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XX ENANGRAD Joinville / SC | 28 a 30 de outubro de 2009

A GESTÃO DA QUALIDADE NO AGRONEGÓCIO: ESTUDO DE CASO DA


APLICAÇÃO DO MÉTODO FMEA EM UMA GRANJA DE FRANGO

Caio César de Medeiros Costa

Leandro Gomes de Oliveira

Hugo Belchior Antoniol Soares da Silva

Viviani Silva Lírio

Lydia Bruna da Costa Lima


XX ENANGRAD Joinville / SC | 28 a 30 de outubro de 2009

Titulo: A gestão da qualidade no agronegócio: Estudo de caso da aplicação do


método FMEA em uma granja de Frango.

Área: Qualidade - QLD


XX ENANGRAD Joinville / SC | 28 a 30 de outubro de 2009

RESUMO: Este estudo demonstrou a aplicação do método FMEA em uma granja de


frango corte. Especificamente, o trabalho apontou os erros mais frequentemente
observados no processo de criação de frango de corte. Buscou, ainda, identificar as
origens desses problemas e hierarquizar os mesmos em função da dificuldade de
detecção e a severidade de cada erro. Os resultados mostraram que os problemas
mais frequentes foram frango doente e morte de frangos, tendo por origens
principais falta de vacinação, excesso na capacidade, ambiente barulhento e
doenças em geral. Espera-se com a pesquisa contribuir para o aprimoramento da
gestão de granjas de frango de corte e, de forma indireta, apoiar a melhoria da
rentabilidade dos avicultores, através da conscientização dos mesmos acerca da
importância da aplicação de ferramentas de gestão da qualidade.

Palavras-chave: Gestão da qualidade, FMEA e frango de corte.

The quality management on the agribusiness: case study of the FMEA method
application on a broiler farm.

ABSTRACT: This study has demonstrated the application of the FMEA method on a
broilers farm. Specifically, this study has presented the most common errors
observed on the process of broilers creation. It still has looked for identify the origins
of these troubles and to make an ranking of them seen its detection difficult and the
severity of each mistake. The results have showed that the most frequent troubles
were sick chicken and death of them. The origins of this were the lack of
vaccinations, excess on the farm capacity, noisy environment and diseases in
general. This research intends to contribute for the improvement of the broilers farms
and, indirectly, to support the profitability improvement of the aviculturist, through the
knowledge about the importance of these tools applied in the management quality.

Key-word: Quality management, FMEA, broiler.


