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Apresentação
Neste bloco, vamos estudar a questão da leitura e sua função social, destacando a
importância das práticas de leitura para a formação do professor. A evolução da
sociedade e as mudanças no comportamento social modificaram o uso da linguagem,
da escrita e da comunicação. O contato com a leitura e a escrita, antes mais restrito,
hoje está presente em todas as situações da vida contemporânea. Dessa forma e com
mais especificidade, para a formação de um bom profissional da educação, devemos
contar com a formação de um bom leitor. É o que estudaremos a seguir.
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Nesse sentido, o professor deve estar atento ao papel da leitura em sua própria
formação e como ele mesmo cria um ambiente de aprendizagem em torno da leitura e
do tipo de leitor que ele é. Podemos destacar o exemplo das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010), que chamam atenção para a
importância da vivência de experiências narrativas que promovam a percepção e a
interação com diferentes formas de linguagem oral e escrita, em diversos suportes e
gêneros textuais, orais e escritos. E o ambiente escolar, por conseguinte, deve
promover condições para que as crianças possam se expressar, direcionando a
organização e as práticas com esse objetivo. Tanto a organização dos espaços
estimulando o encontro e a troca, como a estruturação dos processos educativos
precisam criar condições para o contato com contextos comunicativos e usos da fala. A
promoção de tais condições pode ocorrer através de situações, sejam da oralidade e
do livro didático, sejam de práticas que utilizem as contações de histórias, uso de
filmes, músicas, brinquedos, brincadeiras, jogos; a utilização de rodas de conversa e
diálogos podem ser direcionados para diversos gêneros em planos poéticos, literários
ou de livre expressão. Também livros, músicas e filmes devem ser selecionados com
critérios objetivos, tais como diversidade, abundância, recorrência e gosto das
crianças. O texto escrito deverá trabalhar com variados gêneros textuais, tais como
contos, fábulas, poesia, novelas, parlendas, trava-línguas, adivinhas, e temáticas, como
drama, humor, terror, faz de conta, contos maravilhosos. Já as músicas, que também
possibilitam o acesso à poesia e a diferentes usos da linguagem verbal oral e escrita,
podem ser ressignificadas na escola promovendo o conhecimento acerca da cultura
regional ou de outros países, da mesma forma que o cinema amplia os usos de
narrativas e ambientações por meio de enredos, contextos imaginários e ficcionais que
fazem parte do universo literário. Portanto, tais usos permitem ampliar a linguagem
através de espaços de diálogo por meio de vivências em atividades permeadas pela
experiência narrativa.
sociedade contemporânea. Vamos, então, seguir estudando por que o professor deve
ser uma grande referência leitora para todos.
O ato da leitura é o processo pelo qual busca-se a compreensão daquilo que é lido. O
sujeito, nessa ação, utilizará o conhecimento instrumental que tem da língua e da
escrita, além de seu conhecimento de mundo. No plano educacional, o
desenvolvimento da leitura é o engajamento numa experiência criativa que visa à
compreensão e sua posterior expressão.
Na obra A importância do ato de ler (1988), o professor e educador Paulo Freire afirma
que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Essa afirmação aponta para o
processo de leitura propriamente dito; mas traz um posicionamento muito claro que
retoma o conceito de emancipação.
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leitura de mundo não está restrita apenas à identificação dos significados concretos
das coisas.
Conclusão
O propósito deste bloco foi comentar alguns aspectos essenciais das práticas de leitura
e escrita, e seus diversos significados nas estruturas e setores da nossa sociedade
contemporânea, abrangendo tanto questões de desenvolvimento humano e biológico
quanto cidadão. As práticas de leitura e escrita são direitos fundamentais às formas de
organização sociais contemporâneas, sendo a escolar uma instituição social essencial a
todos.
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REFERÊNCIAS
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Autores Associados, Cortez, 1989.