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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

MARIA LÚCIA DA CONCEIÇÃO GONÇALVES

BIBLIOTECAS ESCOLARES E TEMAS TRANSVERSAIS:


BENEFICIANDO O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

NITERÓI
2020
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
MARIA LÚCIA DA CONCEIÇÃO GONÇALVES

BIBLIOTECAS ESCOLARES E TEMAS TRANSVERSAIS:


BENEFICIANDO O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido


Mendes - UCAM, como requisito parcial para a
obtenção do título de Especialista em Biblioteconomia e
Gestão de Bibliotecas Escolares.

NITERÓI
2020
1

BIBLIOTECAS ESCOLARES E TEMAS TRANSVERSAIS:


BENEFICIANDO O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Maria Lúcia da Conceição Gonçalves1

RESUMO

A Biblioteca Escolar assume papel fundamental no processo educativo, ao propiciar para a


comunidade atendida o acesso à informação e a formação continuada. Estes elementos são eixos
fomentadores para a tomada de decisões e o indivíduo pode passar a ser o agente transformador de
sua realidade e contexto, além de ser um multiplicador dos conhecimentos desenvolvidos. A proposta
dos Temas Transversais é despertar o olhar do alunado para questões antes imperceptíveis,
preparando os sujeitos para vivenciar as situações da vida em seu mais amplo aspecto, seja nas
relações pessoais, de trabalho, no exercício da cidadania e da democracia. A proposição do
desenvolvimento de ações voltadas para os Temas Transversais pela Biblioteca Escolar evidencia
fatores determinantes para a qualidade total na formação do aluno enquanto ser\indivíduo\cidadão e
protagonista do processo educativo, trazendo como desdobramentos implicações na maneira de
perceber\ler e se relacionar com o mundo e com a própria existência.

Palavras-chave: Biblioteca Escolar. Bibliotecário. Temas Transversais. Processo


ensino aprendizagem. Cidadania.

Introdução

A visão primeira do bibliotecário como guardião da informação dentro das


bibliotecas já não cabe mais em tempos de paradigmas como acessibilidade e
globalização. Mesmo porque o ideal da área é o de que a informação chegue a
todos, sendo o profissional um agente, um veículo, um facilitador da transmissão,
fazendo justiça à assertiva de Ranganathan onde cada livro deve estar com o seu
leitor, de um modo geral.

A potencial abertura de novos espaços de trabalho a partir da lei 12.244\2010


não é novidade para o profissional da área. O ingresso em frentes de trabalho que
envolvem o processo formal de ensino no ambiente escolar, oportuniza a reflexão
acerca das práticas profissionais sob a perspectiva das múltiplas possibilidades que
a biblioteca escolar encontra ao longo da vida dos educandos, nos diferentes
segmentos da formação básica.

1
Bibliotecária, formada pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora Geral do Sistema de
Bibliotecas Populares do Município de Niterói.
2

O processo de escolarização na Educação Básica é o grande responsável


pelo desenvolvimento deste projeto e um dos fatores que alavancou o interesse pelo
papel da Biblioteca Escolar enquanto campo de pesquisa na Biblioteconomia.

O trabalho desenvolvido por bibliotecários em bibliotecas escolares envolve


algumas atividades que objetivam, primordialmente, operar apoio, enriquecimento e
fortalecimento ao processo ensino-aprendizagem, realizado na sala de aula pelo
professor, das quais destacam-se a orientação a leitura e pesquisa e a realização de
atividades envolvendo os temas transversais. Este conjunto de atividades, constitui o
nosso objeto de estudo, pois são fatores determinantes para a qualidade geral na
formação do aluno enquanto ser\indivíduo\cidadão e protagonista do processo
educativo, trazendo como desdobramentos implicações na maneira de perceber\ler
e se relacionar com o mundo e com a própria existência.

