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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Noções de Arquivo e Documentação

Relatório Final da Disciplina

Constituintes do Grupo:
 Anacleto Tamele
 Demácia C. Djedje
 Esperança B. Nhanombe
 Halima Cumbe
 Manuel R. Razão
 Merson M. Matlombe
 Shélcia P. Nhaul

A Docente:
Mestre Gilda Cambona

Machava
2023
Anacleto Tamele
Demácia C. Djedje
Esperança B. Nhanombe
Halima Cumbe
Manuel R. Razão
Merson M. Matlombe
Shélcia P. Nhaul

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Noções de Arquivo e Documentação

Relatório Final da Disciplina

Trabalho a ser submetido ao ISEDEF,


para efeitos de avaliação parcial na
cadeira de Noções de Arquivo e
Documentação.

A Docente: Mestre Gilda Cambona

INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA


“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Machava
2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1. Objectivos...........................................................................................................2

1.2. Metodologia........................................................................................................2

2. DESENVOLVIMENTO: Descrição detalhada do local da visita e análise das


normas de catalogação e arquivamento da documentação................................................3

2.1. Descrição do Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique....3

2.1.1. Biblioteca........................................................................................................3

2.1.1.1. Normas de catalogação e arquivamento da documentação usada na


Biblioteca da Rádio Moçambique.....................................................................................4

2.1.2. Fitoteca............................................................................................................5

2.1.2.1. Normas de catalogação e arquivamento da documentação usada na


Fitoteca da Rádio Moçambique.........................................................................................6

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................12

APÊNDICES...................................................................................................................13
1.
2. INTRODUÇÃO
O documento é a unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou
formato e; o documento de arquivo é o documento produzido ou recebido, no curso de
uma actividade prática, como instrumento ou resultado da tal actividade e retido para
acção ou referência.

Assim, de acordo com Roncaglio (2015) a gestão de documentos, consiste em um


“conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes a sua produção, tramitação,
uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua
eliminação ou recolhimento para guarda permanente”.

Deste modo, com o presente relatório, inserido no âmbito da disciplina Noções de


Arquivo e Documentação, pretendemos apresentação os resultados da visita efectuada
ao Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique, com o objectivo
conhecer o seu funcionamento e as normas de gestão documental e arquivamento
utilizadas por esta instituição.

A Rádio Moçambique (RM) foi criada a 2 de Outubro de 1975, através do Decreto-Lei


nº 16/75, ou seja pouco mais de três meses após a proclamação da Independência
Nacional, com um mandato claro de contribuir no projecto de construção do
Moçambique novo, educando, informando o povo e valorizando a cultura, a história, as
tradições e os valores que representam e dignificam Moçambique e os moçambicanos.

Todavia, ao abrigo do Decreto nº 18/94, de 16 de Junho, a RM viria a ser transformada


em empresa pública, cuja missão passa por proporcionar um serviço público de
radiodifusão que garanta ao cidadão o direito de se informar e ser informado, sem
descriminação, além de contribuir para a promoção do progresso social, político, e
cultural dos moçambicanos, visando o reforço da unidade e identidade nacionais. Tem a
sua Sede na cidade de Maputo, num emblemático edifício construído em 1931, e
Emissores Provinciais em todas as capitais provinciais, sendo que os seus órgãos de
gestão compreendem o Conselho de Administração, a Direcção Executiva e o Conselho
Fiscal.

A RM transmite as suas emissões em português, inglês e em 19 línguas moçambicanas


de origem bantu. Para além da Antena Nacional (com perfil generalista, de vários

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assuntos e conteúdos – informação, formação, promoção e divulgação da história e da
cultura moçambicanas; educação para os valores morais e sociais, abordados de maneira
diferenciada e criativa, tendo em conta um auditório multifacetado), da Rádio Cidade
(em Maputo e Beira), do RM Desporto e do Maputo Corridor Radio (que difunde em
língua inglesa), a estação pública de radiodifusão conta com dez Emissores Provinciais.

2.1. Objectivos
A visita ao Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique tinha como
objectivos:

2.1.1. Objectivo geral

Conhecer as normas de gestão documental e arquivamento utilizadas pelo Centro de


Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique.

2.1.2. Objectivos específicos


 Descrever as normas de gestão documental e arquivamento utilizadas pelo
Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique;
 Estabelecer uma comparação entre as normas de gestão documental e
arquivamento utilizadas pelo Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio
Moçambique e as normas aprendidas ao longo das aulas de Noções de Arquivo;
 Fazer uma análise crítica sobre as normas de gestão documental e arquivamento
utilizadas pelo Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique.

2.2. Metodologia
Em termos metodológicos, o presente relatório é essencialmente descritivo. De acordo
com Gil (1999, p. 106), este método tem como objectivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis.

