Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
1) O embate conceitual
Tendo em vista a independência e a interdependência entre alfabetização e letramento
(processos paralelos [iv] , simultâneos ou não [v] , mas que indiscutivelmente se
complementam), alguns autores contestam a distinção de ambos os conceitos,
defendendo um único e indissociável processo de aprendizagem (incluindo a
compreensão do sistema e sua possibilidade de uso). Em uma concepção
progressista de “alfabetização” (nascida em oposição às práticas tradicionais, a partir
dos estudos psicogenéticos dos anos 80), o processo de alfabetização incorpora a
experiência do letramento e este não passa de uma redundância em função de como
o ensino da língua escrita já é concebido. Questionada formalmente sobre a “novidade
conceitual” da palavra “letramento”, Emilia Ferreiro explicita assim a sua rejeição ao
uso do termo:
Há algum tempo, descobriram no Brasil que se poderia usar a expressão
letramento. E o que aconteceu com a alfabetização? Virou sinônimo de decodificação.
Letramento passou a ser o estar em contato com distintos tipos de texto, o
compreender o que se lê. Isso é um retrocesso. Eu me nego a aceitar um período de
decodificação prévio àquele em que se passa a perceber a função social do texto.
Acreditar nisso é dar razão à velha consciência fonológica. (2003, p. 30)
Note-se, contudo, que a oposição da referida autora circunscreve-se
estritamente ao perigo da dissociação entre o aprender a escrever e o usar a escrita
(“retrocesso” porque representa a volta da tradicional compreensão instrumental da
escrita). Como árdua defensora de práticas pedagógicas contextualizadas e
signifcativas para o sujeito, o trabalho de Emília Ferreiro, tal como o dos estudiosos
do letramento, apela para o resgate das efetivas práticas sociais de língua escrita o
que faz da oposição entre eles um mero embate conceitual.
Tomando os dois extremos como ênfases nefastas à aprendizagem da língua
escrita (priorizando a aprendizagem do sistema ou privilegiando apenas as práticas
sociais de aproximação do aluno com os textos), Soares defende a
complementaridade e o equilíbrio entre ambos e chama a atenção para o valor da
distinção terminológica:
Porque alfabetização e letramento são conceitos freqüentemente confundidos
ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante também
aproximá-los: a distinção é necessária porque a introdução, no campo da educação,
do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do
processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não
só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-
se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele.
(2003, p. 90)
Assim como a autora, é preciso reconhecer o mérito teórico e conceitual de
ambos os termos. Balizando o movimento pendular das propostas pedagógicas (não
raro transformadas em modismos banais e mal assimilados), a compreensão que hoje
temos do fenômeno do letramento presta-se tanto para banir definitivamente as
práticas mecânicas de ensino instrumental, como para se repensar na especificidade
da alfabetização. Na ambivalência dessa revolução conceitual, encontra-se o desafio
dos educadores em face do ensino da língua escria: o alfabetizar letrando.
2) O embate ideológico
Por que será que tantas crianças e jovens deixam de aprender a ler e a
escrever? Por que é tão difícil integrar-se de modo competente nas práticas sociais de
leitura e escrita?
Se descartássemos as explicações mais simplistas (verdadeiros mitos da
educação) que culpam o aluno pelo fracasso escolar; se admitíssemos que os
chamados “problemas de aprendizagem” se explicam muito mais pelas relações
estabelecidas na dinâmica da vida estudantil; se o desafio do ensino pudesse ser
enfrentado a partir da necessidade de compreender o aluno para com ele estabelecer
uma relação dialógica, significativa e compromissada com a construção do
conhecimento; se as práticas pedagógicas pudessem transformar as iniciativas
meramente instrucionais em intervenções educativas; talvez fosse possível
compreender melhor o significado e a verdadeira extensão da não aprendizagem e do
quadro de analfabetismo no Brasil.
Nesse sentido, os estudos sobre o letramento se prestam à fundamentação de
pelo menos três hipóteses não excludentes para explicar o fracasso no ensino da
língua escrita. Na mesma linha de argumentação dos educadores que evidenciaram
os efeitos do “currículo oculto” nos resultados escolares de diferentes segmentos
sociais, é preciso considerar, como ponto de partida, que as práticas letradas de
diferentes comunidades (e portanto, as experiências de diferentes alunos) são muitas
vezes distantes do enfoque que a escola costuma dar à escrita (o letramento
tipicamente escolar). Lidar com essa diferença (as formas diversas de conceber e
valorar a escrita, os diferentes usos, as várias linguagens, os possíveis
posicionamentos do interlocutor, os graus diferenciados de familiaridade temática, as
alternativas de instrumentos, portadores de textos e de práticas de produção e
interpretação...) significa muitas vezes percorrer uma longa trajetória, cuja duração
não está prevista nos padrões inflexíveis da programação curricular.