Assim é que embasaremos a contribuição da biblioteca escolar ao processo


ensino aprendizagem na Educação Básica, a fim de conferirmos as reais
contribuições do trabalho desenvolvido abordando os temas transversais, onde
almeja-se facilitar o entendimento do mundo e de si, através da reflexão de temas
relevantes na formação de indivíduos\cidadãos do mundo contemporâneo.
Desta maneira, pretende-se apresentar a importância da biblioteca escolar
para o processo ensino\aprendizagem na Educação Básica, a partir de trabalhos
desenvolvidos abordando os temas transversais, a fim de conferir as reais
contribuições deste trabalho na formação do aluno e na qualidade total do ensino.

Para tanto, precisa-se entender como a biblioteca escolar ao desenvolver


atividades envolvendo os temas transversais propostos pelo MEC pode beneficiar o
processo de formação do aluno ao longo de sua vida escolar e apontar os aspectos
positivos que a biblioteca escolar proporciona ao processo ensino aprendizagem.

Por fim, será necessário demonstrar que a presença da biblioteca escolar


facilita, enriquece e fortalece o processo ensino aprendizagem e que o trabalho com
os temas transversais é um dos caminhos para tal.

Desenvolvimento

A biblioteca escolar (BE) propicia informação e idéias fundamentais para


seu funcionamento bem sucedido na atual sociedade, baseada na
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informação e no conhecimento. A BE habilita os estudantes para a


aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação, preparando-os
para viver como cidadãos responsáveis. (IFLA, 1999)

A biblioteca deve ser um elemento dinâmico no ambiente escolar, pois tem a


vocação para ser o local de extensão da grade curricular da escola, onde se tem
maior liberdade para transitar entre variados temas, de acordo com o que o seu
acervo comporta e indo além, na medida em que o bibliotecário orienta a pesquisa
em variados suportes e meios.

A biblioteca escolar é o elemento responsável pelas variadas ações adotadas


na composição do currículo e grande contribuinte na elaboração das metas
educativas, atuando como força impulsionadora do processo ensino aprendizagem
(SOBRAL, 1982).

Para Silvia Castrillõn (1985) o potencial deste tipo de biblioteca junto a sua
comunidade se revela a partir do conjunto de bens que esta instituição pode
oferecer, quais sejam: favorecer e dar suporte para a elaboração e execução do
currículo e a formação continuada do professor, estimular e impulsionar o hábito de
leitura, a criatividade, a comunicação e a recreação, promover o desenvolvimento da
capacidade de pesquisa e da aprendizagem permanente e prestar informação de
qualidade, educativa e confiável para o corpo de alunos.
A biblioteca escolar é um espaço de aprendizagem físico e digital na escola
onde a leitura, pesquisa, investigação, pensamento, imaginação e
criatividade são fundamentais para o percurso dos alunos da informação ao
conhecimento e para o seu crescimento pessoal, social e cultural.
Este lugar físico e digital é designado por vários termos (por exemplo, centro
de media, centro de documentação e informação, biblioteca/ centro de
recursos, biblioteca/ centro de aprendizagem), mas biblioteca escolar é o
termo mais utilizado e aplicado às instalações e funções. (IFLA, 2015, p. 19)

Na biblioteca da escola inicia-se a cultura da disseminação da informação e


do conhecimento de maneira livre, porém estruturada, para o aluno. Para tanto se
faz necessário que o alunado seja um elemento vivaz, participativo neste ambiente.
Da mesma forma, garantir que os diversos meios de registro do conhecimento
humano estejam presentes e atualizados no acervo, quais sejam: suportes
impressos, como livros, revistas, mapas, jornais; suportes variados, como obras de
arte, CDs, DVDs, além dos equipamentos tecnológicos para acesso a essas fontes e
aos demais ambientes virtuais.
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A utilização de meios e métodos adequados e eficientes são primordiais para


