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A Educação Matemática e a emergência de um novo

Cálculo Diferencial e Integral para a Licenciatura em Matemática


Wagner Rodrigues Valente; Rogério Grotti
ghemat.contato@gmail.com; Rogerio.grotti@ifro.edu.br
Universidade Federal de São Paulo; Instituto Federal de Rondônia

Resumo
Este texto tem por temática a formação de professores de matemática. Em específico, aborda os saberes
envolvidos nessa formação. Num primeiro momento, atém-se à análise da literatura sobre o tema, sob a ótica de
novas bases para tratamento dos saberes que participam da formação do profissional da docência. Em seguida,
tem por foco o Cálculo Diferencial e Integral - CDI. Em meio às mudanças no perfil dos professores que
ministram tal disciplina, mais e mais tendo por origem o campo da Educação Matemática, o texto analisa as
mudanças nessa rubrica curricular. Como resultado, o artigo apresenta a caracterização de uma nova tendência
de reconfiguração do CDI a partir do uso das TIC.

Palavras Chave: Saberes, Licenciatura em Matemática, Cálculo Diferencial e Integral – Ensino.

La Educación Matemática y el surgimiento de un nuevo Cálculo


Diferencial e Integral para el Grado en Matemáticas
Resumen
Este texto tiene como tema la formación de profesores de matemáticas. En particular, aborda el
conocimiento involucrado en esta capacitación. En un primer momento, el análisis de la literatura sobre el tema
se centra, desde la perspectiva de nuevas bases para el tratamiento del conocimiento que participan en la
formación de profesionales de la enseñanza. Luego, se enfoca en el cálculo diferencial e integral - CDI. En medio
de los cambios en el perfil de los docentes que imparten esta asignatura, cada vez más originados en el campo de
la Educación Matemática, el texto analiza los cambios en esta rúbrica curricular. Como resultado, el artículo
presenta la caracterización de una nueva tendencia a reconfigurar el CDI basado en el uso de las TIC.

Palabras clave: Saberes, Licenciatura en Matemáticas, Cálculo Diferencial e Integral - Enseñanza

Mathematical Education and the emergence of a new Differential and


Integral Calculus for the Degree in Mathematics
Summary
This text has as its theme the training of mathematics teachers. In particular, it addresses the knowledge
involved in this training. At first, the analysis of the literature on the subject is focused on, from the perspective
of new bases for the treatment of knowledge that participate in the training of teaching professionals. Then, it
focuses on Differential and Integral Calculus - CDI. Amid the changes in the profile of the teachers who teach
this subject, more and more originating in the field of Mathematics Education, the text analyzes the changes in
this curricular rubric. As a result, the article presents the characterization of a new tendency to reconfigure the
CDI based on the use of ICT.

Keywords: Knowledge, Mathematics, Differential and Integral Calculus - Teaching.

Vol. 5. Nro. 1, 2020. ISSN 2500-5251 (En línea) http://ojs.asocolme.org/index.php/RECME


