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LETRAMENTO
Faculdade de Minas
Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................. 4
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 20
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FACUMINAS
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INTRODUÇÃO
Segundo Lajolo (2001, p. 66), “na tradição brasileira, literatura infantil e escola
mantiveram sempre relação de dependência mútua”. A escola, incontáveis vezes,
recorreu à literatura infantil, por meio do envolvimento provocado pelas narrativas
e/ou pelo encantamento dos versos, para difundir valores, conceitos, atitudes,
comportamentos. Em contrapartida, a escola é para os livros de literatura infantil um
entreposto, seja por meio de leituras obrigatórias ou de outras atividades
pedagógicas.
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Enfim, seja como pretexto para realização de exercícios gramaticais, seja por
meio de modelos de análise literária ou para desenvolver o gosto pela leitura, não há
como secundarizar a relação entre escola e literatura infantil, sobretudo quando nos
propomos a enriquecer seu processo de letramento e alfabetizar as crianças.
O conceito de letramento
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que o surgimento do termo letramento representa uma mudança histórica nas práticas
sociais: “novas demandas sociais de uso da leitura e da escrita exigiram uma nova
palavra para designá-la” (SOARES, 1998, p. 21).
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[...] está diretamente relacionado com a língua escrita e seu lugar, suas funções
e seus usos nas sociedades letradas, ou, mais especificamente, grafocêntricas, isto
é, sociedades organizadas em torno de um sistema de escrita e em que esta,
sobretudo por meio do texto escrito e impresso, assume importância central na vida
das pessoas e em suas relações com os outros e com o mundo em que vivem.
Isso significa que, um adulto pode não saber ler e escrever, mas ser, em certa
medida, letrado. O mesmo pode ocorrer com a criança que ainda não foi alfabetizada,
mas que tem oportunidade de folhear livros, de brincar de escrever, de ouvir histórias.
Para Soares (1998, p. 24), “[...] essa criança é ainda “analfabeta”, porque não
aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa
forma, letrada”, como o João – personagem criado por Ruth Rocha – que apesar de
ser ainda não saber ler e escrever, aprendeu por 14745 intermédio das orientações
de sua mãe, que as placas nas esquinas indicam os nomes das ruas e facilitam a
localização das pessoas:
Isto quer dizer que o indivíduo letrado, “[...] é não só aquele que sabe ler e
escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a
escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita”
(SOARES, 1998, p. 39-40).
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O conceito de alfabetização
Hoje, concebemos a alfabetização como um processo de aprendizagem de
habilidades necessárias aos atos de ler e escrever (SOARES, 1998).
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Foi por isso que João – o menino que aprendeu a ver – que desde muito
pequeno convivia com manifestações de leitura e escrita (Figura 2), ingressou na
escola para, por meio do ensino sistematizado, aprender a ver, ou melhor a ler!
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No entender de Soares (2004, p. 9), a causa maior para tal perda foi
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Essa situação gerou uma inusitada forma de fracasso escolar, denunciado por
avaliações externas à escola, como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (SAEB), o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Esses sistemas de avaliação
revelaram que há muitos alunos não alfabetizados ou semi-alfabetizados
matriculados em todas as séries do ensino fundamental, inclusive no ensino médio.
Contudo, a autora alerta para os riscos que advém desse movimento. Ele pode
ser um retrocesso se o processo de alfabetização for tratado separado do processo
de letramento. É necessário, então, recuperar a especificidade da alfabetização,
desde que se reconheça a relação de indissociabilidade e interdependência existente
entre ela e o processo de letramento. Isto quer dizer a aprendizagem da escrita deve
ser encaminhada de tal forma que as crianças aprendam a ler e a escrever em
situações que considerem as finalidades dessa linguagem e seu impacto na vida
social, como aconteceu com o João que ao sair da escola, procurou nas placas,
letreiros de lojas e outdoors, as letras que a professora havia ensinado.
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Isto quer dizer que a literatura infantil além de poder transportar o leitor mirim
a lugares imaginários e de lhe permitir vivenciar situações que a vida cotidiana não
lhe proporcionaria, estimula o interesse pelo texto escrito enquanto linguagem capaz
de materializar ações e pensamentos humanos.
No dia seguinte, cedo, João foi para o colégio. Quando chegaram na esquina
a mãe de João falou:
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Por isso, o clima instalado após a leitura deve favorecer o diálogo e permitir
que as crianças façam comentários. Segundo Maia (2007, p. 83), “o diálogo e os
comentários sobre as leituras realizadas são necessários para que haja troca de
informações, confronto de opiniões, comunhão de ideias, exposição de valores e,
consequentemente, desenvolvimento dos sujeitos envolvidos no processo”. O
importante salienta Kleiman (1995), é que o conteúdo desses diálogos se estenda a
outros contextos, aproximando a história às experiências das crianças e permitindo-
lhes fazer inferências.
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ALFABETIZAÇÕ E LETRAMENTO
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REFERÊNCIAS
DOHME, Vânia. Técnicas de contar histórias. Petrópolis: Vozes, 2010.
ROCHA, Ruth. O menino que aprendeu a ver. São Paulo: Quinteto Editorial,
s/d.
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