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LEITURA, LINGUAGEM NA CONSTRUÇÃO DO SABER

LEITURA, LINGUAGEM NA CONSTRUÇÃO DO SABER


TÍTULO DO TCC: LEITURA, LINGUAGEM NA CONSTRUÇÃO DO SABER

RESUMO

O presente trabalho buscou refletir sobre a leitura na escola, nos levou a pensar
na ideia de que ler é oralizar qualquer tipo de texto escrito, por esse motivo muitos
alunos leem todos os tipos e gêneros textuais da mesma forma sem saber que existem
diferentes maneiras de ler. A diversidade de leituras acarreta a relação do leitor com o
texto. Por isso há a necessidade de uma prática de leitura na escola que seja constante, a
qual pressupõe um trabalho com textos e modalidades que caracterizam as práticas de
leitura de fato; objetivos diversos que exigem diferentes textos e com uma modalidade
de leitura que cada qual exige. Da pesquisa concluiu-se que para a ampliação da
competência discursiva do aluno se fazem necessárias práticas constantes de escrita de
textos orais, leitura de textos escritos e produção de textos que permitem analisar e
refletir sobre os múltiplos aspectos envolvidos. Ainda a expansão e a construção de
instrumentos que possibilitem essa ampliação.

Palavras chave: Leitura, escrita, linguagem, desenvolvimento


1 INTRODUÇÃO

A aquisição da linguagem oral por meio da leitura é um processo que ocorre


desde o inicio da vida acadêmica do aluno, é na escola que a criança se apropria das
diferentes formas de linguagem, por meio das interações sociais, através de atividades
de leitura que desenvolvem o conhecimento e a aprendizagem pela mediação dos
professores. O contato com a leitura oportuniza o desenvolvimento da linguagem oral e
consequentemente da escrita.

Oportunizar o desenvolvimento de diferentes formas, maneiras de ler um texto,


um livro, atividades diversificadas de leituras para que os alunos dos anos finais sintam
prazer em ler e não uma leitura imposta, com cobrança como a escola tem feito nas
aulas de leitura, oportunizar diversos tipos de texto para que desperte interesse do aluno
em ler.

A presente pesquisa pressupõe uma metodologia diversificada para que as


crianças dos Anos Finais do Ensino Fundamental criem o hábito da leitura e
desenvolvam a linguagem oral e consequentemente a escrita sob uma perspectiva
interativa, prazerosa, criativa, uma prática de leitura em que a criança tenha interesse
para ler, sem imposição. Propor práticas de leituras diversificadas com diferentes tipos
de literatura para que o aluno perceba a importância da leitura na construção do
conhecimento.
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL, UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO

Desde os mais remotos tempos, o homem pré-histórico utilizou-se da linguagem


para se comunicar, seja na forma de desenho, gestos, escrita, a fala, entre outros, a qual
vai se aprimorando na vida das pessoas com leituras, produções, a oralidade, uma vez
que a Língua Portuguesa possibilita o domínio da linguagem como atividade discursiva
e cognitiva, e o domínio da língua como sistema simbólico utilizado por uma
comunidade linguística, as quais são condições de possibilidade de plena participação
social.

É sabido que a construção da linguagem se dá pela interação do indivíduo com o


grupo social. É nessa interação que o sujeito vai formando conceitos, aprendendo ler o
mundo e construindo conceitos a partir do que vê. Ao entrar na escola, passa por um
processo um pouco diferente do cotidiano vivido fora dela. No entanto, aprende e
constrói seu saber a partir dessas interações que estabelece com o meio.

Na escola a criança passa para o processo de letramento, escrita, fala e a ouvir,


para que possa compreender e ver o mundo através da alfabetização.

Nesse processo de construção é que a escola deve intervir no sentido de


proporcionar meios para desenvolver o hábito da leitura e, consequentemente, a
produção de texto. É através da leitura e interpretação do texto que o aluno consegue
interagir e contextualizar o que está escrito, percebendo, também, as entrelinhas que
nele contém.

