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ESCOLARES
ABSTRACT: Preventive conservation is a set of measures that aim to stabilize the documents of the
actions of the deteriorating agents in order to keep the information legible for its users. This article
aims to research, using preventive conservation techniques, ways to increase the sustainability of the
collection of school libraries. Specifically, the objectives were: to discuss the type of collection of a
school library; to identify, in the technical production of Preventive Conservation, approaches to
sustainability for the care and maintenance of school library collections. Methodologically, it is basic,
strategic, exploratory, descriptive research with a qualitative approach and the technical procedures
were those of bibliographic and document research. Thus, the results show that the development of
a preventive conservation plan is possible within school libraries, associated with sustainability
measures, which, consequently, preserve the environment and collaborate with social, cultural and
economic development. It is concluded that there are few studies on preventive conservation in
school libraries, making it necessary, therefore, to further explore the theme in order to contribute to
students, researchers and professionals in the field of Librarianship.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
vedação e devem ser mantidas fechadas para evitar a troca do ar não condicionado que vem
de fora”. Sabe-se que as bibliotecas correm o risco de serem contaminadas se não forem
sempre inspecionadas com rotinas de conservação preventiva, e se isso não ocorre os agentes
de deterioração tomam conta do acervo.
Os principais agentes de deterioração são físicos, químicos, biológicos, ambientais e
humanos, conforme detalhamento abaixo:
a) Agentes Físicos
A luz é considerada um dos agentes determinantes no processo de deterioração do
papel. A iluminação inadequada e o tempo exposto a ela podem gerar sérios danos ao acervo.
Ogden (2001, p. 8), alerta que a luz acelera o processo de deterioração, assim como o
processo de oxidação, e leva a debilidade e endurecimento das fibras de celulose e pode
provocar a descoloração, o amarelar ou o escurecimento do papel. Silva (2012, p. 97),
também alerta dizendo que o papel que foi exposto por uma fonte de luz inadequada, mesmo
sendo retirada e a velocidade do dano à exposição diminua, ainda assim não é suspenso,
porque os danos da iluminação se acumulam.
b) Agentes Químicos
Os agentes químicos são aquelas substâncias que encontramos na atmosfera e podem
ser líquidos ou sólidos. Segundo Silva (2012, p. 99) “No ambiente, além dos gases, a poeira
também pode ser fator causador da deterioração do papel, por transportar esporos de
microrganismos que encontram nos acervos condições adequadas ao seu desenvolvimento”.
c) Agentes Ambientais
É tudo aquilo que está no ambiente, ou seja, que faz parte da biblioteca: o clima; a
temperatura; a iluminação; umidade do ar. Cassares (2000) afirma que o aumento da
temperatura e a umidade contribuem muito na danificação dos documentos, principalmente
quando o material é feito de papel. Às oscilações de temperatura e umidade relativa do ar
fazem o papel contrair e enrijecer, portanto, se o suporte ou qualquer item de uma biblioteca
está exposto a condições inadequadas de temperatura e umidade esse material será
comprometido, impedindo assim o seu manuseio e seu tempo de vida útil.
d) Agentes Biológicos
Os principais agentes biológicos ou os mais conhecidos são roedores, insetos,
microrganismos como fungos e leveduras que são atraídas pela umidade e condições que são
favoráveis à sua proliferação. Segundo Cassares (2000, p. 17) “Para que atuem sobre os
documentos e proliferem, necessitam de conforto ambiental e alimentação”. Esse conforto
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no qual a autora fala vem da falta de higiene do local e da falta de controle tanto da
temperatura quanto da umidade.
e) Humanos
O ser humano também é considerado um agente de deterioração. De acordo com
Silva (2012, p.101), “[...] o humano é causador da deterioração de acervo documental,
através da marcação de página com canetas ou até a sua subtração”. Além disso, o furto e o
vandalismo também entram na lista de fatores deteriorantes. Outros motivos que levam a
degradação do papel são às intervenções equivocadas, com boas intenções, mas que por falta
de conhecimento técnico e científico acabam por agredir o livro, interferindo no seu ciclo de
vida.
