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UNIVERSIDADE WUTIVI

FACULDADE DE ECONOMIA E CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

Curso de Gestão Financeira e Bancária

PROJECTO FINAL DO CURSO

ANÁLISE DOS DESAFIOS DA EXPANSÃO BANCÁRIA PARA AS ZONAS RURAIS: O


CASO DO DISTRITO DE MATUTUINE (2018 -2020)

Discente: Koyala Michele Mendes

Supervisor: Dr. Paulo Rassul

Boane, Fevereiro de 2023


Indice

Capitulo Ⅰ : Introdução.............................................................................................................................3
1.2Apresentação e definição do problema...............................................................................................4
1.3Hipóteses...............................................................................................................................................5
1.4Relevância do tema...............................................................................................................................5
1.5Objectivos do trabalho.........................................................................................................................6
1.5.1Objectivo Geral..............................................................................................................................6
1.5.2Objectivos Específicos...................................................................................................................6
1.6 Estrutura do Trabalho........................................................................................................................6
CAPÍTULO Ⅱ: REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................................7
2.1.Banco................................................................................................................................................7
2.2. Desenvolvimento Local.................................................................................................................7
2.3. Expansão.......................................................................................................................................8
2.4.A função financiadora da actividade bancária...............................................................................9
2.5.O papel de agências bancárias em zonas rurais...........................................................................11
2.6. Tipos de Clientes na banca.........................................................................................................13
2.7. Modelos De Crescimento Na Banca............................................................................................14
CAPÍTULO Ⅲ. METODOLOGIA.......................................................................................................15
3.1. Tipo de pesquisa............................................................................................................................16
3.1.1. Método de abordagem............................................................................................................17
3.1.2. Método Hipotético-Dedutivo...................................................................................................17
3.1.3. Método de procedimentos para a recolha de dados...............................................................17
3.2 Pesquisa Bibliográfica..................................................................................................................18
3.2.2. Observação..............................................................................................................................19
3.3. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados.............................................................................19
3.3.1. Entrevista.................................................................................................................................19
3.3.2. População e Amostra...............................................................................................................20
3.3.3 Forma de tratamento de dados................................................................................................20
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................22
Capitulo Ⅰ : Introdução
1.1Apresentação

O distrito de Matutuine é uma das subdivisões da Província Moçambicana de Maputo, um


distrito Meridional de Maputo, que faz fronteira com a Província de Kwazulu-Natal da Africa do
Sul, a sudeste com Essuatini, a noroeste com o Distrito de Namaacha e a Norte com o distrito de
Boane e cidade de Maputo

1.1.2Contextualização

Está se observar que o crescimento populacional e a demanda da sociedade por serviços públicos
que visem o bem-estar social está cada vez mais em voga, consequentemente o governo precisa
desenvolver políticas públicas eficientes e eficazes que possuam a capacidade de manter os
serviços públicos já ofertados além de inovar em outros serviços. Diante deste cenário,
questiona-se: As políticas rurais causam impactos para o desenvolvimento local?

Importa afirmar que várias acções têm sido desenvolvidas com vista a proporcionar aos
residentes deste distrito um crescimento assim como desenvolvimento local. Para tal, uma das
estratégias que têm sido aplicadas é a expansão da banca, com vista a facilitar a vida dos
residentes desta área, evitando com que estes cidadãos se desloquem para outras áreas com o
objectivo final de guardar as suas poupanças num local seguro (banco).

Em Moçambique tem se verificado uma concentração de agências bancárias nas zonas urbanas;
quando nos dirigimos às zonas rurais, podemos constatar sérios problemas relativamente á
expansão da banca, facto que faz com que os residentes destas áreas não usufruam do processo
de inclusão financeira perdendo deste modo a oportunidades de uso desses serviços.

A expansão da banca não tem sido fácil no distrito de Matutuine, observando-se diversos
desafios, que de um certo modo atrasam o processo de expansão da banca retardando o
desenvolvimento local; O distrito de Matutuine apresenta sérios problemas de infraestruturas
necessárias para que se faça sentir a expansão da banca (vias de acesso), apresenta também
problemas relacionados com a educação financeira; Assim sendo, a presente pesquisa tem como

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tema: Análise dos desafios da expansão da banca para as zonas rurais visando um
desenvolvimento local: caso do distrito de Matutuine ( 2018-2020).

1.1.3Delimitação do Tema

De acordo com GONÇALVES (2008,p.121), delimitar o tema significa, duma forma clara definir
a abrangência de pesquisa do ponto de vista teórico, histórico, geográfico e temporal. Ainda diz:
por ser a pesquisa social eminentemente empírica, é preciso delimitar o lócus da observação, ou
seja, o local onde o fenómeno em estudo ocorre” GIL (2004,p.162).

O Distrito de Matutuine e uma das subdivisões da província Moçambicana de Maputo que faz
fronteira a sul com a província de Kwazulu-natal na Africa do sul, a oeste com o Essuatine, a
noroeste com distrito da namaacha e a norte com o distrito de Boane e Cidade de Maputo, no
perido (2018-2020).