A sala de aula deve ser espaço onde o aluno consiga opinar, defender seus
pontos de vista, aprendendo a respeitar as opiniões diferentes, sendo que, dessa forma,
ele ganhará domínio da linguagem.

É através da linguagem que os seres humanos se comunicam, têm acesso à


informação, expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de
mundo e produzem cultura.

Esse (processo de construção da linguagem ocorre através das interações sociais


uma vez que PROPOSTA CURRICULAR, 1998 p. 20):

a linguagem constitui o principal mediador da aprendizagem e


desenvolvimento. É através dela que o ser humano se constrói
enquanto ser sócio histórico, modificando os seus processos psíquicos. A
linguagem permite a evocação de objetos ausentes, análise, abstração e
generalização de características de objetos, eventos e situações, e possibilita
o intercâmbio social entre os seres humanos.

É a partir desta perspectiva que o educador e a escola como um todo precisa ter
um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural no sentido
de garantir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o
exercício da cidadania, pois uma educação comprometida com o exercício da cidadania
precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva.

A escola precisa estimular a leitura, despertar o interesse pela leitura, oferecendo


aos alunos um acervo de livros de todos os tipos e gêneros, dando liberdade de escolha
para os alunos lerem o que quiserem, ainda, deve dispor de uma biblioteca na qual os
alunos possam emprestar livros para a leitura em casa.

Segundo Revista Nova Escola, (2001, p. 22): “É preciso ensinar aos alunos a
beleza da língua e reafirmar a noção de que o livro é uma coisa boa, um amigo que está
do nosso lado, a quem podemos recorrer a qualquer hora”. Baseado nesta perspectiva e
na construção do conhecimento, o ato de ler deve ser construído e criado pela criança,
“aprender fazendo”, ou seja, dando espaço para que isso vá se estendendo até as casas
dos alunos.

A escola deve proporcionar meios para que se efetivem as práticas de leitura,


bem como, o educador em sala de aula, criar espaço para atividades diversificadas de
leituras, no sentido de desenvolver a capacidade de ler, ouvir, falar e produzir e o gosto
e o compromisso com a leitura.

A prática educativa deve estar centrada na mediação, ou seja, tendo a linguagem


como mediadora, pois a linguagem e a cultura têm papel fundamental no processo
ensino-aprendizagem.
Para Vygotsky (1991), é pela apropriação e mediação da linguagem com a
cultura e com os outros sujeitos, é que o professor e aluno apropriar-se-ão e construirão
novos conhecimentos que atendam as necessidades mais amplas da prática social.
Para tanto, o professor deve ter uma relação de autonomia em seu
trabalho, bem como, criar propostas de intervenção pedagógica, utilizando recursos
tecnológicos e conhecimentos pessoais que estão disponíveis no contexto integrando
saberes, sensibilidade e intencionalidade para responder as diversas situações que
surgem na sociedade.
Nesse sentido o professor deve oportunizar a criança desenvolver sua
curiosidade, imaginação e a capacidade de expressar seus sentimentos bem como
desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa, proporcionando um ambiente
aconchegante, seguro e estimulante para que a criança se sinta protegida, tenha afeto e
amizade. Ainda, trabalhar com atividades lúdicas para que haja o desenvolvimento.
Segundo Vygotsky (1991), o educador precisa ser um profissional
comprometido e consciente da importância do seu papel na sociedade, o qual implica
em compreender a dinâmica da sociedade em suas múltiplas dimensões, tendo o
domínio de saberes teóricos e práticos para atuar em diversas situações, considerando as
interações e mediações entre o sujeito e o objeto da aprendizagem, no contexto onde se
dá a prática pedagógica e o conhecimento das disciplinas curriculares.
As atividades de aprendizagem devem ser significativas para o aluno, onde o
aluno é sujeito da aprendizagem, pois ele é desafiado a produzir, elaborar e reelaborar o
conhecimento a partir do novo. Nesse processo o professor é o mediador, planejando
atividades que estabelecem relação entre aprendizagem, investigação e pesquisa que
propiciam a mudança de conceitos.
Vygotsky (1991) coloca que é através da interação com outros membros, somos
capazes de abstrair, pensar e raciocinar e de vivermos num meio social, onde ocorre o
processo de desenvolvimento da linguagem. O homem se constitui através da interação
com outras pessoas e com o meio. Sente a necessidade de se comunicar, e a linguagem
está ligada diretamente ao trabalho, pois desde o princípio a linguagem é uma
característica inata do ser humano o trabalho estimulou o seu desenvolvimento e esta
necessidade foi suprida com o trabalho. Os instrumentos estão ligados à atividade de
trabalho e através deste o homem realiza essa atividade, e a partir da construção desse
meio de trabalho, ocorre o processo de consciência no homem, no sentido, há a
consciência da necessidade de fabricar um meio para alcançar um determinado fim, e a
consciência é esse meio de ação bem como de que ele é um objeto social.
A linguagem é o meio que interliga o processo a atividade de trabalho, ou seja, é
na e pela linguagem que ocorre a inter-relação entre pensamento e trabalho.
Conforme La Taille:
A linguagem humana, sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e objeto de
conhecimento, tem, para Vygotsky, duas funções básicas: a de intercâmbio social e a de pensamento
generalizante. Isto é além de servir ao propósito de comunicação entre indivíduos, à linguagem simplifica
e generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo
significado é compartilhado pelos usuários dessa linguagem. (LA TAILLE, 1992, p. 27).