Também recorremos a pesquisa bibliográfica, com vista a dar o suporte literário ao


relatório através da revisão da literatura, ou seja, a pesquisa bibliográfica é desenvolvida
mediante material já elaborado e abrange todo o referencial já tornado público em
relação ao tema pesquisado principalmente livros, artigos científicos, publicações
avulsas, boletins, jornais, teses dissertações, entre outros (Gil, 1999). Para efeitos desta
pesquisa, será feita uma pesquisa bibliográfica com vista a obter-se dados relativos aos
conceitos chave: música, desenvolvimento, oralidade, assim como para fazer o
enquadramento teórico da pesquisa.

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3. DESENVOLVIMENTO: Descrição detalhada do local da visita e análise
das normas de catalogação e arquivamento da documentação
Na presente secção do presente relatório pretendemos apresentar a descrição detalhada
do Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique, epicentro da nossa
visita, onde ficamos a conhecer sobre o seu funcionamento, bem como a apreciação das
normas de catalogação e arquivamento da documentação usadas por esta instituição.

3.1. Descrição do Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio


Moçambique
O Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique é uma instituição
integrante da Rádio Moçambique, responsável pela catalogação e arquivamento da
documentação produzida e ou que chegam à instituição. Este centro é constituído por
duas partes: a Biblioteca e a Fitoteca.

3.1.1. Biblioteca
É onde se encontra uma vasta gama de obras literárias sobre diversas temáticas. Em
termos organizacionais, as obras são catalogadas e agrupadas em grandes áreas
temáticas, por exemplo Ciências Sociais, Ciências Humanas, Ciências Exactas, entre
outras, por forma a facilitar a sua identificação e localização nas prateleiras.

Imagem 1: Vista parcial da Biblioteca da Rádio Moçambique

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3.1.1.1. Normas de catalogação e arquivamento da documentação usada na
Biblioteca da Rádio Moçambique
Na Biblioteca da Rádio Moçambique a disposição dos livros nas prateleiras está na
posição vertical. Segundo Paes (1997) este tipo de arquivamento, consiste na arrumação
dos documentos ou fichas uns atrás dos outros (ver imagem 2), permitindo a sua rápida
localização ou consulta, sem necessidade de manipular ou remover outros documentos
ou fichas.

Imagem 2: Ilustração da disposição dos livros nas prateleiras da Biblioteca da R.M

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Por outro lado, olhando para a literatura, podemos enquadrar a forma de organização
dos livros na Biblioteca da RM, de acordo com as suas temáticas, ao método ideográfico
alfabético na vertente enciclopédica, uma vez que estas obras são organizadas em
hierarquias temáticas. Por exemplo, na secção das Ciências Humanas, encontram-se
livros relacionados com Historia, Geografia, Filosofia, Artes, Língua Portuguesa e
Literatura.

Para facilitar a requisição de algum livro na Biblioteca da RM, a instituição possui um


catálogo (ver imagem 3) que consta toda a informação essencial para identificação das
obras existentes (nome do autor, titulo da obra, edição, editora e ano de lançamento).

Imagem 3: Ilustração parcial do catálogo de obras disponíveis na Biblioteca da RM

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3.1.2. Fitoteca
A Fitoteca da RM compreende o suporte sonoro da instituição. É na Fitoteca onde
também se a discoteca da RM. De acordo com representante desta instituição, a
discoteca é um sector da fitoteca da RM onde fica todo o acervo de música que passa
nos diferentes canais da RM. Primeiramente, essas músicas eram arquivadas em discos
de fita magnética mas, o advento do computador veio facilitar todo o processo
relacionado com o acervo de música, que passou do analógico para o digital. Assim, o
locutor não precisa ir à discoteca para procurar música. Todavia, o acervo analógico
continua preservado e é explorado em caso de o locutor procurar uma música que não
existe no acervo digital (o computador).

De acordo com o seu representante, inicialmente o documento era gravado em bobinas,


dependo da sua tipologia e qualidade, estas podiam suportar entre 15, 30, ou 60 minutos
ou mesmo até 10 horas de gravação (ver imagem 3).

Imagem 4: Ilustração de uma bobina fitoteca

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Com a evolução tecnológica essas gravações passaram a ser feitas em cassetes (com
gravações de 30 minutos em cada lado), mini discos analógicos e digital, disquetes,
discos compactos, flash, e discos externos. Ainda de acordo com o representante da RM
para encontrar um determinado documento, o documentalista deve saber quando é que a
aconteceu o determinado evento.

3.1.2.1. Normas de catalogação e arquivamento da documentação usada na


Fitoteca da Rádio Moçambique
 Métodos usados

Todos os documentos produzidos pela instituição são catalogados por forma a facilitar a
sua localização e acesso. Na sua catalogação são usados dois principais métodos:

(i) Método numérico-cronológico – onde a organização dos documentos é feito


de acordo com o ano. Por exemplo, a organização/arquivamento das
reportagens, discursos, entrevistas, congressos, conferencias, debates e
programas é feito com recurso a este método, ou seja, de acordo com o ano

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da sua realização. A imagem 4 ilustra a ficha usada pela instituição na
catalogação de documentos usando este método.