1.2Apresentação e definição do problema


Em Moçambique, verifica-se uma tendência positiva na evolução da bancarização. Constitui um
desafio até hoje a expansão da banca para as zonas rurais, isto é, as autoridades manifestam a
preocupação em criar condições para que haja mais agências bancárias em operação nas referidas
zonas de forma a proporcionar o maior acesso aos serviços e produtos bancários por parte das
comunidades, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas e o nível económico do País.
Como facto comprovativo da referida preocupação; hoje em dia, é notável em zonas rurais
inseridas em distritos localizados fora da capital moçambicana, uma certa escassez de agências
bancárias.

A demanda pelos serviços e produtos bancários tem estado a incrementar, chegando ao ponto de
não poder ser suficientemente atendida devido a existência de poucas agências bancárias nas
zonas rurais.

O turismo no distrito de Matutuine é uma parte muito importante para a sua economia, o que faz
com que a procura dos serviços e produtos bancários seja significativa mas, a fraca expansão dos
mesmos para as zonas rurais, compromete de um certo modo o processo de desenvolvimento
local, onde acaba lesando também os residentes do distrito de Matutuine.

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Deste modo, o presente trabalho de pesquisa procura responder a seguinte questão: Que desafios
foram impostos à banca para a sua expansão no distrito de Matutuine no período (2018-2020)?

1.3Hipóteses
H1: As infraestruturas económicas, as educações financeiras constituem principais desafios a
expansão da banca no distrito de Matutuine no período 2018-2020;
H2: As infraestruturas económicas, as educações financeiras não constituem principais desafios
a expansão da banca no distrito de Matutuine no período 2018-2020.

1.4Relevância do tema
Em determinadas zonas rurais, as comunidades manifestam a necessidade de obtenção de um
maior acesso à produtos e serviços bancários por via das agências bancárias. Importa afirmar que
o processo de expansão de serviços e produtos bancários tem sido levado a cabo com vista a
proporcionar aos residentes do território moçambicano e em particular do distrito de Matutuine
acesso aos serviços bancários.

A expansão dos serviços bancários para as zonas rurais, olhando para o caso concreto de
Matutuine tem passado por certos desafios. Deste modo a escolha pelo tema em estudo urge pela
necessidade de querer perceber os desafios que a banca enfrenta para expandir os seus serviços
financeiros.

Espera-se que com os resultados obtidos na pesquisa, sejam alcançadas alternativas para
expansão de serviços financeiros no distrito de Matutuine e outros pontos do território
moçambicano.

Espera-se também que este trabalho sirva de fonte bibliográfica para vários estudantes do curso
de gestão financeira e bancária e outros pesquisadores interessados pela área.

Que sirva também como motivação para vários estudantes para procurarem perceber os desafios
enfrentados em outros distritos do território moçambicano, e através dos resultados procurar
soluções para o problema.

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1.5Objectivos do trabalho
Depois da descrição do problema de pesquisa serão apresentados os objectivos que irão nortear a
pesquisa, deste modo destacamos os seguintes:

1.5.1Objectivo Geral
 Analisar os desafios da expansão bancária para as zonas rurais no desenvolvimento local
no caso de Distrito de Matutuine no período 2018-2020.

1.5.2Objectivos Específicos
 Verificar se a dinâmica de expansão bancaria são favoráveis ao processo de
diversificação, articulação e alargamento da base produtiva no distrito de Matutuine;
 Descrever os desafios da expansão da banca para as zonas rurais e em especial no distrito
de Matutuine;
 Enunciar as críticas, desafios e limitações da expansão bancaria no distrito de Matutuine.

1.6 Estrutura do Trabalho


Desta forma, o presente projecto apresenta a seguinte estrutura:

 No primeiro capítulo, referente a Introduçao, onde sao apresentados alguns conceitos


relacionados com o tema, com o intuito de enquadrar o leitor . Serao apresentados
conceitos como: apresentacao do tema definicao do problema, relevancia do tema
definicao do problema, relevancia do tema, objectivos
 No segundo capitulo teremos a revisao da literatura, onde encontramos conceitos
como banco, desenvolvimento local expansao e outros
 No terceiro capitulo fez-se a descricao e apresentacao da metodologia usada para a
efectivacao do trabalho

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CAPÍTULO Ⅱ: REVISÃO DA LITERATURA
2.1.Banco
De acordo com Almekhlafi (2016, pp.25-30), um banco é uma instituição financeira que tem
como base a intermediação financeira, que consiste na captação de poupança, na forma de
depósitos, que são posteriormente utilizados para o financiamento das necessidades dos agentes
económicos que dele precisam, na forma de crédito. Os bancos desempenham um papel central,
ou seja, constituem o principal instrumento financeiro para a riqueza das famílias, e são os
principais intermediários em países em desenvolvimento. Considera-se importante a manutenção
da confiança no sector bancário a fim de evitar perturbações no sector financeiro e ter um
crescimento económico saudável. Entretanto o fraco desempenho do sector bancário pode gerar
falência dos bancos e crise no sector financeiro, causando um efeito negativo sobre o
crescimento económico.