Para que o acervo não sofra com as deteriorações citadas acima, é necessária a
elaboração de uma política de conservação preventiva, aliada à reeducação dos usuários e
profissionais inseridos nesse espaço. O intuito da conservação é justamente manter a
informação disponível para todos, e que esse material, seja ele bibliográfico ou não, não
chegue ao ponto de ter que sofrer intervenções ou muitas vezes ter que ser descartado.
Essas perguntas ajudam a nortear a coleção como um todo e dar sentido a quais
atitudes tomar em prol da preservação e conservação do acervo. Outro passo é a elaboração
de uma política de descarte apropriada à biblioteca escolar, que nada mais é do que a retirada
do material que não cumpre mais seu papel dentro do acervo. Segundo Peres e Silveira
(1998), a biblioteca escolar deve seguir alguns princípios na hora de descartar alguns itens
como: material desatualizado; materiais não utilizados; materiais não relevantes aos cursos
oferecidos ou objetivo da escola; e condições físicas precárias.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Apresenta-se neste item os resultados da pesquisa, discorrendo sobre o que diz a
literatura sobre a tipologia de acervo de uma biblioteca escolar e os cuidados referentes à
conservação destes itens. No primeiro subitem, apresentam-se as possibilidades de
constituição de acervo em bibliotecas escolares, fator decisivo para definição de políticas de
conservação, uma vez que as coleções podem apresentar diferentes tipos de suporte e cada
um deles exige formas específicas de conservação. Já o segundo subitem consiste na reflexão
e aproximações, também no aspecto bibliográfico e documental, da conservação com a
sustentabilidade.
As bibliotecas já existem há muito tempo e, ao longo dos séculos, passou por diversas
transições. Hoje ela atua como um espaço dinâmico e junto com as novas tecnologias da
informação facilitam o acesso à informação para os usuários. No Brasil, pelo menos as
escolas deveriam possuir uma biblioteca, conforme prevê a Lei 12.244 de 24 de maio de
2010 que, em seu Art. 1º define que “As instituições de ensino públicas e privadas de todos os
sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas”
De acordo com esta Lei, se considerada como uma Biblioteca Escolar “a coleção de
livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta,
pesquisa, estudo ou leitura” (BRASIL, 2010). Além disso,
Porém, nem todos os lugares do nosso país possuem uma biblioteca escolar, o que é
no mínimo preocupante. Segundo Agência Câmara de Notícias.
Das 180 mil escolas brasileiras, 98 mil ou 55% não têm biblioteca escolar
ou sala de leitura. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e foram apresentados pelo
coordenador-geral dos Programas do Livro do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), Lauri Cericato, em audiência
pública na Câmara dos Deputados. (AGÊNCIA CÂMARA DE
NOTÍCIAS, 2018).
As instituições de ensino precisam desse espaço, pois a biblioteca é o local de
desenvolvimento intelectual fora da sala de aula, contribuindo com boa parte da educação
de crianças e jovens. No entanto, para que a biblioteca escolar cumpra com seus objetivos,
necessita de um acervo em boas condições de uso e, considerando as necessidades atuais da
sustentabilidade, conservados.
O significado de acervo, segundo Scottini (2017, p. 30), é um “coletivo, grande
quantidade, montão de objetos, conjunto de bens”. Ou seja, pode ser uma coleção de livros,
fotos, jornais, revistas, dentre outros tantos materiais que podem estar inseridos tanto em
bibliotecas públicas, privadas, particulares, universitárias ou escolares. As bibliotecas
escolares, segundo Pimentel et al (2007, p. 34) “possuem acervo composto por livros,
periódicos, CDs, DVDs, fitas VHS”.
Todos esses materiais devem ajudar a cumprir com os objetivos do currículo
pedagógico da escola. Segundo Abreu (2008, p. 30), “[...] o acervo de biblioteca tem que ser
formado e desenvolvido com critério, levando-se em conta o projeto pedagógico da escola e
o contexto em que esta se insere”.
Além dos materiais padrões que uma biblioteca escolar possui, também deve adquirir
“[..] materiais para o lazer como literatura de grande popularidade, música, jogos de
computador, videocassetes, DVDs, revistas e pôsteres. Isso tudo dentro de um consenso
com os alunos dentro do limite estabelecido” (IFLA/UNESCO, 2006, p. 9). Portanto, o
espaço da biblioteca necessita de mobiliário de qualidade para abrigar os documentos que
ali ficarão armazenados.
