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I SECÇÃO

1. Introdução
Os arquivos são fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas bem como o
crescimento do processo histórico e da memória social, pois, quanto mais for a
acumulação de documentos, maior será a memória e, quanto mais memória, mais
conhecimento. "Os arquivos possuem o papel de "memória" quando, por meio de suas
acções , passa a disponibilizar informações para a sociedade que faz parte de suas vidas"
(OLIVEIRA; MOLINA, 2018). E, para que haja o acesso ao conhecimento, tem de
haver garantias de boas práticas de políticas de preservação dos documentos que vão
assegurar a durabilidade e a extensão de vida dos mesmos.

O suporte do papel tem sido mais usado para os arquivos em Moçambique que,
por sua vez, requer maior cautela desde o seu manuseio até a sua preservação. Contudo,
é necessário reduzir a sua probabilidade de degradação através de medidas como a
higienização, conservação bem como a prática do restauro que assegurarão a
conservação do documento, evitando o surgimento de fungos, ataque de insectos e a
deterioração do papel.

Face ao acima exposto, as instituições arquivísticas apresentam a necessidade de


preservação documental, possibilitando o acesso à informação dos documentos de
carácter permanente, visto que, eles possuem carácter histórico e comprobatório.

Neste sentido o trabalho, com o título A preservação documental no Arquivo


Histórico de Moçambique, encontra-se organizado de seguinte forma: na primeira
secção, apresenta-se a introdução, a problematização, os objectivos gerais e específico e
a justificativa. Na segunda, composta pela revisão de literatura. Neste, serão abordados,
primeiro momento, a definição de arquivo, o ciclo vital dos documentos, o conceito de
conservação, higienização, restauro e preservação com base no embalsamento da
literatura e Conselho Nacional de Arquivo.
Na quarta secção, descreve-se a metodologia adoptada na elaboração do
trabalho, o trabalho se caracteriza pela natureza básica, possuindo o tipo de abordagem
qualitativa. Quanto aos objectivos é exploratória e quanto ao procedimento técnico
utilizado é o bibliográfico. Na quinta secção estão descritas as respectivas referências
bibliográficas usadas para a elaboração do trabalho.
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1.1 Problematização
A preservação hoje é uma noção que abraça inúmeras políticas e opções de
acção, inclui os tratamentos de conservação, aquisição, organização,
distribuição e operacionalização de recursos humanos, financeiros e
materiais para a devida proteção às fontes de informação com objetivo de
retardar o início da deterioração e de renovar a possibilidade de utilização do
acervo dentro do que se chama de gerenciamento de preservação. A
preservação se preocupa com os suportes, mas em função de seu uso e
conteúdo intelectual (SÉRGIO DE ALBITE SILVA, 2008).

No entanto, nem sempre é possível interferir em todas as frentes com a mesma


uniformidade no que concerne a preservação documental e as instituições devem
promover o acesso à informação e, ao mesmo tempo, garantir a preservação. Portanto,
torna-se indispensável diagnosticar o estado de conservação do acervo e cautelosamente
decidir como agir, já que sempre haverá uma escolha a ser feita e uma decisão a ser
tomada.

"Num programa responsável de administração Arquivística, a preservação é um


componente que deve estar inserido na missão, nas políticas e nas ações da instituição "
(BECK, 2006, p.18). Os efeitos das condições ambientais, flutuação da temperatura e
humidade relativa, agentes biológicos, luz artificial e natural, acções humanas e falta de
limpeza dos materiais e das respectivas áreas de armazenamento são vistos como sendo
os principais factores que conduzem à deterioração de massas documentais.
Para proteger as colecções contra a degradação, o pessoal técnico deve ser não só
qualificado como treinado para desenvolver uma série de medidas de controlo atinentes
à temperatura, humidade relativa, poluição do ar, luz artificial e natural do sol bem
como os micro-organismos. Considera-se a questão de preservação dos documentos de
arquivo como sendo uma actividade de estrema importância e essa preocupação é ainda
maior por parte do Arquivo Histórico devido as fragilidades do seu edifício que não tem
condições adequadas para preservar devidamente os documentos.
Assim, um dos desafios enfrentados no Arquivo Histórico de Moçambique é a
deterioração dos documentos, garantia do bom estado dos documentos, o desgaste
precoce dos documentos no seu manuseio, as condições ambientais, agentes biológicos
e a vulnerabilidade das acções humanas.
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Com vista a responder a abordagem referida no contexto da preservação, nasce a


seguinte pergunta: Qual é importância da preservação documental para
salvaguarda dos documentos no Arquivo Histórico de Moçambique?