2.2. Desenvolvimento Local

De acordo com Barquero (2001), o desenvolvimento económico local também pode ser definido
como um processo de crescimento e mudança estrutural, em face da transferência de recursos das
actividades tradicionais para as modernas, bem como do aproveitamento das economias externas
e das inovações, que elevam o bem-estar social. Este conceito baseia-se na teoria de que as
localidades não aproveitam a totalidade dos seus recursos disponíveis que determinam o seu
potencial de desenvolvimento.
Desta feita, o que se observa é que para se iniciar o desenvolvimento local é necessária uma
vontade colectiva de melhorar qualidade de vida das pessoas que vivem tanto na área rural
quanto na urbana, buscar identificar as potencialidades existentes nessas localidades e em muitos
casos, idealizar a busca pela sinergia entre as localidades e regiões, intensificando o
aproveitamento da capacidade económica de cada região, sem com isso mudar ou perderas suas
características próprias, conservando os recursos naturais, culturais e históricos, o que pode ser,
ainda, mais um factor que contribui indirectamente para o crescimento e desenvolvimento local
(Barquero: 2001).

Pode se definir o desenvolvimento local como sendo o conjunto de diversas dinâmicas que se
relacionam (social, económica, política e cultural), actuantes em um território demarcado por
características próprias que induzem mudanças qualitativas naquela estrutura.

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2.3. Expansão

A expansão de natureza geográfica envolve um conjunto único de desafios de gestão. Estes


desafios incluem questões associadas com um planeamento para a expansão, a implementação e
gestão de um processo de expansão geográfica. (GREENING & BARRINGER, 1998).

Kim & Lee (2001), apresentam uma definição mais detalhada afirmando que num contexto de
expansão, a globalização constitui um processo pelo qual a empresa envida esforços para
adquirir vantagem competitiva, onde de forma dinâmica emprega diferentes alavancas
estratégicas globais numa escala global. Exemplificando, uma empresa pode globalizar-se
através da expansão da sua capacidade de produção para o exterior, sendo que a sua estratégia é
de obter vantagem competitiva numa escala global alcançando economias de escala globais.

2.3.1. Expansão como estratégia de negócio


Sob ponto de vista de concorrência no mercado, Espínola-Arredondo et al. (2011) referem que
novos entrantes não se atraem somente por mercados altamente rentáveis. Em particular, eles
podem decidir investir mesmo quando acções de mercado levadas a cabo por empresas já
estabelecidas não dão indicação de alguma perspectiva favorável no mercado. Mas este tipo de
decisão demonstra clara falta de informação na parte dos investidores, o que por vezes pode
conduzir à entrada para mercados não rentáveis. A decisão de expansão por parte de uma
empresa já estabelecida no mercado oferece informação favorável sobre a demanda do mercado,
ao entrante. Isto porque empresas que já estão a muito tempo no mercado têm maiores
probabilidades de expansão quando são encaradas condições da demanda favoráveis. De um
modo mais resumido acerca da expansão, afirma-se que “no geral, o crescimento
contribui para uma maior probabilidade de sobrevivência porque apoia a novos
empreendimentos a ultrapassarem obrigações de inovação, assim como incremento na
dimensão.” (WANG et al., 2009:294).

Numa abordagem mais detalhada, Nitcher & Goldmark (2009) referem que estudos revelam que
na sua maioria, a expansão de empresas dinâmicas ocorre durante o 3º ano operacional e que a
taxa de crescimento média decresce com a idade. Embora a referida taxa decresça, espera-se que
a produtividade incremente a medida que a empresa vá ficando mais velha e que o proprietário

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aprenda sobre o tamanho óptimo das operações empresariais. Por outro lado, alguns estudos em
países subdesenvolvidos revelam que empresas sofrem perdas na produtividade a medida que
ficam mais velhas. Estas podem falhar no que consiste ao investir suficientemente em tecnologia
existente ou emergente, deixando-se ficar com equipamento obsoleto e impedindo o alcance de
outros níveis de tecnologia.

Entrada de bancos no mercado A atracção de novos investimentos (bancos comerciais) para a


indústria financeira, contribui para a fortificação do sistema financeiro de qualquer País. Os
bancos comerciais são as principais instituições do sistema financeiro. São principais
intermediários financeiros, tanto na captação quanto na aplicação de recursos. Para além disso,
prestam um conjunto de serviços aos seus clientes e estão envolvidos no processo de criação de
moeda e de controlo monetário.