Imagem 5: Ilustração da ficha usada na catalogação dos documentos na fitoteca da


RM com recurso ao método numérico-cronológico

Todavia, em relação às cassetes, na sua catalogação, para além da ficha acima ilustrada,
também deve conter uma outra contendo a especificação da informação contida em cada
um dos lados.

Imagem 6: Ilustração da ficha anexa usada na catalogação de cassetes

(i) Método alfabético – consiste em organizar documentos, de acordo com o


nome, permitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente. Por exemplo, na
Fitoteca, os documentalistas ao catalogar um personagem de um autor ou
interveniente iniciam pelo apelido do individuo e, de seguida, o nome

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próprio, conforme ilustram as fichas nas imagens a seguir, onde a ficha “A”
é referente a um autor nacional e a ficha “B” é referente a um autor
estrangeiro:

Imagem 7: Ilustração da ficha usada na catalogação dos documentos na fitoteca da


RM com recurso ao método alfabético

 Passos de catalogação e classificação dos documentos na Fitateca


A catalogação dos documentos na Fitoteca da RM obedece os seguintes passos:

(i) Identificar o acervo;


(ii) Avaliar o documento de modo a verificar se o mesmo está ou não em
condições;
(iii) Ordenar os documentos de A – Z (método alfabético) ou de 1 – até ao
infinito;
(iv) Fazer o registo do documento;

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(v) Fazer a catalogação do documento usando a ficha do autor nacional ou
estrageiro (ver a imagem);
(vi) Fazer o arquivo do documento;

Todavia, de acordo com o representante da RM, os documentos catalogados devem ser


classificados consoante o quadro a seguir:

Categoria do documento Símbolo/representação

Reportagem I

Discursos II

Entrevistas III

Festejos, aniversários e recepções IV

Congressos, Conferências e debates V

Programas VI

 Estágio de evolução dos arquivos

Da análise feita dos acervos da Fitoteca da RM, percebemos que a mesma organiza os
seus arquivos consoante o seu estágio de evolução, onde temos:

a) Arquivo de primeira idade/corrente, de acordo com Valete (1973) citado por


Paes (1997) é constituído de documentos que são consultados com frequência e
são de fácil acesso. São exemplos disso o acervo digital (o computador) que os
locutores usam para acessar as musicas que tocam nos seus programas;
b) Arquivo de segunda idade ou intermediário, de acordo com Valete (1973) citado
por Paes (1997), é constituído de documentos que deixaram de ser
frequentemente consultados. São exemplos desses aquivos o acervo analógico
disponível da discoteca em cassetes e discos de vinil, organizados verticalmente
nas prateleiras. Os locutores acessam esses arquivos que procuram uma música
específica que não existe no acervo digital (o computador).

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Imagem 8: Acervo analógico em cassete e vinil presente na discoteca da RM

c) Arquivamento da terceira idade ou permanente - de acordo com Valete (1973)


citado por Paes (1997), corresponde aos documentos que perderam todo o seu
valor de natureza administrativa, que se conservam em razão de seu valor
histórico ou documental e que constituem os meios de conhecer o seu passado e
sua evolução. A imagem a seguir exemplifica este tipo de arquivo.

Imagem 9: Ilustração do microfone usado na proclamação de independência nacional

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente relatório apresentámos os resultados da visita efectuada ao Centro de
Documentação e biblioteca da RM. A esta visita de estudo enquadra-se na disciplina de
Noções de Arquivo, através da qual pretendíamos conhecer o seu funcionamento e as
normas de gestão documental e arquivamento utilizadas por esta instituição.

O Centro de Documentação e Biblioteca da Rádio Moçambique é uma instituição


integrante da Rádio Moçambique, responsável pela catalogação e arquivamento da
documentação produzida e ou que chegam à instituição. Este centro é constituído por
duas partes: (i) a Biblioteca - é onde se encontra uma vasta gama de obras literárias
sobre diversas temáticas. Em termos organizacionais, as obras são catalogadas e
agrupadas em grandes áreas temáticas, cuja disposição nas prateleiras está na posição
vertical; (ii) Fitoteca da RM compreende o suporte sonoro da instituição. De acordo
com o seu representante, inicialmente as o documento era gravado em bobinas, dependo
da sua tipologia e qualidade, estas podia suportar entre 15, 20, ou 60 minutos de
gravação

Todavia, com a evolução tecnológica essas gravações passaram a ser feitas em cassetes
(com gravações de 30 minutos em cada lado), mini discos analógicos e digital,
disquetes, discos compactos, flash, e discos externos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gil, A.C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social (5ª ed.). São Paulo: Editora
Atlas, S. A.

Paes, M.L. (1997). Arquivo: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: FGV.

Roncaglio, C. (Org.). (2015). Manual de gestão de documentos de arquivo da


Universidade de Brasília: Brasília : Cebraspe.

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APÊNDICES
A: Fotografia dos elementos do grupo com o representante da RM

B: Fotografia dos elementos do grupo nos estúdios da Rádio Cidade (filial da RM)

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