1.2 Objectivos

1.2.1 Objectivos Geral:


• Identificar os procedimentos de preservação documental aplicados ao acervo
arquivístico no Arquivo Histórico de Moçambique

1.2.3 Objectivos Específicos:


• Verificar o estado de conservação documental no Arquivo Histórico;

• Avaliar a necessidade de preservação e conservação dos documentos de arquivo


na instituição;
• Verificar o nível de qualificação do pessoal que lida com os documentos.

1.3 Justificativa
Todos os dias e a todo instante são produzidos documentos que após responder
à razão de sua produção deverão ser preservados para servir de memória institucional.
A constatação de que os documentos de arquivo que vem sendo produzidos, geridos e
armazenados reflete a necessidade de serem devidamente preservados, o que de certa
forma desperta novos problemas e desafios para os profissionais da Ciência de
Informação e da Documentação bem como para as entidades produtoras e detentoras
dos documentos de arquivo. Assim, a produção de documentos orgânicos faz surgir a
problemática de como mantê-los acessíveis a longo prazo, mantendo o seu bom estado
de conservação para que estejam acessíveis e utilizáveis para gerações futuras.

A abordagem inerente ao estudo do tema, resulta do facto de ser bastante


pertinente no campo da Arquivística, a necessidade de preservar documentos de valor
permanente ou histórico. A pertinência reside, primeiramente, na medida em que o
desenvolvimento de políticas, procedimentos e práticas de preservação determinam a
continuidade dos documentos a longo prazo, garantindo a longevidade, funcionalidade
e o acesso contínuo dos arquivos.

A motivação de interesse na ala profissional, foi também uma das razões da


escolha do tema, na medida em que servirá de ajuda aos profissionais de Ciência de
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Informação, particularmente dos profissionais de arquivo no aprofundamento dos seus


conhecimentos na área, com vista à responder eficientemente as exigências e continuar
a salvaguardar e defender a memória coletiva.

A motivação de natureza académica surge pela necessidade de aprofundamento


em torno do estudo da preservação de arquivo para que posteriormente venha a dar o
meu contributo na Arquivologia.

Através desse tema a sociedade adquirirá conhecimentos sobre a necessidade


da preservação de arquivo, tendo em conta que a maioria lida com arquivos no seu dia-
a-dia sem necessariamente ter conhecimento de sua importância futura.

O estudo do tema para a minha vida pessoal permitirá conhecer e contribuir


para a disseminação do conhecimento sobre preservação, através do aumento do
conhecimento sobre a preservação no Arquivo Histórico de Moçambique, o principal
arquivo nacional e histórico do país.
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II SECÇÃO

2. Revisão da literatura

2.1 Arquivo
O arquivo é um conceito polissêmico, assim sendo, não possui uma única
definição que possa ser considerada a mais certa e irrefutável. Assim, não há uma
conceituação de arquivo que seja definitiva. Alguns autores como Rousseau e Couture
(1994, p. 284), tem definido arquivo como um conjunto de informações e não como um
conjunto de documentos. Com vista a clarificar o termo, abordaremos nas seguintes
definições:

Segundo Rodrigues (2006, p. 105) define arquivo como sendo "Conjunto de


documentos produzidos e recebidos no decurso das ações necessárias para o
cumprimento da missão predefinida de uma determinada entidade coletiva, pessoa ou
família". Por outra, pode-se considerar como, "Designação genérica de um conjunto de
documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou
privada caracterizada pela sua natureza orgânica de sua acumulação e conservado por
essa pessoa por seus sucessores para fins de prova ou informação" (PAES, 2004, p.24).

Podemos ainda definir os Documentos arquivísticos como "aqueles que


produzidos e/ou recebidos por pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no
exercício de suas atividades, constituem elementos de prova ou de informação"
(ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 10).