A representação da realidade é organizada e a elaboração dos conceitos acontece


por meio da e na linguagem, constituindo a mediação entre a atividade cognitiva do
sujeito e o objeto de conhecimento, e através do potencial simbólico da linguagem o ser
humano representa sua visão de mundo e da realidade.
A linguagem é o instrumento de interação social, e através dela estabelece
relações no sentido de representar e regular o pensamento e apropriar a cultura.
O homem estabelece relações com o mundo consigo mesmo e com os outros
mediados por signos. A linguagem humana se manifesta de diferentes formas de
linguagem, o signo.
Os alunos constroem significados a partir da leitura que vão fazendo da
realidade em questão, inseridas pela mediação social, o que pode implicar na interação
com outros. O signo está presente nas mais diferentes linguagens do cotidiano do
educando.
Então, signo é união de um significado com um significante, e para que haja um
signo é preciso um significante unido a um significado que pode ser formado por
diferentes elementos.
Segundo Proposta Curricular de Santa Catarina (1998, p. 28):

A linguagem constitui-se em um processo histórico-cultural, para além da comunicação. Permite ao sujeito


modificar-se a partir das interações sociais, as quais possibilitam a aquisição e elaboração das funções
psicológicas superiores, para poder transformar o social no qual está inserido. O signo é o instrumento
mediador e tem como principal função a organização do pensamento, decorrente da possibilidade de
generalizar e abstrair as experiências dos sujeitos.

