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TEMA E TÍTULO:

(R)Evolução digital: a relação dialógica entre tecnologia, leitura e escrita


contista nos anos iniciais do ensino fundamental

DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Como os meios digitais podem corroborar à leitura e escrita contista de
alunos dos anos iniciais do ensino fundamental?
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por função, incentivar o hábito à leitura e escrita a
partir de contos literários por meio de plataformas digitais. O que se busca,
especialmente, neste período de pandemia, é a efetiva participação dos alunos
e sua autonomia em relação a leitura. Utilizando o aplicativo da Estante
mágica, um projeto que torna alunos autores de livros, resolveu-se alimentar o
protagonismo estudantil, para que as crianças se vejam como autoras, atores e
críticas de sua realidade.
Numa dinâmica que visa como objetivo, a escrita de narrativas pelos
próprios alunos, com apoio literário de narrativas clássicas, como Alice no país
das maravilhas, O pequeno príncipe entre outros, até a finalização do livro, pela
gráfica. Ampliando suas competências na produção de textos e auxiliando nas
práticas de língua materna. Este trabalho está embasado por diálogos de Ninfa
Parreiras (2009), Joseane Maia (2007) que abordam a literatura como fonte de
conhecimento e Silva (2000) que relata a inclusão digital como fermenta de
ensino/aprendizagem e corroboram para a construção deste trabalho.
Essa relação estreita com a tecnologia fomenta a capacidade criativa
dos alunos, compilando ao processo de ensino/aprendizagem, ferramentas
presentes no dia a dia. Utilizar os meios digitais como whatzap, para repassar
as ideias e planos de aula, o google meet para transmitir as aulas e o aplicativo
Estante mágica, para a escrita dos livros, proporcionou aos alunos uma maior
aquisição das habilidades esperadas para a turma. Pois estes artefatos, meet,
whatzap, zoom, especialmente, em tempos de pandemia, tornaram-se os
meios de comunicação entre as pessoas.

RELEVANCIA E JUSTIFICATIVA
Este projeto visa proporcionar ao público alvo, (alunos do 2° ano
fundamental) uma constante brincadeira com a linguagem escrita e digital,
tornando a comunicação pela escrita passível de diferentes interpretações,
estimulando através do aplicativo digital (Estante mágica), a leitura e crítica
literária em seu mundo.
Por meio deste trabalho, busca-se alcançar o protagonismo infantil, em
relação a própria escrita literária, ao invés de adultos escrevendo para as
crianças, as próprias crianças mostrarão o que elas veem em seu mundo. Os
porquês? Duvidas, frustrações, alegrias e anseios, como eles são vistos e
como devem ser solucionados.
A abordagem da escrita e oralidade, a leitura de diferentes contos para
facilitar a escrita do próprio livro, com o auxílio da maleta viajante, (pois o
digital, não indica um sinal de enfraquecimento do livro tátil, mas apenas uma
outra ferramenta de construção e transmissão de saberes) o compartilhamento
de ideias através dos aplicativos de conversa, com os colegas e rodas de
debate pelo meet para discutir sobre as narrativas. Estas são algumas das
práticas inseridas no grupo, para a aplicação do projeto. Este, por sua vez, se
dará com alunos do 2° ano do Ensino Fundamental da E. M. E. I. E. F. José
Romão de Jesus.

OBJETIVOS
Gerais
Incentivar ao protagonismo estudantil na leitura, escrita e interpretação
de texto, através de aplicativo digital.

Específicos
 Compreender a tecnologia como ferramenta de conhecimento;
 Apreciar a leitura literária;
 Sensibilizar a interação digital;
 Explorar o debate e a socialização;
 Reconhecer as múltiplas interpretações de textos;
 Ampliar o vocabulário e a produção textual;
 Desenvolver o hábito a leitura e diferentes fontes de ler;
 Desenvolver a linguagem oral e escrita;
 Vivenciar os momentos de interação digital como fonte de prazer e
conhecimento;
 Estimular a capacidade de escrever, ler, contar e recontar histórias.