Revista Colombiana de Matemática Educativa

1 Considerações Iniciais novo CDI. Em específico, intenta aprofundar as dis-


cussões e resultados obtidos em tese de doutorado
A quantidade de pesquisas sobre a formação de
recentemente defendida por um dos autores do
professores de matemática revela-se imensa. O in-
texto.
ventário elaborado por Fiorentini et al. (2016) nos dá
bem uma ideia dessa magnitude de estudos que têm se de- 2 Saberes: uma questão crucial na
dicado ao tema. E uma das questões que vem norte- formação docente
ando essas investigações pode ser expressa como:
A formação de professores e, especialmente, dos
que matemática deve estar presente na formação dos
saberes que a integram é tema central em pesquisas
futuros professores? A questão coloca no centro dos
desenvolvidas, em nível nacional e internacional, da
debates os saberes para a formação dos futuros pro-
crítica à pesquisa processo-produto dos anos de 1960
fessores de matemática. Se na atualidade a pergunta
e 1970, que ignorava o pensamento do professor
mostra-se pertinente, ela, no entanto, parece não ter
como elemento central ao ensino. Um exemplo em-
tido sentido em tempos mais longínquos. Em época
blemático de estudos sobre o tema é o de Shulman
distante, a resposta é algo evidente. Que matemática
(1986, 1987, 1996). Neles estão presentes investiga-
deve estar presente na formação dos futuros profes-
ções que se preocupam com os processos inerentes à
sores? A matemática, ora essa! A pertinência da
formação do pensamento do professor, tais como
questão na atualidade liga-se ao contínuo e progres-
percepção, reflexão, teorias pessoais, resolução de
sivo movimento de profissionalização da docência,
problemas, tomada de decisões, etc., que são pensa-
também da docência em matemática. E, neste caso,
dos como elementos cruciais na configuração de sua
toma-se a premissa de que toda profissão tem um sa-
prática de sala de aula e em suas decisões curricula-
ber que a caracteriza. E, para o professor de mate-
res.
mática, não é a matemática esse saber. E, sim, o saber
Tardif (2002) busca problematizar as questões
ligado à docência, um saber advindo da docência da
que dominam a pesquisa internacional e que marcam
matemática. É preciso saber ensinar matemática e,
94 profundamente a problemática da profissionalização
para tal, há que se ter um saber matemático para o
do ofício do professor. A respeito dos saberes que
ensino. O relativamente recente campo da Educação
alicerçavam a formação do professor, Tardif aponta
Matemática potencializou ainda mais a discussão da
as seguintes questões: quais são os saberes que ser-
formação de professores de matemática, dando mais
vem de base ao ofício de professor? Com que natu-
sentido à questão: que matemática para a formação
reza esses saberes estão presentes na formação?
de professores? Para além da discussão estritamente
Como são adquiridos pelos professores? Qual o papel
acadêmica, a inserção de novos quadros de formado-
e o peso desses saberes em relação aos outros conhe-
res nas universidades advindos de uma formação no
cimentos que o professor detém? Tardif define o sa-
âmbito dos programas de pós-graduação em Educa-
ber docente como um saber de natureza social, plural
ção, em Educação Matemática entre outros, vem
e temporal.
permitindo que as práticas desses formadores e a sis-
Nesse mesmo período, Altet (2001) e Zibetti &
tematização delas em dissertações, teses, artigos e li-
Souza (2007) dão ênfase aos saberes profissionais ad-
vros revelem mudanças em disciplinas da formação
vindos da experiência prática dos professores, enfa-
inicial dos licenciandos em matemática. Assim, a re-
tizando a importância dos saberes produzidos du-
alização do ofício da docência em matemática, ao
rante a ação prática, nesse contexto, validando a
longo do tempo, produz saberes para esse ofício.
ideia de que o professor, longe de ser um mero apli-
Noutras palavras, a docência dos novos formadores,
cador do saber produzido por outros, é também um
formados no âmbito da Educação Matemática, vem
sujeito produtor de saberes.
produzindo novos saberes, novas matemáticas, ma-
Dessa forma, esta reflexão, relativa à formação
temáticas próprias para a formação dos licenciandos.
de professores, revela traços de duas concepções de
Este é o caso da rubrica Cálculo Diferencial e Inte-
conhecimento contemporâneo: o modelo da raciona-
gral - CDI.
lidade técnica e o modelo da racionalidade prática.
Este texto tem como objetivo evidenciar os pro-
Enquanto o primeiro, característico dos anos 1960 e
cessos que estão em marcha na elaboração de um
1970, marca uma época em que a teoria é compreen-