Em segundo lugar, é preciso considerar a reação do aprendiz em face da
proposta pedagógica, muitas vezes autoritária, artificial e pouco significativa. Na
dificuldade de lidar com a lógica do “aprenda primeiro para depois ver para que serve”,
muitos alunos parecem pouco convencidos a mobilizar os seus esforços cognitivos em
benefício do aprender a ler e a escrever (Carraher, Carraher e Schileimann, 1989;
Colello, 2003, Colello e Silva, 2003). Essa típica postura de resistência ao artificialismo
pedagógico em um contexto de falta de sintonia entre alunos e professores parece
evidente na reivindicação da personagem Mafalda:
Com ironia e bom humor, o exemplo acima explica o caso bastante freqüente
de jovens inteligentes que aprenderam a lidar com tantas situações complexas da vida
(aquisição da linguagem, transações de dinheiro, jogos de computador, atividades
profissionais, regras e práticas esportivas entre outras), mas que não conseguem
disponibilizar esse reconhecido potencial para superar a condição de analfabetismo e
baixo letramento.
Por último, ao considerar os princípios do alfabetizar letrando (ou do Modelo
Ideológico de letramento), devemos admitir que o processo de aquisição da língua
escrita está fortemente vinculado a uma nova condição cognitiva e cultural.
Paradoxalmente, a assimilação desse status (justamente aquilo que os educadores
esperam de seus alunos como evidência de “desenvolvimento” ou de emancipação do
sujeito) pode se configurar, na perspectiva do aprendiz, como motivos de resistência
ao aprendizado: a negação de um mundo que não é o seu; o temor de perder suas
raízes (sua história e referencial); o medo de abalar a primazia até então concedida à
oralidade (sua mais típica forma de expressão), o receio de trair seus pares com o
ingresso no mundo letrado e a insegurança na conquista da nova identidade (como
“aluno bem-sucedido” ou como “sujeito alfabetizado” em uma cultura grafocêntrica
altamente competitiva).
NOTAS
[i] “Literacy” do inglês, traduzido por “letramento” no Brasil e por “literacia” em Portugal
é uma terminologia não dicionarizada que, nos meios acadêmicos, vem sendo
utilizada com diferentes sentidos.
[ii] No Brasil, o termo “letramento” foi usado pela 1 a vez por Mary Kato, em 1986, na
obra “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística” (São Paulo, Ática). Dois
anos depois, passa a representar um referencial no discurso da educação, ao ser
definido por Tfouni em “Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso” (São Paulo,
Pontes) e retomado em publicações posteriores.
[iii] O autor utiliza a expressão “escrita verdadeira” em oposição à “escrita escolar”, um
modelo muitas vezes artificial, cujo reducionismo não faz justiça à
multidimensionalidade da língua viva.
[iv] Como evidência desse paralelismo, é possível, por exemplo, termos casos de
pessoas letradas e não alfabetizadas (indivíduos que, mesmo incapazes de ler e
escrever, compreendem os papéis sociais da escrita, distinguem gêneros ou
reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade) ou de pessoas
alfabetizadas e pouco letradas (aqueles que, mesmo dominando o sistema da escrita,
pouco vislumbram suas possibilidades de uso).
[v] Em uma sociedade como a nossa, o mais comum é que a alfabetização seja
desencadeada por práticas de letramento, tais como ouvir histórias, observar cartazes,
conviver com práticas de troca de correspondência, etc. No entanto, é possível que
indivíduos com baixo nível de letramento (não raro membros de comunidades
analfabetas ou provenientes de meios com reduzidas práticas de leitura e escrita) só
tenham a oportunidade de vivenciar tais eventos na ocasião de ingresso na escola,
com o início do processo formal de alfabetização.
[vi] Para um estudo mais aprofundado dos modelos “Autônomo” e “Ideológico”
descritos por Street, remetemos o leitor à leitura de Kleiman, 1985.
[vii] Dinâmica porque pressupõe o movimento intenso de um pólo ao outro; reversível
porque a experiência em qualquer um dos pólos remete ao amadurecimento nos
demais.