O signo é importante para toda atividade psicológica humana, o qual fornece


suporte concreto para a ação do homem sobre o mundo, uma vez que toda atividade
humana é mediada pelo signo e este faz a mediação com um significado apreendido
socialmente.
Os signos são sociais, e através destes constrói a consciência uma vez que esta
também é social. Os signos têm importância fundamental na atividade humana, agindo
como instrumentos da atividade psicológica, bem como dirigem e controlam as ações
psicológicas orientadas para o próprio sujeito.
Os signos são importantes para a construção de significados sociais e históricos
e interação do homem.
A linguagem e o pensamento humano tem origem social, ou seja, porque ele tem
cultura, reflete e age sobre o meio, como através do contato com a cultura e a mediação
do outro. A criança humaniza-se, ou seja, nas relações sociais com outros homens e
instrumentos utilizados que retira suas possibilidades e ao nascer adquire aptidões no
processo de apropriação do mundo, sendo a linguagem instrumento fundamental nesse
processo.
Portanto, a linguagem constitui-se num processo histórico cultural, para além da
comunicação, pois permite ao sujeito modificar-se a partir das interações sociais as
quais possibilitam a aquisição e elaboração das funções psicológicas superiores, para
poder transformar o social no qual está inserido.
Historicamente, o homem construiu ao longo de um processo de desenvolvimento,
formas de representar o mundo graficamente relacionado aos modos de organização de
cada momento onde a escrita sofreu grandes transformações para chegar à forma escrita
fonética.
O domínio da palavra sempre esteve associado ao poder e a disseminação da
leitura e da escrita o qual foi um demorado processo histórico, vigiado pelas classes
dominantes.
De todas as formas de linguagem a escrita é a mais sofisticada porque permite a
leitura da memória cultural, de construção de conhecimentos em obras literárias,
filosóficas, científicas e entre outras, uma vez que se exige e se conserva todo o
conhecimento sistematizado pela cultura, pois a escrita é uma forma de expressar a
consciência humana, por isso está ligada à cidadania.
Sob essa perspectiva o aluno deve construir seu conhecimento a partir das
interações que desenvolve com o objeto de conhecimento, nesse sentido o professor
facilita o processo ensino aprendizagem, dando condições para que o aluno aprenda
sozinho, ou seja, aprender a aprender, ainda nesta concepção o erro passa a ser visto
como uma época significativa para o aluno.
Em relação à linguagem, ela aparece na sala de aula em situações de
oralidade e de escrita, no entanto, o processo de apropriação da escrita é definida pelo o
universo que compõem a língua oral do aluno, a criança participa das aulas, no entanto,
perde conhecimento porque a criança não consegue construir conhecimento sem a
intervenção do professor, a partir dessas reflexões a cerca da alfabetização, se faz
necessário analisar e refletir sobre os métodos e as práticas pedagógicas baseadas na
concepção tradicional e construtivista, uma vez que as encontramos presentes nas
escolas de hoje.
Nesse sentido discutir sob os paradigmas que orientam as práticas educativas
apontam para as diferentes formas de pensar a linguagem e sua relação com o processo
ensino aprendizagem como forma de interagir na formação do indivíduo, o que requer
pensar em processo de construção do conhecimento comprometido com uma concepção
de linguagem que leve em consideração os resultados do uso da linguagem em situações
reais de interação social.
Baseando-se numa perspectiva histórico cultural, baseada no materialismo
histórico dialético, compreende a leitura como processo de apropriação de diferentes
linguagens, onde o conhecimento constitui-se como produção humana histórica e
cultural, elaborado e apropriado pelos sujeitos através das interações sociais como
forma de compreender a si, o outro e o mundo.
Pela linguagem o ser humano constrói sua consciência, o que lhe permite
aprender e materializar o mundo de significações o qual é constituído no processo social
e histórico.
Segundo a concepção sociointeracionista, a aprendizagem “está sujeita ao
câmbio dialético existente entre os processos de ensino e desenvolvimento”,
(VENTURA, 2003, p. 44), ou seja, a criança desenvolve o processo de desenvolvimento
da aprendizagem, a qual cria a zona de desenvolvimento potencial.
A partir dessas reflexões, a linguagem deve ser uma atividade de onde
professores e alunos participam através da interação em sala de aula, oportunizando
a dimensão discursiva da linguagem, onde o professor é o mediador e orientador,
parceiro dos alunos nos trabalhos desenvolvidos, nesse sentido a linguagem se forma
viva produtiva e rica na interlocução entre ambos. Ainda, o processo de leitura e
produção de texto, é codificar e decodificar
sinais, sendo que a linguagem oral e escrita resulta das relações sociais entre professores
e alunos no espaço escolar, portanto, a dimensão discursiva interfere no uso e na
realização efetiva da linguagem, nas mais diferentes situações do cotidiano do aluno.
Uma vez que:

... ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a
linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e
expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao
desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar,
escutar, ler e escrever. (BRASIL, 1998, p. 117).

