Resumo
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Pedagoga, com Licenciatura Plena na UNIVALI - Santa Catarina (SC), Brasil em 2008. Pós-graduada em
Educação pela Faculdade Portal, cursando Mestrado em Educação na UDE - Universidade de La Empresa no
Uruguai desde 2015, lucianasantosfagundes@gmail.com.
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Pedagoga, com Licenciatura Plena na UNIVALI - Santa Catarina (SC), Brasil em 2003. Pós-graduada em
Educação, cursando Mestrado em Educação na UDE Universidade de La Empresa no Uruguai desde 2015.
lucianask1@hotmail.com.
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Pedagoga, com Licenciatura Plena na UNIVALI - Santa Catarina (SC), Brasil em 2003. Pós-graduada em
Educação, cursando Mestrado em Educação na UDE Universidade de La Empresa no Uruguai desde 2015,
terezinhafloressantos@gmail.com.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Percebe-se que a alfabetização por décadas tem sido foco de discussão na educação.
Porém, em determinados momentos discutiam-se os métodos e, com isso o ensino enfatizava
o código linguístico. Em outro momento pautado nos estudos construtivistas a preocupação
era como a criança se apropriava deste sistema e por isso, o ensino visava à imersão da
criança no mundo da escrita por meio de textos autênticos.
Cabe-se ressaltar que muitos momentos vividos anteriormente dentro deste contexto,
foram importantes e necessários na medida em que esses processos históricos e sociais, mas
fundamentalmente para que pudéssemos perceber que tanto a apropriação do sistema de
escrita como o trabalho com os textos autênticos se tornam indispensável nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, pois é de suma importância que nesta trajetória da busca constante pela
qualidade da educação, possamos visar um ensino aprendizagem significativo.
Neste sentido, o referido tema vem sendo discutido por autores como: Soares (2005,
p.18) Vigotsky (1993, p. 49) Freire (1995, p. 134)
Os dados estatísticos na América Latina mostram que, em torno de cinquenta por cento
das crianças, são reprovadas na passagem da 2ª série para a 3ª série. As tentativas de
explicação tratam de problemas de aprendizagem que se justificariam ora em função da
carência nutricional, ora pela falta de estímulo intelectual, de carência cultural, de problemas
psiconeurológicos ou, então, de deficiência linguística, ficando claro que o nó do problema é
a alfabetização.
Assim sendo, o fracasso localiza-se na aprendizagem da leitura e da escrita. Diante
desse genocídio intelectual praticado pela escola, os investigadores psicolinguísticos mostram
que, na verdade, os alunos pobres e da classe média são igualmente inteligentes, mas sabem
coisas diferentes. Ferreiro (1999, p. 47) assevera que: Certamente não podemos tratar de
leitura, escrita, oralidade, produção textual, construção do saber, e a tudo o que se refere a
esses conceitos e temas, sem citar: Emília Ferreiro, Parâmetros curriculares 1997. Ramos,
Paulo Freire, Magda Soares, Luiz Antônio Marcuschi e outros estudiosos.
É bom ressaltar que, para essa clientela, a oralidade como suporte para a escrita é de
fundamental importância. Segundo Marcuschi (2001, p. 99), a oralidade seria uma prática
social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob várias formas ou gêneros
textuais fundados na realidade sonora: ela vai desde uma realização mais informal a mais
formal nos vários contextos de uso Marcuschi, (2001, p. 21).
É fundamental ouvir leituras de diversos gêneros textuais e em variados suportes,
dialogando com o aprendiz, mas sempre respeitando o que ele pensa. Ao mesmo tempo,
elaborar questões que possam ajudá-lo a avançar na organização do pensamento. Chartier
(1996, p. 103) enfatiza que é importante, no período da aula as oportunidades para que os
alunos falem sobre situações da vida, o bairro, a família, as relações de vizinhança, o
calendário, os atos da vida cotidiana, que constituem o pano de fundo de muitos escritos
escolares Chatier (1996, p.115).
Vale assinalar também que a descrição psicogenética da alfabetização permitiu
diferenciar dois processos que, na prática da escola, não apareciam como distintos:
alfabetização e ortografização. E é exatamente por seu peso social que seria importante o
professor estar atento a elas, de modo a evitar que sua atitude de rejeição se manifeste Ramos
(1997, p.11). Ao concebermos a escrita como modo de representação, somos obrigados a
admitir que o simples domínio de sistema não torna o sujeito um escritor competente, porque,
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além disso, é preciso que ele amplie a sua experiência e seus conhecimentos a ponto de
reconhecer a escrita na sua especificidade (vinculada à oralidade, mas não dependente dela),
compreender seus modos de representação (que extrapolam a relação biunívoca letra-som) e,
finalmente, ampliar a sua experiência sobre as práticas sociais de produção e
compreensão/interpretação.
Afinal de contas, parafraseado Paulo Freire, a oralidade perpassa essa trama das visões
de mundo com a realidade vigente. Assim, formaremos autênticos escritores que não
reescreve apenas o que já foi dito ou escrito, mas escreve também a sua própria história e a
dos outros como eficientes instrumentos de transformação sociocultural: social, por ter a
escrita como mediadora dos processos históricos que fazem progressos (ou regressos) das
sociedades; cultural, por trazer diferentes currículos da vida individual ou grupal dessas
mesmas sociedades pelas falas e discussões.
O processo da linguagem oral e escrita vem sendo alvo de muitas discussões e
estudos aprofundados para analisar ou rever muitos de seus conceitos em relação ao processo
de aprendizagem, pois percebe-se que diante de um tema tão abrangente é imprescindível que
para uma grande maioria dos seres humanos o tema sobre pensamento e linguagem têm
origens diferentes. Quando se para, para pensar é fundamental a observação sobre a certeza
que o pensamento não é necessariamente verbal, pois na maioria das vezes pensamos para nós
mesmos, não deixando ultrapassar uma única palavra.
Assim pode-se perceber que a linguagem não é intelectual, tendo em vista que suas
trajetórias de desenvolvimento, não são do mesmo plano espacial, simplesmente. Segundo o
teórico Vygotsky, em um determinado momento, as linhas de desenvolvimento do pensamento
e da linguagem, que por ventura seguem em linhas diferentes, se deparam a um momento
crucial oportunizando o começo de uma nova forma de comportamento.
É diante dessa nova etapa que o pensamento dá início ao verbal e a linguagem
racional. Pois quando a criança começa a interagir parece tudo superficial no meio em que
está inserida, durante este processo está linguagem passa a compreender no seu subconsciente
para ser essencial na formação do pensamento da criança.
Quando é dada uma nova oportunidade para que a criança retome o que lhe foi
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Considerações finais
Através do presente estudo percebeu-se que pode ser um erro imaginar que somente o
desenvolvimento de tais habilidades poderá auxiliar essa aprendizagem, sendo que a
apropriação da linguagem e da escrita na criança se inicia dentro do limite de um novo
sistema. A linguagem escrita é um sistema de signos e, certamente, a sua aprendizagem
modificará as estruturas perceptivas e motoras presentes no organismo. Mas o nível de
maturidade dessas estruturas pouco ajudara na compreensão dessa linguagem.
REFERÊNCIAS
RAMOS, Jânia M. O espaço da oralidade na sala de aula. São Paulo: Martins fontes, 1997.