Pode-se compreender a seguinte definição sobre arquivo como sendo "o


conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, pública
ou privada, pessoa ou família no desempenho de suas atividades, independentemente da
natureza do suporte" (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p.27).

Contudo, o conceito usado como sustentação fundamental no trabalho é o Segundo o


Manual dos Holandeses, S. Muller, J. A. Feith e R. Fruin (1973, p. 13) definem o
arquivo como:
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O conjunto de documentos escritos, desenhos c material impresso, recebidos


ou produzidos oficialmente por determinado órgão administrativo ou por um
de seus funcionários, na medida em que tais documentos se destinavam a
permanecer na custódia desse órgão ou funcionário.

2.2 Ciclo de vida dos documentos de arquivo


Para cada instituição ou entidade, poderá ser usado um tipo determinado de
arquivo, pois cada órgão trabalha de forma individual, de forma que existam vários
tipos de arquivos, sendo esses classificados como arquivo corrente, intermediário e
permanente tendo em conta a instituição em causa falando do Arquivo Histórico de
Moçambique que trabalha com os arquivos de carácter permanente.

Desta forma, o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística define teoria


das três idades como sendo "a teoria segundo a qual os arquivos são considerados
arquivos corrente, intermediário ou permanente, de acordo com a frequência de uso por
suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundário"
(ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 160).

2.2.1 Arquivos correntes


Mediante ao Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, o arquivo
corrente é definido como "o conjunto de documentos, em tramitação ou não que, pelo
seu valor primário, é objecto de consultas frequentes pela entidade que produziu, a
quem compete a sua administração" (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 28).

Bellotto (2004, p. 83) define arquivo correntes como "Arquivos constituídos


pelos conjuntos de documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação, consistem
objeto de consultas frequentes".

2.2.2 Arquivos intermediários


"Arquivos intermediários são constituídos pelos conjuntos de documentos procedentes
de arquivos correntes e que guardam destinação final em depósito de armazenagem
temporária (BELLOTTO 2004)".

Segundo Lopes (1997, p. 65-66), constata que:


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[…] Os arquivos intermediários são, sob o ponto de vista teórico, extensões


dos arquivos correntes. São também, conhecidos como arquivos semi-ativos,
que devem ser depósitos centrais, onde ficam guardados documentos que
possuem longo valor jurídico e/ou histórico, os quais podem retornar, por
inúmeras razões […].

Contudo, não podemos descartar a função principal desse arquivo, onde para
Paes (2002), pode-se afirmar que a função do arquivo intermediário consiste em:

Proceder a um arquivamento transitório, isto é, em assegurar a


preservação de documentos que não são mais movimentados,
utilizados pela administração e que devem ser farda dos
temporariamente, aguardando pelo cumprimento dos prazos
estabelecidos pelas comissões de análise ou, em alguns casos por um
processo de triagem que decidirá pela eliminação ou arquivamento
definitivo, para fins de prova ou de pesquisa (PÃES 2002, p.117).

2.2.3 Arquivos permanentes


Tendo como base o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005,
p. 34), arquivo permanente é "o conjunto de documentos preservados em caráter
definitivo em função de seu valor". Nesta senda, de acordo com (PÃES 1997, p. 121), o
arquivo permanente é "o conjunto de documentos oficialmente produzidos ou recebidos
por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas actividades, e arquivaras ou
conservadas para efeitos futuros".

Segundo Bellotto (2006, p.18) "os documentos selecionados entram em idade


permanente após 25 ou 30 anos de sua produção ou quando chega ao fim sua
tramitação". E ainda segundo o mesmo autor, "Arquivos permanentes são constituídos
pelos conjuntos de documentos que assumem valor cultural, de testemunho, explorando
a finalidade específica de sua criação e aos quais devem ser assegurados a preservação
e o acesso público" (BELLOTTO, 2004, p. 83).

Por sua vez, Schellemberg (1974), referindo somente aos documentos de


carácter permanente, define arquivou como "os documentos de qualquer instituição,
pública ou privada que hajam sido considerados de valor, merecendo preservação
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permanente para fins de referência e de pesquisa e que hajam sido depositados ou


selecionados para depósito num arquivo de custódia permanente".