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dida como um conjunto de princípios gerais e cientí- um ensino que ultrapassa o hic et nunc e visa ao
ficos, cuja prática se dava por meio da aplicação di- mesmo tempo uma generalidade maior e possibili-
reta da teoria e da técnica científica, o segundo, dade de reflexão, liberdade e escolha. Isto implica
surge na década de 1990, reconhece os professores que a profissão construa saberes para ensinar que
como sujeitos produtores de saberes, como profissi- toma por objeto os saberes a ensinar, sua apropria-
onais práticos-reflexivos. ção pelos formandos assim como os procedimentos
Encaminhando essa discussão para a Área da de ensino e de formação” (Hofstetter; Schneuwly,
Matemática, mais especificamente, em termos da- 2017, p. 137).
quela ensinada na formação de professores, há pes- Partindo do pressuposto que o processo de for-
quisas que indicam a existência de dois tipos de Ma- mação, assim como qualquer atividade humana, ca-
temática: uma única Matemática com níveis de sofis- rece de saberes para sua efetivação, surge a necessi-
ticação diferentes, presentes nos diversos graus es- dade de compreendermos, primeiramente, que en-
colares (tomemos como exemplo, a da escola básica tendimento esses autores possuem a respeito da pa-
e a do ensino superior) e a outra marcada por dife- lavra saber.
rentes Matemáticas (a acadêmica e a escolar), em Em prol do desenvolvimento de atividades
que, claramente, os interesses do matemático e do construtivas – contrastando com as atividades ditas
professor de matemática são distintos (Santos; Lins, produtivas –, Hofstetter & Schneuwly (2017) menci-
2016). onam o poder dessas atividades na transformação do
O debate quanto à natureza e o papel dos sabe- próprio sujeito, decorrente da aceleração do ritmo de
res na formação docente nas décadas de 1980 a 2000 aprendizagem e da capacidade do indivíduo de trans-
se intensifica e não apresenta muitos consensos. formar em conhecimentos os recursos que ele possui
Conforme assinalam Hofstetter e Schneuwly (2017), a disposição para agir. Assim, o sujeito, que dispõe
é possível dizer que essas controvérsias científicas se de recursos construídos no passado e adquiridos por
aglutinam em dois grandes polos, os quais estrutu- meio de experiências pessoais, pode reorganizá-los
ram, há muito tempo, o debate acerca do lugar dos de modo a serem utilizados em novas situações para 95
saberes docentes: um polo instrumentalista e outro resolver problemas. Por outro lado, esses mesmos
neoconservador. Sobre o primeiro, os autores afir- conhecimentos constituem saberes a partir do mo-
mam tratar-se de um polo atualmente dominante nos mento em que são encarados como um conjunto de
discursos oficiais baseado numa visão (sócio) cons- enunciados coerentes e reconhecidos por uma comu-
trutivista do saber que faz depender da ação e da ex- nidade científica, profissional ou de experts, adqui-
periência, das necessidades e interesses de cada um; rindo, assim, um lugar central na aprendizagem in-
do outro lado está o polo neoconservador que, apoi- tencional (construtiva).
ando-se em uma forma imutável e objetivamente eli- Ao mesmo tempo em que se concebem os siste-
tista, considera que os saberes se definem essencial- mas escolares modernos, considerando essa linha de
mente como tradicionais e, sendo assim, insensíveis pensamento, se generalizam também os espaços es-
a qualquer mudança de contexto social. Ao trazer à pecialmente dedicados à formação de quem vai
baila essa problematização, os autores tendem a aprender e de quem vai ensinar. Nesse contexto,
mostrar que esses dois polos convergem para uma emergem e se diversificam as profissões do ensino e
mesma visão: a dos saberes a ensinar. Em suas pala- da formação pelo fato de que se institucionaliza a sua
vras, “tudo se passa como se esses saberes devessem formação e se redefinem os seus saberes próprios ou
representar o saber tal qual, sem necessidade de compartilhados por públicos e níveis de ensino dife-
transposição: na forma de competência real [...] ou rentes, essa evolução claramente ganha projeção de-
na forma de enunciados válidos organizados em dis- vido a um grande esforço de teorização pedagógica e
ciplinas” (Hofstetter; Schneuwly, 2017, p. 136). didática concebida em instituições especializadas
Para encaminhar a discussão, tomaremos como (Hofstetter; Schneuwly, 2017).
referência a teorização produzida pela equipe de Pes- Hofstetter & Schneuwly (2017), ao fazerem a
quisa em História das Ciências da Educação distinção entre conhecimento e saber, acabam se dis-
(ERHISE), da Universidade de Genebra, na Suíça. tinguindo das abordagens citadas anteriormente,
Em relação aos saberes, o grupo de pesquisadores que compreendem a prática e os saberes experienci-
assevera que: “[...] são a condição e o resultado de ais da ação como saberes profissionais da formação

