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ISSN 1984-9354
CONDOMÍNIO DE VERANEIO
SUSTENTÁVEL NA ARMAÇÃO DOS
BÚZIOS
Resumo
Elaboração de um projeto arquitetônico, um Condomínio de Veraneio na
Armação dos Búzios, baseado nos conceitos da sustentabilidade; passando
pelas diversas etapas, desde o estudo do plano diretor, da legislação, da
escolha do terreno, deterrminação do público alvo, adequação do sistema
construtivo e pesquisa de materiais ecológicos e sistemas eficientes.
O referido projeto está na fase de ante-projeto1, e tem grande potencial
de ser incorporado por um empresário ou uma construtora que venha
querer desenvolver as boas práticas sustentáveis.
Este trabalho tem por escopo um projeto de arquitetura, descrevendo-o
de maneira com que se detalhe as suas diversas características para que
possamos compreendê-lo e analisá-lo. O intuito é dissertar sobre as
escolhas feitas no projeto, e suas justificativas.
A descrição das justificativas de projeto mostram as dificuldades de se
incorporar a sustentabilidade, mostra que o caminho percorrido pode
mudar em detrimento de características técnicas ou informações locais.
Uma das principais características do artigo é a atualidade do tema
recorrido e sua busca incessante para entender e poder aplicar seus
conceitos em uma situação real, um verdadeiro projeto de arquitetura. Foi
um desafio muito interessante, e uma atualização da profissão, de modo
que há um destacamento e experiência em projetos sustentáveis.
Apesar de ser um projeto pontual, pode-se perceber que o
desenvolvimento do trabalho, mostra a relevância da abordagem de um
projeto arquitetônico sustentável, sendo um exemplo de construção que a
sociedade deve valorizar de agora em diante.
Os condomínios são extremamente importantes porque compõem uma
parcela significativa da habitação do município, sendo relevante seu
relacionamento positivo com a paisagem urbana, pois são estes que
acarretam os maiores impactos ambientais no município e podem ser
agregadores nos outros aspectos da sustentabilidade. Vislumbra-se que a
prática da sustentabilidade na construção civil é essencial para vida no
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planeta.
O projeto é passível de alterações para seu aprimoramento, portanto
serão bem-vindos questionamentos posteriores que busquem melhorias.
Ante-projeto:
Consiste na representação, em todas as especialidades, do conjunto de
informações técnicas necessárias para a compreensão da obra e
entendimento dos sistemas, materiais e equipamentos especificados,
necessários ao perfeito funcionamento da futura edificação. Constam nele:
Planta de Implantação, Plantas dos pavimentos, Plantas de cobertura e
Cortes transversais e longitudinais.
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1. Considerações iniciais
A proposta do artigo é descrever um Empreendimento Imobiliário, no caso um Condomínio de
Veraneio na Cidade do Rio de Janeiro, no Município da Armação dos Búzios, que foi embasado nos
conceitos da sustentabilidade na construção civil.
O objetivo é o desenvolvimento e a aplicação dos conceitos de maneira prática no projeto
arquitetônico.
No artigo está constando todo embasamento teórico do referido projeto, a parte gráfica foi
retirada (apresentação em Power Point e desenhos: Planta Geral, Planta de Implantação, plantas dos
pavimentos, plantas de coberturas, cortes e perspectivas). Estas de autoria do referido autor, sendo de
sua propriedade e só constando em sua posse.
3. Objetivo Geral
Desenvolvimento de um condomínio na Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, de forma a
conduzir a uma nova lógica que satisfará às condições ideais para a compatibilização do meio ambiente
com a vida e as atividades do homem contemporâneo, com foco na arquitetura ecologicamente correta
e interligando com questões culturais, sociais e de viabilidade econômica.
As preocupações principais são com os aspectos:
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-Ambiental
O que seria ecologicamente correto?
-Social
O que seria socialmente justo?
-Cultural
O que seria culturalmente aceito?
-Viabilidade financeira
O que seria economicamente viável?
