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A RELEVÂNCIA DA CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM BIBLIOTECAS

ESCOLARES

Jéssica Trindade S. da Conceição

RESUMO: A conservação preventiva é um conjunto de medidas que visam estabilizar os


documentos das ações dos agentes deteriorantes a fim de manter a informação legível para seus
usuários. O presente artigo objetiva pesquisar, a partir das técnicas de conservação preventiva, formas
de aumentar a sustentabilidade do acervo de bibliotecas escolares. De forma específica, os objetivos
foram: discorrer sobre a tipologia de acervo de uma biblioteca escolar; identificar, na produção
técnica da Conservação Preventiva, aproximações com a sustentabilidade para o cuidado e a
manutenção de acervos das bibliotecas escolares. Metodologicamente, trata-se de pesquisa básica,
exploratória, descritiva com abordagem qualitativa e os procedimentos técnicos foram os de pesquisa
bibliográfica e documento. Os resultados mostram que a elaboração de um plano de conservação
preventiva é possível dentro das bibliotecas escolares, associado às medidas de sustentabilidade, que,
por consequência, preservam o meio ambiente e colaboram com o desenvolvimento social, cultural
e econômico. Conclui-se que os estudos sobre a conservação preventiva em bibliotecas escolares são
poucos, tornando-se necessário, portanto, explorar mais o tema para contribuir com os estudantes, os
pesquisadores e os profissionais da área de Biblioteconomia.

Palavras-chave: Conservação Preventiva. Biblioteca Escolar. Sustentabilidade em Bibliotecas


Escolares.

ABSTRACT: Preventive conservation is a set of measures that aim to stabilize the documents of the
actions of the deteriorating agents in order to keep the information legible for its users. This article
aims to research, using preventive conservation techniques, ways to increase the sustainability of the
collection of school libraries. Specifically, the objectives were: to discuss the type of collection of a
school library; to identify, in the technical production of Preventive Conservation, approaches to
sustainability for the care and maintenance of school library collections. Methodologically, it is basic,
strategic, exploratory, descriptive research with a qualitative approach and the technical procedures
were those of bibliographic and document research. Thus, the results show that the development of
a preventive conservation plan is possible within school libraries, associated with sustainability
measures, which, consequently, preserve the environment and collaborate with social, cultural and
economic development. It is concluded that there are few studies on preventive conservation in
school libraries, making it necessary, therefore, to further explore the theme in order to contribute to
students, researchers and professionals in the field of Librarianship.

KEYWORDS: Preventive Conservation. School Library. Sustainability in School Libraries.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa discorre sobre a relevância da conservação preventiva em bibliotecas


escolares. É nesse espaço que muitos usuários/estudantes iniciam a prática da leitura, a troca
de conhecimento, a visão crítica de mundo e o desenvolvimento intelectual e cultural. Além
de ser um ambiente acolhedor. Porém, para que esse espaço seja utilizado com eficiência é
necessário que o ambiente seja organizado e o material bibliográfico esteja em boas
condições de uso. entende-se que os cuidados prescritos pela Conservação Preventiva façam
parte da rotina de trabalho na biblioteca. De acordo com Cassares (2000, p. 12),
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“Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras que visam desacelerar o processo de


degradação de documentos ou objetos, por meio de controle ambiental e de tratamentos
específicos (higienização, reparos e acondicionamento) [...]”.
A biblioteca escolar é o local de guarda e disseminação da informação, portanto, os
profissionais que a administram precisam ter claro as ações para preservar e conservar, além
de conhecer e adotar as técnicas de conservação preventiva. Segundo Cassares, (2000, p. 22)
“Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das características
individuais dos documentos”. Isso porque cada documento é único e cada um tem suas
particularidades. Assim, a conservação preventiva visa dar longevidade ao material
bibliográfico, além de evitar a compra de materiais desnecessários, como novas remessas de
livros por falta de cuidados com os “antigos”.
Outro ponto abordado na pesquisa é a proposta da elaboração de um plano de
preservação de acervo da Biblioteca Escolar. Segundo Ogden e Garlik, (2001, p. 7), “A
formulação de um programa de preservação não deve ser vista como um processo misterioso.
[..] assemelha-se muito a outros processos de decisão administrativa: trata-se da distribuição
dos recursos disponíveis entre as atividades e funções mais importantes”. Com ajuda de
conhecimentos específicos, é possível adotar uma política de preservação e conservação do
acervo sem grandes custos. Por meio de um roteiro de perguntas se consegue fazer um bom
planejamento, como afirmam Ogden e Garlick (2001).
A conservação preventiva também está relacionada à sustentabilidade que faz parte
da Agenda 2030 da ONU, que visa instaurar um caminho mais sustentável e resiliente até
2030 (ONU BRASIL, 2015). Nesse sentido, qualquer pessoa, órgão ou instituição pode
colaborar com as pautas da Agenda e as bibliotecas escolares também podem fazer seu papel,
a partir de ações simples de conservação preventiva e economia de materiais de cunho
administrativo, além da adoção de uma política de descarte eficiente e consciente.
Considerando o exposto, define-se como tema desta pesquisa a Conservação
Preventiva aplicada às Bibliotecas Escolares. De acordo com Bahia e Blattmann (2016,
p.179), “Na maior parte dos casos, as bibliotecas escolares são um tanto quanto descuidadas
no que se refere à conservação das obras”. Ainda de acordo com as mesmas autoras, é
necessária a consciência da necessidade e importância da conservação “para passar esses
conhecimentos aos alunos do ensino fundamental e médio” (BAHIA; BLATTMANN, 2016,
p.179).
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O problema desta pesquisa pode se resumir na seguinte pergunta: Como a


conservação preventiva pode auxiliar na sustentabilidade do acervo de bibliotecas escolares?
Para responder à pergunta desta pesquisa, se propôs como objetivo geral pesquisar, a partir
das técnicas de conservação preventiva, formas de aumentar a sustentabilidade do acervo de
bibliotecas escolares.
Para cumprir com o objetivo geral, foram desenvolvidos os seguintes objetivos
específicos: 1. Discorrer sobre a tipologia de acervo de uma biblioteca escolar; 2. Identificar,
na produção técnica da Conservação Preventiva, aproximações com a sustentabilidade para
o cuidado e a manutenção de acervos das bibliotecas escolares.
A Conservação preventiva é um tema conhecido e existe uma considerável literatura
voltada à sua aplicação nas bibliotecas públicas, universitárias e especializadas, porém,
quando se trata de conservação preventiva em bibliotecas escolares o tema é escasso. Em
bases de dados como Portal de Periódicos da Capes, Base de dados Referencial de Artigos
de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Sistema de Información Científica
Redalyc Red de Revistas Científicas (REDALYC) e Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações do Ibict (BDTD), a maioria dos artigos estão voltados à conservação de
bibliotecas universitárias, especializadas, públicas ou museus. Da mesma forma, são poucos
os trabalhos que versam especificamente sobre a tipologia dos acervos em bibliotecas
escolares, a maioria trata das bibliotecas, mas focando no lado pedagógico. Essa constatação
inicial serviu de justificativa acadêmica e científica para o desenvolvimento da pesquisa.
Aliada a essa constatação prévia, a pesquisa também se justificou pela atuação da
autora como estagiária em biblioteca escolar, onde pôde notar a falta de cuidados com o
acervo e a falta de uma política de conservação das suas coleções. Desse modo, percebeu-se
a necessidade de enfatizar a importância da conservação dentro desses espaços e apontar
possíveis soluções de acordo com a literatura produzida por autoridades no assunto.
Quando se pensa em biblioteca escolar se concebe um local de aprendizado
democrático da informação e ambiente acolhedor para os alunos. Por estar inserida dentro
da escola, a Biblioteca Escolar necessita ser tratada com relevância no meio escolar. De
acordo com Peres e Silveira (1998).