2.3 Conservação
Uma disciplina híbrida dedicada a salvaguardar o patrimônio cultural pela
observação e análise da evolução, deterioração e manutenção da cultura
material, conduzindo pesquisas para determinar a causa, o efeito e a solução
dos problemas, e direcionando intervenções preventivas e remediações para
manter a integridade e a qualidade do bem cultural (MATERO, 200).

Desta forma Silva esclarece que "A conservação implica intervenção na estrutura dos
suportes com objectivo de assegurar uma vida útil a mais longa possível possibilitando
o acesso físico dos documentos a gerações futuras" (SILVA, 1998, p. 33-34). No
entanto, conforme (PÃES, 1997, p. 141), "a conservação compreende a cuidados
prestador aos documentos e consequentemente ao local se sua guarda".

Deste modo, a conservação pode ser considerada como:

A conservação é uma intervenção física directa ao documento, deve ser um


método que deve ser implementado diariamente para que possa amenizar o
processo de deterioração dos documentos através de meios como a
higienização, restauros e acondicionamento de forma adequada. Isto é, a
conservação é o conjunto de procedimentos e medidas destinadas a
assegurar, desacelerar o processo de degradação dos documentos, por meio
de controle ambiental e de tratamentos específicos como: higienização,
reparo e acondicionamento (BELLOTTO, CAMARGO, 1996, p. 18).

2.3.1 Higienização
De forma a manter os documentos conservados é necessário a adopção de
métodos que garantam o bom estado do documento e usar acções que regridam o
processo de degradação de um arquivo e dos documentos usando meios de higienização
que serão os cuidados de limpeza do material, retirando a poeira e, os resíduos para
intervir no processo de deterioração dos documentos.

Spinelli, Brandão e França (2011, p. 4) definem a higienização como "um


processo que trata da eliminação mecânica de todas as sujidades que se encontram nos
documentos e dos agentes considerados agressores […]".
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De acordo com o dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, a


higienização se trata da "retirada por meio de técnicas apropriadas, da poeira e de
outros resíduos, com vista a preservação de documentos" (ARQUIVO NACIONAL,
2005, p. 103).

2.3.2 Restauração
Com o passar do tempo os documentos apresentam danos devido ao mau
manuseio, e a restauração serve como um método de avisamento do documento para
que este não venha a se perder por completo resgatando a sua integridade. A
restauração envolve acções para prolongar a esperança de vida do documento,
mantendo sua integridade histórica ao seguir-se regras da ética e estética são trabalhos
caros e que dispõem de muitos custos, realizados por conservadores qualificados.

"A restauração é um conjunto de métodos que objectivam a estabilização ou a


reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e
do seu uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu carácter
histórico" (CASSARES, 200, p. 15).

De acordo com Bellotto e Camargo (1996, p. 67), "o restauro é o conjunto de


procedimentos específicos para a recuperação e reforço de documentos deteriorados e
danificados".

2.4 Preservação
O termo preservação nos remete no acto ou acção de conservar, ou de algo que
já existia, ou seja, procura tratar de toda acção que se destina a salvaguarda dos
documentos ou até mesmo assim podemos dizer que são métodos que visam conservar
ou preservar os documentos e as informações contidas o referido documento, tendo em
vista que o mesmo procura conservar objecto ou documento de forma que possa
impedir a perda ou destruição do documento, pois a "função Arquivística é destinada a
assegurar às necessidades de acondicionamento, armazenamento, conservação e
restauração de documentos" (BELLOTTO; CAMARGO, 1996, p. 61).

Contudo, podemos entender que a preservação não age só, é algo que envolve a
conservação e restauração.
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Existe a necessidade de se estabelecer uma Política de Preservação em que será


feito um Plano de Preservação onde estejam bem definidas às necessidades gerais e
específicas que visam o bom procedimento no trato das colecções em unidades na
identificação das prioridades e dos recursos para implantação do mesmo, objectivando
a elaboração de um programa de acções de preservação ao longo prazo. Neste sentido:

A formulação de um programa de Preservação não deve ser vista como um


processo misterioso, que exija a perícia técnica na química do papel ou o
conhecimento técnico das práticas de conservação. Antes, a tarefa
assemelha-se muito a outros processos de decisão administrativa: trata-se da
distribuição dos recursos disponíveis entre as actividades e funções mais
importantes, de acordo com a ordem de prioridade na missão de uma
instituição. Com efeito, para desmistificar o processo decisório em relação a
preservação, deve-se pensar na preservação como um aspecto da
administração dos acervos (OGDEN; GARLICK 2001).