As Bibliotecas escolares são organismos em crescimento e, por meio delas, as
informações circulam, complementando o desenvolvimento intelectual dos estudantes. Seu
acervo é o ponto chave e também sua principal ferramenta para desenvolver as atividades
propostas pelos educadores, porém, precisa estar em condições dignas de uso. Para isso são
necessários os cuidados com o material bibliográfico, esses cuidados servem para a proteção
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destinar a recursos de não ficção, que conversem com o currículo da instituição, além da
aquisição de materiais para o lazer.
As bibliotecas escolares têm um valor muito importante para a comunidade
estudantil, pois disponibilizam materiais que agregam a educação e a cultura. Como hoje
vive-se em uma sociedade que a tecnologia se tornou uma ferramenta muito utilizada e que,
por consequência, foi embutida nas unidades de informação, torna-se item indispensável.
Isso porque, as bibliotecas tiveram que se adequar aos novos métodos dos usuários de
consumir a informação. Dessa forma, as bibliotecas devem possuir recursos informativos e
eletrônicos para complementar seus acervos, pois são importantes ferramentas nesses
espaços. Segundo a IFLA/UNESCO (2006, p.9-10) “Os recursos eletrônicos devem incluir
o acesso à Internet, bases de dados em texto integral e de referências especializadas, e ainda
produtos de software educativo. Estes podem estar disponíveis em CD-ROM e DVD”.
Quanto aos fundos documentais a IFLA/UNESCO (2006) se refere aos livros de não
ficção que devem ter uma quantidade mínima de 2.500 livros para as bibliotecas escolares
de porte menor e que, ao mesmo tempo, atendam ao currículo pedagógico da instituição de
ensino. Continuando com a mesma fonte, o manifesto também esclarece do que se tratam os
materiais para o lazer que são: literaturas de grande popularidade; jogos de computador;
músicas; videocassetes; DVDs; revistas; pôsteres. A IFLA/UNESCO (2006) reforça que
esses materiais podem ser escolhidos junto com os estudantes, levando em conta seus gostos,
sua cultura, tudo dentro das medidas razoáveis dos padrões éticos.
Ainda no tocante ao acervo, os livros ainda são a maioria dos suportes de informação
de uma biblioteca e, no caso das bibliotecas escolares, muitos estão dispostos em suporte de
papel. De todas as tipologias documentais do acervo, o papel tem especificidades que
precisam ser conhecidas pelo profissional de uma biblioteca escolar. De acordo com Silva
(2012), o papel
de vida de um livro em suporte de papel são o manuseio de forma inadequada por parte dos
usuários, e local onde são guardados. Esses fatores também influenciam na deterioração dos
suportes de informação.
Nesse aspecto, entende-se ser conveniente que o bibliotecário possua informações
sobre tipo de papel usado em cada literatura, especialmente no que diz respeito aos impressos
para o público infantil e juvenil no caso das bibliotecas escolares. Sobre esse assunto, não
foram encontrados registros na literatura consultada. Chama atenção o fato de que, nos
manuais de Conservação preventiva, tanto o de Cassares (2000), quanto os do CONARQ,
também não se tem informações específicas sobre o assunto. Percebe-se comentários
somente sobre qual matéria prima é feita o papel, mas em nenhum momento aborda-se as
tipologias do papel e quais cuidados específicos para cada um deles.
Por esse motivo, existe uma lacuna que necessita ser preenchida, principalmente nos
dias de hoje onde o mercado editorial trabalha com uma vasta gama de materiais na
fabricação de livros. Também foram consultados os sites das 3 maiores editoras de
publicação de livros infantis e juvenis a fim de obter informações sobre a tipologia de papeis
utilizados para impressão de livros. Nas páginas oficiais da FTD Educação (Frère Théophane
Durand), da Melhoramentos e da Moderna não se encontraram nenhuma menção sobre a
tipologia de papéis utilizados em seus livros.
É necessário ter uma base de conhecimento sobre as tipologias de papel, isso implica
nas medidas que serão adotadas para os devidos cuidados com aquele tipo de material.
“Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das características
individuais dos documentos” (CASSARES, 2000, p. 22), porque cada documento é único e
cada item tem suas particularidades por conterem tipologias diferentes de papel.