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1.Introdução
A carne de frango, cada vez mais presente nas refeições dos brasileiros,
apresentou-se últimos anos uma grande expansão de sua produção, deixando de
ser uma carne nobre destinada exclusivamente às classes superiores para estar
hoje difundida em todas as classes. Essa evolução, que de certa maneira até pode
estar relacionada ao sucesso do desenvolvimento econômico atual do País, se
baseia principalmente no desenvolvimento tecnológico e mercadológico que a
cadeia produtiva da carne de frango sofreu. Outro fator que contribuiu para o
desempenho da produção desses itens é o resultado do comercio exterior brasileiro,
sendo o Brasil, atualmente, o maior exportador mundial de carne de frango
(MARTINS et al., 2006).
Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de frango. Segundo dados
da Associação Brasileira dos Exportadores de frango (ABEF), o País exportou em
2008 mais de 3,6 milhões de toneladas em 2008 e trouxe para o país US$ US$ 6,9
bilhões em receitas cambiais. A cadeia produtiva agroindustrial de frango de corte
teve em 2007, segundo dados da CNA (2008), um VBP (Valor Bruto da Produção)
na ordem de R$ 23.060,6 milhões , ou 27,8% do VBP da pecuária Brasileira.
De uma atividade voltada para subsistência até início da década de 1970, a
avicultura nacional modernizou-se significativamente nos 30 anos subseqüentes.
Paralelamente, o consumo per capita de carne de frango cresceu, principalmente a
partir dos anos de 1980, indicando maiores possibilidades de expansão para essa
atividade, tanto internamente quanto externamente. Dentro deste contexto, em que
se chama atenção para o dinamismo da avicultura empresarial nacional, a produção
da avicultura brasileira expandiu-se substancialmente, com crescentes ganhos de
produtividade, além da obtenção de um produto de excelente qualidade. (MARTINS
et al., 2006).
Esse conjunto de fatores indica a cadeia do frango de corte, no Brasil, como
uma das mais organizadas e , também, como modelo de competitividade. Pela sua
estrutura e relevância, tem grande importância no cenário nacional, devido ao alto
consumo interno, gerado principalmente pelo baixo preço em relação a outras
carnes, se mostra também importante pela grande quantidade exportada. A cadeia
do frango é, ainda, grande geradora de empregos em todos os elos e a maioria dos
produtores trabalha de forma integrada com os abatedouros e agroindústrias.
As agroindústrias trabalham de forma integrada com produtores, sendo que
estas entregam as matrizes aos produtores e esses realizam um processo de cria e
engorda. O produtor é remunerado conforme uma conversão de ganho de peso
estipulada pela agroindústria. Esta conversão quanto mais elevada maior será
rentabilidade adquirida pelo produtor. Por isso a importância da aplicação das
ferramentas de gestão da qualidade em nível do produtor, assim estes irão ter maior
lucro e a agroindústria irá receber um produto de melhor qualidade.
Importante considerar, também, que com o aumento da competitividade,
houve um aumento das exigências do consumidor e uma maior organização da
cadeia. Outro motivo muito importante para a aplicação de ferramentas de gestão da
qualidade é a segurança alimentar, de acordo com o relatório "Assegurando a
Segurança dos Alimentos: da Produção ao Consumo", elaborado em 1998, a pedido
do congresso americano, cerca de 9.000 mortes e 81 milhões de doenças, a cada
ano, foram atribuídas à ingestão de alimentos contaminados Rooney (2002) citado
por SILVA JR. (2003).
Umas das ferramentas possíveis de ser utilizada no elo da produção da
cadeia do frango é o Análise dos Modos e Efeitos de Falhas ( FMEA ), uma técnica
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que identifica falhas e problemas ou erros do processo antes que ele chegue ao
usuário. O FMEA é um método de produtos ou processos, industriais e/ou
administrativos, usado para identificar todos os possíveis modos de falha e
determinar o efeito de cada uma sobre o desempenho do sistema (produto ou
processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo (CONTE e CAMPANI,
2007).
Nesse contexto o presente trabalho teve como objetivo estudar a aplicação
do FMEA em uma granja de frango que trabalho no sistema de integração e os
impactos desse método no planejamento da granja.

2. MATERIAL E METÓDO

2.1. Referencial Teórico

De acordo com Silva Jr. (2003), a primeira referência histórica e documentada


sobre qualidade de serviço ou produto é o código de Hamurabi, datado de 2150 a.C.
A implementação do conceito moderno de Gestão da Qualidade teve sua origem no
Japão, tendo como referência teórica o trabalho e o acompanhamento de cientistas
americanos. A base teórica e histórica da Gestão da Qualidade é constituída por
diversos trabalhos (DEMING, 1982; JURAN, 1990; FEIGENBAUM ,1986;
ISHIKAWA, 1985; CROSBY 1988).

O aprimoramento da qualidade no enfoque tradicional é obtido pela redução do nível de tolerância.


Na Gestão da Qualidade, busca-se reduzir o número de falhas na produção, tendo como meta o nível
zero de erros. Não deve haver produtos sem qualidade, ou seja, produtos que não atendam às
expectativas e exigências do consumidor. (SILVA JR, 2003).

Buscando-se essa redução das falhas a um nível muito baixo, algumas


ferramentas foram criadas e, entre elas, destaca-se o FMEA, muito utilizado pelas
grandes e que tem sido aplicado também em médias e pequenas empresas, para
identificar as falhas sejam elas de produto ou de processo.

Apesar de sempre terem sido realizadas análises semelhantes, de forma


desestruturada, a primeira aplicação formal da FMEA foi uma inovação da indústria
aeroespacial em meados dos anos 60 (MOURA, 2000) citado por (CONTI e
CAMPANI, 2007). Stamatis (1995) citado por Conte e Campani (2007), define a
FMEA como um método de análise de produtos ou processos usados para identificar
todos os possíveis modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada um
desses modos sobre o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um
raciocínio basicamente dedutivo (não exige cálculos sofisticados). É, portanto, um
método analítico padronizado para detectar e eliminar problemas potenciais de
forma sistemática e completa.

