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RESUMO: O presente artigo tem como objetivo o trabalho com a modalidade escrita,
com a proposição de atividades lúdicas em um processo de interação do uso da
linguagem, num ambiente acolhedor e prazeroso aos alunos. Para o ato da escrita é
preciso ter o que dizer, uma razão para dizer, para quem dizer e o como dizer: esse
foi o cenário constituído para a produção escrita, em suas distintas etapas,
propiciando ao aluno frequentador de Sala de Apoio à Aprendizagem a oportunidade
de criar, dar vazão à imaginação e de valorizar o seu conhecimento de mundo,
aprendendo, também, trabalhar em grupo e individualmente, de modo a se inserir no
contexto regular da sala de aula, contribuindo, através do brincar, para sua
autonomia no universo escolar.
ABSTRACT: The present work has as objective the work with the written modality,
with the proposal of playful activities in an interaction process by using the language,
in a hospitality and pleasant environment to the students. For the writing act it is
necessary to have what to say, a reason to say, whom to say and how to say. That
was the scene consisted for the written production, in its distinct stages, propitiating
to the attendant student of the Learning Support Classes the chance to create, give
solution to the imagination and value his knowledge of world and also learning to
work individually and in group, in order to insert himself in the regular context of the
classroom, contributing, through playing, for his autonomy in the schooling universe.
1 INTRODUÇÃO
1
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR, pós-graduada em
Supervisão Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira – RJ. Atuante como Técnica Pedagógica
no Núcleo Regional de Educação de Telêmaco Borba – PR, desde 1993. Contato: email
jmothes@seed.pr.gov.br
2
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
não existem por elas mesmas, mas carregam sentimentos da própria vida, como
também Afirma Bakhtin (1986, p. 81): “não são palavras o que pronunciamos ou
escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis, etc.”
Assim, pode-se dizer que a imagem e a palavra se confundem, nos
envolvem, criando um diálogo com os seus interlocutores, que somos todos nós. A
escola pertence a este universo de múltiplas linguagens, dentre as quais a lúdica,
escolhida, aqui, como meio para auxiliar o processo de aquisição do conhecimento
na criança.
É nesse contexto que o projeto “SALAS DE APOIO À APRENDIZAGEM:
atividades lúdicas e o desenvolvimento da escrita” propôs atividades com o objetivo
de incentivar alunos da Sala de Apoio à Aprendizagem em Língua Portuguesa que
apresentam, entre outras defasagens, dificuldades na comunicação escrita.
Matêncio (1994, P. 66) diz:
3.1 Quebra-cabeça
3.1.2 Regras:
3.1.3 Análise:
escritas com prazer, já os 05 (cinco) meninos tiveram que ser estimulados e nenhum
escreveu espontaneamente. Instigante constatação: será que havia, no caso,
alguma questão de gênero envolvida? (entretanto, esse não era o foco naquele
momento, e, portanto, foi desconsiderado).
3.1.4 Considerações:
3.2.1 Objetivos:
3.2.2 Regras:
3.2.3 Análise:
9
3.2.4 Considerações:
3.3.1 Objetivos:
3.3.2 Regras:
3.3.3 Análise:
Para essa atividade foi confeccionado o jogo com EVA colorido. O texto
sobre a origem do jogo foi pesquisado na internet e levado para a sala de aula.
A atividade seguiu os seguintes passos:
Primeiro passo: em duplas, jogaram o Jogo da Velha, como eram apenas 05
(cinco) participantes, a professora jogou com um deles. Como sempre, os alunos
participaram com interesse, respeitando-se mutuamente.
Segundo passo: atividades escritas:
a) Formar frases com as palavras: jogo, velha;
b) Escrever com as próprias palavras sobre o porquê do Jogo da Velha ter
recebido esse nome;
c) Ouvir o texto sobre a origem do jogo lido pela professora;
d) Produção textual: reproduzir, por escrito, o texto lido pela professora;
e) Comparar e discutir a sua ideia sobre o Jogo da Velha com o texto lido
pela professora.
3.3.4 Considerações:
3.4.1 Objetivos:
3.4.2 Regras:
3.4.3 Análise:
(sete) fichas para cada aluno presente, o restante foi comprado no decorrer do jogo.
Tirou-se par ou ímpar para o início da brincadeira. Ganha quem primeiro colocar
todas as fichas. Os demais continuam na brincadeira até o último, que será o
perdedor.
Os alunos jogaram com interesse, um ajudando o outro, como eram poucos
alunos, houve um só grupo.
Neste jogo, as frases eram formadas por animais (vaca, carneiro, abelha);
vegetais (milho, cana, trigo, uva); produtos (leite, lã, mel, pipoca, açúcar, pão,
vinho).