Além disso, o acervo de uma biblioteca escolar não é constituído apenas de materiais
em suporte de papel, pois conta com outros materiais de diversos tipos de composição. Esses
são chamados de Multimeios com suportes de recursos eletrônicos. Esses são materiais de
apoio pedagógico, pois servem tanto para as aulas dos professores quanto para as pesquisas
dos alunos.
Como mencionado no parágrafo anterior, "Os recursos eletrônicos devem incluir o
acesso à Internet, bases de dados em texto integral e de referências especializadas, e ainda
produtos de software educativo. Estes podem estar disponíveis em CD-ROM e DVD.”
(IFLA/UNESCO, 2006, p. 9). Os materiais de Multimeios são suportes de informação
constituídos de materiais não tradicionais como demonstra Amaral (1987). Segundo esta
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autora, diversos tipos de materiais além dos livros são registrados nos mais diferentes
suportes de informação como vídeo texto, vídeo cassete, fitas gravadas entre outros
materiais. Ainda de acordo com Amaral (1987), esses itens podem ser chamados de materiais
audiovisuais, meios audiovisuais, materiais não impressos, materiais não gráficos, mídias ou
médias e multimeios.
São muitos os materiais que compõem ou podem ser chamados de multimeios.
Hilleshein e Fachin (2000, p. 93) listam alguns dos materiais que fazem parte desta tipologia
documental em acervo de uma biblioteca escolar: Slides; CD-ROM; Fitas Cassetes; Fitas de
vídeo; Filmes; Jogos; Discos; Diapositivo.
Amato et al (1989) também fazem menção a gama de materiais que devem fazer
parte do acervo como:
Adotar técnicas para o cuidado com acervo de uma biblioteca escolar é fundamental
para que a comunidade estudantil possa usufruir do que a unidade de informação tem a
oferecer. Por isso, a Conservação Preventiva entra em cena como a responsável por manter
o acervo em bom estado. Por Conservação Preventiva entende-se “um conjunto de ações
estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos,
por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e
acondicionamento)” (CASSARES, 2000, p. 12).
A Conservação Preventiva permite a longevidade do material, seja ele, documental,
bibliográfico, audiovisual entre outros que compõem o acervo de uma biblioteca, museu e
demais tipos de unidades de informação. Seu objetivo é “[..] desenvolver ações de prevenção
contra possíveis danos aos livros, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e
utilização destes”. (CORADI; STEINDEL, 2008, p. 356).
Para aplicar as técnicas de conservação preventiva é necessário que o profissional da
informação esteja familiarizado com elas, um tratamento correto leva ao bom desempenho
do acervo. “Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das
características individuais dos documentos”. Cassares (2000, p. 22). No entanto, a
Conservação Preventiva vai além do papel de estabilizadora, pois quando se adota essas
ações, não somente o acervo se beneficia como também a instituição, a comunidade e a
natureza, permitindo também a economia nos aspectos financeiro e ambiental através de
ações sustentáveis. O conceito de Sustentabilidade segundo Boff (2017) significa
Segundo o mesmo autor, dessa preocupação nasceu uma nova ciência, chamada de
Silvicultura (o manejo das florestas), no qual surgiram os primeiros documentos e livros a
respeito do assunto e a fundação de academias na Saxônia e na Prússia. Já em 1970, no clube
de Roma, foi criado um relatório a respeito dos limites do crescimento que, por sinal, rendeu
muitas discussões. A partir desse relatório, a ONU começou a se ocupar com essas questões
e deu-se o início a várias Conferências sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável
que conhecemos hoje.
Como apontado por Sala et al (2000), são exemplos de ações da ONU os seguintes
relatórios: “Nosso Futuro Comum” (1987); “Meio Ambiente e o Desenvolvimento” que
ficou conhecido como Rio 92; Assinatura do Protocolo de Quioto (1997); “Pacto Global”
(1999); “Os objetivos do Milênio" (2000).