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
Por que não implementar as salas de aula com tecnologias digitais?
Expor os alunos a leituras através de aplicativos ou a escrever pelos mesmos?
Esta prerrogativa resultaria em uma aprendizagem significativa da língua
materna, o contato com meios que estão cada vez mais inseridos no nosso
cotidiano. Por tanto não apenas inserir, mas compreender que eles podem ser
aliados no processo de ensino/aprendizagem, com diferentes vertentes como,
a ilustração em movimento, cores vivas, fontes de letras distintas, debates com
pessoas em diferentes lugares em tempo real, entre outras

REVISÃO DA LITERATURA (EMBASAMENTO TEÓRICO)


Levando em consideração a realidade dos alunos e o momento
altamente digital em que vivemos, buscou-se evidenciar a criança em fase de
aquisição da linguagem e se fazer valer de situações comunicativas
apropriadas, presentes em sua realidade, principalmente em momento de
pandemia, como o whatzap, google meet, aplicativos de escrita de livros, etc.
Ajustando as situações comunicativas com os componentes gramaticais,
semânticos e outros, a escola e professores proporcionarão o aluno a
experiência com o letramento, desde os logotipos dos aplicativos até leituras
literárias clássicas disponibilizadas neles.
O incentivo a leitura vem de diferentes formas, feiras, eventos, criação
de diferentes meios digitais de comunicação. Parreiras (p.21, 2009) relata que
“Os primeiros anos do novo milênio se caracterizam pela expressiva atividade
de instituições, voluntários, educadores, escolas, bibliotecas, ONGs, iniciativas
públicas e privadas voltadas ao livro e à leitura”
Foi pensando em questões como, será que a criança lê o que o adulto a
indica? Elas gostam do que os adultos as escrevem? Porque crianças não
escrevem suas próprias narrativas? que se buscou o aplicativo intitulado
“Estante mágica” ele aborda em sua temática a protagonização de estudantes
dos anos iniciais do fundamental. Segundo Silva (2000, p. 23) “hoje é preciso
inventar um novo modelo de educação, já que estamos numa época que favorece
a oportunidade de disseminar um outro modelo de pensamento”,
Em se tratando do ensino de língua portuguesa, componente a
que se atribui a missão de formar leitores críticos e consicentes do
seu papel social, devemos compreender o lugar das novas
tecnologias, em que a leitura e escrita sejam temas centrais e
produzidos em novos espaços e cenários que se apresentam numa
cultura tecnológica que a sociedade hoje vive. (fabricio oliveira da
silva, p.2

A ferramenta digital contribui para que professores, alunos e família


possam interagir a respeito da literatura contista, na escrita, ilustrações,
habilidades e competências da língua materna.
Cria-se um grupo e o professor solicita a produção de textos a partir de
base linguística, usando palavras, mas também imagem. Seguem-se
discussões fora da sala e também nela. O interessante de uma atividade como
essa é que os alunos dinamizam a produção textual e se inserem num recurso
que facilita a leitura, a interpretação e a criação de textos com linguagem mista,
em que as imagens e vídeos são elementos acessórios no processo de
produção e de criação. Segundo Silva (2000, p.20),
Interatividade é a disponibilização consciente de um mais
comunicacional de modo expressivamente complexo, ao
mesmo tempo atentando para as interações existentes e
promovendo mais e melhores interações – seja entre usuário e
tecnologias digitais ou analógicas, seja nas relações
“presenciais” ou “virtuais” entre seres humanos.

Multiletrar é, portanto, buscar desenvolver cognitivamente


nossos alunos, uma vez que a nossa competência genérica se
constrói e se atualiza através das linguagens que permeiam
nossas formas de produzir textos. Assim, as práticas de
multiletramentos devem ser entendidas como processos
sociais que se interpõem em nossas rotinas diárias (DIONISIO,
2014, p. 41).