que que as intenções do processo ensino aprendizagem sejam alcançados. De tal
maneira, torna-se possível o entendimento de que a biblioteca, entre tantos
instrumentos educativos, se faz indispensável ao processo de formação do corpo
discente e docente: e vai além, pois alcança os demais funcionários da escola, que
também fazem parte, mesmo que indiretamente, do processo educativo.
A biblioteca escolar tem potencial para atender às famílias vinculadas a
escola e a própria comunidade onde a instituição está inserida, na falta de biblioteca
pública local.
Importante salientar que a biblioteca da escola, em grande parte das vezes é
a primeira e única oportunidade de contato com a Instituição Biblioteca que crianças
e jovens de classes populares terão.
Levando-se este fato em consideração, compreende-se que uma biblioteca
escolar estruturada e em funcionamento oportuniza base sólida para o processo
educativo, pois atua de maneira decisiva para a qualidade do ensino, impactando
positivamente os índices de repetência e evasão, em comparação com os ambientes
que não dispõem ou utilizam deste instrumento.

A importância da biblioteca para o ambiente escolar está em sua inerência,


pois que a escola é o local, o vínculo onde se inicia o processo instrutivo ou a
educação formal, enquanto a biblioteca não só o complementa, como oferece
suporte para a sua continuidade, através da educação não formal. A biblioteca prima
pelo protagonismo e independência do sujeito em seu percurso educativo.

O hábito de frequentar a biblioteca contribui para o desenvolvimento integral


do aluno.

De maneira a garantir que o alunado tenha pleno aproveitamento de sua vida


estudantil é primordial oportunizar o acesso à biblioteca escolar, pois esta presta
suporte concreto para a elaboração e execução de tarefas e trabalhos, na medida
em que ensina e orienta os processos de pesquisação, além de estimular e
proporcionar o gosto e o habito de leitura; atuando decisivamente para o seu
desenvolvimento intelectual.

A biblioteca precisa ser vista como uma oportunidade de fortalecimento do


ensino, dando-lhe um sentido, onde o professor não siga caminhos pré-
determinados e receitas prontas, mas procure oportunizar ao seu aluno a
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busca por novas informações. Do convívio com a leitura, com novas ideias é
que surge, o leitor crítico, criativo e independente. (PERUCCHI, 1999, p. 83)

Ainda de acordo com a autora, no que se refere aos objetivos, função e


finalidade da biblioteca escolar:

a) Reger o programa educacional da escola e ao sistema educacional


nacional, devendo planejar suas atividades tendo como diretriz a educação
integral.
b) Cooperar com o currículo escolar no atendimento às necessidades dos
alunos, dos professores e dos demais elementos da comunidade escolar;
propiciar aos seus usuários, materiais e serviços apropriados ao
desenvolvimento e aperfeiçoamento individual; estimular e orientar os
alunos em suas pesquisas e leituras; cooperar com os professores na
seleção e utilização do acervo da biblioteca; participar com superiores,
diretores e professores, na elaboração do programa para a atualização
profissional e crescimento cultural da comunidade escolar; cooperar com
outras bibliotecas, visando o desenvolvimento de programas
biblioteconômicos de uma rede ou da comunidade.
[...] A função da biblioteca está integrada com a função da comunidade e da
escola. Portanto, biblioteca e escola se completam, se sucedem em
diferentes etapas da vida de um indivíduo. Como passos relevantes para
que a biblioteca desempenhe esta função, são citados a barreira do
analfabetismo, processo pelo qual a biblioteca participa ativamente, e a
promoção do hábito da leitura. FONSECA (1983: 7) comenta que as
bibliotecas escolares proporcionam a base e os hábitos permanentes do uso
de fontes de informação.
[...] As bibliotecas (universitárias, públicas, escolares e especializadas) têm
por finalidade principal o atendimento ao usuário, esta atividade é também
denominada serviço de referência. Esta atividade é a única razão da
existência da biblioteca. As demais atividades, visam proporcionar recursos
que facilitam e tornam mais eficientes o atendimento aos usuários.
(PERUCCHI, 1999, p. 84-5)

O bibliotecário é o idealizador e o agente, o intermediário neste ambiente.