Segundo Feinberg & Reynolds (2010), bancos com registo de grandes proveitos e ou lucros no
exercício de suas actividades promovem maior entrada nos mercados, ou seja, tendem a expandir
a oferta dos seus produtos e serviços à outras áreas além do seu local de origem. Com o
crescimento da população numa determinada região, surgem maiores necessidades e exigências
por parte da demanda. Este factor também contribui para que haja mais instituições financeiras a
operarem no mercado. Em mercados, grandes bancos tendem a expandir-se através da criação de
novas agências bancárias. Estas, por sua vez apoiam numa maior capacidade de oferta de
serviços e produtos bancários, a medida que a demanda cresce.

Rosen (2007) salienta que clientes podem mostrar-se relutantes no que concerne à mudança de
um banco para o outro devido a ligeiras diferenças nas taxas de juro de depósito. Muitos clientes
tendem a procurar canalizar as suas receitas para bancos locais no mercado. Facto este que pode
ter forte influência nos preços de produtos bancários.

2.4.A função financiadora da actividade bancária

Philips (1982), refere que os bancos actuam com a intenção exclusiva de ganhar proveitos dos
recursos financeiros que empresta. O cliente que solicita empréstimo ao banco, deve reembolsar
um valor superior ao que obteve inicialmente devido ao juro inerente. O valor do juro é
influenciado pelo tempo de duração do prazo de reembolso do financiamento adquirido pelo
cliente. Os bancos fazem dinheiro, vendendo dinheiro dando financiamentos à taxas superiores

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aos de depósitos. É frequente no mercado financeiro, pessoas singulares e colectivas procurarem
pelos bancos para satisfazerem determinadas necessidades de investimento. Os bancos por sua
vez actuam como sendo fornecedores.

Um banco principal pode monitorar a acção de empresas fidelizadas de perto. O que ajuda a
diminuir a lacuna informacional entre o banco e as referidas empresas. Daí que se espera que os
custos de débito da agência bancária sejam mais baixos para as empresas fidelizadas com o seu
banco principal do que com bancos independentes. Isto explica o porquê de empresas associadas
com os seus bancos principais terem maior dependência em empréstimos bancários no que
concerne a orçamento de capital. (SUZUKI & OGAWA, 2000).

Sob o ponto de vista de objecto de financiamento, (Booth Len, 2003 & Booth Jam, 2003)
referem que o produto de empréstimo que distingue bancos comerciais de outros intermediários
como bancos de investimento e companhias de seguro é o compromisso de empréstimo ou linhas
de crédito. O contrato de compromisso de empréstimo é o instrumento primário que muitos
bancos comerciais oferecem na concessão de crédito. A funcionalidade central de um
compromisso de empréstimo é que o mutuário tem a opção de utilizar os fundos e reembolsar a
qualquer momento dentro da vida útil do contrato. Virtualmente, todo compromisso de
empréstimo tem uma componente de preço fixo no momento em que o empréstimo é concedido.
Esta componente apresenta-se normalmente sob forma de margem padronizada face à uma
indexante variável (“prime” ou “LIBOR”).

Considerando a importância da oferta de garantias por parte dos mutuários, Zhu & Davis (2011),
afirmam que os bancos emprestam montantes para a compra de terrenos para desenvolvimento
de edifícios existentes, financiam projectos de construção, emprestam dinheiro a companhias
financeiras que podem financiar imóveis e também a empresas não financeiras utilizando como
base de garantia real, o imóvel. Condições de empréstimo são determinadas pelo valor líquido
bens imóveis (como garantia real). Incrementos em preços de terrenos fazem com que os bancos
se mostrem menos preocupados sobre o risco moral e selecção adversa, uma vez que mutuários
têm menos a perder no que consiste ao incumprimento. O comportamento do ciclo de crédito é
largamente determinado por condições económicas e perspectivas.

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Yamashiro et.al. (2006:906), afirmam que as empresas podem aumentar a sua demanda por
empréstimos

Para financiar um incremento em inventários ou uma redução na utilização da sua força de


trabalho. No que concerne a um aperto monetário, quando as taxas de juro são altas e a
actividade económica baixa, os bancos preferem investir em bens de curto prazo como
empréstimos de comércio e indústria que proporcionam retornos altos (devido às altas taxas
de juro) e são relativamente mais seguros, do que investir em bens de longo prazo e de alto
risco como empréstimos para a área imobiliária.

A actividade bancária está sempre sujeita à incerteza, ou seja, à ocorrência de riscos que podem
influenciar a economia de um País. Nesta ordem de ideia, de acordo com a bem conhecida vista
sobre o crédito, quanto menos oferta de empréstimos houver, verifica-se o encaminhamento à
redução de investimentos, assim como o crescimento. Na economia, a dependência em bancos
tem três grandes consequências: o mecanismo de transmissão monetária funciona através do
mercado de financiamentos bancários; as falhas bancárias podem causar recessões; e
regulamentação bancária pode ser uma fonte de choques de política monetária tão relevantes
como as mudanças nas taxas de juro chaves (RONDORF: 2011).

2.5.O papel de agências bancárias em zonas rurais

De acordo com Collender & Shaffer (2001), muitos mutuários, e em especial os administradores
de pequenos negócios em zonas rurais possuem uma certa capacidade na informação. As suas
condições financeiras não são de fácil avaliação e controle.