O que se busca com esse trabalho são as respostas destes, de forma com que as intenções sejam
de acordo com as necessidades e suas pretensões, conduzindo o projeto à implementação de estratégias
sustentáveis.
4. Objetivo Específico
Apresentar a prática projetual de arquitetura embasada nos princípios da sustentabilidade.
Sinalizar como a implementação de tais práticas orientam as estratégias das escolhas feitas no
projeto.
Correlacionar a implementação de práticas sustentáveis à melhoria do desempenho da
edificação e ao seu gerenciamento durante seu uso.
Apresentar como a aplicação dos conceitos de sustentabilidade no projeto arquitetônico podem
servir de vantagem competitiva a uma construtora junto ao mercado globalizado.
5. Delimitação da Pesquisa
A busca por exemplos de projetos sustentáveis, tanto no âmbito internacional quanto nacional,
guiou os conceitos da metodologia. As análises feitas desses projetos tiveram como intuito a
identificação de seus principais traços e o que os diferenciavam uns dos outros.
Essas referências projetuais contribuíram para observar que as características locais influenciam
nas decisões de projeto, guiando para uma abordagem sistemática e diferenciada dos exemplos.
Dessa maneira, com a preocupação desse adequado desenvolvimento do assunto, deve-se ter o
cuidado de pensar localmente e propor intervenções coerentes com a infra-estrutura já instalada e
instigar um desenvolvimento nas áreas pretendidas, ou de maior potencial.
6. Metodologia
O desenvolvimento do trabalho se deu em diversas fases. Primeiro seguiu-se pesquisando sobre
o município a ser trabalhado; sua história, seu desenvolvimento, projetos futuros, plano diretor, estudo
da infra-estrutura e da legislação. A importância desta familiarização é, que a partir do conhecimento
do município e do terreno escolhido, pode-se desenhar um perfil adequado para a edificação que será
construída. Esta deverá se adequar ao entorno e ao clima, sem que haja uma “agressão” visual e ao
meio ambiente, e sim tirando partido de tudo que a cerca e além do mais agregando os outros aspectos
que a sustentabilidade contempla.
Depois se seguiu pesquisando o significado da “sustentabilidade”, com o objetivo de se
entender como funciona e como deve ser uma edificação voltada para esses princípios e sua
aplicabilidade. Esta etapa se realizou através de leituras de livros, e a presença nas aulas do curso de
pós-graduação, além de comparecer às palestras externas voltadas para essa área. As análises de
projetos relacionados ao viés da sustentabilidade também contribuíram ao amadurecimento das idéias.
Realizaram-se pesquisas sobre trabalhos e projetos referentes à sustentabilidade, visualizando quais
seriam as ferramentas que poderiam vir a ser utilizadas, e depois foram feitas muitas análises para
compreender o que estaria dentro das possibilidades locais e técnicas.
Posteriormente, pesquisaram-se terrenos com possibilidades de serem comprados para o
desenvolvimento do projeto de arquitetura e que depois futuramente pudesse ser um objeto
arquitetônico que pudesse a vir ser construído.
Compareceu-se muitas vezes no interior do terreno escolhido, para se ter uma vivência.
Visitaram-se alguns condomínios no município, para visualizar a infra-estrutura destes e
verificar características e problemas. Ainda assim, depois foram feitas visitas a casas que tivessem um
programa parecido ao proposto.
Ocorreram algumas dúvidas a propósito da infra-estrutura e sobre a legislação da área
escolhida, recorrendo a consultorias na Secretaria de Urbanismo.
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10. Projeto
O projeto levou em consideração a sustentabilidade desde a concepção dos conceitos e suas
posteriores escolhas, relacionadas ao partido arquitetônico, materiais, sistema construtivo e sistemas
eficientes.
De forma a desenvolver pontos adequados ao tema proposto, podem-se justificar muitas das
escolhas feitas aos seguintes tópicos: Ambiental, Social, Cultural, Viabilidade financeira.
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por parte dos carros e pedestres). A terra que seria deslocada dessa área foi utilizada para o
nivelamento (ou planificação) da área comum.