A existência de uma biblioteca no ambiente escolar é justificada, tendo em


vista que esta complementa todo o processo educacional, servindo de
suporte para todas as disciplinas, fonte de consulta do corpo docente e
discente, além de incentivar o hábito da leitura. Logo, a Biblioteca escolar
é uma necessidade imprescindível, pois, não se constitui como entidade
independente, um mero depósito de livros organizados à disposição de
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usuários, ou ainda, um refúgio dos profissionais em fim de carreira, e sim,


uma das ferramentas essenciais no processo de ensino/ aprendizagem.
(PERES; SILVEIRA, 1998, p. 126).
Como toda e qualquer unidade de informação, a biblioteca escolar também possui
material bibliográfico que requer cuidados específicos. A conservação preventiva entra
nesses processos de cuidados como uma solução em prol da preservação do acervo. Por isso
a conservação preventiva é tão relevante, pois ela impede que o acervo seja deteriorado,
garantindo assim a sustentabilidade da informação. Aliás, esse é outro fator importante que
justifica a pesquisa: a relação entre conservação e a sustentabilidade.
Segundo Sachs (2009), a sustentabilidade pode se dar nos âmbitos social, cultural,
ecológico, ambiental, territorial, econômico e político. Dessa forma, a sustentabilidade
abrange todas as áreas e busca preencher as necessidades de agora, sem afetar as gerações
do futuro. A sustentabilidade ganha densidade na pauta do Brasil por fazer parte da Agenda
2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável. Essa agenda foi discutida por 193
estados-membros da ONU para mudarem a situação do planeta. “O plano indica 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza
e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras,
para que todos os países adotem” (ONU BRASIL, 2015).
Sendo assim, as bibliotecas escolares não poderiam ficar de fora, pois também fazem
parte desse universo, podendo contribuir com medidas simples, tais como: diminuir o
desperdício de papel; aproveitar a luz solar ao invés de usar a luz artificial durante o dia;
conscientizar usuários e funcionários por meio de projetos e eventos culturais; e agir de
forma efetiva para preservar seu acervo.
Conclui-se que é necessária a produção de conhecimento específico a respeito de
como conservar o acervo das bibliotecas escolares. Além disso, considera importante que a
formação do bibliotecário contemple disciplinas voltadas à conservação e à gestão das
bibliotecas escolares, pois detêm a informação assim como outras tipologias de unidades de
informação.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste item serão abordados os aspectos conceituais referentes à conservação


preventiva, aos fatores de deterioração dos acervos e à biblioteca escolar, também procurou-
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se identificar, no aspecto teórico, as possíveis aproximações com a sustentabilidade e a


preservação.

2.1 CONSERVAÇÃO PREVENTIVA

O ato de conservar e preservar já existe mesmo antes de Cristo, um exemplo disso


são os egípcios que já adotavam técnicas de conservação e preservação para manter o corpo
de seus faraós ou entes queridos intactos na passagem desta vida para outra após a morte.
Algumas fontes históricas relatam que substâncias como resinas, óleos e tecidos eram
utilizados para esse processo. Segundo uma análise feita por Santos (2012) em uma das
cabeças mumificadas que pertenciam ao Museu Nacional, “Dentro da caixa craniana
encontramos restos de resina com coloração escura, bem como restos de linho, este material
foi inserido pelos embalsamadores como parte do processo de mumificação” (SANTOS,
2012, p. 168). Quanto à data desse processo de mumificação, o mesmo autor diz que
provavelmente essa múmia era da segunda metade do primeiro milênio antes de Cristo.
Através desse relato, pode-se entender que a conservação é necessária para obtermos
o conhecimento sobre os antepassados, a história, cultura, política e origens dos povos. Em
termos biblioteconômicos, é a conservação preventiva que permite a longevidade do
material, seja ele, documental, bibliográfico, iconográfico, entre outros que compõem um
acervo de uma biblioteca.
Levin (1992) diz que “A conservação preventiva pode ser definida como qualquer
medida que previne estragos ou reduza seu potencial”. (LEVIN, 1992, “obra não paginada”,
tradução nossa). Mas, para que a conservação seja eficiente são necessárias várias ações em
relação ao acervo bibliográfico. Enquanto a preservação adota aspectos mais abrangentes
como recursos financeiros, condições do prédio onde a biblioteca está inserida, sua
localização (bairro), entre outras demandas administrativas, a conservação preventiva vai se
concentrar dentro da unidade de informação, bem como cuidados com a iluminação,
climatização (temperatura), higienização, ambiente, dentre outras atividades pertinentes à
proteção do material bibliográfico.
Sempre se pergunta sobre o porquê do ato de conservar, e quais são seus objetivos.
Dentre tantos motivos, um deles é o acesso à informação, outro é a guarda da memória, seja
ela de um bem cultural, documental ou bibliográfico e essa guarda serve para que futuras
gerações possam ter acesso a ela. Coradi e Steindel, (2008, p. 356) afirmam que “O objetivo
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da conservação preventiva é desenvolver ações de prevenção contra possíveis danos aos


livros, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e utilização destes”.
Complementando esse raciocínio a conscientização pode vir através de ações expositivas ou
mesmo reuniões dentro ou fora das unidades de informação. Essas atitudes são fundamentais
para que os usuários saibam manusear e respeitar tanto o ambiente que se chama biblioteca,
quanto o material que está em sua posse.

2.2 FATORES DE DETERIORAÇÃO

A deterioração, segundo o dicionário da língua portuguesa Michaelis (2021),


significa a perda da qualidade, dano, degeneração e ruína. Esse processo, em acervos
documentais, pode acontecer por vários motivos, entre os quais os principais são a falta de
higienização (tanto do material bibliográfico, quanto do espaço físico) e a falta de uma
política de preservação e de conservação preventiva. A falta de uma rotina de cuidados faz
com que o material que compõe o acervo fique debilitado o muitas vezes em risco de danos
irreversíveis. Segundo Cassares (2000, p. 13), “[...], podemos dizer que consideramos
agentes de deterioração dos acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam os
documentos a um estado de instabilidade física ou química, com comprometimento de sua
integridade e existência”.
A composição do material bibliográfico, em sua maioria, é de papel e a composição
do papel. Segundo Silva (2012, p. 95), o papel “é produzido da mescla de fibras de celulose,
um produto natural, com colas naturais ou artificiais e cargas minerais. Além disso, ele passa
por processos químicos para chegar à forma final que conhecemos. Portanto são degradáveis
e sensíveis às ações do tempo”.
Sobre o material bibliográfico, Cassares (2000, p. 46) ressalta que: “As espécies
bibliográficas são constituídas essencialmente por materiais orgânicos e são, portanto,
intrinsecamente degradáveis. O processo de degradação pode, no entanto, ser
consideravelmente retardado criando-se condições de armazenamento favoráveis”. Essas
condições favoráveis dizem respeito a uma correta climatização, o controle da umidade,
iluminação adequada, e atenção aos níveis de poluição entre outros cuidados.
O local que está instalada a unidade de informação também precisa de atenção.
Segundo Ogden (2001, p. 7), “Os prédios devem ter uma boa manutenção. As rachaduras
devem ser vedadas assim que ocorrerem. As portas e janelas precisam ter seladores para
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vedação e devem ser mantidas fechadas para evitar a troca do ar não condicionado que vem
de fora”. Sabe-se que as bibliotecas correm o risco de serem contaminadas se não forem
sempre inspecionadas com rotinas de conservação preventiva, e se isso não ocorre os agentes
de deterioração tomam conta do acervo.
Os principais agentes de deterioração são físicos, químicos, biológicos, ambientais e
humanos, conforme detalhamento abaixo:
a) Agentes Físicos
A luz é considerada um dos agentes determinantes no processo de deterioração do
papel. A iluminação inadequada e o tempo exposto a ela podem gerar sérios danos ao acervo.
Ogden (2001, p. 8), alerta que a luz acelera o processo de deterioração, assim como o
processo de oxidação, e leva a debilidade e endurecimento das fibras de celulose e pode
provocar a descoloração, o amarelar ou o escurecimento do papel. Silva (2012, p. 97),
também alerta dizendo que o papel que foi exposto por uma fonte de luz inadequada, mesmo
sendo retirada e a velocidade do dano à exposição diminua, ainda assim não é suspenso,
porque os danos da iluminação se acumulam.
b) Agentes Químicos
Os agentes químicos são aquelas substâncias que encontramos na atmosfera e podem
ser líquidos ou sólidos. Segundo Silva (2012, p. 99) “No ambiente, além dos gases, a poeira
também pode ser fator causador da deterioração do papel, por transportar esporos de
microrganismos que encontram nos acervos condições adequadas ao seu desenvolvimento”.
c) Agentes Ambientais
É tudo aquilo que está no ambiente, ou seja, que faz parte da biblioteca: o clima; a
temperatura; a iluminação; umidade do ar. Cassares (2000) afirma que o aumento da
temperatura e a umidade contribuem muito na danificação dos documentos, principalmente
quando o material é feito de papel. Às oscilações de temperatura e umidade relativa do ar
fazem o papel contrair e enrijecer, portanto, se o suporte ou qualquer item de uma biblioteca
está exposto a condições inadequadas de temperatura e umidade esse material será
comprometido, impedindo assim o seu manuseio e seu tempo de vida útil.
d) Agentes Biológicos
Os principais agentes biológicos ou os mais conhecidos são roedores, insetos,
microrganismos como fungos e leveduras que são atraídas pela umidade e condições que são
favoráveis à sua proliferação. Segundo Cassares (2000, p. 17) “Para que atuem sobre os
documentos e proliferem, necessitam de conforto ambiental e alimentação”. Esse conforto
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no qual a autora fala vem da falta de higiene do local e da falta de controle tanto da
temperatura quanto da umidade.
e) Humanos
O ser humano também é considerado um agente de deterioração. De acordo com
Silva (2012, p.101), “[...] o humano é causador da deterioração de acervo documental,
através da marcação de página com canetas ou até a sua subtração”. Além disso, o furto e o
vandalismo também entram na lista de fatores deteriorantes. Outros motivos que levam a
degradação do papel são às intervenções equivocadas, com boas intenções, mas que por falta
de conhecimento técnico e científico acabam por agredir o livro, interferindo no seu ciclo de
vida.
Para que o acervo não sofra com as deteriorações citadas acima, é necessária a
elaboração de uma política de conservação preventiva, aliada à reeducação dos usuários e
profissionais inseridos nesse espaço. O intuito da conservação é justamente manter a
informação disponível para todos, e que esse material, seja ele bibliográfico ou não, não
chegue ao ponto de ter que sofrer intervenções ou muitas vezes ter que ser descartado.