Havendo distância, ou seja, fraca presença de agências bancárias, os custos de actividades


relacionadas com a avaliação de pedidos de empréstimo e monitorização das condições
financeiras e desempenho dos mutuários tornam-se altos. Daí que é importante que a localização
de agências bancárias em zonas rurais esteja próxima aos clientes.

Sob o ponto de vista de concorrência entre pequenos e grandes bancos em zonas rurais, Cyree &
Spurlin (2012) afirmam que a viabilidade de pequenos bancos encarando uma competição com
grandes bancos constitui uma questão particularmente importante para mercados rurais quando
pequenos negócios e agricultores dependem de pequenos bancos para obterem empréstimos. Em

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zonas rurais, há evidências de que certas empresas trabalham mais com pequenos bancos, do que
com bancos de grande dimensão no que concerne a obtenção de financiamentos. O aumento de
taxas de juro de empréstimos e comissões é menor quando pequenos bancos competem contra
múltiplos bancos de grande dimensão.

Uma característica significante em países pouco desenvolvidos é a predominância de pequeno


agricultor cuja baixa produtividade deve-se principalmente a falta de capital. Isto é agravado pelo
facto de instituições financeiras como bancos não o considerarem como um mutuário adequado
devido a insuficiência de garantias, o alto risco de fracasso na colheita e problemas de execução
associados à amortização de crédito. Consequentemente emprestadores locais são as únicas
fontes de crédito para a maioria dos agricultores (Bose, 1997).

Segundo Osborne (2005), expandir o acesso ao crédito a favor dos desfavorecidos tornou-se um
foco de política importante nos últimos anos, como sendo um significado de aumento de
produtividade e padrões de vida nos países em desenvolvimento. Estender o crédito a pessoas
locais, inequivocamente aumenta a utilidade de suas vidas, como esperado, e esta melhoria é
particularmente dramática para aqueles que se encontram num estado inicial baixo de recursos.
Tempo depois da introdução do crédito, num cenário de entrada exógeno faz uma pequena
diferença nos níveis de consumo, uma vez que estes reduzem substancialmente.

No que concerne à situações causadas por constrangimentos no sector financeiro da economia, as


imperfeições do mercado financeiro tais como assimetrias informacionais, e custos de execução
de contrato são particularmente vinculados à pessoas locais pobres ou pequenos empresários que
têm falta de garantias, histórico de crédito e conexões (PERIA et .al:2007).

Peria et .al (2007) afirmam ainda que a falta de acesso vasto resulta em constrangimentos de
crédito, o que torna difícil para pessoas locais pobres ou pequenos empresários financiar
investimentos de alto retorno, reduzindo a eficiência de alocação de recursos e adversamente
criando impacto no crescimento e alívio de pobreza.

Basu (1997) afirma que sendo uma parte larga do mercado rural de crédito a operar em termos de
facilidades de crédito inseguras, os bancos comerciais em fase inicial de desenvolvimento não
estariam interessados em entrar no referido mercado. O limite máximo em taxas de juro previne

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bancos ou agências de crédito patrocinadas pelo governo em avançarem com empréstimos à
mutuários pobres.

O referido limite não permite que bancos incorporem custos administrativos adicionais que estão
envolvidos no avanço de pequenos empréstimos e também não permite aos bancos a oferecerem
taxas de juro com ajustamento do risco. Consequentemente, bancos avançam com empréstimos
apenas para aqueles que oferecem risco baixo e melhor segurança, o que implica que apenas a
classe industrial rica e o senhorio rico recebam empréstimos a taxas baixas.

2.6. Tipos de Clientes na banca

Cunha (s.d) referiu que na banca existem dois tipos de clientes, sendo eles: cliente por grosso e
clientes a retalho.
Sendo que a banca de retalho ou comercial, consiste na distribuição de produtos e serviços
financeiros aos particulares, às famílias e as pequenas e médias empresas. Neste negócio,
efectuam-se um grande número de operações de montantes relativamente pequenos. Em geral os
bancos de retalho utilizam amplas redes de sucursais próprias e redes de canais electrónicos
como; caixas automáticas, terminais, pontos de venda, etc. Para atender a numerosa e dispersa
clientela.

Neste tipo de negócio a diferenciação é um factor de êxito para banca de retalho, através da
combinação de produtos, canais e pessoal especializado oferece um menu de forma (self-service,
sucursais especializadas e sucursais mistas) de satisfazer as necessidades de cada segmento de
clientes (CUNHA: s.d).

Cunha (s.d) advoga que o cliente por grosso procura realizar actividades de colocação e de
financiamento mediante negociações mais ou menos sofisticadas, os clientes de retalho,
destacam-se os pequenos depositantes com uma relação com o banco que depende em grande
parte da proximidade física da sucursal. Em geral os clientes da banca retalho são menos
sensíveis à evolução das taxas de juro e mantém relações estreitas e de fidelidade com o banco e,
por consequência, um poder de negociação mais modesto.