Essas competências linguísticas têm inicio desde o inicio da escolarização, uma


vez que estão em constante desenvolvimento da leitura e da escrita, e quanto mais os
alunos leem, mais escrevem; através da linguagem escrita que possibilita ao ser humano
significar o mundo e a realidade.
No processo de letramento há a necessidade da criança apropriar-se da leitura e
da escrita sob uma perspectiva textual, pois é através da língua escrita que ocorre o
intercâmbio social.
Sob essa perspectiva se faz necessário desenvolver atividades diversificadas,
procurando oferecer aos alunos textos coerentes procurando articulá-los ao
conhecimento prévio dos mesmos, ainda, minha ação mediadora baseou-se na
textualidade, considerando também o conhecimento que o aluno traz a cerca da escrita
ao planejar a atividade de aprendizagem.
Destaca-se a importância de mediar o uso social da escrita, bem como o domínio
do código alfabético partindo do texto para a palavra, da palavra para a sílaba, da sílaba
para os grafemas e fonemas.
É preciso oferecer aos alunos diversos tipos de textos com diferentes linguagens,
pois possibilita à criança conhecer características de diferentes gêneros, textos variados
que motivem o aluno a ler, para torná-los proficientes na leitura. A construção dos
sentidos se dá quando o conhecimento novo apresentado no texto dialogue com o
conhecimento-velho, e este se dá através de questionamentos e se o texto for
contextualizado e de interesse do aluno com temas da realidade uma vez que pela
análise do texto a criança apropria-se de novos conhecimentos.
Faz-se necessário estimular os alunos a lerem, realizando atividades
consequentes de análise textual como forma de construir os sentidos do texto.
O meio sociocultural é imprescindível para o processo de aprendizagem da leitura e
escrita, o qual só se realiza se o aluno for despertado para tal, por que:

Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o
prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar
para ouvir história exige que professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um
ambiente agradável e convidativo à escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que
elas olhem o texto, e as ilustrações enquanto a história é lida. (BRASIL, 1998, p.143).

Sob esta perspectiva que o trabalho com a leitura permite mudar a forma de
viver, pensar, agir, valores, costumes, ou seja, a partir da diversidade cultural,
interagindo com outras culturas, a troca de vivencias e experiências.
A leitura das imagens permite ao aluno obter informações sobre qualquer área do
conhecimento, pela leitura descobrem-se as ideias e o panorama social e cultural que
compõem o mundo em que estamos inseridos, e através da leitura o aluno constrói a
coerência textual, dialoga com o autor mediado pelo texto, bem como, pela discussão
com os outros alunos mediados pelo professor.
A construção dos sentidos se dá através de diferentes linguagens pela análise do
texto.
Sendo que, conforme Emmel:

Durante a leitura, a construção dos sentidos só acontecerá à medida que o conhecimento “novo”
apresentado pelo texto “dialogue” com o conhecimento “velho”, aquele conhecimento que cada um de
nós acumula no decorrer da vida. (EMMEL, 2003, p.36).