Em termos de aplicabilidade, segundo Sachs (2009), a sustentabilidade não está
concentrada em uma área específica, mas se encontra no meio social, cultural, ecológico,
ambiental, territorial, econômico e político. Essa tipologia apresentada por Sachs (2009) está
conceituada no Quadro 4.
trabalho devido ao estado frágil do material. Outro ponto importante são as ferramentas
necessárias para realização da limpeza, a autora cita alguns materiais importantes para essa
atividade como: Pincéis; Flanela; Aspirador de pó; Outros materiais (bisturi, pinça, espátula,
agulha e cotonete); Materiais de apoio (raladores de plástico ou aço inox, borracha de vinil,
fita crepe, lápis de borracha, luvas de látex ou algodão, máscaras, papel mata-borrão, pesos,
poliéster, folhas de papel siliconado, microscópio, cola metilcelulose, lápis 6B, etc.).
A partir da análise do acervo a técnica de limpeza pode ser executada utilizando
alguns materiais. Segundo Cassares (2000), quando a higiene é voltada para livros deve-se
usar trincha de tamanhos diferenciados, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa
potência com proteção bocal, pinças, espátulas de metal, entre outros materiais. E, para livros
com encadernação de couro, a limpeza é feita apenas com pincel e flanela macia. Cassares
(2000), não indica a utilização de óleos solventes quando a encadernação é autêntica.
O processo de higienização, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (2017), deve fazer parte
da rotina da unidade de informação, além de ser um procedimento que deve ser feito antes
da guarda do material bibliográfico. Se durante a análise do acervo forem encontrados livros
danificados, é necessário separá-los para aplicar as técnicas de conservação curativa, isso
vai depender do grau de danificação do material:
No tocante à limpeza desse tipo de acervo, Laurent (2001) explica que os discos
compactos devem ser higienizados a partir do uso de pistola de ar para retirada da poeira.
Segundo o mesmo autor, se o item estiver com manchas ou impressões digitais, recomenda-
se o uso da solução de 0,5 de Tergitol 15-S-3 e 0,5 parte de Tergitol 15-S-9 para 100 partes
de água destilada usando pano macio de algodão que tenha sido lavado várias vezes. Em
seguida, deve-se enxaguar com outro pano umedecido apenas com água destilada. Depois
enxugar bem com pano de tecido algodão macio e, para finalizar, utilizar pistola de ar para
retirar possíveis fiapos.
Para a limpeza das fitas magnéticas, Laurent (2001) indica a utilização de um
aspirador com mangueira, mantendo a distância para não correr o risco de magnetização. Na
superfície, utiliza-se tecido especial para limpeza de fita (Tape Cleaning Fabric) modelo 3M
(610-1-150). Já o acondicionamento do material magnético, de acordo com Bogard (2001),
deve ser feito em local limpo e controlado. Altas temperaturas, umidade em excesso, poeira
e elementos corrosivos no ar comprometem a capacidade magnética e a perda de dados.
Bogard (2001) ainda alerta sobre o cuidado que se deve tomar quanto a exposição do
material magnético a temperaturas muito baixas, pois estas também prejudicam o material.
É necessário manter um equilíbrio ambiental, pois se trata de um material com pouco tempo
de vida. “O tempo de vida de uma fita é definido como o espaço de tempo durante o qual ela
pode ser arquivada até que falhe ao desempenhar sua função” (BOGART, 2001, p. 36).
Dessa forma, a vida útil do item vai depender dos cuidados que esse material receber.
Quanto ao acervo em suporte de papel, o cuidado com o ambiente também é um dos fatores
determinantes da duração e da manutenção da qualidade dos itens do acervo. Segundo
Cassares (2000), esses materiais são higroscópicos, ou seja, tem a capacidade de absorver e
liberar a umidade e, por conta disso, se contraem e se expandem com as mudanças de
temperatura e umidade do ar, causando aceleração do processo de deterioração.
Para Ogden (2001), as variações de temperatura e umidade relativa do ar são
danificadoras e causam deteriorações bem aparentes como ondulações e franzimentos do
papel, descamação de tintas, empenamento de capas e rompimento de emulsões fotográficas.
De acordo com esta autora, as temperaturas recomendadas podem variar de 21⁰C ou menos
e uma umidade relativa do ar de no mínimo 30% e no máximo 50%. A autora ainda enfatiza
que quanto mais baixa a temperatura melhor, desde que não saiam das medições
recomendadas. Para Cassares (2000, p.15), a recomendação de temperatura é “o mais
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próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se de todas as formas
as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de umidade relativa”.