No que se refere aos clientes de activos também se verifica uma grande transformação nos vários
tipos de negócios bancários, surgem novos concorrentes que oferecem produtos e serviços

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bancários e ganham cota a banca tradicional. Na banca de retalho aparecem os grandes armazéns
que oferecem os seus clientes crédito ao consumo e outros produtos (CUNHA, s.d).

A banca de retalho tem como alvo dos seus produtos os clientes individuais. O cliente individual
usa agências locais de bancos comerciais maiores. Os principais serviços oferecidos pelos bancos
de retalho são contas de poupança e cheques, hipotecas, empréstimos pessoais, cartões de débito,
cartões de crédito, entre outros. Além disso, trata também das necessidades bancárias de diversos
clientes (ITOO et al., 2015).

2.7. Modelos De Crescimento Na Banca

Segundo Caouette et al. (2008) Os modelos financeiros representam o trabalho mental e o capital
de uma empresa, eles podem ser considerados como os meios produzidos para a resolução de
problemas, eles representam em outras palavras uma acumulação de percepção humana,
experiencia que pode ser aplicada para explicar a maneiras como as pessoas se comportam ou
que as coisas funcionam.

Segundo Silva (2010), várias ideias sobre modelos já foram ensaiadas para o desenvolvimento
Africano mas todos estes modelos revelaram-se um fracasso. A África e outras regiões
económicas emergentes e em desenvolvimento têm sofrido importantes mudanças desde a
década de 1980. Várias reformas foram feitas no sector financeiro para melhor desempenho dos
bancos e fomentar a concorrência e incentivar os bancos africanos a expandir os seus modelos
bancários e a diversificar a sua gama de serviços financeiros NGUYENETAL. (2016).

Segundo Thompson et al (2007), o modelo de negócio de uma empresa está relacionado de perto
à estratégia. Este modelo de negócio é um plano de acção que vai delinear os principais
componentes do método, indicar como a receita será gerada e justificar o motivo pela qual a
estratégia pode proporcionar valor aos clientes de modo lucrativo. A estratégia de uma empresa
relaciona-se amplamente a suas iniciativas competitivas e a seu plano de acção para
administração da empresa (porém pode conduzir ou não a lucratividade). Partindo deste
pressuposto para que uma organização alcance o sucesso, necessita de ser capaz de optimizar os
seus recursos e actividades, bem como criar um modelo competitivo.

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Locheletal. (2016), estudaram os modelos de crescimento na banca chinesa em quatro bancos
estatais no período de 2006-2012. Em particular, foi demonstrado que a redução da margem
líquida de juros para níveis de pares internacionais por si só não inverter a vantagem
rentabilidade dos bancos chineses. Isso mostra-nos que o nível macro as características de
indústria bancária chinesa podem ser vistas como um caso típico de modelo de crescimento da
China nos últimos 30 anos ou mais.

Mas como a revolução industrial na China está a chegar ao fim, a oferta de trabalho vai diminuir
e a regulação do mercado de trabalho vai aumentar no futuro previsível. Isto irá reduzir
significativamente a vantagem de custo comparativo de bancos estatais chineses e lançou
dúvidas sobre a sustentabilidade do seu modelo de negócio. Eles terão de ampliá-lo para um
modelo de banco universal, com uma maior participação de receitas não financeiras e,
simultaneamente, aumentar a produtividade do trabalho, a fim de compensar o aumento dos
custos com o pessoal.

Gradal & Jenkins (2011) Referiram que deve-se permitir que os modelos de crescimento e
redistribuição gerem riqueza e inclusão para a base da pirâmide. Isto é encontrar um modelo que
se encache aos desafios e a realidade económica do país em questão. Os Estados Unidos,
Alemanha, Japão, e no Reino Unido têm basicamente o mesmo padrão de vida., Mediante um
período de tempo suficientemente longo, eles também devem ter semelhança nas taxas de
crescimento. Assim, as comparações da estrutura financeira e desenvolvimento económico
usando apenas nesses países tenderão a sugerir que a estrutura financeira não está relacionada
para a taxa de crescimento e desenvolvimento económico.

Manuel (2010) no seu estudo, utilizando o modelo de creditscoring para investigar o risco de
incumprimento dos micros empréstimos no mercado angolano, tendo como cenário os principais
acontecimentos na evolução do sistema bancário angolano no período compreendido entre 2004
e 2007. Apesar dos benefícios que se esperavam obter com essas políticas, a instabilidade do
país, o clima de incerteza, as altas taxas de juro, e a concentração das instituições financeiras em
Luanda, levaram a que os resultados alcançados ficassem aquém dos objectivos.

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CAPÍTULO Ⅲ. METODOLOGIA
Esta parte do trabalho sera feita com base em buscas de manuais e internet onde, trará alguns
elementos teóricos que ajudarão a compreender o tema em causa, onde serão apresentadas
algumas concepções de estudiosos como: Martins (2002), Greening & Barringe (1998),
Espínola-Arredondo (2011), entre outros.

