 2017. Os dados coletados foram tabulados
em planilha eletrônica (Microsoft Excel) para posterior geração de gráficos e análises das informações. O universo
amostral, correspondente ao total de alunos matriculados na disciplina no semestre de 2017/2, foi de 104 alunos e após
a aplicação dos questionários e exclusão daqueles incompletos ou com respostas sem validade (por exemplo, aqueles
que marcaram SIM e NÃO para um pergunta) restaram 77 questionários válidos.

Resultados e discussão

Utilização de resíduos como materiais de construção


A seguir, na Figura 1, são apresentados alguns exemplos dos protótipos produzidos pelos alunos durante o ano de 2017
na disciplina de Processos Construtivos 3.

Figura 1 - Exemplos dos protótipos executados pelos alunos. (A) Painel com quadro de tubo de PVC, tela de
galinheiro e suportes de garrafa PET; (B) Muxarabi de madeira e trama de jornais; (C) Fechamento de papelão; (D)
Painel de madeira e paletes reutilizados; (E) Painel de garrafas PET; (F) Divisória de paletes e caixas de feira; (G)
Porcelanato líquido com tampas de garrafa reutilizadas; (H) Cobertura com estrutura de tubos de PVC, garrafas PET
e caixas de Tetra Pak.

Fonte: Dos autores.

Diferentes resíduos foram utilizados nestes semestres para a confecção dos protótipos, com destaque para paletes de
madeira, garrafas PET, tubos de PVC, papelão e folhas de jornal. Os alunos indicaram que uma das principais dificuldades
em utilizar resíduos é a disponibilidade deles e em muitas vezes não são encontrados em condições adequadas de
qualidade ou em um padrão homogêneo (por exemplo coloração). Outra dificuldade é a ligação entre os diferentes
materiais para a formação do sistema, ainda mais quando se deseja que o sistema seja capaz de ser desmontado no
final da sua vida útil. Por fim, a principal vantagem de se utilizar resíduos, apontada pela maioria dos alunos, é o fato de
não terem nenhum custo. Como a ideia principal do canteiro experimental é “experimentar” diferentes processos e
métodos construtivos, a ideia de utilizar resíduos cumpre bem esta ideia.

Consideração de princípios de montagem e desmontagem


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Princípios de montagem e desmontagem facilitados são importantes quando se pensa no ecodesign, tendo em vista
que além de despender menor quantidade de energia com equipamentos, aumenta a quantidade de material a ser
reaproveitado, já que esse material não precisa ser destruído. Quando se pensa em mobiliário, esse princípio é mais
fácil de ser conseguido, no entanto, quando se pensa na escala de uma edificação, por exemplo, uma fachada, um piso
e outros sistemas, esses princípios são mais difíceis de serem colocados em prática. Espera-se que ao final da disciplina
e do processo de canteiro experimental, os alunos, ou a maior parte deles, saiam com esse pensamento.

Indicadores de consumo de material, pegada de carbono e custos


É importante destacar que os alunos questionaram os fatores de emissões de CO 2e utilizados no inventário, querendo
saber até que ponto o inventário utilizado é válido. O professor explicou que existe uma grande variação, dependendo
das limitações temporais, tecnológicas e geográficas.

É importante ressaltar que a pegada de carbono realizada teve um objetivo mais didático, a fim de mostrar aos alunos
um possível indicador de avaliação ambiental de projeto e não calcular uma pegada de carbono totalmente válida (em
termos de um inventário mais voltado para a realidade brasileira e questão de alocação dos impactos por estrarem
trabalhando com resíduos), tendo em vista que o foco do trabalho é a prática da metodologia.

Na Figura 2 é apresentado um exemplo, de um dos grupos, da planilha resumo e dos gráficos de participação em massa,
emissões de CO2 e custos, que fazem parte da entrega final da disciplina.

Figura 2 – Planilha resumo e gráficos de um dos grupos. Fonte: Registro pessoal do professor.

Fonte: Registro pessoal do professor.