2.3 BIBLIOTECA ESCOLAR

A biblioteca escolar é um espaço educativo, além de ser um local de guarda e


disseminação da informação, atua como espaço cultural, social e político, também
contribuem com o desenvolvimento intelectual dos alunos. Segundo as diretrizes da
IFLA/UNESCO (2006, p. 3) “A biblioteca escolar propicia informação e ideias que são
fundamentais para sermos bem-sucedidos na sociedade atual, baseada na informação e no
conhecimento”.
A sua função é auxiliar alunos, professores e comunidade em suas necessidades
informacionais, além de estimular o gosto pela leitura. A partir disso, conforme afirma
Campello et al (2008, p. 11), “A biblioteca escolar é, sem dúvida, o espaço por
excelência para promover experiências criativas de uso de informação”. Portanto, o espaço
não se limita a leitura e empréstimo de livros, mas contribui com o conhecimento e formação
para a vida.
As bibliotecas escolares além de contribuir com a formação intelectual do aluno,
também podem contribuir com o seu habitat, aderindo às práticas de sustentabilidade. Para
entender o conceito, Lima (2006, p.16) “afirma que sustentabilidade busca conciliar a
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questão ambiental com a questão econômica incorporando o princípio básico da


continuidade, onde nada pode ser sustentável se não for contínuo”.
Nesse mesmo contexto Sachs (2009), afirma que a sustentabilidade pode ser social,
cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica e política. É um tema amplo, portanto,
não se fixa só a questão ambiental. Porém, como escreveram Torresi, Pardini e Ferreira
(2010), se for mantida a sustentabilidade ambiental, todas as outras sustentabilidades
existirão.
Esse assunto faz parte da Agenda 2030 da ONU que se trata de um plano de ação
para as pessoas, o planeta e a prosperidade, buscando o fortalecimento da paz mundial. O
plano indica 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, os ODS, e 169 metas, para
erradicar a pobreza e promover a vida digna para todos, dentro dos limites do planeta (ONU
BRASIL, 2015).
As bibliotecas não poderiam deixar de dar sua contribuição, ajudando na diminuição
do impacto negativo do homem em relação à natureza. As ações de sustentabilidade nas
bibliotecas podem ocorrer em diversas situações. Entre várias alternativas, Cardoso (2017)
cita as seguintes: as bibliotecas podem ser projetadas para minimizarem o impacto negativo
do homem no meio ambiente; seleção cuidadosa do local de construção utilizando materiais
biodegradáveis; adesão de telhados verdes; programas de eliminação correta de resíduos; a
educação de usuários através da leitura; projetos abordando o assunto de sustentabilidade.
Outro motivo que deve fazer a biblioteca se preocupar com a sustentabilidade é a
composição de seu acervo, a maioria do suporte é composto por papel, um material que
provém da natureza. Nesse aspecto, Pinto et al (2018, p. 246), defendem que “Ao levar essa
investigação de práticas de sustentabilidade para o âmbito das bibliotecas [..], percebe-se
que é necessário pensar em ações efetivas para que estes espaços possam colaborar com um
desenvolvimento sustentável”.
No âmbito específico das bibliotecas escolares, entende-se que, por meio de ações
voltadas à sustentabilidade, essas unidades conseguem não só aumentar o ciclo de vida de
seus acervos como também contribuir com o planeta. Para tanto, pode-se utilizar de ações
simples do dia a dia, adotando a conservação preventiva na sua rotina. Segundo Palleta,
(2005, p. 69). “Os métodos de conservação do material bibliográfico são considerados de
controle preventivo e apresentam resultados ao longo do tempo, como a durabilidade e vida
útil do material e, como consequência, da informação. A higienização do acervo é um dos
métodos vitais para este fim”.
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Um dos primeiros passos a se traçar quando se trata da conservação, segundo Coradi


e Steindel (2008, p.355), “é necessário que o acervo siga um programa de preservação e
conservação, a fim de manter a integridade física de seus volumes [..]”.
Outro ponto importante, segundo Ogden; Garlik (2001, p. 7), é que “Caso a missão
ou a política de acervo se revele-se demasiadamente generalizada e vaga para fundamentar
o planejamento, tal documento deve ser redigido novamente, no sentido de refletir os atuais
objetivos institucionais”.
Para ajudar o profissional na elaboração de uma política de preservação, o
profissional pode contar com ajuda de softwares como CALIPR muito comum na Califórnia
(EUA). Sobre esse assunto, Ogden e Garlick (2001) ressaltam que

essas ferramentas assim como as outras que existem na área, ajudam o


administrador a avaliar os componentes básicos do planejamento para
preservação em que medida os acervos se encontram em situação de risco,
por conta de vários fatores; que partes dos acervos têm maior valor
permanente; a disponibilidade de recursos, em termos de tempo dos
funcionários, perícia técnica e recursos financeiros; e a viabilidade política
de certas ações. Os resultados dessas avaliações precisam ser reunidos para
produzir uma lista de prioridades. (OGDEN E GARLICK, 2001, p. 7).
Segundo as mesmas autoras, é necessário fazer uma pesquisa ambiental para saber
como está a temperatura e umidade relativa do ar utilizando medidores/termômetros para
saber as variações ao longo do dia e ano, prestar atenção a possíveis fontes de deterioração
como a luz de lâmpadas ou janelas. Verificação do prédio para identificar possíveis
problemas na parte de segurança, treinamentos aos funcionários e usuários para o cuidado
ao manusear o material bibliográfico, também são necessários à verificação do mobiliário.
Outro passo a se pensar, segundo Ogden e Garlick (2001), é a determinação do valor
da coleção através de softwares específicos, como o citado anteriormente. Caso a instituição
não possua um software, as autoras, deixam algumas perguntas que servem de roteiro para
nortear a política de preservação, como indicam abaixo:

1.Qual a importância do tema documentado por essa publicação? Sua


significância principal é local, estadual, regional, nacional ou
internacional? 2.Como essa coleção ou publicação se relaciona a outros
materiais pertencentes ao mesmo tema? 3.Como a coleção se relaciona aos
materiais sobre a mesma matéria pertencentes a outras instituições? 4.A
informação nela contida é única ou repete informações contidas em
registros, publicações ou outras fontes pertencentes, a outras instituições?
5.A instituição está comprometida a continuar documentando esse tema?
6. Por que seria melhor gastar recursos com a preservação desse material
do que adquirir material novo? 7. Qual o impacto que a destruição desse
material teria na documentação e na compreensão do tema? (OGDEN;
GARLIK, 2001, p. 9).
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Essas perguntas ajudam a nortear a coleção como um todo e dar sentido a quais
atitudes tomar em prol da preservação e conservação do acervo. Outro passo é a elaboração
de uma política de descarte apropriada à biblioteca escolar, que nada mais é do que a retirada
do material que não cumpre mais seu papel dentro do acervo. Segundo Peres e Silveira
(1998), a biblioteca escolar deve seguir alguns princípios na hora de descartar alguns itens
como: material desatualizado; materiais não utilizados; materiais não relevantes aos cursos
oferecidos ou objetivo da escola; e condições físicas precárias.

[..] vantagens oriundas de uma política de descarte bem definidas: às


coleções são menores e, como consequência, melhor processadas,
utilizando os mesmos recursos disponíveis; a informação relevante torna-
se mais acessível; os custos de manutenção reduzem; às necessidades de
espaço tornam-se menos prementes; a utilização dos recursos e da
infraestrutura disponíveis são otimizadas; evita o crescimento desordenado
da coleção (ALONSO, 1988, p. 192-193).
Todas essas ações contribuem para o bom funcionamento das bibliotecas escolares,
a fim de garantir um serviço eficiente, como também contribuem com a sustentabilidade do
acervo e valorização da unidade de informação.