Para a efectivação de qualquer pesquisa ou trabalho é fundamental que se recorram a alguns


métodos e matérias de pesquisa. Segundo GIL (1999), pode-se definir como método de pesquisa a
todo o procedimento racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar respostas aos
problemas que são propostos numa investigação. Pesquisa é definida mediante o concurso dos
métodos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos
científicos.

Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos,
para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa
o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.

Na mesma senda de ideia, Minayo (2007) define metodologia de forma abrangente e


concomitante(...) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento “que o
tema ou o objecto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos
métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas
às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca
pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais
ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas.

No presente trabalho de pesquisa discutir-se-a a tipificação de pesquisa, método de abordagem,


métodos de procedimentos, técnicas e instrumentos de recolha de dados, métodos de análise de
dados e a amostragem.

3.1. Tipo de pesquisa


O trabalho privilegiara a pesquisa qualitativa, segundo OLIVEIRA (2002), [...] difere da
quantitativa por não empregar dados quantitativos como centro do processo de análise de um

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problema, sendo que esse método não procura enumerar ou medir unidades ou categorias
homogéneas. As pesquisas que utilizam esse método possuem maior facilidade em descrever ou
qualificar determinada hipótese ou problema.

Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Na concepção de Marconi e Lakatos (2012) a pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa


não-estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporcionam uma melhor
compreensão do contexto do problema, permitindo maior flexibilidade às respostas.

A escolha do tipo da pesquisa visa descrever, caracterizar, analisar e interpretar os dados


recolhidos no terreno referente aos desafios da expansão da banca para as zonas rurais visando o
desenvolvimento local: caso do distrito de Namaacha.

3.1.1. Método de abordagem

No entendimento de Marconi e Lakatos (2012), o método de abordagem caracteriza-se por uma


abordagem mais ampla, em nível de abstracção mais elevada dos fenómenos da natureza e
sociedade, enquanto, para Andrade (2010) o método de abordagem refere-se ao plano geral do
trabalho, a seus fundamentos lógicos, ao processo de raciocínio adoptado, uma vez que os
métodos de abordagem são essencialmente racionais. Das duas concepções destaca-se o carácter
do alcance amplo dos métodos de abordagem, ou seja, a capacidade de generalização das leis e
teorias.

3.1.2. Método Hipotético-Dedutivo

A proposta de Método Hipotético-Dedutivo coube a Popper, que o define um método que procura
uma solução, através de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros. Esse
método pode ser chamado de “método de tentativas e eliminação de erros”.

Ao ter-se detectado uma lacuna/problema sobre aos desafios da expansão da banca para as zonas
rurais visando o desenvolvimento local: caso do distrito de Namaacha, será usada uma abordagem
hipotético-dedutiva, que a partir de estudos feitos em outros lugares sobre o tema em destaque,

17
far-se-á uma dedução usando-se hipóteses que forneceram uma resposta no âmbito particular
concernente a questão dos desafios da expansão da banca para as zonas rurais visando o
desenvolvimento local.

3.1.3. Método de procedimentos para a recolha de dados

Marconi e Lakatos (2012) concebem “o método de procedimento como etapa mais concreta da
investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos menos
abstractos”. Pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenómeno e está limitado a um domínio
particular. Na mesma esteira, Andrade (2010) afirma que o método de procedimento possui um
carácter mais específico, relacionando-se, não com o plano geral do trabalho, mas sim com as suas
etapas.

Para o presente trabalho de pesquisa optar-se-a pelo método de estudo do caso, onde de acordo
com Bogdan & Biklen (1994), tem como grande objectivo a descrição de forma completa e
aprofundada da realidade em causa. Para tal, utilizam-se várias técnicas e instrumentos de colheita
de dados, sendo o investigador considerado o principal instrumento de pesquisa, pois, é ele que
aplica as várias técnicas e instrumentos e deve privilegiar a informalidade que pressupõe que o
investigador faça parte do meio, que o investigue sem constrangimentos mas sem se confundir
com ele.

“Esses métodos têm por objectivo proporcionar ao investigador os meios técnicos, para garantir
a objectividade e a precisão no estudo dos fatos sociais.” (Gil, 2008) apud (Prodanov e Freitas,
2013:36). Sendo assim, são indicados os passos que serão seguidos para a materialização deste
estudo, destacando a pesquisa bibliográfica e observação.

3.2 Pesquisa Bibliográfica

De acordo com RUIZ (2002), nem todas as pessoas farão pesquisa de campo ou de laboratório,
mas com certeza todos farão pesquisa bibliográfica, pois em qualquer tipo de pesquisa
independentemente da área de actuação supõe-se e se exige uma pesquisa bibliográfica prévia,
seja como actividade exploratória para justificar os objectivos e ainda contribuir com a própria
pesquisa, ou seja, sua principal finalidade é “conhecer as diferentes formas de contribuição
científica que se realizam sobre determinado assunto ou fenómeno” (OLIVEIRA, 2002).