A Área Comum conta com salão multiuso (salão de jogos/salão de festas), churrasqueira,
cozinha/copa, circulação, lavabos / masculino e feminino, vestiário e fraldário, cyber, sauna; a
circulação periférica garante espaços funcionais, que podem ser independentes uns dos outros ou que
também se complementam. Os espaços foram corretamente dimensionados e posicionados de acordo
com sua máxima otimização.
A área de Serviço tem o seu programa coerente com as necessidades do condomínio, para a
correta funcionalidade dos serviços estabelecidos no interior deste.
É um condomínio funcional que busca a satisfação total de seus moradores.
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16. Paisagismo
O conceito de tratamento paisagístico dos espaços externos é marcadamente relacionado com as
especificidades locais e com o controle das variáveis de conforto climático, através da cobertura
vegetal nas coberturas edificadas (radiação solar recebida, sombras projetadas, regime de ventos,
regime de chuvas).
A plantação de espécies vegetais em áreas de cobertura resulta na criação de ecossistemas que
abrigam muitos dos organismos que encontramos na natureza e que são benéficos para a absorção da
poluição atmosférica na cidade, causada pelas atividades humanas; apesar de não haver poluição
atmosférica na região do terreno, a inserção do teto verde contribui para a composição paisagística.
As áreas ajardinadas em coberturas tornam-se espaços de atenuação climática do próprio
edificado e contribuem para reduzir o impacto dos extremos menos confortáveis do clima exterior.
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Uma área com densa vegetação junto a um espaço de estar semi-exterior protege do sol e do vento e
melhora as condições de conforto. Já que se conhecem as características do micro-clima local, é
possível determinar e moldar, de uma forma criativa, o conforto em espaços exteriores.
Os espaços ajardinados, são acessíveis aos usuários das casas, por isso são locais ideais para
espaços de reunião para confraternização, admiração da natureza e relaxamento.
A manutenção dessas coberturas ajardinadas deverá ser feita pela empresa que instalará o
sistema; e é de extrema importância que a impermeabilização, o isolamento térmico, a terra e as
espécies especificadas para as coberturas ajardinadas sejam adequadas ao contexto regional.
O projeto paisagístico do condomínio contemplou a valorização das áreas verdes, ou seja, logo
de início ocorreu a preservação das árvores nativas existentes no terreno, que são poucas, e se previu a
plantação de mais exemplos de forma que crie uma composição de variadas espécies, contribuindo
para o ecossistema natural.
As árvores foram mantidas e muitas outras plantadas nas áreas externas, proporcionando
sombras muito úteis no verão; e essa presença de plantas produz um efeito regulador sobre o meio
ambiente.
Uma característica marcante é a valorização do paisagismo, para que contribua para o conforto
ambiental do projeto; respeitou-se a natureza, otimizando seu potencial. Está prevista uma horta, para a
utilização das verduras e condimentos por parte dos funcionários e dos condôminos, e que também
serve para educação alimentar das crianças.
O projeto utilizará a vegetação da região em todas as áreas externas que forem projetadas;
posteriormente será feito um estudo de cada uma, para a escolha adequada ao terreno em questão, para
a correta implantação vegetativa no sítio, escolhendo aquelas que estão mais adequadas ao solo do
terreno e ao porte pretendido.
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A sensação dos espaços são adequados, estimulantes e equilibrados, já que são espaços
planejados, contam com a luz solar, ventilação natural e o odor das plantas acrescentando o som
do vento entre as folhas.
18. Materiais
Para saber se o material realmente é ecológico, é necessário responder a uma série de perguntas,
tais como:
-A matéria-prima – é virgem ou reciclada? Como é extraída? É um recurso renovável?
-Qual é o processo produtivo? Apresenta baixo consumo de energia? E de água? O processo é
poluente? (ar, água, terra, som). Gera que tipo de resíduos?
-O produto é poluente?
-Sua instalação, manutenção gera resíduos?
-Como é a logística de distribuição do produto? Consome muita energia?
