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MEMORIAL ACADÊMICO DESCRITIVO

Nome do candidato: Jean da Silva Dourado


Profissão e Local de Trabalho: Professor Anos Iniciais/ Escola Francisco Sales de Oliveira Porto Velho -
RO
Idiomas (grau de domínio): Espanhol intermediário
Linhas de Pesquisa: Cultura, Tecnologia e Aprendizagem
Orientador Preferencial: Adair de Aguiar Neitzel
Introdução
Vários estudos têm se debruçado sobre a relação das tecnologias aliadas aos processos
de ensino-aprendizagem da literatura infantil, em diversos aspectos (MENEZES, 2001;
KRESS, 2010; LEFFA, 2012; LEMKE, 2005; ROJO, 2012; RIBEIRO, 2013). Esses
trabalhos constroem e consolidam métodos na área, que, por sua vez, incidem na relação
sujeito-linguagem-tecnologia.
Nesse sentido, esta proposta, objetiva investigar os métodos sobre a formação leitora de
professores e sua relação com a literatura infantil e a utilização das NTICs (Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação) no processo de leitura e interpretação
através dos meios métodos visuais, auditivos, de leitura, escrita.
Os discursos sobre a formação leitora, nos faz pensar e refletir acerca das formas de
construção do conhecimento legitimadas em âmbito acadêmico-científico. Lançar olhares
para os métodos implica compreender a materialidade da construção de significantes em
sua relação com o interdiscurso, entendido como “aquilo que fala antes, em outro lugar,
independentemente. Ou seja, é o que chamamos memória discursiva: o saber discursivo
que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do “pré-construído”, o já-dito que
está na base do dizível, sustentando cada tomada da palavra” (Orlandi, 1999, p. 31).
Além disso, a literatura desempenha um papel fundamental na escola e em casa como
ferramenta que favorece a abordagem dos processos de leitura e escrita.
As crianças aprendem com a linguagem que ouvem; portanto, quanto mais rico o
ambiente linguístico, mais rico é o desenvolvimento da linguagem. O processo de
apropriação da linguagem continua ao longo dos anos escolares, de modo que esses
anos devem ser preenchidos com as imagens e o vocabulário estimulante que a literatura
infantil oferece. O termo literatura pode ser definido a partir de uma perspectiva histórica
ou cultural, da perspectiva de um crítico ou de outro, ou de um ou outro leitor. Como
promotores da leitura, entendemos a literatura como a construção imaginária da vida e do
pensamento em formas e estruturas de linguagem, integradas em um conjunto de
símbolos que provocam uma experiência estética. Essa experiência pode ser a
reconstrução viva ou a expansão de eventos anteriores, ou a criação de novas
experiências a partir da interação com diferentes gêneros.
Todos nós sabemos que ler é bom, tanto para adultos como para crianças, mas a
literatura infantil desempenha um papel muito importante no desenvolvimento da criança.
Aqui nós dizemos porque é tão importante e quais são os benefícios que traz.
Em suma, pode-se dizer que a literatura infantil é importante, pois contribui para o
desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. Desde cedo, pais e
professores devem incutir na criança o hábito da leitura.
Portanto, temos como objetivo geral analisar os discursos de professores por meio de
formulário estruturado e disponibilizados em grupos do whatsapp e facebook sobre o uso
das TICs (As tecnologias de informação e comunicação) e a formação leitora, destacando
a importância da literatura infantil, a fim de despertar a criatividade e o desenvolvimento
da imaginação.
Desenvolvimento
Ao tomar como objeto de análise os relatos acerca formação leitora de sujeitos
professores, este projeto se justifica pela possibilidade de problematizar a incidência
desses métodos para os processos de formação de professores contemplado o uso de
tecnologias.
Este projeto justifica-se na proposta de entender o novo letramento literário na educação
infantil frente ás novas tecnologias. Desde o nível da educação inicial e pré-escolar, as
crianças demonstram interesse em explorar e estabelecer contato com diversos materiais
de leitura e escrita, que as induzem a manifestar experiências e vivências reais e
imaginativas, dando origem à expressão das suas próprias ideias, emoções e
sentimentos que permitem seu mundo interior emergir. Por isso, o uso da história torna-
se uma ferramenta didática útil para acompanhar as crianças de maneira emocional e
criativa em seu processo formativo.
A proposta desta pesquisa teórico-prática é destacar a importância da literatura infantil
para motivar e envolver as crianças com a leitura, a fim de despertar a criatividade e o
desenvolvimento da imaginação. Para isso, três aspectos fundamentais são propostos: (i)
Funções da literatura infantil; (ii) O papel do professor como promotor da literatura infantil;
e (iii) Estratégias que favoreçam a aprendizagem natural da leitura, relacionadas à
literatura infantil. A análise é baseada na abordagem construtivista da aprendizagem de
línguas. Conclui com a menção de algumas considerações práticas para melhorar o
trabalho da literatura infantil em sala de aula.
A tecnologia da informação e comunicação pode ser definida como um conjunto de meios
utilizados para criar, armazenar e fornecer informações. As TICs (As tecnologias de
informação e comunicação) e a sua utilização têm sido amplamente debatidas em
diversas áreas de estudo.
A internet facilita a comunicação e reúne diversas mídias favorecendo o processo de
ensino. Lévy (2000: 111) postula uma análise dessa rede de comunicações que refletem
na sociedade.
Tendo como pressuposto teórico autores que trabalham com essa vertente da tecnologia
na educação e seu processo de ensino e aprendizagem, pautaremos nos estudos de
Lévy (1999, 2000), Foucalt (1979, 2000), Moran (2000, 2006), Okada (2011), Freire
(1983), Bauman (2000) e entre outros que se interpelaram no meu caminho de
aprendizagem. No entanto ao longo das disciplinas cursadas, outros teóricos poderão
embasar e enriquecer esse projeto.