3 METODOLOGIA

A pesquisa é classificada como básica, exploratória, descritiva e com abordagem


qualitativa. Segundo Gil (2010, p. 27), pesquisas básicas são aquelas “[...] voltadas à
aquisição de novos conhecimentos direcionados a amplas áreas com vistas à solução de
reconhecidos problemas”. Quanto à pesquisa exploratória, o mesmo autor explica que são
aquelas “que têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses [...]” (GIL, 2010, p.27). A pesquisa
descritiva, também segundo Gil (2010, p.27), “Tem como objetivo a descrição das
características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade
de identificar possíveis relações entre variáveis”.
Quanto à abordagem qualitativa, Lira (2014), apresenta o seguinte conceito:

Busca a compreensão dos fenômenos e o modo de interpretá-los, não


utilizando instrumentos estatísticos para o processo de análise de um
problema de pesquisa. Não pretendendo numerar ou medir as variáveis do
problema, mas deseja-se entender, de modo bem mais descritivo, o
fenômeno social (LIRA, 2014, p. 26).
Os procedimentos técnicos foram a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.
Tem-se a compreensão de que pesquisas na área de conservação preventiva pressupõem, na
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maioria dos casos, procedimentos técnicos empíricos. No entanto, as restrições sanitárias


impostas pela Pandemia do Covid-19 impediram que a pesquisadora realizasse estudos in
loco devido à suspensão das atividades presenciais na UFSC e nas escolas de Florianópolis.
Por isso, a alternativa foi realizar estudos bibliográficos e documentais para cumprir com os
objetivos da pesquisa.
Segundo Menezes (2009, p. 17), “A Pesquisa Bibliográfica é baseada na análise da
literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas, imprensa escrita e
eletronicamente disponibilizada na Internet”. A pesquisa bibliográfica tem a função de dar
embasamento, atualizar o conhecimento sobre o tema ou se familiarizar com ele.
As bases de dados que serviram para coleta foram o Portal de Periódicos da CAPES,
a BRAPCI, a REDALYC e a BDTD/IBICT. A busca pelo material bibliográfico começou
pelo Portal de Periódicos da Capes, o termo Conservação Preventiva sem aspas que
recuperou 417 artigos. Desse universo, foram descartadas as duplicatas, lidos os títulos e
resumos, dos quais foram selecionados quatro artigos pertinentes à pesquisa.
Na BRAPCI, foi feita a busca pelo termo “conservação preventiva” entre aspas, no
campo “título” retornando 36 resultados entre os anos de 1972 e 2020. A partir da leitura do
título e resumo, foram selecionados oito artigos pertinentes à pesquisa.
Na base de dados do REDALYC, a busca foi feita com os mesmos parâmetros e o
total de retorno foi de 103 artigos. Da mesma forma, a partir da leitura dos títulos e dos
resumos, foram pertinentes aos objetivos da pesquisa três artigos.
A pesquisa na BDTD/IBICT se concentrou no termo “biblioteca e conservação”, no
campo “assunto” que recuperou sete documentos, dos quais quatro foram selecionados, pois
os assuntos são pertinentes ao tema da pesquisa. A partir desse levantamento a pesquisa
totalizou a seleção de 19 documentos, dispostos em quadro específico no Apêndice 1. A
análise do corpus documental se deu pela leitura e fichamento dos documentos na íntegra.
O fichamento se fez na modalidade de citações diretas, reunindo assim as principais ideias
dos autores.
Ainda no aspecto bibliográfico, foram utilizados 06 títulos da Coleção “Conservação
Preventiva em Bibliotecas e Arquivos” do pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ).
Essa bibliografia se constitui como manuais e fazem parte de uma coleção de 53 documentos,
que foi desenvolvida pelo projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos
(CPBA). O projeto recebeu apoio técnico e financeiro da Fundação Vitae e das organizações
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americanas The Andrew W. Mellon Foundation e The Commission on Preservation and


Access. Esta última, por sua vez, contou com a cooperação de muitas instituições brasileiras.

Quadro 1 – Material Bibliográfico selecionado


OGDEN, S. Armazenagem e manuseio. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva
em Biblioteca e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
OGDEN, S. Procedimentos de conservação. 2 ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação
Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
MILEVSKY, J. R. Manual de pequenos reparos em livros. 2 ed. Rio de Janeiro: Projeto
Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo nacional, 2001.
OGDEN, S. Meio ambiente. 2 ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em
Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
OGDEN, S; GARLICK, K. Planejamento e prioridades. 2 ed. Rio de Janeiro: Projeto
Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
REILLY, M. J; NISHIMURA, W. D; ZINN, E. Novas ferramentas para preservação. 2d. Rio
de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
A pesquisa apresenta também caráter documental, uma vez foi analisado o
documento “Diretrizes da IFLA/UNESCO para bibliotecas escolares”. Segundo Lira (2014,
p.25), “a pesquisa documental é baseada em fontes como: documentos oficiais, reportagens
de jornais, cartas, diários, relatórios de empresa, filmes, contratos etc. Esse tipo de pesquisa
só se diferencia da pesquisa bibliográfica por causa da natureza das suas fontes”.
O documento supracitado encontra-se no site oficial do International Federation of
Library Association (IFLA) e seu conteúdo trata das Diretrizes da IFLA/UNESCO para
bibliotecas escolares tratando de assuntos como: o papel do bibliotecário; como deve ser o
mobiliário; equipamentos; política e gestão da coleção; recursos materiais e audiovisual; o
papel da biblioteca escolar; padrões éticos; entre outros assuntos pertinentes ao tema da
pesquisa.

Quadro 2- Documento selecionado


IFLA; UNESCO. Manifesto da Biblioteca escolar da IFLA/UNESCO. São Paulo, 1999.
Disponível em: http://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portug.pdf. Acesso em: 12/11/2020.
Fonte: Elaborado pela autora (2021)
Para sistematizar os procedimentos metodológicos de acordo com os objetivos do
projeto, elaborou-se o Quadro 3 que contém os objetivos específicos, o procedimento técnico
e as fontes de informação que serão utilizadas.
14

Quadro 3 - Procedimentos metodológicos


Objetivos específicos Procedimento Fontes de informação
Documentos indexados na
Discorrer sobre a tipologia de
BRAPCI, REDALYC e
acervo de uma biblioteca escolar Pesq. bibliográfica
BDTD/IBICT

Identificar, na produção técnica da Documentos indexados na


Conservação Preventiva, Pesq. bibliográfica e BRAPCI, REDALYC e
aproximações para o cuidado e a documental BDTD/IBICT, Bibliografia CPBA
manutenção de acervos das e Manifesto da Biblioteca
bibliotecas escolares. escolar/IFLA.
Fonte: Elaborado pela autora (2020)

4 RESULTADOS
Apresenta-se neste item os resultados da pesquisa, discorrendo sobre o que diz a
literatura sobre a tipologia de acervo de uma biblioteca escolar e os cuidados referentes à
conservação destes itens. No primeiro subitem, apresentam-se as possibilidades de
constituição de acervo em bibliotecas escolares, fator decisivo para definição de políticas de
conservação, uma vez que as coleções podem apresentar diferentes tipos de suporte e cada
um deles exige formas específicas de conservação. Já o segundo subitem consiste na reflexão
e aproximações, também no aspecto bibliográfico e documental, da conservação com a
sustentabilidade.

4.1 ANÁLISE DE RESULTADOS

As bibliotecas já existem há muito tempo e, ao longo dos séculos, passou por diversas
transições. Hoje ela atua como um espaço dinâmico e junto com as novas tecnologias da
informação facilitam o acesso à informação para os usuários. No Brasil, pelo menos as
escolas deveriam possuir uma biblioteca, conforme prevê a Lei 12.244 de 24 de maio de
2010 que, em seu Art. 1º define que “As instituições de ensino públicas e privadas de todos os
sistemas de ensino do País contarão com bibliotecas”
De acordo com esta Lei, se considerada como uma Biblioteca Escolar “a coleção de
livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta,
pesquisa, estudo ou leitura” (BRASIL, 2010). Além disso,

Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no mínimo, um título


para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino
determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como
divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento
das bibliotecas escolares (BRASIL, 2010)
15

Porém, nem todos os lugares do nosso país possuem uma biblioteca escolar, o que é
no mínimo preocupante. Segundo Agência Câmara de Notícias.