Pois entende-se que este profissional deve participar ativamente da construção do
planejamento pedagógico da escola para ficar engajado aos assuntos e temáticas a
serem trabalhadas ao longo do ano pela escola e pelos professores junto as suas
turmas, a fim de propor assuntos que complementem as temáticas já abordadas e
outras que ainda dialoguem pela pertinência.

Assim, o bibliotecário tem potencial para trazer muito enriquecimento ao


ambiente escolar, alçando a biblioteca da escola a um patamar mais participativo e
colaborativo na construção do protagonismo do corpo discente.

Com a proposição dos temas transversais, o MEC pretende proporcionar um


planejamento de estudo que forme o aluno com visão ampla e crítica sobre a vida e
o mundo, contribuindo para a construção de um Estado democrático.
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[...] há uma expectativa na sociedade brasileira para que a educação se


posicione na linha de frente da luta contra as exclusões, contribuindo para a
promoção e a integração de todos os brasileiros, voltando-se à construção
da cidadania, não como meta a ser atingida num futuro distante, mas como
prática efetiva. A sociedade brasileira demanda uma educação de
qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais para a formação de
cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com
competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem e
na qual esperam ver atendidas suas necessidades individuais, sociais,
políticas e econômicas. (BRASIL, 1998, p. 21)

O processo educativo deve priorizar a construção e valorização da cidadania


e da democracia pelo alunado. Para tanto, faz-se necessário descortinar
informações, ideias e conhecimentos que demonstrem a importância da atuação
social de cada indivíduo, estimulando a percepção das realidades sociais, dos
direitos e dos desdobramentos da vida de cada indivíduo na coletividade, além de
conscientizar para as situações que ferem tais princípios.

Assim, os Temas Transversais abordam as seguintes questões: Ética,


Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e Trabalho e
Consumo. Eles podem ser trabalhados de maneira ampla e devem ganhar a mesma
relevância das questões convencionais, trazendo abertura, flexibilização e muitas
vezes contextualização para a grade curricular tradicional. É importante salientar que
é possível eleger e adaptar os temas de acordo com as demandas locais, além da
inclusão de temas novos, levando-se em conta os diversos aspectos e dimensões
da vida em sociedade (BRASIL, 1998).

Por trazerem questões que afetam diretamente a vida da população brasileira


e mundial, os temas transversais possuem grande abrangência. Desta maneira,
evidencia-se a importância de trilhar os caminhos para a reflexão e debate de tais
assuntos, atentando-se para questões sociais contemporâneas, vividas
intensamente pela sociedade, seus grupos e indivíduos, cotidianamente.

[...] São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e


de alternativas, confrontando posicionamentos diversos tanto em relação à
intervenção no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal. São
questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade
que está sendo construída e que demandam transformações macrossociais
e também de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem
de conteúdos relativos a essas duas dimensões. (BRASIL, 1988, p. 22)
As áreas abordadas no currículo formal são insuficientes para explicar tantas
questões socialmente relevantes, dada as complexidades de tais assuntos. Como o
tralho dos temas transversais pressupõe a interdisciplinaridade e a transversalidade
7

é possível balizar e avaliar as questões sob diferentes aspectos, explorando-se os


diversos campos do conhecimento.

Ao mesmo tempo que os tópicos trabalhados nos temas transversais fazem


parte do currículo, também são complementadores destes, na medida que que tais
assuntos ganham destaque no processo de ensino promovendo o aprofundamento e
o enriquecimento da aprendizagem.

No universo das Bibliotecas entende-se o processo educativo informal, porém


constante dos indivíduos, a autoeducação, na medida em que este obtém alguma
autonomia para tal. Na Biblioteca Escolar, este processo pode e deve ser iniciado,
na medida em que, junto ao ensino formal, se oferece o local e os meios para a
formação espontânea e continuada dos sujeitos.