De acordo com Silva Jr. (2003), o objetivo da Análise dos Modos e Efeitos das
Causas é detectar possíveis erros, avaliá-los e evitá-los, mediante ações
adequadas. Apesar de ter sido desenvolvida com um enfoque no projeto de novos
produtos e processos, a metodologia FMEA, pela sua grande utilidade, passou a ser
aplicada de diversas maneiras. Assim, ela atualmente é utilizada para diminuir as
falhas de produtos e processos existentes e para diminuir a probabilidade de falha
em processos administrativos. Tem sido empregada também em aplicações
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específicas tais como análises de fontes de risco em engenharia de segurança e na


indústria de alimentos. (TOLEDO e AMARAL, 2000).

Idealmente, a FMEA deve ser uma ação “antes do evento”, e não um


exercício “após o fato”. Para obter melhores resultados, a FMEA deve ser feita antes
de um modo de falha ter sido incorporado ao produto sem ter sido percebido
(MOURA, 2000) citado por (CONTI e CAMPANI, 2007).

2.2. Referencial Analítico

O método FMEA foi desenvolvido pela NASA, em meados dos anos 1960. Sua
aplicação principal ocorre na análise de processos e segue cinco fases (PFEIFER,
1994) citadas por (SILVA JR, 2003):

1) Organização (definir equipes e cronograma);


2) Preparo do conteúdo (determinar etapas do processo produtivo a ser analisado);
3) Análise propriamente dita;
4) Interpretação dos resultados; e
5) Avaliação da eficiência das ações corretivas implantadas.

De acordo com Morreti e Bigatto (2004), Todas as informações e dados


levantados são então reunidos em um documento, na forma de uma tabela, que
permite a rápida compreensão e avaliação dos resultados obtidos. Segundo Silva Jr.
(2003) na tabela do método FMEA constam 10 colunas: na primeira coluna,
determina-se qual a etapa do processo será analisada, na segunda coluna cada
possível erro que possa ocorrer na etapa é determinado, já na coluna 3 são
apresentadas as possíveis causas do erro e na quarta coluna qual as conseqüências
do erro.
Em sequência, passa-se à fase de determinação do risco (coluna 9), que é o
produto da probabilidade de ocorrência (6) seriedade do efeito do erro (7), e
dificuldade em detectar a irregularidade (8). Esta análise é dificultada por falta de
dados e de padronização destes. Ações preventivas e corretivas são descritas na
coluna (10) (SILVA JR,2003).
Existem duas formas de se analisar os resultados obtidos. A primeira delas,
tradicional, é feita através do número de prioridade de risco (NPR). Na segunda,
mais visual e preventiva, constroi-se um gráfico em que num eixo indica-se a
possibilidade de ocorrência de um dado modo de falha ou suas causas e no outro a
sua severidade (impacto da falha sobre ao cliente) (MORRETI e BIGATTO, 2004).
O cálculo do número de prioridade do risco(NPR) é feito multiplicando entre si
os valores atribuídos a probabilidade de ocorrência (P), a seriedade do risco(S) e
dificuldade de detecção(D), logo o é dado conforme a equação (1):

NPR= PxDxS (1)

Para cada um das variáveis envolvidas no calculo do número de prioridade do


risco são atribuídos valores constantes num intervalo de 0 a 10. De acordo com
Toledo e Amaral (2000) os critérios para se determinar o risco são dados pelos
Quadros 1 a 3, abaixo relacionados.
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Quadro 1, critério de seleção de índices de severidade.

Critérios de Seriedade do risco (S)


Índice Seriedade Critério
1 Mínima O cliente mal percebe que a falha ocorreu
2 Ligeira deterioração no desempenho com
3 Pequena leve descontentamento do cliente;

4 Deterioração significativa no desempenho


5 Moderada de um sistema com descontentamento do
6 cliente

7 Sistema deixa de funcionar e grande


8 Alta descontentamento do cliente
9 Idem ao anterior, porém afeta a segurança
10 Muito Alta
Fonte: Toledo e Amaral (2000)

Na Tabela 2 são apresentados os critérios que de acordo com Toledo e Amaral


(2000) devem ser utilizados para definir qual o índice se atribuir a ocorrência do erro:

Quadro 2: Critérios de definição de índices de probabilidade de ocorrência

Probabilidade de Ocorrência (P)


Índice Ocorrência Proporção Cpk
1 Remota 1:100.000 Cpk > 1,67
2 Pequena 1: 20.000 Cpk > 1,00
3 1:4.000
4 Moderada 1:1000 Cpk< 1,00
5 1:400
6 1:80
7 Alta 1:40
8 1:20
9 Muito Alta 1:8
10 1:2
Fonte:Toledo e Amaral (2000)