[viii] Para mais dados sobre a pesquisa do INAF (objetivos, população envolvida,
critérios de análise e resultados obtidos), remetemos o leitor à leitura de Ribeiro
(2003).
Referências bibliográficas:
CARRAHER, T., CARRAHER, D. & SCHLIEMANN, A. Na vida dez, na escola zero.
São Paulo, Cortez, 1989.
COLELLO, S. M. G. “A pedagogia da exclusão no ensino da língua escrita” In
VIDETUR, n. 23. Porto/Portugal, Mandruvá, 2003, pp. 27 – 34 (www.hottopos.com).
COLELLO, S. M. G. & SILVA, N. “Letramento: do processo de exclusão social aos
vícios da prática pedagógica” In VIDETUR, n. 21. Porto/Portugal: Mandruvá, 2003, pp.
21 – 34 (ww.hottopos.com).
FEEREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.
__________ “Alfabetização e cultura escrita”, Entrevista concedida à Denise Pellegrini
In Nova Escola – A revista do Professor. São Paulo, Abril, maio/2003, pp. 27 – 30.
GERALDI, W. Portos de Passagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.
___________ Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas,
Mercado das Letras/ABL,1996.
IBGE, Censo Demográfico, Mapa do analfabetismo no Brasil, Brasília, MEC/INEP,
2003.
KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a
prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.
___________ “Programa de educação de jovens e adultos” In Educação e Pesquisa
– Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo, v. 27, n.2, p.267 – 281.
LEITE, S. A. S. (org.) Alfabetização e letramento – contribuições para as práticas
pedagógicas. Campinas, Komedi/Arte Escrita, 2001.
RIBEIRO, V. M. (org.) Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003.
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica,
1998.
____________ “Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e
perspectivas”, Revista Brasileira de Educação, n. 0, 1995, pp. 5 – 16.
STREET, B. V. Literacy in theory and Practice. Cambridge, University Press, 1984.
TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo, Cortez,1995.
EXERCÍCIOS:
Anexe ao PORTFÓLIO.
Unidade 2
OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
Introdução
O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas
no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos
começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados
índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino,
especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos,
melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da
forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o
aluno aprende e não como o professor ensina.
São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no
aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que
faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que
não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem,
de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.
Qual é o melhor método?
Neste artigo, você vai conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados, como
funcionam, quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles, além da
orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa,
adotados pelo governo federal.
Método sintético
Método analítico
A grande maioria dos brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos
80 teve na cartilha Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das
letras. Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a
cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos
90 anos, teve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.
Na tentativa de facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e
depois das sílabas para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no
final da década de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das
palavras: o “A” no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.
Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a
cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos
80, quando o construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da
Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que
ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.
Método fônico
O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas
e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir
o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio
de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.
O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja,
as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de
atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a
decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.
O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou
alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são
ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais
complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,
forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as
mais complexas.
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas
variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de
apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra
vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma
onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um
exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta
imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras
no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir
do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.
Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no
período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes
curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.
A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas
exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a
mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?
Método fônico
O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas
e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir
o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio
de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.
O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja,
as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de
atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a
decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.
O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou
alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são
ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais
complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,
forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as
mais complexas.
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas
variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de
apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra
vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma
onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um
exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta
imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras
no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir
do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.
Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no
período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes
curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.
A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas
exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a
mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?
EXERCÍCIOS:
As cartilhas de alfabetização
A bola é do Guto.
O gato furou a bola.
O Guto e o gato.
Exemplo 7 – Página do caderno de um aluno de 1a série de escola particular, em
1989
Fonte: Centro de Referência para Pesquisa Histórica em Educação (Unesp-
Marília)
1) A uva é da titia.
2) O cavalo é a uva.
3) O ovo é do titio.
4) A vila é bela.
Exemplo 8 – Página do caderno de uma aluna do Ciclo Básico (1a série) de escola
pública, em 1995 Fonte: Centro de Referência para Pesquisa Histórica em Educação
(Unesp- Marília)
ANEXE AO PORTFÓLIO
Unidade 4
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
Na fase 2, a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas
diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras
que é capaz de reproduzir.
Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a
quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser
repetidas).
Na fase 3, são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que
compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada
corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de
grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima
de letras exigida para que a escrita possa ser lida.
A criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas formas
gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas idéias
iniciais de que são necessários, pelo menos três caracteres. Este conflito a faz
caminhar para outra fase.
EXERCÍCIOS:
SONDAGEM
ANEXAR AO PORTFÓLIO