O jogo terminou quando os alunos não tinham mais fichas para completar a
frase que estava na mesa. Assim, não houve empate, pois o aluno C conseguiu
colocar todas as fichas, os demais ficaram com algumas fichas na mão: B (4), D (3),
E (1). A aluna K chegou atrasada e não participou do jogo, no entanto, desenvolveu
as atividades escritas.
Os exercícios relacionados ao jogo foram:
a) formar frases;
b) ligar animais e vegetais a seus respectivos produtos;
c) separar em colunas as palavras que indicassem: animais, vegetais e
produtos;
d) Produção textual: produzir um texto com as seguintes palavras: sítio,
vaca, leite, pão e mel.
Percebeu-se, nesta proposta, uma facilidade maior com os fatores da
textualidade, como a organização das ideias, sua progressão e relação. Em outro
aspecto, confirma-se a grande dificuldade em utilizar os parâmetros da convenção
ortográfica oficial.
3.4.4 Considerações:
3.5.2 Análise:
Esse texto foi trabalhado por se tratar de uma anedota, adotada nesta
proposta como uma forma de atividade lúdica também, inclusive resgatando o
interesse natural que se tem por piadas. Entretanto como a piada exige inferências,
pressupostos por parte de seus interlocutores, a atividade representou dificuldade na
sua interpretação por parte dos 04 (quatro) alunos presentes. Quanto à produção
textual, foi pedido que os alunos escrevessem uma história engraçada que
conhecessem; a produção da maioria foi tímida, truncada e sem desenvoltura
textual.
Ressalta-se que como esta aula aconteceu depois do recreio, percebeu-se o
seu não rendimento, além de a proposta não ter tido o interesse inicialmente
esperado.
3.5.3 Considerações:
3.6.2 Análise:
Nesse dia, foram levados vários jogos (dama, trilha, jogo da velha, dominó)
e, em duplas, os alunos escolheram o que queriam jogar.
Após a brincadeira, trabalhamos o texto “Brincar é Gostoso”, percorrendo os
seguintes passos:
1º Passo: leitura silenciosa (pelos alunos) e oral (primeiramente pela
professora, depois pelos alunos);
2º Passo: os alunos responderam as seguintes questões:
a) Quem é o autor do texto?
b) De acordo com o texto, como podemos brincar?
c) Escreva o nome de uma brincadeira que você pode brincar usando as
mãos e os pés.
d) Quais brincadeiras você pode brincar com vários amigos?
e) Escreva o nome de uma brincadeira que podemos brincar em sala de
aula.
f) Em sua casa, do que você costuma brincar e com quem?
g) Quais brincadeiras meninos e meninas podem brincar juntos?
3º Passo: Produção Textual:
Escreva sobre o jogo que você escolheu:
a) Com quem você jogou?
b) Quais as regras desse jogo?
c) Quem ganhou?
Essas atividades foram realizadas com interesse e os alunos desenvolveram
16
3.6.3 Considerações:
3.7 Avaliação
eficazes. Um trabalho contínuo, motivado por atividades lúdicas, com certeza, trará
resultados bem significativos.
Recorde-se, ainda, que pela própria característica das aulas da Sala de
Apoio à Aprendizagem, ainda há que se desenvolver uma cultura na própria
estrutura escolar e seu envolvimento com a família dos alunos que a frequentam,
para se criar uma rotina natural, pois a falta de regularidade da frequência
compromete o desempenho e as metas. O que se observou é que aqueles alunos,
cuja frequência foi mais regular (B, G e I), tiveram resultados satisfatórios,
apresentando superação de muitas dificuldades que apresentaram nas aulas
regulares a que assistiam.
3.7.1 Considerações:
Professor, para adesão ao GTR, faz sua inscrição On line, por meio do link Grupo de
Trabalho em Rede, no sítio (www.pde.pr.gov.br). As atividades são desenvolvidas à
distância, em ambiente virtual, utilizando a Plataforma MOODLE.
Dessa forma, o Projeto: SALAS DE APOIO: atividades lúdicas e o
desenvolvimento da escrita teve, em seu GTR, 40 (quarenta) professores inscritos,
destes 21 (vinte e um) concluíram o curso.