Na tabela 3 são apresentados de acordo com Toledo e Amaral (2000), os


critérios para definição dos índices de dificuldade de detecção.
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Quadro 3: Critérios para definição de índices de dificuldade de detecção

Dificuldades de Detecção
Índice Detecção Critério
1 Muito Grande Certamente será detectado
2

3 Grande Grande probabilidade de ser detectado


4
5 Moderada Provavelmente será detectada
6
7 Pequena Provavelmente não será detectada
8
9 Muito pequena Certamente será detectado
10
Fonte: Toledo e Amaral (2000)

Utilizando esses critérios para definição dos índices é calculado o risco para
cada erro, sendo que aqueles em que o índice de probabilidade de ocorrência for
maiores ou iguais a 5 devem ser tratados com maior atenção e os demais cujo o
número de prioridade do risco (NPR) for maior ou igual a 300, também devem ser
trabalhados com maior atenção.

2.3 Fonte de Dados

Os índices foram definidos através de dados primários, foram realizados


Brainstorming com o proprietário da granja Oliveira, localizada na cidade
Ubá/MG.Ressalta-se que tal trabalho não coletou dados em outras granjas e com
outros especialistas devido à dificuldade de visitação as granjas e de contato com os
especialistas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram definidas três funções, consideradas pelo proprietário como as mais


importantes do processo pelo o qual o frango passa na granja, antes de ser levado
ao abate. Os dados relacionados no Quadro 4 apresentam as funções,modo de
falha e o efeito que cada uma causa no processo e no produto final.
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Quadro 04 – Funções, modos de falha e efeitos

Função Modo de Falha Efeito

Limpeza do Galpão Limpeza inadequada Possibilidade de


contaminação, levando à
prejuízos financeiros e a
imagem da empresa.
Crescimento do Frango Morte de Frangos A morte de frangos antes do
abate, é muito prejudicial a
empresa, pois além do
custo atrapalha o
planejamento e pode levar a
falta de produtos.
Engorda do Frango Frango Doente Um possível dano a saúde
do consumidor pode ser
muito danoso a imagem da
agroindústria avícola,
causando além disso,
grandes perdas como
pagamentos de multas e de
indenizações.
Engorda do Frango Frango não ganha peso Com os frangos abaixo do
peso, diminui a produção
final em termos de quilos e,
além disso, traz perdas por
falta de padronização e
insatisfação do cliente.
Chegada do Frango Frango com aspecto ruim Os danos maiores são de
imagem, pois segundo
pesquisas o aspecto é um
dos fatores que os clientes
mais se preocupam.
Fonte: dados da pesquisa

Após a definição das principais etapas e erros, foi elaborado o Quadro do


método FMEA (Quadro 5). Nele, a coluna controle foi excluída de modo a facilitar a
visualização das informações e pelo fato de que o controle realizado devido à falta
de tecnologia e de recursos das granjas é somente visual. Alguns erros são
motivados por causas comuns a de outras falhas, logo esses problemas devem ser
monitorados de forma mais ativa, pois causa mais de um erro e traz um prejuízo
maior a empresa. A tabela (5) mostra a aplicação do método FMEA na granja.
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Quadro 5 - Aplicação do Método FMEA na granja Oliveira

Etapa Modo Causa Ocorrência Detecção Severidade Efeito Risco Ações


de (P) (D) (S) (PxDxS)
Falha
Falta de 3 2 9 54 Contração de
cuidados veterinário
veterinário

Perdas financeiras e dificuldade Dano à saúde do consumidor e danos a


s
Falta de 5 2 7 70 Colocação e
Engorda do Frango

ventilação manutenção de
ventiladores
Frango Doente

Falta de 5 2 8 80 Manutenção da
água rede de
abastecimento
Ambiente 6 3 8 144 Colocação de
barulhento placas de aviso

imagem da empresa
Falta de 4 2 10 80 Contração de
alimentaçã responsável ou
o orientação do
atual
Falta de 6 9 9 486 Maior controle
Vacinação do lote

Seleção 6 7 9 378 Seleção mais


inadequad criteriosa dos
a das avozeiros
matrizes
Falta de 4 2 10 80 Contratação de
Crescimento do Frango

alimentaçã responsável ou
o orientação do
atual
Morte de Frango

Doenças 4 6 10 240 Contratação de


em geral veterinário
Falta de 5 2 8 80 Manutenção da
água rede de
abastecimento
no planejamento