Autores do projeto: Bárbara Rezende, Isabele Machado, Juliana Ramalho, Marcella Galvão, Nathália Fernandes, Suellen Neves, Taiane
Marcela e Wilderson Moreira.
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A partir desta análise os alunos podem saber quais os materiais de maior impacto em termos de consumo de material
(massa), emissões de CO2 e custos, e a partir dessa informação podem pensar em maneiras mais efetivas de reduzir um
desses itens. Eles devem descrever no trabalho escrito possíveis alternativas para deixar o sistema mais leve, com uma
menor pegada de carbono e com um custo mais acessível. Na planilha eles precisam indicar também se é possível
desmontar/desconstruir o material, e qual classificação dos resíduos nas resoluções CONAMA (Classe A, B, C e D).

Avaliação das respostas do questionário aplicado


Na Figura 3 são apresentadas as respostas obtidas no questionário aplicado aos alunos.

Observa-se que, no universo de 77 questionários validados, a grande maioria dos alunos (98%) nunca tinha utilizado um
indicador de carbono em algum projeto de arquitetura e que muitos (84%) pretendem levar este pensamento para
futuros projetos.
É discutido com os alunos que esse indicador pode ser aplicado em diferentes níveis, desde um projeto de interiores,
na especificação de diferentes tipos de revestimento, como também em uma edificação completa, por exemplo, na
escolha de um sistema construtivo que tenha uma menor pegada de carbono.

Fechamento da disciplina
No último dia de aula da disciplina, os trabalhos são apresentados e é realizado um tipo de mesa redonda, em que o
professor dá uma grande ênfase em que os princípios de ecodesign utilizados só serão efetivos se forem pensados e
aplicados ainda na fase de concepção e projeto. Nota-se claramente que os grupos que tiveram os melhores projetos,
durante as etapas iniciais, foram os que tiveram o processo de produção do protótipo mais facilitado e que conseguiram
utilizar a maior quantidade de princípios de ecodesign de forma compatível com o problema a ser solucionado.

Conclusões
O presente estudo explorou a aplicação de alguns princípios de ecodesign no processo de projeto e execução de
protótipos na disciplina de Processos Construtivos III do curso de Arquitetura e Urbanismo. Dentre esses princípios
buscou-se a utilização de materiais reutilizados ou reciclados; projeto que considere a facilidade de montagem e
desmontagem, gerenciamento dos resíduos e quantificação da pegada de carbono do sistema produzido.

A partir do questionário aplicado, verificou-se que a maioria dos alunos nunca havia utilizado algum indicador de
carbono em seus projetos e que pretendem leva-lo para os próximos projetos. Conclui-se então que a disseminação de
tais princípios demonstrou ser uma estratégia interessante para o desenvolvimento de projetos mais sustentáveis,
implementando conceitos, metodologia e prática ainda durante a graduação e podendo ser aplicado nas áreas de
Arquitetura, Engenharia Civil e Design de Produtos no país.
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Referências
BERGEÅ, O.; KARLSSON, R.; HEDLUND-ÅSTRÖM, A.; JACOBSSON, P.; LUTTROPP, C. (2006). Education for sustainability as
a transformative learning process: a pedagogical experiment in Ecodesign doctoral education. Journal of Cleaner
Production, v. 14, n.15-16, p. 1431-1442.

BRACKE, S.; YAMADA, S.; KINOSHIT, Y; INOUE, M.; YAMADA, T. (2017). Decision making within the conceptual design
phase of eco-friendly products. Procedia Manufacturing, v. 8, p. 463-470.

CHICK, A.; MICKLETHWAITE, P. (2004). Specifying recycled: understanding UK architects’ and designers’ practices and
experience. Design Studies, v. 25, n.3 p. 251-273.

DALHAMMAR, C. (2016). Industry attitudes towards ecodesign standards for improved resource efficiency. Journal of
Cleaner Production, v. 123, n.1, p. 155-166.

ISO. (2011). ISO 14006: Environmental Management Systems e Guidelines for Incorporating Ecodesign.

LAMÉ, G.; LEROY, Y.; YANNOU, B. (2017). Ecodesign tools in the construction sector: Analyzing usage inadequacies with
designers' needs. Journal of Cleaner Production, v. 148, n.1, p. 60-72.

PRENDEVILLE, S.; O'CONNOR, F.; PALMER, L. (2014). Material selection for eco-innovation: SPICE model. Journal of
Cleaner Production, v. 85, n.15, p. 31-40. 2014.

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