Contar histórias nas aulas não apenas remonta ao lúdico, mas como nos
relata Abramovich (1997), quando as crianças ouvem histórias passam a
visualizar de forma mais clara, os sentimentos que têm em relação ao mundo.
O ato de ouvir, ler, reler, escrever, é trabalhar com os contos na perspectiva de
produção textual, que requer, também, a reescrita de textos:
Provavelmente, a questão prática mais “confusa” é a da
correção. Muitos professores aos quais são apresentados
“novos” projetos de ensino se perguntam se, afinal, devem
continuar corrigindo ou não. A pergunta, talvez, seja mal posta.
Obviamente, um professor não pode esperar que os alunos
aprendam sem sua intervenção; afinal, é para “ajudar” que o
professor está na aula. O que talvez deva ser novo é o modo
de “corrigir”. Por isso, aqui se propõe empregar as palavras
revisar (revisão) e reescrever (reescrita). Deveria ficar claro que
revisar inclui corrigir, mas há duas diferenças: a) em primeiro
lugar, corrigir supõe compreender o que houve, quais as
razões de um “erro” – que é a melhor forma de passar de uma
etapa a outra do saber do aluno; b)revisar é ir além de corrigir,
porque pode significar também alterar o texto em aspectos que
não estão “errados”. (POSSENTI, 2008, p. 05-06)

O alcance dessas teorias na prática escolar e de que forma essas


contribuições inferem no trabalho do professor e promovem essa
aprendizagem almejada. Nesse contexto, o corrigir os contos vai ganhando
espaço e progressivamente, passou a designar o processo não apenas de
ensinar e aprender as habilidades de codificação e decodificação, mas também
o domínio dos conhecimentos que permitem o uso dessas habilidades nas
práticas de leitura e escrita. O que se busca é a autonomia do aluno, para que
ele reconheça a falta ou excesso em seu texto, e que acima de tudo, saiba o
que seu texto deseja apresentar.
As crianças estão inseridas em uma atmosfera de fruição, em que o ato
de contar, é também, encantar e criar mundos que lhe compreendam.
Segundo (Ressurreição, 2005):
“A fantasia dos contos de fada é marcante para o
desenvolvimento da criança. Há significados mais profundos
nos contos de fada que se contam na infância do que a própria
vida adulta ensina. É por meio dos contos infantis que a criança
desenvolve seus sentimentos, emoções e aprende a lidar com
essas sensações.”

pois se os professores têm que se adequar a essa nova realidade que estamos
vivendo, a instituição precisa procurar meios para tentar resolver ou pelo
menos amenizar essa situação, oferecendo possibilidades para que esses
profissionais se capacitem para o uso das tecnologias, já que essa é uma
exigência e uma realidade da nova geração. Vale lembrar que tal mudança não
depende somente da escola, o corpo docente também precisa está aberto às
novas mudanças do mundo da tecnologia da informação, como afirma Silva
(2000, p.72)
O professor terá que saber que não se trata de hipostasiar o
novo paradigma, mas tomá-lo em recursão com o tradicional,
ou seja, terá que saber que, de fato, há uma mudança nos
protocolos e nos processos de leitura, mas que o livro de papel
em seu paradigma linear, sequencial, não pode ser invalidado.
Em suma, a distinção é oportuna, a separação não.

Considerando o cenário em que as tecnologias precisam ser aliadas do


professor, refletiu-se sobre as noções de reflexividade ancoradas por Alarcão
(2007), entendendo que o ensino de língua será cada vez mais enriquecido se
estiver alinhado com as novas tecnologias, por meio da qual o professor
poderá usar recursos variados, como os disponíveis em aplicativos como
whatsApp, youtube, blogs, entre outros, a fim de garantir que a produção,
reflexão e leitura textual sejam constantes na sala de aula.

METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido com atividades de: Leitura de histórias,
conversas formais, informais, vídeos, interpretação oral de vídeos, e textos.
Maleta viajante. Escrita de contos literários individuais e contação das histórias
criadas pelos alunos.
O projeto teve início através da dificuldade dos alunos em ler e escrever
de forma autônoma, em época de aula remota, percebe-se ainda mais esta
necessidade de interagir conhecimentos pedagógicos com a diversão. Os
alunos participam contando seus conhecimentos prévios do tema, e
desenvolvem as atividades conforme adentram ao conteúdo.
No desenvolvimento desse projeto é fundamental que o educador
atente-se à necessidade de tornar as atividades ao mesmo tempo atrativas e
enriquecedoras para aprendizagem dos educandos. Sob essa perspectiva
sugere-se, para o trabalho com as histórias, a utilização de recursos como:
filmes, montagens de painéis, aventais de histórias, cineminha, teatro de
sombras e fantoches, dedoches, dramatizações, livro de histórias clássicas e
criações dos próprios alunos. Para abertura do projeto no dia 01/06, ocorrerá a
explanação com o vídeo do projeto Estante mágica, cedido pelo aplicativo da
Estante Mágica. Com o objetivo de estimular e apreciar os contos Literários, o
projeto visa uma maior integração entre escola e alunos, em período de
pandemia.
Em relação a participação dos pais, será enviada a maleta viajante e
bilhetinhos, por whatsapp, explicando o que se deseja alcançar com esse
processo. Que os pais e crianças tenham um momento de leitura e que isso
torne-se um incentivo ao hábito de ler. Na maleta haverá diferentes contos,
com ela irá uma folha sulfite, lápis de cor, apontador, lápis grafite e um
pequeno questionário, para que com a ajuda da família, as crianças possam
registrar por escrita e ilustrações o que mais gostaram nas narrativas. O rodízio
de alunos acontecerá a cada 01 (uma) semana.
A segunda parte do projeto se dará com as leituras feitas através da
maleta viajante, com um rico material de leitura, os alunos irão ter uma
bagagem literária para criar suas narrativas. A terceira parte será a escrita,
cada aluno escreve sua história, e com orientação do educador, sobre regras
ortográficas e de escrita textual, coerência e coesão, desenvolve seu texto.
A quarta etapa é a revisão do texto, individualmente o educador e aluno
conversam sobre a narrativa e pontuam os sentidos e gramatica. Em seguida a
esses passos para cada página escrita o aluno irá fazer uma ilustração
referente. Na quinta etapa a professora torna-se escriba do aplicativo,
repassando o conteúdo para ele.
Com todas as histórias prontas, chega a última etapa, os livros
concluídos em ebook, são impressos pela escola, ou comprados (opcional),
para o momento de autógrafos. Os alunos irão relatar sobre a criação de suas
narrativas, seus desafios em construí-las e em um espaço, organizado
especialmente para este momento, irão autografar seus livros à comunidade
escolar.

CRONOGRAMA
O projeto será realizado entre os dias 01/06 a 22 de novembro de 2021.
junho julho Agosto setembro outubro Novembro
Início do X
projeto
Material X X
para
leitura
Escrita X
dos contos
Revisão X
Dia dos X
autógrafo
s

REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São Paulo:
ed.Spicione, 1997.
ALARCÃO, Isabel: Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva. 5.ed.- São Paulo, Cortez,
2007.

Alice no País das maravilhas. São Paulo: Martin Claret, 2007. Título original
em inglês: Alice’s Adventures in Wonderland (1866). CARROLL, Lewis.

DA RESSURREIÇÃO, Juliana Boeira. A importância dos contos de fada no


desenvolvimento da imagnação. Pós-graduação em Novas Abordagens em
Língua Portuguesa e Literatura da Língua Portuguesa – 2005. Faculdade
Cenecista de Osório-FACOS/RS.
http://www.facos.edu.br/old/galeria/129102010020851.pdf. Data de acesso:
14/10/14

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 1996.
_______________. Sugestões de trabalho. Disponível em:
http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/biblioteca_professor/arquivos/
62Reescrita_d e_texto.pdf . Acesso em 01/11/2021
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa. Rio de Janeiro: Quarret, 2000. 232p.
APÊNDICES

ANEXOS

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