Das 180 mil escolas brasileiras, 98 mil ou 55% não têm biblioteca escolar
ou sala de leitura. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e foram apresentados pelo
coordenador-geral dos Programas do Livro do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), Lauri Cericato, em audiência
pública na Câmara dos Deputados. (AGÊNCIA CÂMARA DE
NOTÍCIAS, 2018).
As instituições de ensino precisam desse espaço, pois a biblioteca é o local de
desenvolvimento intelectual fora da sala de aula, contribuindo com boa parte da educação
de crianças e jovens. No entanto, para que a biblioteca escolar cumpra com seus objetivos,
necessita de um acervo em boas condições de uso e, considerando as necessidades atuais da
sustentabilidade, conservados.
O significado de acervo, segundo Scottini (2017, p. 30), é um “coletivo, grande
quantidade, montão de objetos, conjunto de bens”. Ou seja, pode ser uma coleção de livros,
fotos, jornais, revistas, dentre outros tantos materiais que podem estar inseridos tanto em
bibliotecas públicas, privadas, particulares, universitárias ou escolares. As bibliotecas
escolares, segundo Pimentel et al (2007, p. 34) “possuem acervo composto por livros,
periódicos, CDs, DVDs, fitas VHS”.
Todos esses materiais devem ajudar a cumprir com os objetivos do currículo
pedagógico da escola. Segundo Abreu (2008, p. 30), “[...] o acervo de biblioteca tem que ser
formado e desenvolvido com critério, levando-se em conta o projeto pedagógico da escola e
o contexto em que esta se insere”.
Além dos materiais padrões que uma biblioteca escolar possui, também deve adquirir
“[..] materiais para o lazer como literatura de grande popularidade, música, jogos de
computador, videocassetes, DVDs, revistas e pôsteres. Isso tudo dentro de um consenso
com os alunos dentro do limite estabelecido” (IFLA/UNESCO, 2006, p. 9). Portanto, o
espaço da biblioteca necessita de mobiliário de qualidade para abrigar os documentos que
ali ficarão armazenados.
As Bibliotecas escolares são organismos em crescimento e, por meio delas, as
informações circulam, complementando o desenvolvimento intelectual dos estudantes. Seu
acervo é o ponto chave e também sua principal ferramenta para desenvolver as atividades
propostas pelos educadores, porém, precisa estar em condições dignas de uso. Para isso são
necessários os cuidados com o material bibliográfico, esses cuidados servem para a proteção
16

contra os agentes deteriorantes, como também dar a longevidade do material. Segundo


Palleta (2005):

Os métodos de conservação do material bibliográfico são considerados de


controle preventivo e apresentam resultados ao longo do tempo, como a
durabilidade e vida útil do material e, como consequência, da informação.
A higienização do acervo é um dos métodos vitais para este fim
(PALLETA, 2005, p. 69).
Sem esses cuidados fica difícil ter um material à disposição que esteja em condições
dignas de uso e que consiga atender a necessidade do usuário. Os materiais de uma biblioteca
em sua maioria são sempre os mesmos, salvo algumas instituições que possuem mais
recursos para manter suportes a mais de lazer e outras tecnologias como parte do acervo.
Para Barros e Kobayashi (2005), o acervo pode ser definido como um conjunto de coleções
que são constituídas e separadas por tipo de publicação/documento (obras em geral, de
referência, periódicos, folhetos, pastas e apostilas, audiovisuais, artefatos
digitais/eletrônicos, objetos instrucionais, entre outros). Nesse mesmo contexto, Peres e
Silveira (1998, p. 127) afirmam que “O acervo de uma biblioteca pode ser composto
de várias formas de materiais de informação, desde que sejam pertinentes às metas da
Biblioteca e da Instituição”.
Segundo Campello et al. (2008, p.31-32), afirma que “a coleção da biblioteca deve
ser formada em função das propostas curriculares de cada área, oferecendo materiais de
consulta os mais diversos”. Ou seja, o acervo deve estar de acordo com o currículo
pedagógico da escola para que este possa atender às demandas dos educadores e educandos.
Segundo Brasil (2017),

§1º A BNCC deve fundamentar a concepção, formulação, implementação,


avaliação e revisão dos currículos, e consequentemente das propostas
pedagógicas das instituições escolares, contribuindo, desse modo, para a
articulação e coordenação de políticas e ações educacionais desenvolvidas
em âmbito federal, estadual, distrital e municipal, especialmente em
relação à formação de professores, à avaliação da aprendizagem, à
definição de recursos didáticos e aos critérios definidores de infraestrutura
adequada para o pleno desenvolvimento da oferta de educação de
qualidade. (BRASIL, 2017 p. 5).
Portanto, as bibliotecas escolares precisam contribuir adequando seu acervo para
complementar essa base na educação. De acordo com IFLA/UNESCO (2006), a coleção do
acervo deve conter 10 livros por aluno, se a biblioteca for de porte pequeno, ela deve
disponibilizar 2.500 títulos que sejam relevantes para instituição sendo que 60% devem-se
17

destinar a recursos de não ficção, que conversem com o currículo da instituição, além da
aquisição de materiais para o lazer.
As bibliotecas escolares têm um valor muito importante para a comunidade
estudantil, pois disponibilizam materiais que agregam a educação e a cultura. Como hoje
vive-se em uma sociedade que a tecnologia se tornou uma ferramenta muito utilizada e que,
por consequência, foi embutida nas unidades de informação, torna-se item indispensável.
Isso porque, as bibliotecas tiveram que se adequar aos novos métodos dos usuários de
consumir a informação. Dessa forma, as bibliotecas devem possuir recursos informativos e
eletrônicos para complementar seus acervos, pois são importantes ferramentas nesses
espaços. Segundo a IFLA/UNESCO (2006, p.9-10) “Os recursos eletrônicos devem incluir
o acesso à Internet, bases de dados em texto integral e de referências especializadas, e ainda
produtos de software educativo. Estes podem estar disponíveis em CD-ROM e DVD”.
Quanto aos fundos documentais a IFLA/UNESCO (2006) se refere aos livros de não
ficção que devem ter uma quantidade mínima de 2.500 livros para as bibliotecas escolares
de porte menor e que, ao mesmo tempo, atendam ao currículo pedagógico da instituição de
ensino. Continuando com a mesma fonte, o manifesto também esclarece do que se tratam os
materiais para o lazer que são: literaturas de grande popularidade; jogos de computador;
músicas; videocassetes; DVDs; revistas; pôsteres. A IFLA/UNESCO (2006) reforça que
esses materiais podem ser escolhidos junto com os estudantes, levando em conta seus gostos,
sua cultura, tudo dentro das medidas razoáveis dos padrões éticos.
Ainda no tocante ao acervo, os livros ainda são a maioria dos suportes de informação
de uma biblioteca e, no caso das bibliotecas escolares, muitos estão dispostos em suporte de
papel. De todas as tipologias documentais do acervo, o papel tem especificidades que
precisam ser conhecidas pelo profissional de uma biblioteca escolar. De acordo com Silva
(2012), o papel

É fabricado a partir de mistura de fibras de celulose, um produto orgânico,


com colas naturais ou sintéticas e cargas minerais. Dependendo da sua
composição química e das matérias-primas em pregadas na fabricação e
das condições de seu acondicionamento, estes produtos podem prover
longa duração ou serem muito perecíveis, deteriorando-se rapidamente.
(SILVA, 2012, p. 95).
Nesse sentido, dependendo da química usada na fabricação dos livros, esse fator
determinará seu tempo de vida. Por esse motivo, esse tipo de coleção requer mais atenção
em se tomar conhecimento sobre sua composição e como reagem aos fatores de deterioração
apresentados no referencial teórico desta pesquisa. Outras questões que encurtam o tempo
18