Para atingir essas marcas são necessários equipamentos específicos como o Termo-
higrômetro (aparelho medidor de umidade e temperatura). Segundo Ogden (2001), existem
outros aparelhos que podem fazer o controle climático, desde sistemas mais simples aos mais
complexos. Como exemplo cita-se o ar-condicionado, umidificadores e desumidificadores
de ar, sistemas de filtragem, resfriamento e calefação. A autora alerta a importância de
consultar um profissional em engenharia de controle ambiental antes de fazer a compra e
instalação dos aparelhos.
O ar também possui agentes poluentes como gases e partículas sólidas. Para Ogden
(2001), essas combinações de poluição são agentes de deterioração e causam estragos que
vão da descoloração e rigidez do material ao enfraquecimento do couro. Para Cassares
(2000), existem dois tipos de poluentes, os gases e partículas sólidas. Os gases externos mais
comuns são Dióxido de Enxofre (SO₂), Óxidos de Nitrogênio (NO e NO₂) e o Ozônio (O₃)
que podem vir tanto do ambiente externo quanto interno.
Manter a qualidade do ar não é uma tarefa muito simples, porém, é possível
utilizando ferramentas específicas. Ogden (2001), recomenda o uso de filtros químicos,
lavadores de gás e retirada mecânica de partículas sólidas dos itens, porém para o uso de
filtros é necessária a troca periódica e a manutenção destes. Existem sistemas de limpeza do
ar mais complexos e que podem se estender por todo o prédio, porém, cada instituição usará
ferramentas de acordo com as suas necessidades.
Outro ponto diz respeito a luz, ela pode ajudar como atrapalhar o estado dos materiais
de uma biblioteca. Segundo Cassares (2000), a luz natural ou artificial contém radiação
ultravioleta (UV), componente que causa danos ao acervo por conter uma quantidade grande
de energia UV. Mesmo que o material fique por pouco tempo exposto a ela, os danos vão se
acumulando e são irreversíveis, ocasionando a oxidação, amarelamento, enfraquecimento e
rigidez do papel, entre outros.
Alguns cuidados devem ser tomados na hora de escolher a iluminação do local, para
Ogden (2001), deve-se evitar a luz natural, as lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de haleto
de metal, pois contém grande quantidade de UV. Cassares (2000) explica que, além de
escolher a iluminação certa, é preciso tomar alguns cuidados para a proteger tais como: as
janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas, que bloqueiem totalmente o sol;
utilizar filtros feitos de filmes especiais, eles ajudam no controle dos raios UV.
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ações de sustentabilidade podem servir como exemplo para adoção em bibliotecas escolares
como o:
a. Incentivo a economia de ligações telefônicas, adotando o máximo de e-mails;
b. Incentivo do uso de canecas em substituição ao uso de copos plásticos;
c. Realização de campanhas para a promoção de economia de energia elétrica
(desligamento de lâmpadas, computadores e ar-condicionado, limpeza de
lâmpadas fluorescentes e filtro de ar-condicionado em intervalos programados,
retirada das tomadas de micro-ondas, bebedouro entre outros eletrodomésticos da
Biblioteca quando não usados;
d. Uso frente e verso de papel para impressão;
e. Utilização de papéis que não servem mais como rascunho
f. Utilização de folhetos, guias, folders e convites eletrônicos em arquivo PDF;
g. Troca de pilhas comuns pelas recarregáveis
Silva e Karpinski (2019) contribuem também para esse diálogo quando discutem as
práticas e ações sustentáveis da Biblioteca Univali – Campus de Balneário Camboriú (SC).
Essa biblioteca integra o Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali (SIBUIN), mesmo
sistema responsável pelo Sustentabiblio. De acordo com os autores, essa biblioteca é
sustentável e pode servir de exemplos para os demais tipos de biblioteca.
Com a discussão acerca da conservação preventiva e da sustentabilidade, aliada aos
esforços das bibliotecas em contribuir com o desenvolvimento sustentável, é possível fazer
as aproximações com as bibliotecas escolares. Fica aberto aos bibliotecários e aos gestores
promover o incentivo, e a educação de crianças e jovens através de eventos culturais,
exposições e debates sobre o assunto onde é possível mudar aos poucos a cultura da
desinformação, através do desenvolvimento sustentável.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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