Sabe-se que o acesso a informação é um agente muito eficiente para basear


tomada de decisões e atitudes, que este bem cultural é, inclusive, transformador de
valores e conceitos, um sensibilizador. Por isto, requer uma reflexão dos impactos
que o manuseio adequado de informações promove na vida das pessoas.

[...]Conhecer os problemas ambientais e saber de suas conseqüências


desastrosas para a vida humana é importante para promover uma atitude de
cuidado e atenção a essas questões, valorizar ações preservacionistas e
aquelas que proponham a sustentabilidade como princípio para a
construção de normas que regulamentem as intervenções econômicas.
Para cuidar de sua saúde, uma pessoa que não tenha saneamento básico
onde mora precisa saber que esse é um direito seu para poder reivindicá-lo.
Outras vezes, a informação é necessária para poder concretizar uma atitude
de forma eficaz, como é o caso da solidariedade com alguém que se
acidentou e necessita de primeiros socorros: é preciso saber como prestá-
los. (AMBINDER; et al, [201?])

Como agente potencializador da elaboração em competência de informação,


a Biblioteca Escolar assume um papel fundamental no processo ensino
aprendizagem, impulsionando e promovendo o acesso a cultura e promovendo a
cidadania e a democracia para os indivíduos de sua comunidade. O Manifesto IFLA\
UNESCO sobre Biblioteca Escolar corrobora esta ideia:

[...] propiciar oportunidades de utilização e produção de informação que


possibilitem a aquisição de conhecimentos, a compreensão, o
desenvolvimento da imaginação e o lazer; [...] organizar actividades que
favoreçam a consciência e a sensibilização para as questões de ordem
cultural e social; [...] defender a idéia de que a liberdade intelectual e o
acesso à informação são essenciais à construção de uma cidadania
responsável e à participação na democracia; [...]. (IFLA, 1999)
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Neste caso, trabalhar os Temas Transversais nas Bibliotecas Escolares vem


de encontro ao raciocínio apresentado até aqui. Pois, trata-se de promover o acesso
a informações confiáveis e de qualidade, que atravessam a programação curricular
dos sujeitos em formação estudantil, dialogando e complementando tais assuntos,
oferecendo espaço para trocas, diálogos e reflexões sobre temas socialmente
relevantes.
Como estratégias e ações para trabalhar os temas transversais, as
Bibliotecas Escolares podem propor atividades variadas, sugere-se alguns:

-Debater sobre temas veiculados em jornais, revistas, livros, fotos, propaganda ou


programas de TV. Apresentar as mensagens — implícitas ou explícitas — sobre
valores e papéis sociais (BRASIL, 1998);

-Exibir vídeos e filmes que tratem dos assuntos socialmente relevantes, abordados
nos Temas Transversais, seguidos de discussão e rodas de conversas;

-Promover concurso de textos que versem sobre a importância de determinadas


questões sociais;

-Elaborar exposições sobres questões sociais;

-Convidar pessoas e entidades habilitadas a falar sobre assuntos afins aos Temas
Transversais;

-Expor e indicar os itens do acervo relacionados aos assuntos em voga e de


interesse da comunidade.

Estas ações vão proporcionar aos alunos maior interação entre si, maior
intimidade com assuntos socialmente relevantes (estimulando a reflexão sobre a
participação social de cada um – exercício consciente da cidadania), maior
percepção de sua atuação na comunidade escolar, entre outros.

Conclusão

Abraçar o desenvolvimento de trabalhos a partir dos temas transversais pode


e deve ser uma estratégia da biblioteca da escola na participação direta do processo
formativo do educando. Em parceria com o professor regente de cada turma,
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compartilhando esta tarefa, será possível promover uma educação que olha e
trabalha o ser\aluno de maneira integral.