Soares (2003), citado por Coradi; Steidel (2008, p. 355), afirma que "é preciso
que haja um programa de conscientização para com os usurários, levando esses a
entender a natureza e as limitações dos acervos documentais, fazendo-os compreender a
importância de sua preservação, a fim de que o público leitor os trate e os use com
maior cuidado e carinho". Desta forma, observou-se a necessidade de utilização das
técnicas necessárias para preservar tais documentos, prolongando de forma mais
adequada a sua vida útil. Ainda assim, no processo de preservação, "as informações
serão mantidasíntegras, sem danos, perdas ou alterações, podendo ser avessadas,
interpretadas e compreendidas pelo usuário, e que tais acções poderão ser realizadas em
longo prazo" (SORDI, 2013, p. 1).

Para Heloisa Costa (2008), "preservação é o processo de tomada de consciência


do valor de um bem cultural e implica a observação, sensibilização, critérios de
escolha, análise e decisão". No entanto, o Dicionário Brasileiro de Terminologia
Arquivística (2005, p. 135), define preservação como "prevenção da deterioração e
danos em documentos, por meio adequado de controle ambiental e/ou tratamento físico
e/ou químico".

Para Conway (2001, p. 14), entende-se que "a preservação é a aquisição,


organização e distribuição de recursos a fim de que venham a impedir posterior
deterioração ou renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais".
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Mais ainda, "a preservação de documentos arquivísticos tem por objetivo garantir a
autenticidade e a integridade da informação, enquanto o acesso depende dos
documentos estarem em condições de serem utilizados e compreendidos" (CONARQ,
2017, p. 154)

III SECÇÃO

3 Metodologia
Para o alcance dos objectivos gerais e específicos presentes no trabalho, e para
que a pergunta de partida seja respondida, foi estabelecido um conjunto de
metodologias com objectivo de garantir a cientificidade do conhecimento produzido.
Assim, segue-se uma apresentação da classificação da pesquisa seguida da apresentação
dos métodos de abordagem e procedimentos a serem utilizados e por fim, as técnicas de
pesquisa a serem utilizados na coleta de dados.

A etapa da metodologia é de extrema relevância no âmbito da pesquisa


científica, pois permite que se defina qual é o caminho a percorrer no processo da
elaboração da pesquisa quanto ao tipo de pesquisa e quais as ferramentas e técnicas
necessárias no auxílio da construção do trabalho.

Nesta senda, entende-se por métodos como "um conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo de produzir conhecimentos válidos e verdadeiros […]" (LAKATOS;
MARCONI, 2017, p. 91).

3.1 Classificação da pesquisa


Do ponto de vista da natureza: Deste modo, para o desenvolvimento deste
trabalho, quanto à natureza a pesquisa é básica. "Essa pesquisa objectiva gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista,
envolve verdades e interesses universais" (Gil 2007, p. 34).

Deste modo, foi desenvolvida a contextualização literária com base em alguns


autores que trazem ao de cima um leque de pensamentos científicos com base na
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literatura com vista a tornar conhecido a importância da preservação documental e


assim contribuir para o nascimento de novas ideias para o progresso científico na area
arquivística.

Do ponto de vista da abordagem: A pesquisa quanto a abordagem ou


metodologia é qualitativa, que conforme define Gil (2007, p. 31), "a pesquisa
qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas sim, com o
aprofundamento da compreensão e um grupo social, de uma organização, etc".

Conforme a explicação do autor citado, no decorrer do trabalho não terá apresentação


de dados numéricos mas sim o foco sera no aprofundamento dos factos correspondentes
a preservação documental baseados na explicação, conceitos e técnicas de preservação
do arquivo.

Do ponto de vista dos objectivos: Quanto aos objectivos, a pesquisa é


exploratória, que por sua vez, conforme leciona Gil (2007, p. 35), "pesquisa
exploratória objetiva facilitar familiaridade do pesquisador com o problema, com vista
a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas
envolve o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que já tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado, e análises de exemplos que
estimulem a compreensão".