18
Assim sendo, optar-se-a pela pesquisa bibliográfica, onde sera feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de websites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem
porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios
sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002).

Assim sendo, este método ira contribuir para o processo de compreensão de alguns conteúdos
relacionados a bancarização, onde serão exploradas alguns livros e artigos escritos e publicados
por estudiosos da área financeira e bancária.

3.2.2. Observação

Na visão de LAKATOS E MARCONI (2009), a observação é uma técnica de colecta de dados


para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que
se desejam estudar. Os mesmos autores acrescentam que a observação ajuda o pesquisador a
identificar e a obter provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm
consciência, mas que orientam seu comportamento, de salientar que a observação acompanha todo
o processo desde o princípio até ao fim. Para esta realidade será aplicada a observação directa.

 Observação Directa
A observação directa no contexto do trabalho de campo, é definida por LAKATOS (2009: 134)
como sendo “o acto de fazer leituras em livros, manuais com objectivo de buscar informações
para a compreensão do assunto estudado”. Desta forma, este método consistirá na ida para o
distrito de Matutuine, com o intuito de colher mais informações relativamente aos desafios da
expansão bancária.

3.3. Técnicas e Instrumentos de recolha de dados

3.3.1. Entrevista

A entrevista Pode ser definida como uma oportunidade de conversa face a face, utilizada para
“mapear e compreender o mundo da vida dos respondentes”, ou seja, ela fornece dados básicos

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para “uma compreensão detalhada das crenças, atitudes, valores e motivações” em relação aos
actores sociais e contextos sociais específicos. (Guerra, 2014 apudMinayo, 2008 e Cervo e
Bervian, 2007).

As entrevistas usadas são do tipo semi-estruturadas, pois neste tipo de entrevistas o entrevistador
pergunta para os diversos entrevistados uma mesma série de perguntas pré-estabelecidas, ficando
o entrevistador preso ao enunciado específico no roteiro da entrevista: ele não é livre de adaptar
suas perguntas à situação específica, de modificar a ordem dos tópicos ou de fazer perguntas.
Assim sendo serão entrevistados 3 gestores do banco existente no distrito de Matutuine, assim
como 3 funcionário do mesmo banco.

3.3.2. População e Amostra

Universo de pesquisa ou população, segundo STEVENSON (1981), consiste no todo pesquisado,


do qual se extrai uma parcela que será examinada e que recebe o nome de amostra. A amostra por
sua vez é um subgrupo de uma população, constituído de n unidades de observação e que deve ter
as mesmas características da população, seleccionadas para participação no estudo.

A amostra pode ser definida como uma parte da população em estudo (Bergamachietal., 2010). O
objectivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas dos beneficiários que
fizeram parte da pesquisa: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de
produzir novas informações (DESLAURIERS, 1991 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009).

A construção da amostra foi feita de forma intencional usando a técnica de amostragem não-
probabilística, visto que, esta representa o bom julgamento da população/universo (KAUARK,
MANHÃES e MEDEIROS, 2010).

No que diz respeito a amostra, na presente pesquisa trabalharemos com 6 funcionários da agência
MillenniumBIM localizada na sede do Distrito de Matutuine (Bela Vista). Foi escolhido o único
banco que já se encontra nesta área a bastante tempo, com o intuito de obter mais informações
referentes aos desafios da expansão da banca no distrito de Matutuine.

3.3.3 Forma de tratamento de dados

Os dados da presente pesquisa serão apresentados de forma descritiva.

20
4.Cronograma de actividades
Segundo Lakatos e Marconi ( 2003, p.225 ) A elaboração do cronograma responde à pergunta
quando? A pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para
passar de uma fase a outra. Não esquecer que, se determinadas partes podem ser executadas
simultaneamente, pelos vários membros da equipe, existem outras que dependem das anteriores,
como é o caso da análise e interpretação, cuja realização depende da codificação e tabulação, só
possíveis depois de colhidos os dados.

Númer Janeiro/
Actividades Dezembro/2022 Fevereiro/2023
o 2023
1 Elaboração do projecto ❌
2 Revisão da literature ❌
3 Colecta de dados ❌
4 Análise e tratamento de de dados ❌
5 Compilação de dados ❌
6 Entrega do projecto ❌

5. Orçamento
Segundo Lakatos e Marconi ( 2003, p.225 ) Respondendo à questão com quanto?, o orçamento
distribui os gastos por vários itens, que devem necessariamente ser separados.

Número Descrição dos gastos Custo por Quantidade Custo Total


unidade
1 Bloco de notas 70,00 1 70,00
2 Canetas 10,00 2 20,00
3 Fotocópias 2,00 100 200,00
4 Impressão 5,00 200 500,00
5 Transporte _ _ 2000,00
6 Internet _ _ 500,00

21
7 Total _ _ 3290,00

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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