A partir da análise reflexiva sobre a contextualização do tema proposto, os


alunos podem produzir textos, porque a linguagem escrita promove a interação com os
outros, “além de ser um instrumento fundamental no processo de mediação das relações
sociais. Também pela escrita o homem se individualiza, humaniza-se, aprende e
materializa o mundo das significações, que é construído no processo social e histórico.”
(EMMEL, 2003, p. 65).
A escrita deve ter um sentido, um significado para o aluno, uma vez que só
aprende escrevendo e reescrevendo.
Quando os alunos são estimulados a escrever, a produzir um texto, acontecendo
de forma vinculada à leitura, análise textual e gramática contextualizada, o texto possui
significação para o educando, tem sentido a escrito.
A análise do contexto deve se dá através de questionamentos e observação
crítica sobre a realidade, pois através da linguagem oral, o aluno tem apoio para
escrever e construir os sentidos do texto, sendo possível perceber se ouve apropriação
sobre o assunto.
A expressão oral ajuda o aluno a produzir um texto apresentou o assunto, na
primeira parte; na segunda ele detalhou o assunto e na terceira parte conclui a
informação, argumentando-a; nesse sentido, se faz necessário desenvolver atividades
que permitem o educando perceber a organização de um texto, a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão, como forma de desenvolver habilidades de produzir
textos nos quais os alunos utilizam a língua escrita, e a partir desta, raciocinar e
representar o mundo ao seu redor, esse processo de escrita, deve estar associado à
leitura, porque quanto mais os alunos leem melhor escrevem e vice-versa, uma vez que,
“tanto a produção como a compreensão textual, no contínuo processo de letramento,
envolvem conhecimentos cognitivos, linguísticos e sociais, que não podem ser tratados
de maneira dissociada” (EMMEL, 2003, p.61), portanto o trabalho com leitura, tendo
por base a experiência do educando como sujeito histórico.
Para construir os sentidos, o aluno precisa aprender o código, fazer a
correspondência entre letras e sons, porque ler é uma habilidade que é essencial ao
homem.
Ao ler dialogamos com o autor, fazemos inferências e percebemos os
subentendidos nos textos para construirmos a coerência textual quando estabelecemos
relações de sentido com o mesmo.
A partir dessa perspectiva de construção, considerando a natureza simbólica da
linguagem, que nós educadores possibilitaremos a criança à descoberta do papel de
mediador do signo, motivando-os para ler, realizando atividades consequentes de
análise textual, construindo os sentidos do texto, pois as atividades de leitura e de
produção devem reconstruir o contexto interativo.
Segundo Emmel:
...o meio sociocultural é importante no processo de aprendizagem da leitura e escrita,... pois só o processo
de aprendizado da leitura e da escrita (desencadeado num determinado ambiente sociocultural onde isso
seja possível) é que pode despertar os processos de desenvolvimentos internos do indivíduo que permitem
a aquisição da leitura e escrita. (EMMEL, 2003, p.35).
A construção dos sentidos, durante a leitura, acontece quando o conhecimento
novo que é apresentado pelo texto, dialogue com o conhecimento velho que se acumula
nas vivências.
Para tornar os alunos proficientes na leitura, o professor deve apresentar e
motivá-los, apresentando variados tipos de textos com diferentes linguagens. O
processo de leitura, análise textual e de gramática precisam se dar através da leitura e
contextualização de textos que apresentavam diferentes linguagens sendo
contextualizados e lidos de forma reflexiva.
Os trabalhos com diferentes tipos de linguagens são importantes, porque cada
um traz uma especialidade, cada texto tem uma linguagem lúdica, informativa,
persuasiva, que permite aos alunos analisar o texto, construir os sentidos do texto
através da contextualização e da leitura.

3 DENVOLVIMENTO

A presente pesquisa foi de cunho bibliográfico, abordando a problemática do


processo de desenvolvimento da linguagem oral por meio da leitura nos anos finais do
Ensino Fundamental.

Sob uma perspectiva de (re) construção e contextualização da leitura


desenvolveram-se atividades significativas que possibilitaram atingir os objetivos
propostos no sentido de proporcionar ao educando utilizar a língua aprendida no seu
cotidiano, como forma de participar socialmente, interagir no meio, bem como, através
dos saberes linguísticos construídos no processo ensino- aprendizagem exercer sua
cidadania conscientemente

A aquisição das habilidades, ler, escrever, ouvir e falar se desenvolveram a partir


de atividades diversificadas que propiciaram o desenvolvimento integral através de
leituras, porque é preciso ler para se informar, para ampliar conhecimentos, para
participar e compreender a realidade.