de vida de um livro em suporte de papel são o manuseio de forma inadequada por parte dos
usuários, e local onde são guardados. Esses fatores também influenciam na deterioração dos
suportes de informação.
Nesse aspecto, entende-se ser conveniente que o bibliotecário possua informações
sobre tipo de papel usado em cada literatura, especialmente no que diz respeito aos impressos
para o público infantil e juvenil no caso das bibliotecas escolares. Sobre esse assunto, não
foram encontrados registros na literatura consultada. Chama atenção o fato de que, nos
manuais de Conservação preventiva, tanto o de Cassares (2000), quanto os do CONARQ,
também não se tem informações específicas sobre o assunto. Percebe-se comentários
somente sobre qual matéria prima é feita o papel, mas em nenhum momento aborda-se as
tipologias do papel e quais cuidados específicos para cada um deles.
Por esse motivo, existe uma lacuna que necessita ser preenchida, principalmente nos
dias de hoje onde o mercado editorial trabalha com uma vasta gama de materiais na
fabricação de livros. Também foram consultados os sites das 3 maiores editoras de
publicação de livros infantis e juvenis a fim de obter informações sobre a tipologia de papeis
utilizados para impressão de livros. Nas páginas oficiais da FTD Educação (Frère Théophane
Durand), da Melhoramentos e da Moderna não se encontraram nenhuma menção sobre a
tipologia de papéis utilizados em seus livros.
É necessário ter uma base de conhecimento sobre as tipologias de papel, isso implica
nas medidas que serão adotadas para os devidos cuidados com aquele tipo de material.
“Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das características
individuais dos documentos” (CASSARES, 2000, p. 22), porque cada documento é único e
cada item tem suas particularidades por conterem tipologias diferentes de papel.
Além disso, o acervo de uma biblioteca escolar não é constituído apenas de materiais
em suporte de papel, pois conta com outros materiais de diversos tipos de composição. Esses
são chamados de Multimeios com suportes de recursos eletrônicos. Esses são materiais de
apoio pedagógico, pois servem tanto para as aulas dos professores quanto para as pesquisas
dos alunos.
Como mencionado no parágrafo anterior, "Os recursos eletrônicos devem incluir o
acesso à Internet, bases de dados em texto integral e de referências especializadas, e ainda
produtos de software educativo. Estes podem estar disponíveis em CD-ROM e DVD.”
(IFLA/UNESCO, 2006, p. 9). Os materiais de Multimeios são suportes de informação
constituídos de materiais não tradicionais como demonstra Amaral (1987). Segundo esta
19

autora, diversos tipos de materiais além dos livros são registrados nos mais diferentes
suportes de informação como vídeo texto, vídeo cassete, fitas gravadas entre outros
materiais. Ainda de acordo com Amaral (1987), esses itens podem ser chamados de materiais
audiovisuais, meios audiovisuais, materiais não impressos, materiais não gráficos, mídias ou
médias e multimeios.
São muitos os materiais que compõem ou podem ser chamados de multimeios.
Hilleshein e Fachin (2000, p. 93) listam alguns dos materiais que fazem parte desta tipologia
documental em acervo de uma biblioteca escolar: Slides; CD-ROM; Fitas Cassetes; Fitas de
vídeo; Filmes; Jogos; Discos; Diapositivo.
Amato et al (1989) também fazem menção a gama de materiais que devem fazer
parte do acervo como:

Livros de referência (dicionário, enciclopédias, anuários, atlas,


almanaques, guias da cidade, guias turísticos, bibliografias, coletâneas de
leis); Livros didáticos e paradidáticos; Livros técnicos e científicos
(relacionados ao currículo escolar); Livros de cultura geral; Livros de
formação pedagógica; Livros recreativos, de ficção, de cunho literário;
biografias; periódicos (revistas, jornais); folhetos; Audiovisuais (cartazes,
diafilmes, discos, filmes, transparências, videoteipes, discos, filmes,
globos, fantoches, etc.). (AMATO, et al 1989, p. 21).
Percebe-se, a partir da literatura, uma gama de materiais que podem fazer parte do
acervo, porém, não são todas as bibliotecas escolares que dispõem de todos esses materiais.
Os itens de multimeios mais comuns vistos em bibliotecas escolares, segundo Pimentel et al
(2007), são CDs, DVDs e Fitas VHS, por serem materiais padrão em que a maioria das
bibliotecas possuem, cada um exigindo ações específicas no âmbito da Conservação
Preventiva.
Quanto aos materiais de lazer, pouco se encontrou na literatura. O que se pode citar
como esta tipologia são os livros de literatura em geral e outros materiais de lazer, como os
jogos virtuais ou analógicos. Segundo a IFLA/UNESCO (2006), esse material se refere às
literaturas de grande popularidade, jogos de computador, músicas, videocassetes, DVDs,
revistas e posters. Para Hillesheim e Fachin (2000), os jogos são materiais usados no
momento de recreação como dominó, quebra-cabeça, xadrez etc. Segundo as autoras, esses
materiais devem ser colocados em armários próprios, para facilitar a guarda, a recuperação
e o reparo. A guarda desses materiais necessita de lugar próprio para que não danifique o
acervo bibliográfico.

4.2 CUIDADOS COM ACERVO E SUSTENTABILIDADE


20

Adotar técnicas para o cuidado com acervo de uma biblioteca escolar é fundamental
para que a comunidade estudantil possa usufruir do que a unidade de informação tem a
oferecer. Por isso, a Conservação Preventiva entra em cena como a responsável por manter
o acervo em bom estado. Por Conservação Preventiva entende-se “um conjunto de ações
estabilizadoras que visam desacelerar o processo de degradação de documentos ou objetos,
por meio de controle ambiental e de tratamentos específicos (higienização, reparos e
acondicionamento)” (CASSARES, 2000, p. 12).
A Conservação Preventiva permite a longevidade do material, seja ele, documental,
bibliográfico, audiovisual entre outros que compõem o acervo de uma biblioteca, museu e
demais tipos de unidades de informação. Seu objetivo é “[..] desenvolver ações de prevenção
contra possíveis danos aos livros, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e
utilização destes”. (CORADI; STEINDEL, 2008, p. 356).
Para aplicar as técnicas de conservação preventiva é necessário que o profissional da
informação esteja familiarizado com elas, um tratamento correto leva ao bom desempenho
do acervo. “Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conhecimento das
características individuais dos documentos”. Cassares (2000, p. 22). No entanto, a
Conservação Preventiva vai além do papel de estabilizadora, pois quando se adota essas
ações, não somente o acervo se beneficia como também a instituição, a comunidade e a
natureza, permitindo também a economia nos aspectos financeiro e ambiental através de
ações sustentáveis. O conceito de Sustentabilidade segundo Boff (2017) significa

[...] conjunto dos processos e ações que se destinam a manter a vitalidade


e a integridade da Mãe Terra, a preservação de seus ecossistemas com
todos os elementos físicos, químicos e ecológicos que possibilitam a
existência e a reprodução da vida, o atendimento das necessidades da
presente e das futuras gerações, e a continuidade, a expansão e a realização
das potencialidades da civilização humana em suas várias expressões
(BOFF, 2017, p. 11).
A sustentabilidade não é algo recente. Segundo Boff (2017), o conceito começou a
partir da preocupação do uso demasiado das madeiras, muito utilizadas para construções de
casas e barcos, usadas em combustíveis. Porém, foi na Alemanha, na Província de Saxônia,
por volta de 1560, onde começou as primeiras discussões do uso consciente das florestas.
“Neste contexto surgiu a palavra alemã Nachhaltigkeit, que significa “sustentabilidade”.
(BOFF, 2017, p. 28).
21

Segundo o mesmo autor, dessa preocupação nasceu uma nova ciência, chamada de
Silvicultura (o manejo das florestas), no qual surgiram os primeiros documentos e livros a
respeito do assunto e a fundação de academias na Saxônia e na Prússia. Já em 1970, no clube
de Roma, foi criado um relatório a respeito dos limites do crescimento que, por sinal, rendeu
muitas discussões. A partir desse relatório, a ONU começou a se ocupar com essas questões
e deu-se o início a várias Conferências sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável
que conhecemos hoje.
Como apontado por Sala et al (2000), são exemplos de ações da ONU os seguintes
relatórios: “Nosso Futuro Comum” (1987); “Meio Ambiente e o Desenvolvimento” que
ficou conhecido como Rio 92; Assinatura do Protocolo de Quioto (1997); “Pacto Global”
(1999); “Os objetivos do Milênio" (2000).
Em termos de aplicabilidade, segundo Sachs (2009), a sustentabilidade não está
concentrada em uma área específica, mas se encontra no meio social, cultural, ecológico,
ambiental, territorial, econômico e político. Essa tipologia apresentada por Sachs (2009) está
conceituada no Quadro 4.

Quadro 4 – Tipos de Sustentabilidade


TIPO DEFINIÇÃO
Alcance de um patamar razoável de homogeneidade social, com distribuição
SOCIAL de renda justa, emprego pleno e/ou autônomo com qualidade de vida decente
e igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
Mudanças no interior da continuidade (equilíbrio entre respeito à tradição e
inovação); Capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional
CULTURAL
integrado e endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos
alienígenas); Autoconfiança combinada com abertura para o mundo.
Preservação do potencial do capital natural na sua produção de recursos
ECOLÓGICA
renováveis e a limitação do uso dos recursos não renováveis.
Respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas
AMBIENTAL
naturais.
Configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações
urbanas nas alocações do investimento público); Melhoria do ambiente
TERRITORIAL urbano; Superação das disparidades inter-regionais; Estratégias de
desenvolvimento ambientalmente seguras para áreas ecologicamente frágeis
(conservação da biodiversidade pelo ecodesenvolvimento).
Desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado, com segurança
alimentar, capacidade de modernização contínua dos instrumentos de
ECONÔMICA
produção, razoável nível de autonomia na pesquisa científica e tecnológica e
inserção soberana na economia internacional.
Democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos
humanos; Desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o
POLÍTICA
projeto nacional, em parceria com todos os empreendedores; Um nível
razoável de coesão social.
22

Fonte: Elaborado pela autora a partir de Sachs (2009, p. 85-87)


O autor esclarece que a Sustentabilidade é um tema abrangente e, nesse sentido,
infere-se que as bibliotecas podem contribuir para o desenvolvimento sustentável no aspecto
cultural, social e ambiental. Segundo Souza, Aguiar e Lima (2018).