-E a embalagem? Possui potencial de reciclagem ou de reuso?
-Possui algum tipo de certificação (tipo ISSO 14001) ou selo?
São muitas perguntas as quais o consumidor final não tem as respostas. Como iremos saber de
todas essas informações? Entende-se que estamos em um momento em que mesmo que fôssemos atrás
dessas respostas o próprio fornecedor não as daria ou teria muita delas.
É necessário que futuramente, tenhamos todas essas informações antes de uma compra para que
possamos julgá-la ecológica ou não. Esse processo deve ocorrer ao passar dos anos, com a criação de
algum órgão que fiscalize e garanta a veracidade das informações contidas em cada produto.
O projeto esbarrou nesse dilema muitas vezes, portanto, foi necessário criar um traço em que se
pudesse convergir às escolhas feitas nesse quesito.
Chega-se à conclusão que as escolhas deveriam ser feitas em relação à facilidade de execução
em obra, a durabilidade, como seria feita sua manutenção e se haveria muitos rejeitos a partir de cada
uma das matérias-primas.
19. Sistemas
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Outro sistema importante e que gerou muita dúvida quanto à sua implantação foi uma mini
estação de tratamento de esgoto. Existe uma estação de tratamento de esgoto, no município, no bairro
São Jorge, que fica aproximadamente a 7 (sete) quilômetros do condomínio; sabe-se que o município
não tem uma tubulação de coleta de esgoto em sua maior parte, mas que muitos dos condomínios já
fizeram em seu interior a tubulação que será ligada com a rua (meio externo) para posterior ligação à
estação de tratamento de esgoto. Inicialmente, até foi proposto uma mini estação de tratamento de
esgoto, mas de acordo com a experiência com o fabricante desta, percebeu-se que este estava tendo
problemas com a manutenção dessas mini estações, que são sistemas pequenos e que ocupam pouco
espaço, por isso resolveu-se não utilizá-la e propor o ligamento de uma tubulação para sua ligação
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posterior na rede. A adoção desse sistema ainda é um ponto que ficou em aberto, pois depende de mais
investigação e também do perfil do construtor do condomínio.
Utilizou-se a compostagem como um dos meios de resolver o problema do lixo orgânico, pois é
uma maneira econômica e funcional de manipulação. O material gerado pode ser utilizado na área da
horta e o excesso pode ser vendido para a iniciativa privada ou ser doado para a Secretaria do Meio
Ambiente.
Os resíduos gerados pelo condomínio serão estocados em lixeiras de coletores seletivos, para
posterior recolhida de uma pequena cooperativa que vai ao local buscar sem custos ao condomínio,
para a posterior reciclagem de todo esse material, que já foi separado na própria casa do condômino e
no condomínio.
Utilizou-se o coletor solar, a utilização das placas solares para aquecimento da água do banho,
para economizar energia, além de o produto ter uma vida útil em torno de 20 anos e não existe restrição
para a instalação, basta a casa ter uma boa condição de recebimento de sol.
Os custos com aquecimento da água correspondem a uma parte considerável da conta de luz na
maioria das residências brasileiras. Parte desse orçamento pode ser reduzida com a instalação dessas
placas solares, que têm sido barateadas devido à isenção de impostos e também pelo aumento da
procura. Os benefícios vão além da simples economia. As placas solares não precisam de nenhum
combustível para funcionar, elas produzem energia limpa, renovável e sustentável, diferente do uso do
gás, óleo e carvão.
20. Cores
A preocupação do projeto de tentar interferir o mínimo possível na construção da “nova”
paisagem, revela-se também na escolha da cor para as fachadas das casas: adotou-se o verde, pois o
terreno está inserido em uma área de vegetação densa ao seu redor, por isso não haveria contraste com
a leitura da paisagem.