Relatamos, a seguir, depoimentos referentes ao trabalho realizado, no que
se refere:
4.1.1 Diário:
Professora Jo:
Após esse primeiro contato com o material teórico que fundamenta o Projeto
de Implementação Pedagógica na Escola, é importante trazer para o Fórum
questões pertinentes para o debate e discussão, apresentando de forma sucinta as
considerações sobre os autores, conceitos e posturas revelados nos textos (neste
Fórum, o professor deveria, além de postar sua resposta, contribuir com dois
colegas e responder àqueles que lhe enviasse mensagem):
Professor Ed:
20
Professora El:
As fontes teóricas que embasam o seu trabalho são referências para que
possamos passar de uma abordagem fraseológica da linguagem. A visão
sócio-interacionista que orienta o estudo da Língua Portuguesa para uma
abordagem com os gêneros, fornece subsídios para que tornemos a análise
lingüística algo significativo contextualizado para o aluno. Nesse sentido,
BAKHTIN e seus disseminadores são as fontes teóricas necessárias para
esses estudos. Outro aspecto importante do seu Projeto é a adoção do
lúdico como metodologia de trabalho. Isso tornará a introdução e o trabalho
com os conteúdos algo motivador para os alunos e também para o
professor e, com certeza, será diferencial para as aulas nas Salas de Apoio.
(Friday, 6 de fevereiro de 2009, 14:58)
Professora Ro:
Professora El:
Professora El:
Após a leitura prazerosa de seu trabalho, verifiquei o rico conteúdo que ele
apresenta. Muitas vezes, o aluno encontra dificuldade na leitura e escrita
por falta de criatividade do professor ou pelo repeteco dos livros didáticos.
Como você afirma, há várias maneiras do aluno produzir numa aula de
Português, na linguagem verbal, não-verbal e mista. Lidar com crianças de
quinta série é muito bom, principalmente, de forma lúdica, assim como você
frisa na sua proposta, os meios de comunicação: jornais, revistas, histórias
em quadrinhos, telejornais, telenovelas, propagandas, Cartum... são apoios
para ampliar o conhecimento do aluno. A criança demonstra interesse e
participa das aulas rumo ao ensino-aprendizagem se as metodologias e os
recursos forem interessantes. Tenho Sala de Apoio à Aprendizagem este
ano, e já estou aplicando seu trabalho na minha prática. Parabéns pela
parte teórica e as práticas sugeridas no seu trabalho. (Friday, 27 de março
de 2009, 00:40)
Professora El:
Professora Jo:
Professor Ed:
Professora MA:
Creio que os passos adotados por você são viáveis, digo, tudo deve ter um
início básico através de reuniões e sondagens para que se possam visualizar
as necessidades reais e, ainda, ter uma base sobre “o quê e como
desenvolver”, ou seja, as atividades a serem desenvolvidas devem trilhar um
caminho baseado na oralidade, leitura em conjunto com a escrita, para que o
aluno adquira e construa, ao mesmo tempo, seu próprio conhecimento
relacionado com essa tríade. No entanto, sabemos que o processo que
envolve a escrita é lento. E, sendo esse processo o objetivo maior do projeto,
a batalha será maior, porém, a luta não será em vão se construída e
alicerçada com bases sólidas, tanto na oralidade quanto na leitura, pré-
requisitos que antecedem a escrita. Em relação a isso, seu projeto está bem
alicerçado, pois está envolto com a ludicidade, que permeia e cativa o aluno,
fazendo com que ele tenha maior prazer em se envolver com o fazer
pedagógico. (Monday, 18 de maio de 2009, 8:26)
4.4 Avaliação
Chamamento:
“Caro cursista,
Você está encerrando mais uma etapa no processo de sua formação
continuada. Sendo assim, nesta última Unidade serão duas as tarefas (as últimas
para que você possa ser considerado como concluinte do GTR):
Realizar a avaliação do nosso curso, preenchendo o questionário,
clicando na palavra AVALIAÇÃO, responder e, ao final, clicar em
ENVIAR.
Escrever neste Diário o que de mais importante você mencionou na
última questão do questionário.
Obrigada pela sua participação e espero que este GTR tenha sido uma boa
experiência para todos”.
Professora Na:
Professora Si:
Quero deixar aqui um depoimento sobre este GTR. Para mim foi o melhor
GTR que participei. A princípio pensei que fosse como os outros, porém,
percebi uma seriedade muito grande no trabalho. O projeto de
implementação contribuiu para a minha prática docente. Este ano, não
trabalho com salas de apoio, mas sim com Educação Especial. Utilizo
constantemente o material didático produzido em minhas aulas, e tem
motivado os alunos ao saber, a conhecer, de uma forma “especial”, gostosa.
Enfrentamos desafios, porém, agora com um novo olhar, uma nova
perspectiva. Quero parabenizá-la e dizer que, para mim, foi, realmente, uma
grande experiência. (Sunday, 14 de junho de 2009, 23:27)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANTUNES, Celso. O Jogo e a Educação Infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar
e ouvir, fascículo 15. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, 4ª edição.
BAKHTIN, Mickail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003, 4ª
edição.
BRENELLI, R. P. O Jogo como Espaço para Pensar. São Paulo: Papirus, 1996.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da Fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2001.