Foram observados na sala de aula as práticas que o professor utiliza para ler, a
relação que os alunos estabelecem com os livros, com a leitura e, como o professor
medeia esse processo de construção do conhecimento.

Além das observações em sala de aula foram desenvolvidas atividades


que despertassem o gosto pela leitura, dinâmicas que fazem com que o aluno seja
motivado a ler, sem impor a leitura, propomos diferentes alternativas para desenvolver a
linguagem oral, leituras diversificadas, vídeos, o estudo das mudanças de hábitos, entre
outras dinâmicas que propiciassem o desenvolvimento e a interação dos alunos
individualmente e coletivamente.

4 CONCLUSÃO

A presente pesquisa esteve fundamentada numa perspectiva sócio- histórica,


onde o aluno construiu o conhecimento estabelecendo relações com o objeto de estudo,
sendo que o tema partiu da realidade dos mesmos; as atividades desenvolvidas devem
ser desafiadoras e motivadas para que o processo aconteça de uma forma produtiva e
interativa.

Desenvolver a prática docente sob os princípios da interdisciplinaridade


possibilita a construção de uma docência critica reflexiva, a qual se dá de uma forma
significativa e articulada aos estudos que foram realizados no decorrer do curso de
Letras a Distância, a teoria e a prática estiveram relacionadas durante a trajetória da
ação pedagógica e no sentido de dar continuidade da ação educativa nos espaços
escolares.

E é a partir desta perspectiva que se desenvolveu uma prática educativa pautada


nos princípios de inclusão e de respeito à diversidade cultural, valorizando as vivências
dos alunos como ponto de partida.

Os conteúdos abordados surgiram a partir da realidade dos educandos sendo


que a construção dos conceitos do cotidiano partindo dos alunos e através do diálogo,
questionamento e reflexão com o conhecimento científico se deu à elaboração,
ampliação e apropriação de novos conceitos.

As relações que os educandos estabelecem com o conhecimento do cotidiano


com o conhecimento científico e, das atividades de ensino, contribuíram para a
apropriação do conhecimento sistematizado, no sentido de aumentar a capacidade de
buscar e organizar informações, estruturando seus conceitos e desenvolver habilidades
de pensar reflexivamente sobre os
problemas sociais, entre outros que estão presentes na vida das pessoas.

A prática docente deve estar embasada nos princípios da prática reflexiva serve
de auxilio para que os alunos tenham domínio dos conteúdos necessários para que sejam
capazes de se expressar com autonomia, desenvolver habilidades de análise e síntese,
bem como desenvolver, atitudes crítico-reflexivas, investigativa para o exercício da
cidadania.

Pode-se dizer que a pesquisa desenvolvida ao longo desse processo, o curso e a


ação docente, oportunizou-nos a reflexão crítica da ação, rever conceitos e
metodologias, bem como, as atividades compartilhadas e vivenciadas no coletivo,
atividades investigativas e provocativas que contribuíram para a formação e ampliação
de novos conceitos e entendimentos do mundo, da sociedade e do ser humano.

Uma ação mediada por um planejamento intencional do grupo, os alunos que


serão os autores da sua história de vida e da história coletiva, mediada pelos educadores
na forma de gestão, no projeto político pedagógico, na relação com as colegas de
estágio e principalmente em sala de aula através dos conteúdos, dos recursos de ensino,
da seleção de conceitos e do processo ensino- aprendizagem fundamentado numa
proposta interacionista e socializadora dos conhecimentos historicamente construídos.

O projeto de ação docente é uma prática mediadora, intencional e inovadora


que oportunizou a construção do conhecimento a partir da realidade, o que tornou o seu
desenvolvimento criativo e participativo.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

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Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio:
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,secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta
Curricular de Santa Catarina: Temas multidisciplinares. Florianópolis: COGEN, 1998.

SILVA, Ezequiel Theodoro. Leitura na escola e na biblioteca. 2.ed. Campinas, SP:


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