Bibliotecas são ambientes que recebem e prestam atendimento às


demandas apresentadas in loco ou virtualmente, de forma democrática e
imparcial. Diante de todo contexto representativo o qual as bibliotecas
estão envolvidas podemos dizer que as mesmas são imprescindíveis para
desenvolvimento social, cultural e ambiental das comunidades onde estão
inseridas. (SOUZA, AGUIAR, LIMA, 2018, p. 122).
A sustentabilidade também faz parte dos 17 Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Agenda 2030/ONU. Essa agenda é um plano de ação global, com a
intenção de chegar em 2030 mais sustentável em todos os aspectos da vida, seja ambiental,
social e econômica.
Segundo a ONU BRASIL (2015), no ano de 2015, representantes de 193 estados
membros da ONU se reuniram em Nova York e reconheceram que precisavam erradicar a
fome e a pobreza extrema no planeta. Com isso, elaboraram um documento chamado
“Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” e,
a partir de então, os países se comprometeram a cumprir com a agenda tomando medidas
necessárias para cumprimento das metas.
Para que se possa aplicar a sustentabilidade é necessário o comprometimento da
sociedade e do país como um todo. Porém, essa contribuição pode vir direto das bibliotecas
escolares, pois elas têm o papel educativo no meio estudantil. Os primeiros passos para a
adoção de ações sustentáveis é a elaboração de um plano de Conservação Preventiva, esse
plano poderá ser elaborado por um bibliotecário com noções da técnica ou um profissional
da área.
É necessário separar um tempo para a realização dessas tarefas e verificar quais
materiais necessitam de cuidados. Alguns critérios precisam ser observados antes de aplicar
as técnicas de Conservação Preventiva. Cassares (2000) explica que o primeiro critério se
trata da necessidade do uso de materiais estáveis, resistentes que tenham qualidade
arquivística, provido de características como estabilidade, neutralidade, reversibilidade e
inércia. O segundo critério é quanto ao uso das técnicas que serão empregadas nos materiais.
A próxima etapa é a análise do ambiente e a investigação sobre o estado do acervo,
quanto às sujidades e demais características físicas. Cassares (2000) alerta para a observação
de cada material a ser limpo, se há necessidade de limpeza, se é seguro ou não realizar esse
23

trabalho devido ao estado frágil do material. Outro ponto importante são as ferramentas
necessárias para realização da limpeza, a autora cita alguns materiais importantes para essa
atividade como: Pincéis; Flanela; Aspirador de pó; Outros materiais (bisturi, pinça, espátula,
agulha e cotonete); Materiais de apoio (raladores de plástico ou aço inox, borracha de vinil,
fita crepe, lápis de borracha, luvas de látex ou algodão, máscaras, papel mata-borrão, pesos,
poliéster, folhas de papel siliconado, microscópio, cola metilcelulose, lápis 6B, etc.).
A partir da análise do acervo a técnica de limpeza pode ser executada utilizando
alguns materiais. Segundo Cassares (2000), quando a higiene é voltada para livros deve-se
usar trincha de tamanhos diferenciados, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa
potência com proteção bocal, pinças, espátulas de metal, entre outros materiais. E, para livros
com encadernação de couro, a limpeza é feita apenas com pincel e flanela macia. Cassares
(2000), não indica a utilização de óleos solventes quando a encadernação é autêntica.
O processo de higienização, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (2017), deve fazer parte
da rotina da unidade de informação, além de ser um procedimento que deve ser feito antes
da guarda do material bibliográfico. Se durante a análise do acervo forem encontrados livros
danificados, é necessário separá-los para aplicar as técnicas de conservação curativa, isso
vai depender do grau de danificação do material:

[...] se a conservação curativa/reparadora não der conta do tratamento do


item; se for um item insubstituível e de valor para a instituição; se o item
for muito consultado, neste caso é interessante providenciar sua
digitalização, além da restauração, para evitar o manuseio excessivo
posterior ao tratamento. (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2017, p. 18).
Quanto aos livros danificados que passaram pelo processo de restauro, é necessário
o acondicionamento, que “consiste no procedimento de embalagem do acervo em material
adequado para sua preservação. As matérias-primas utilizadas devem ter propriedades físico-
químicas estáveis, inertes e inócuas e que permitam a conservação contínua dos itens”.
(FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2017, p. 13).
Como os materiais de multimeios também fazem parte do acervo, da mesma forma
necessitam de cuidados. Porém, as técnicas aplicadas são diferentes, pois a composição
desses materiais se diferencia do bibliográfico. De acordo com Bogart (2001), a composição
das fitas cassete e de vídeo, por exemplo, são feitas a partir de óxido de ferro e cromo. Já o
CD ROM, segundo Laurent (2001), é composto por Policarbonato, alumínio e camada de
laca.
24

No tocante à limpeza desse tipo de acervo, Laurent (2001) explica que os discos
compactos devem ser higienizados a partir do uso de pistola de ar para retirada da poeira.
Segundo o mesmo autor, se o item estiver com manchas ou impressões digitais, recomenda-
se o uso da solução de 0,5 de Tergitol 15-S-3 e 0,5 parte de Tergitol 15-S-9 para 100 partes
de água destilada usando pano macio de algodão que tenha sido lavado várias vezes. Em
seguida, deve-se enxaguar com outro pano umedecido apenas com água destilada. Depois
enxugar bem com pano de tecido algodão macio e, para finalizar, utilizar pistola de ar para
retirar possíveis fiapos.
Para a limpeza das fitas magnéticas, Laurent (2001) indica a utilização de um
aspirador com mangueira, mantendo a distância para não correr o risco de magnetização. Na
superfície, utiliza-se tecido especial para limpeza de fita (Tape Cleaning Fabric) modelo 3M
(610-1-150). Já o acondicionamento do material magnético, de acordo com Bogard (2001),
deve ser feito em local limpo e controlado. Altas temperaturas, umidade em excesso, poeira
e elementos corrosivos no ar comprometem a capacidade magnética e a perda de dados.
Bogard (2001) ainda alerta sobre o cuidado que se deve tomar quanto a exposição do
material magnético a temperaturas muito baixas, pois estas também prejudicam o material.
É necessário manter um equilíbrio ambiental, pois se trata de um material com pouco tempo
de vida. “O tempo de vida de uma fita é definido como o espaço de tempo durante o qual ela
pode ser arquivada até que falhe ao desempenhar sua função” (BOGART, 2001, p. 36).
Dessa forma, a vida útil do item vai depender dos cuidados que esse material receber.
Quanto ao acervo em suporte de papel, o cuidado com o ambiente também é um dos fatores
determinantes da duração e da manutenção da qualidade dos itens do acervo. Segundo
Cassares (2000), esses materiais são higroscópicos, ou seja, tem a capacidade de absorver e
liberar a umidade e, por conta disso, se contraem e se expandem com as mudanças de
temperatura e umidade do ar, causando aceleração do processo de deterioração.
Para Ogden (2001), as variações de temperatura e umidade relativa do ar são
danificadoras e causam deteriorações bem aparentes como ondulações e franzimentos do
papel, descamação de tintas, empenamento de capas e rompimento de emulsões fotográficas.
De acordo com esta autora, as temperaturas recomendadas podem variar de 21⁰C ou menos
e uma umidade relativa do ar de no mínimo 30% e no máximo 50%. A autora ainda enfatiza
que quanto mais baixa a temperatura melhor, desde que não saiam das medições
recomendadas. Para Cassares (2000, p.15), a recomendação de temperatura é “o mais
25

próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se de todas as formas
as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de umidade relativa”.
Para atingir essas marcas são necessários equipamentos específicos como o Termo-
higrômetro (aparelho medidor de umidade e temperatura). Segundo Ogden (2001), existem
outros aparelhos que podem fazer o controle climático, desde sistemas mais simples aos mais
complexos. Como exemplo cita-se o ar-condicionado, umidificadores e desumidificadores
de ar, sistemas de filtragem, resfriamento e calefação. A autora alerta a importância de
consultar um profissional em engenharia de controle ambiental antes de fazer a compra e
instalação dos aparelhos.
O ar também possui agentes poluentes como gases e partículas sólidas. Para Ogden
(2001), essas combinações de poluição são agentes de deterioração e causam estragos que
vão da descoloração e rigidez do material ao enfraquecimento do couro. Para Cassares
(2000), existem dois tipos de poluentes, os gases e partículas sólidas. Os gases externos mais
comuns são Dióxido de Enxofre (SO₂), Óxidos de Nitrogênio (NO e NO₂) e o Ozônio (O₃)
que podem vir tanto do ambiente externo quanto interno.
Manter a qualidade do ar não é uma tarefa muito simples, porém, é possível
utilizando ferramentas específicas. Ogden (2001), recomenda o uso de filtros químicos,
lavadores de gás e retirada mecânica de partículas sólidas dos itens, porém para o uso de
filtros é necessária a troca periódica e a manutenção destes. Existem sistemas de limpeza do
ar mais complexos e que podem se estender por todo o prédio, porém, cada instituição usará
ferramentas de acordo com as suas necessidades.
Outro ponto diz respeito a luz, ela pode ajudar como atrapalhar o estado dos materiais
de uma biblioteca. Segundo Cassares (2000), a luz natural ou artificial contém radiação
ultravioleta (UV), componente que causa danos ao acervo por conter uma quantidade grande
de energia UV. Mesmo que o material fique por pouco tempo exposto a ela, os danos vão se
acumulando e são irreversíveis, ocasionando a oxidação, amarelamento, enfraquecimento e
rigidez do papel, entre outros.
Alguns cuidados devem ser tomados na hora de escolher a iluminação do local, para
Ogden (2001), deve-se evitar a luz natural, as lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de haleto
de metal, pois contém grande quantidade de UV. Cassares (2000) explica que, além de
escolher a iluminação certa, é preciso tomar alguns cuidados para a proteger tais como: as
janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas, que bloqueiem totalmente o sol;
utilizar filtros feitos de filmes especiais, eles ajudam no controle dos raios UV.
26

Ogden (2001), também faz algumas recomendações a respeito da iluminação da


biblioteca: Os materiais do acervo não devem ser expostos diretamente no sol, mesmo por
pouco tempo; que as janelas e lâmpadas fluorescentes estejam cobertas com plástico filtrador
UV; a iluminação do local deve ser mantida a mais baixa possível, de acordo com o conforto
dos usuários.
O espaço físico é o local de guarda desses materiais e merece atenção e manutenção,
pois a higiene do local também interfere na rotina de conservação dos itens, é necessário
fazer uma limpeza adequada e cuidadosa. Antes que essa limpeza ocorra a equipe
encarregada precisa receber treinamento e orientações sobre como devem proceder nesse
espaço, pois se trata de local onde os materiais alocados podem sofrer degradações se não
houver cuidados especiais.
Segundo as orientações de Cassares (2000), os locais a serem limpos são pisos,
estantes e móveis. Como instruções para a limpeza do espaço a autora recomenda: Limpeza
de pisos e estantes deve ser feita com aspirador de pó, pois este aparelho não espalha a sujeira
para outros lugares; Não utilizar ceras ou solventes; Não fazer uso da água, pois ela causa o
desequilíbrio na umidade relativa do ambiente; Para estantes com sujeiras mais persistentes
usar solução de água mais álcool 50% passar com o pano bem torcido, logo passar um pano
seco; Não se deve usar produtos químicos, pois estes exalam vapores que são compostos de
natureza ácida.
Quanto ao mobiliário adequado, a autora recomenda utilizar estantes de material
esmaltado, o uso de móveis de madeira não revestida ou de fórmica não é recomendada, pois
emitem produtos voláteis ácidos.
Dessa forma, com os cuidados de conservação preventiva, as ações se constituem
também como vetores à sustentabilidade, pois um livro conservado dá acesso à informação
aos estudantes, permitindo a contribuição para a sustentabilidade social, cultural e ambiental.
Para Cardoso e Machado (2017):

A disseminação da informação ambiental é essencial, pois colabora para


ampliar o conhecimento da sociedade a respeito do meio ambiente e para
a adoção de práticas sustentáveis e consequente melhoraria da qualidade
de vida de uma determinada população. (CARDOSO, MACHADO, 2017,
“obra não paginada”).
Através dos resultados do projeto Sustentabiblio divulgado pelos autores Andretti,
Calegaro e Machado (2012), além das ações voltadas à conservação preventiva, algumas
27

ações de sustentabilidade podem servir como exemplo para adoção em bibliotecas escolares
como o:
a. Incentivo a economia de ligações telefônicas, adotando o máximo de e-mails;
b. Incentivo do uso de canecas em substituição ao uso de copos plásticos;
c. Realização de campanhas para a promoção de economia de energia elétrica
(desligamento de lâmpadas, computadores e ar-condicionado, limpeza de
lâmpadas fluorescentes e filtro de ar-condicionado em intervalos programados,
retirada das tomadas de micro-ondas, bebedouro entre outros eletrodomésticos da
Biblioteca quando não usados;
d. Uso frente e verso de papel para impressão;
e. Utilização de papéis que não servem mais como rascunho
f. Utilização de folhetos, guias, folders e convites eletrônicos em arquivo PDF;
g. Troca de pilhas comuns pelas recarregáveis

Silva e Karpinski (2019) contribuem também para esse diálogo quando discutem as
práticas e ações sustentáveis da Biblioteca Univali – Campus de Balneário Camboriú (SC).
Essa biblioteca integra o Sistema Integrado de Bibliotecas da Univali (SIBUIN), mesmo
sistema responsável pelo Sustentabiblio. De acordo com os autores, essa biblioteca é
sustentável e pode servir de exemplos para os demais tipos de biblioteca.
Com a discussão acerca da conservação preventiva e da sustentabilidade, aliada aos
esforços das bibliotecas em contribuir com o desenvolvimento sustentável, é possível fazer
as aproximações com as bibliotecas escolares. Fica aberto aos bibliotecários e aos gestores
promover o incentivo, e a educação de crianças e jovens através de eventos culturais,
exposições e debates sobre o assunto onde é possível mudar aos poucos a cultura da
desinformação, através do desenvolvimento sustentável.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em princípio, esta pesquisa seria desenvolvida de forma aplicada, a partir de análise


da realidade de bibliotecas escolares em que a autora fez seu estágio. Porém, por conta do
momento extraordinário causado pela Pandemia do COVID -19, as atividades presenciais
foram suspensas e, consequentemente, foi impossível realizar as observações in locus. A
solução foi desenvolver o conteúdo por meio de pesquisa bibliográfica e documental, com o
intuito de contribuir para futuros planos de Conservação Preventiva em bibliotecas escolares.
28

As bibliotecas escolares são ambientes que armazenam e disseminam a informação,


contribuindo com o desenvolvimento intelectual da comunidade estudantil. Seu acervo
necessita de ambiente adequado e adoção de medidas protetivas para mantê-los.
O presente estudo teve como objetivos principais discorrer sobre a tipologia de
acervo de uma biblioteca escolar e identificar, na produção técnica da Conservação
Preventiva, aproximações com a sustentabilidade para o cuidado e a manutenção de acervos
das bibliotecas escolares.
Ao decorrer da pesquisa foi apresentada a conservação preventiva como um modo
de prevenir e estabilizar os materiais das bibliotecas escolares contra agentes físicos,
químicos, ambientais e humano, tudo para manter o bom funcionamento do acervo e a
sustentabilidade da informação. Foram apresentados os materiais tradicionais de uma
biblioteca escolar, como livros, CDs, DVDs, entre outros, e os cuidados necessários dentro
das técnicas de Conservação preventiva. Outro ponto importante abordado foi a importância
do acervo estar de acordo com o currículo pedagógico da escola, pois uma biblioteca que
não conversa com o projeto pedagógico não consegue atender as demandas informacionais
da sua comunidade.
Buscou-se mostrar também as aproximações da conservação preventiva aliados com
as ações de sustentabilidade, mostrando que a partir de cuidados com os materiais da
biblioteca diminui-se a necessidade de novas aquisições, além de contribuir com o meio
ambiente, dando um destino correto ao material quando este se encontra defasado para
instituição.
Percebeu-se que os estudos de caso sobre a conservação preventiva na produção
bibliográfica da Biblioteconomia são mais voltados às bibliotecas universitárias,
especializadas e museus. Há pouca literatura voltada para conservação em bibliotecas
escolares. A partir dessa observação constata-se a necessidade de se explorar mais o assunto
a fim de contribuir com as necessidades informacionais de estudantes, pesquisadores e os
próprios profissionais da área de Biblioteconomia que atuam em bibliotecas escolares.

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APÊNDICE 1 – ARTIGOS SELECIONADOS NAS BASES DE DADOS

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