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21. Iluminação
No aspecto energético, a economia de energia proporcionada pela utilização de um projeto de
arquitetura bioclimática se dá pelos mecanismos existentes dentro desta prática, que aproveitam fontes
naturais de energia. Esses mecanismos têm como metas o aumento da recepção da luminosidade e do
calor, utilização dos ventos para ventilação natural e até geração de energia, e também, a criação e
melhoria de equipamentos e sistemas necessários ao uso da edificação que proporcionem captação,
acumulação e aproveitamento dessas energias naturais, pois uma construção bioclimática é eficiente na
redução da energia consumida e diminui uma parcela dos problemas ambientais.
Durante o dia a iluminação é natural, devido à correta orientação das fachadas para o leste x
oeste, e outra ferramenta utilizada para o adequado iluminamento nos ambientes foi o paft. O paft, área
transparente x área opaca, recomendável é entre 40% e 60% do pé-direito do projeto.
Para o projeto de iluminação artificial deve ser contratado um light designer para a máxima
eficiência da iluminação, e deve contemplar a utilização de leds.
Sensores instalados nos ambientes acenderão as luzes apenas quando houver pessoas ou a
iluminação natural diminuir, será importante pois reduzirá a tarifa da conta de energia elétrica e as
pessoas não precisarão se preocupar em acender lâmpadas, causando um maior conforto e domínio
sobre os ambientes.
22. Mobiliário
O projeto busca seus conceitos nos mínimos detalhes, e o mobiliário tanto das casas quanto da
área comum e da área de serviço do condomínio seriam ecológicos.
Um comprador em potencial de uma casa sustentável no balneário teria intenções e condições
financeiras de equipá-la com móveis ecológicos, para que o “ciclo” da sustentabilidade se fechasse em
um plano geral, ou seja, a concretização dos aspectos macros até os micros fossem cumpridos de
acordo com a consciência ecológica.
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Quanto aos equipamentos tecnológicos (que utilizam energia), será proposto um referencial aos
compradores para que estes otimizem e por conseguinte tenham o custo benefício de reduzir sua conta
de luz, uma das características de uso e operação do projeto; por exemplo: conduzir a eficiência
energética dos equipamentos, instalando aqueles que sejam certificados no Selo A do Procel.
energia, podendo ter sua própria energia; iluminação com sensor de presença nas partes comuns
de uso eventual.
Em relação à questão da água foi proposta a coleta de águas pluviais, o reaproveitamento dessa
água, medidor de água individual nas casas (havendo um controle por parte de cada unidade
residencial), jardins com irrigação automatizada, torneiras com aerador, vaso sanitário com caixa
acoplada e válvulas de descarga acionadas por sensor, válvulas de descarga de duplo
acionamento; caminhão pipa irá abastecer o condomínio, já que não há abastecimento na região,
conforme já implantado nos outros condomínios
Em relação aos resíduos, o tratamento do lixo comum foi implantado a coleta seletiva- as lixeiras
seletas para recolhimento do alumínio, do vidro, do plástico e do papel em cada casa e nas áreas
de serviço e comum; o lixo orgânico foi solucionado com a implantação das composteiras; o óleo
usado vai ser coletado para reuso, iniciativa já existente no município; futuramente a rede de
esgoto será ligada a concessionária do município, e na estação de tratamento de esgoto, mas por
enquanto serão implantadas as mini-etes.
- Social
É uma edificação destinada a residências que possuem uma infra-estrutura comum,
proporcionando espaços de acolhimento familiar e relações de troca com vizinhos e funcionários,
ou seja, um condomínio é um equipamento social .
- Cultural
De forma a criar uma nova mentalidade nos habitantes do município com relação à construção
civil sustentável, informar, treinar, instigar, profissionalizar; ou seja, tentar perpetuar as boas
práticas de projeto- intervenções arquitetônicas, reprodução da consciência de uma geração à
próxima, passar adiante, recompensar idéias (ás vezes são idéias simples, mas que solucionam
muitos problemas).
Os habitantes do município serão informados do projeto sustentável, através do papel semente,
para criar hábitos relacionados à sustentabilidade tanto nas habitações uni familiares,
multifamiliares e hábitos cotidianos.