Sobre as tecnologias na sala de aula e a reformulação do papel do professor, que deixa
de ser detentor do saber para tornar-se um orientador, capaz de gerenciar e motivar os
alunos para o processo de ensino e aprendizagem pode ser considerado os estudos de
Almeida:
“(...) um arranjo diferente nas dinâmicas de aprendizagem. Propõem o contato com o
mundo fora da sala de aula, fora dos muros da escola. Pressupõem a ação dos alunos na
busca e seleção de informações e experiências. ” (Almeida, 2000a: 35).
Segundo Moran (2006) os contextos históricos e sociais, as novas tecnologias, possuem
uma representação de serem agentes e eficazes no ensino. Permitindo a comunicação,
interação e ampliação do contexto educacional na sala de aula. No entanto, se o
processo dependesse somente das tecnologias de informação e comunicação, a
transformação da realidade educacional já teria mudado há muito tempo. Mas os desafios
de ensinar e aprender continuam vigentes no modelo educacional.
Segundo Lévy (1998: 8) “É certo que a escola é uma instituição que há cinco mil anos se
baseia no falar/ditar do mestre” Tradicionalmente, professores vêm reproduzindo na sala
de aula um processo de informações, sem uma prática inovadora e diferente.
Como afirma Moran (2006, p. 49) em uma construção cooperativa. “Podemos participar
de uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma investigação
sobre um problema da atualidade.
O professor precisa ser também um leitor, pois é um formador de leitores, Emilia Ferreiro
(2002) aponta que o professor não é aquele que encerrou seu processo de alfabetização
e letramento, ao contrário, ele está em um ponto mais sofisticado e elaborado do que o
aluno, mas deve continuar a aprender constantemente.
Os projetos realizados nas escolas são muito importantes, colocando o aluno em contato
com o livro, isso é uma questão de cidadania. Lendo se produz sentidos que ampliam as
condições de acesso a cidadania, o professor deve ter um amplo conhecimento e uma
grande visão crítica para a construção de leitores nessa perspectiva.
No contexto atual, em que parece haver certo afastamento entre o professor e o livro e a
biblioteca, a utilização dos livros para a formação do aluno-leitor e professor-leitor não
está sendo contextualizada.
Para Kleiman (1989), entende-se o ensino de leitura como uma possibilidade de ensino
por meio de estratégias e modelos, um sujeito mediador entre o leitor e o autor, sendo
assim, o professor pode estruturar práticas de leituras e desenvolver habilidades que
serão fundamentais para sua formação integral. O professor – mediador da leitura –
trabalha com a relação entre o autor e leitor amenizando a dificuldade do aluno ao
interagir diretamente com esses recursos. A mediação do professor reveste-se de um
papel fundamental nesse processo.
Sabemos que ler não é uma prática habitual da sociedade atual, tão pouco as crianças,
porém, é importante pensar que o leitor se forma no exercício da leitura. Pensando nas
crianças, a leitura infantil vai além de pegar um livro e decodificá-lo. A literatura infantil
interfere inteiramente na cultura do aluno, reforçando-a, negando-a, quebrando
paradigmas ou postulando estereótipos que provoca no leitor diferentes formas de novos
conhecimentos construindo sua identidade e ampliando sua visão de mundo.
Reconhece-se que o maior desafio é possibilitar o aperfeiçoamento das produções de
textos métodos visuais, auditivos, de leitura, escrita de modo que os textos produzidos na
aula de línguas reflitam aqueles textos em circulação na sociedade. Modos de produzir
sentido através da escrita e da leitura sofrem mudanças ao longo do tempo porque novos
elementos de composição e novas formas de organizar e expor o texto surgem o que
acaba por ampliar o conceito de texto e de escrita.
O texto impresso, como o conhecemos até o século passado, era composto por
elementos como as palavras, as orações, a cor preta ou azul, as linhas, o fundo branco e
algumas imagens em preto e branco. A linguagem predominante era a escrita,
acompanhada da linguagem visual, que ilustrava ou auxiliava o texto escrito, sendo,
portanto, acessória. Porém, com o desenvolvimento das tecnologias, surgem textos com
elementos de composição variados além da escrita, o som, a imagem, as cores, as
diversas sequências.
Segundo Rojo (2011), a multimodalidade não é apenas a soma de linguagens, mas a
interação entre linguagens diferentes em um mesmo texto.
E se é papel da escola preparar o aluno para agir no mundo, cabe a ela continuar
desenvolvendo essas estratégias e buscar novas técnicas que aperfeiçoem ainda mais as
produções dos alunos, através do estudo das potencialidades de cada linguagem, e não
as ignorar. Sendo assim, também é função do professor em formação conhecer essas
novas formas de interação e comunicação para trabalhar com seus alunos no futuro.
Cumpre salientar que, ao longo da pesquisa, desenvolveremos melhor as noções de
linguagem, sujeito, sentido, discurso, letramento, métodos visuais, auditivos, de leitura,
escrita e entre outros aspectos importantes.
Considerações Finais
Toda a minha relação perpassa pela literatura e a educação por isso, o projeto de pesquisa busca,
justamente, identificar e analisar a formação leitora de professores, frente a documentos e revisão de
literatura, e o processo de letramento literário na educação infantil através da tecnologia. A pesquisa
feita pelo google forms destina-se aos públicos de professores, pais e entre outros.
Pretende-se visualizar a importância dos hábitos mais importantes na educação, a relação literária e a
compreensão leitora, ir com seu filho à biblioteca para escolher novas leituras. Nesse caso, você pode
ler para ele o resumo do livro para explicar parte do conteúdo e para ele escolher qual livro prefere
trazer.
Referências
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