Falta de 5 2 7 70 Colocação e
ventilação manutenção de
ventiladores
Excesso 6 7 8 336 Contagem mais
na rigorosa do lote
capacidad
e
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Função Modo Causa Ocorrência Detecção Severidade Efeito Risco Ações


de (P) (D) (S) (PxDxS)
Falha
Falta de 4 2 10 80 Contratação
alimentaçã de

Perdas devido à insatisfação falta de matéria-prima


o responsável
ou
orientação
do atual
Doenças 5 6 10 300 Contratação
Frango abaixo do peso

de
Engorda do Frango

veterinário
Falta de 2 8 10 160 Contrataçã
vitaminas o de
zootecnista

para produção de processados


Falta de 3 1 10 30 Manutenção
água da rede de
abastecime
nto
Falta de 5 2 7 70 Colocação e
ventilação manutenção
de
ventiladores
Falta de 2 4 10 80 Aquecimen
aquecime to durante
nto os dias
estipulados
Falta de 6 7 8 336 Contagem
espaço mais
rigorosa do
lote
Brigas 7 5 2 70 Ambiente
entre mais calmo
Pintinho com aspecto ruim

pintinhos
Falta de 4 2 10 80 Contratação
alimentaçã de
O frango não o peso adequado
Chegada do Lote

o responsável
adequada ou
orientação
do atual

Doenças 5 6 10 300 Contratação


de
veterinário

Pintinhos 7 6 5 210 Aquecimen


sujos to
(melados) adequado

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Função Modo de Causa Ocorrência Detecção Severidad Efeito Risco Ações


Falha (P) (D) e (PxDxS)
(S)
Dedetização 3 5 10
incorreta 150 Contratação
de uma
empresa
terceirizada
responsável
Poucos dias 9 6 10 540 Maior
de repouso intervalo para
do galpão que o galpão
possa ficar de
repouso
Limpeza inadequada
Limpeza do Galpão

200 Contratação
O piso não 2 10 10 de um maior
foi retirado número de
pessoas para
conseguir tirá-
lo mais rápido

Possível propagação de doenças


Bebedouros 8 8 9 576 Maior tempo
e para o
comedouros avicultor
não foram realizar suas
limpos tarefas
corretament
e
Ração 4 8 9 288 Disposição de
totalmente caminhões da
retirada do empresa
galpão integrada
para realizar
essa tarefa
Falta de 5 7 9 315 Maior tempo
limpeza nas para o
caixas avicultor
d’água e realizar suas
silo tarefas

Fonte: Dados da pesquisa

Percebe-se, a partir dos dados apresentados, que os erros que tiveram maior
índice de risco (NPR), foram aqueles associados à etapa de limpeza do galpão.
Segundo a observação realizada, isso se deve ao fato de as falhas nessa etapa
serrem de difícil detecção, devido à baixa tecnologia disponível nas granjas e pela
alta severidade desses erros. Deve-se lembrar que um problema nessa etapa pode
contaminar todo o plantel e além de levar prejuízos financeiros ao produtor, pode
contaminar o frango e levar possíveis doenças ao consumidor final.
Os problemas que tiveram maior índice de risco foram: bebedouros e
comedouros não foram limpos corretamente e poucos dias de descanso do galpão,
esses problemas devem ser analisados com maior cuidado porque como dito
anteriormente pode ocasionar danos graves a plantel e também gerar os demais
erros apresentados nesse estudo. Outros problemas como falta de vacinação, falta
de oferta de vitamina também são muito importantes, porém tiveram um baixo risco,
pois tem o índice de ocorrência baixo.
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4.CONCLUSÃO
A aplicação do método FMEA, mostrou que alguns erros no processo de
criação de frango de corte, são comuns e apresentam riscos muito altos. A etapa de
limpeza do galpão é a etapa que deve ser feita de forma mais cuidadosa, pois seus
as falhas que podem ocorrer nessa etapa trazem graves danos ao processo. As
ações propostas para se evitar essas falhas são de fácil implementação, porém
necessitam de uma disponibilidade de recursos, fator nem sempre abundante para
pequenos criadores de frango.
Para se melhorar a qualidade do processo de criação de frango de corte, as
empresas integradoras, as associações de produtores, sindicatos e o governo
devem atuar diretamente com as granjas de modo a oferecer treinamento e
disponibilizar recursos e profissionais especializados, dessa forma garantindo uma
maior qualidade do frango de corte brasileiro.

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://www.abef.com.br/noticias_portal/exibenoticia.php?notcodigo=814> acesso
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