Entende-se que nesta fase da vida, o educando apresenta questionamentos


decorrentes da idade estando mais voltado também para a verificação do tanto que
aprendeu até o momento, seja na escola, seja com a família e comunidade onde
está inserido - ou a vida.

O ser humano no período da pré-adolescência e adolescência tem


naturalmente a vontade de explorar o mundo ao seu redor e neste ponto os temas
transversais encontram espaço para serem explorados: a partir da curiosidade do
ser.

A Biblioteca Escolar é o local onde o aluno inicia a trajetória de pesquisador,


explorador das informações que deseja e ou necessita, seja a título de
conhecimento ou para basear alguma outra ação\situação.

A Biblioteca Escolar pode e deve explorar este potencial ao aliar a variedade


presente nos acervos pessoais dos alunos da escola com o acervo que a própria
biblioteca tem a oferecer, seja físico, eletrônico ou virtual.

O alinhamento de acervos pessoais e institucionais produz condições para o


enriquecimento e múltiplas possibilidades no planejamento e realização de ações
voltadas para os temas transversais.

A escola [...] tem de promover oportunidades de aprendizagem que dêem


ao estudante condições de aprender a aprender, permitindo-lhe educar-se
durante a vida inteira. A biblioteca está presente nesse processo.
Trabalhando em conjunto, professores e bibliotecários planejarão situações
de aprendizado que desafiem e motivem os alunos, acompanhando os seus
progressos, orientando-os e guiando-os no desenvolvimento de
competências informacionais cada vez mais sofisticadas. (CAMPELLO et
al., 2007, p. 10)

Ao avaliar a contribuição o trabalho desenvolvido a partir dos temas


transversais, entende-se que a biblioteca escolar deve elaborar e aplicar projetos
que potencializem o desenvolvimento do aluno em seu processo ensino
aprendizagem, agregando elementos enriquecedores de sua formação global e no
trabalho total da escola.
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Referências

AMBINDER, Déborah; et al. Biblioteca escolar e cidadania: uma revisão de literatura.


[Niterói : UFF, 201?].

BRASIL. Ministério da Educação. Introdução. In: ______. Parâmetros Curriculares


Nacionais. Brasília: SEF, 1998.

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CAMPELLO, Bernadete; et. al. A biblioteca escolar: temas para uma prática
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CASTRILLON, Silvia. Modelo flexível para um sistema nacional de bibliotecas


escolares. Brasília: FEBAB, 1985.

IFLA - INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND


INSTITUTIONS. Manifesto IFLA/UNESCO para biblioteca escolar. 1999.

______. Diretrizes da IFLA para a biblioteca escolar. 2. ed. 2015. Disponível em:
<https://www.ifla.org/files/assets/school-libraries-resource-centers/publications/ifla-school-library-guidelines-
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FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. A viabilidade dos temas transversais à luz da


questão do trabalho docente. Revista de Psicologia Social e Institucional, Londrina:
UEL, v. 2, n. 1, jun. 2000. Disponível em:
<http://www.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n12.htm>.

MACEDO, Elizabeth Fernandes de. Os Temas Transversais nos Parâmetros


Curriculares Nacionais. Química Nova na Escola: Temas Transversais, n. 8, n. 1998.

PERUCCHI , Valmira. A importância da biblioteca nas escolas públicas municipais


de Criciúma - Santa Catarina. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, V. 4, N. 4, 1999

RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da Biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos


Livros, 2009. 336 p.

SOBRAL, Elvira Barcelos. Recursos humanos para a biblioteca escolar. In.:


SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE BIBLIOTECAS ESCOLARES, 1982, Brasília.
Anais. Brasília: INL/UNB, 1982. p. 88-108.

WENCESLAU, Maurinice Evaristo; SILVA, Fabiany de Cássia Tavares Temas


transversais ou conteúdos disciplinares? Cultura, cidadania e diferença. Interações,
Campo Grande (MS), v. 18, n. 4, p. 197-206, out./dez. 2017.

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