Nesta ordem de ideias, serão apresentados os objectivos da pesquisa, com vista a


descobrir de que forma a problemática da importância da preservação documental para
salvaguarda dos documentos do Arquivo Histórico de Moçambique pode ser
melhorada, através do contacto directo com o arquivo histórico permitirá trazer
esclarecimento sobre a importância da preservação como instituição arquivística.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos: Quanto aos procedimentos


técnicos, a pesquisa é bibliográfica, que segundo Gil (1991, p. 44), "a pesquisa
bibliográfica é um trabalho de natureza exploratória, que propicia bases teóricas ao
pesquisador para auxiliar no exercício reflexivo e crítico sobre o tema em estudo".

Partindo do tema A preservação documental no Arquivo Histórico de Moçambique, a


pesquisa permite detalhar os procedimentos de preservação documentais aplicados ao
acervo arquivístico na instituição, para atingir este objectivo serão levantadas bases
teóricas para o esclarecimento sobre o tema.
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3.2 Métodos de Abordagem

Como método de abordagem do problema é utilizado abordagem dedutiva. Segundo Gil


(2008, pág. 9), parte de princípios conhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e
possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude
unicamente em logística.

Nesta vertente, a utilização deste método na pesquisa parte essêncialmente do estudo da


problemática em mãos (a importância da preservação documental para salvaguarda dos
documentos no AHM) se possa descer as suas especificidades (consciencialização da
importância da preservação do arquivo). Assim sendo, partindo do estudo da
importância da preservação do arquivo, a nacionalidade Moçambicana se poderá ter
uma ideia de como o arquivo exerce a função primordial como memória da sociedade.

3.3 Métodos de procedimentos

Os métodos de procedimentos constituem etapas mais específicas, passos a ser


utilizados pelo pesquisador na análise do problema sugerido. Para o presente trabalho
são sugeridos os métodos observacional, monográfico e histórico.

Método observacional: este método é um dos mais utilizados nas ciências sociais.
( Gil 2008, pág. 16). Este consiste essencialmente em submeter os objectos em estudo a
observação e, com ela, tirar ilações e generalizações que constituam ponto de partida
para análise deste objectivo .

Sendo assim, tendo em conta que o pesquisador tem contacto directo com a instituição
em estudo este poderá, á contraído a partir da observação identificar elementos que
auxiliam na explicação das realidades identificadas e desenvolver generalizações sobre
a importância da preservação do arquivo.

Método monográfico: Este por sua vez parte de princípio de que o estudo de um caso
em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de
casos semelhantes.

Com este método, uma vez que estáem sugestão o estudo do Arquivo Histórico de
Moçambique de forma detalhada, através da observação e interação com os
intervenientes do processo da preservação dos documentos de arquivo, de modo que
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este estudo seja representativo de outras realidades similares, quer seja de outros
estudos que tenham sidos desenvolvidos em condições similares do AHM.

3.4 Técnicas de pesquisa e recolha de dados

Pesquisa bibliográfica: Esta técnica por sua vez consiste segundo (Gil2008, pág. 50),
no desenvolvimento da pesquisa partir do material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos de científicos (…) esta técnica permite ao
pesquisador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais amplos do que aquela
que poderia pesquisar diretamente.

Na presente pesquisa a utilização deste método consiste na consulta de obras e artigos


científicos referentes ao assunto em estudo usando-os como fonte de consulta
secundária. Estas matérias, por conterem informações pertinentes que auxiliam ao
pesquisador no desenvolvimento de abordagens sobre a preservação do arquivo, sua
implementação e sua importância no Arquivo Histórico de Moçambique.

Entrevista: A técnica de entrevista, por sua vez, consiste em um encontro entre duas
pessoas, a fim de que um delas obtenha informações a respeito de um determinado
assunto mediante a conversão de natureza profissional. É um procedimento utilizado na
investigação social para a colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico no tratamento
de um problema social. (Lakatos e Marconi, 2003, pág. 195).

Para a abordagem da presente pesquisa foi utilizada a entrevista semiestruturada, ou


seja, será copilado um conjunto de questões padronizadas que serão administradas aos
entrevistados com vista a colecta de informações inerentes ao objecto em análise.
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IV SECÇÃO

4. Referências bibliográficas
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