- Viabilidade financeira
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Estar dentro do orçamento previsto, ou até mesmo economizar; fazer escolhas acertadas de
contratações de profissionais, empreiteiras, materiais, sistemas e tudo relacionado.
Equilibrar a equação custo x benefício dos equipamentos, sistema construtivo, pois diminuirá os
gastos com contas (de água, de energia, reparações), além de reduzir custos com manutenção já
que os materiais e sistemas possuem qualidade superior aos convencionais.
Já que haverá uma racionalização na gestão da água, da energia e dos resíduos com relação a um
condomínio convencional os recursos que serão economizados com relação a esses gastos podem
ser aplicados para outros fins ou poupados para emergências. São esses fatos que justificam o
desenvolvimento de soluções que ofereçam melhor desempenho para o condomínio, além de
estarem corretos nos conceitos da sustentabilidade.
De acordo com dados do United States Green Building Council (USGBC), os investimentos
adicionais requeridos para atendimento de classificação dos métodos de avaliação ambiental é de
cerca de 2% a 7% a mais que edificações convencionais. Entretanto, possui valor de mercado
superior em torno de 30%, com uma taxa de ocupação de imóveis alugados maior em torno em
3,5% (USGBC,2010).
25. Conclusão
A sustentabilidade é o cumprimento do desenvolvimento de um projeto observando e definindo
diretrizes para os setores: ambiental, cultural, social e financeiro.
A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma maior sustentabilidade deve
considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, manutenção e sua reciclagem ou
demolição.
Apesar de o projeto ser pontual, foi necessário a verificação e o estudo de toda infra-estrutura
do município para fazer as escolhas adequadas.
O cumprimento das decisões do referido projeto em sua construção e ocupação, satisfariam que
este fosse sustentável, encorajando que novos empreendimentos no próprio município fizessem
adaptações para melhor gerir os resíduos, a água e a energia.
São vários os benefícios e resultados de maior relevância para as incorporadoras e construtoras
proporcionados com a incorporação da sustentabilidade como conceito estratégico da empresa;
propagação dos preceitos de sustentabilidade nos vários níveis da organização, conduzindo à
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afirmando que é sustentável, precisa-se compreender o sistema, se está adaptado para o país em
questão, e se foi realmente cumprido durante a construção deste, o que foi estipulado; não basta só ter a
documentação contemplando o que a certificação estipula, e sim, deve ter realmente sido cumpridos o
que foi acordado, conduzindo de maneira ética. Outro problema referente a algumas certificações é que
não existe uma equipe presencial do órgão que emite o selo nas diversas etapas da obra, e às vezes nem
existe visita nenhuma. Dessa maneira, podemos concluir que certificar é fácil em alguns sistemas de
certificações, mas não se cumprem os compromissos estipulados no papel. Uma maneira de resolver
essa questão, seria criar um órgão que tivesse um corpo técnico de arquitetos e engenheiros engajados
na sustentabilidade projetual para fiscalização desses projetos, e garantir a veracidade e conformidade
do que foi proposto e verificar a implementação de tudo.
Ou outra solução seria criar um selo brasileiro por parte de um órgão público, para o
desenvolvimento coerente do tema, mas sem “cair nas magelas” governamentais e políticas.
Chega-se ao entendimento de que não é necessário submeter um projeto arquitetônico a um
sistema de certificação. Basta que este objeto arquitetônico seja tratado corretamente, a fim de que tudo
seja feito com justificativas fundamentadas nos aspectos da sustentabilidade.
A idéia que se que propõe não é a implantação de todos os elementos da sustentabilidade
instantaneamente em um local, mas sim aproveitar o momento adequado e saber escolher o aspecto que
se quer desenvolver (ambiental, social, cultural, viabilidade financeira) e convergir a um resultado
satisfatório ou até mesmo superar as expectativas.
O caminho para a sustentabilidade não é único e muito menos possui receitas, e sim depende do
conhecimento e da criatividade dos stakeholders.
Referências Bibliográficas
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Janeiro: Fundação Henrich Böll: Relume Dumará, 2004.
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