Rogério Grotti & Wagner Rodrigues Valente


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de professores. Nesse sentido, as aproximações com dos antigos professores ementas consideradas já ul-
os saberes formalizados são o carro-chefe de suas re- trapassadas do ponto de vista de uma educação ma-
flexões. Por conseguinte, a busca por conceituar o temática. Expedientes didáticos para melhor ensinar
papel das profissões do ensino e da formação é por conteúdos matemáticos não mais deveriam nortear
onde gravita o interesse desses autores. Com isso, os trabalhos a serem desenvolvidos na orientação de
afirmam que: práticas pedagógicas dos futuros professores. O es-
Retendo-nos à definição fornecida acima, das tudo das trajetórias dessas educadoras mostra os
caraterísticas construtivas das instituições processos e dinâmicas de reconfiguração da rubrica
nas quais atuam estas profissões [de ensinar disciplina “Prática do Ensino de Matemática” no
e de formar] e que enquadram a partir disso curso de licenciatura.
as suas atribuições, nos parece possível defi- Num primeiro momento, como mostra Maga-
nir dois tipos constitutivos de saberes referi- lhães (2013), a análise dos depoimentos das diferen-
dos a essas profissões: os saberes a ensinar, tes docentes da disciplina poderia fazer supor que a
ou seja, os saberes que são os objetos do seu rubrica, em seus novos tempos de Educação Mate-
trabalho; e os saberes para ensinar, em outros mática, seria algo fluída, em termos de seus conteú-
termos, os saberes que são as ferramentas do dos programáticos. Estaria ligada, sobretudo, à sub-
seu trabalho (Hofstetter; Schneuwly, 2017, p. jetividade de cada professor. Cada docente escolheria
131-132). a seu bel prazer o que fazer com essa rubrica escolar.
Nesse sentido, é preciso pensar que no processo Algo como: “a disciplina tem a cara de quem a leci-
de formação docente deve haver uma fluência direta ona” no dizer de uma das docentes. O que nos leva
entre os saberes a ensinar e os saberes para ensinar, a considerar tão somente os saberes das práticas pe-
como caracterizados anteriormente. dagógicas. No entanto, um exame mais atento, com-
parativo, das falas das professoras revela uma singu-
3 A Educação Matemática, os novos
laridade interessante, caracterizando o núcleo disci-
Formadores de Professores e a Produção
96 plinar do novo modo de organização da disciplina.
de Novos Saberes
No cruzamento dos dados colhidos por meio dos
Um exemplo recente de estudo que mostra as depoimentos, das diferentes docentes, de diferentes
dinâmicas e processos de produção e articulação en- instituições, Magalhães (2013) mostra que é possível
tre saberes a ensinar e para ensinar, em termos de perceber traços em comum de reconfiguração da ru-
rubricas para a formação do professor de matemática brica em contextos diferentes: conteúdo e ementa
é o realizado por Magalhães (2013). não fixos, uso dos textos oficiais para construir dis-
Magalhães (2013) realiza uma pesquisa sobre as cussões em sala de aula e, principalmente, a utiliza-
transformações da disciplina “Prática do Ensino de ção de textos que trazem à luz a Educação Matemá-
Matemática”, tendo em vista a entrada nos cursos de tica na formação dos licenciandos. As características
formação de professores de novos profissionais. Para em comum estão ligadas tanto pela época quanto
tal, colhe entrevistas de diversas professoras que, ao pela formação das professoras entrevistadas, ou seja,
longo do tempo, acumularam experiência na docên- todas as professoras atuaram depois de uma especia-
cia dessa rubrica do curso de licenciatura em mate- lização em Educação Matemática, por isso a pre-
mática. Em particular, tais professoras universitá- sença dessa referência em todos os aspectos didáti-
rias mostram-se ativas na sistematização do trabalho cos aplicados em sala de aula.
realizado com essa disciplina e, ainda, perfilam-se ao Essa análise mostra que as dinâmicas e proces-
conjunto de novos formadores, profissionais do en- sos de constituição das disciplinas, de suas modifica-
sino superior. Saídas de uma formação diferenciada, ções, é algo que se socializa, se constrói coletiva-
fruto dos novos ventos trazidos pelo novo campo da mente, dando forma e existência ao que se poderia
Educação Matemática 1 essas professoras recebem qualificar como uma cultura escolar. E, neste caso,

1
É possível citar como marcos referenciais de criação do novo o ano de 1988, quando houve a criação da SBEM – Sociedade
campo, no Brasil, a realização do I ENEM – Encontro Na- Brasileira de Educação Matemática.
cional de Educação Matemática, em 1987, em São Paulo; e,

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uma cultura escolar de formação do professor de ma- A institucionalização de temáticas a serem tra-
temática sob a égide do campo da Educação Mate- tadas na disciplina ficou posta a partir das mudanças
mática. Decantam-se saberes das práticas e que se trazidas pela Educação Matemática. Ou seja, a expo-
colocam em relação àqueles já estabilizados nas ru- sição dos temas-conteúdos é tratada de forma dife-
bricas disciplinares fazendo surgir uma nova disci- rente pelos professores que, de certa forma, são in-
plina curricular sob a mesma denominação de “Prá- fluenciados pelas novas abordagens de ensino que
tica do Ensino de Matemática”. passam a considerar a perspectiva de educar pela
Na análise dos movimentos de transformação Matemática. A Disciplina Prática de Ensino vai
dessa disciplina, Magalhães (2013) mostra que as vo- sendo delineada de acordo com as mudanças que
zes das professoras, de algum modo, reafirmam a acontecem no sistema educacional, de acordo com as
existência de uma fluidez dos seus conteúdos. No di- novas propostas de ensino, de acordo com as mudan-
zer das docentes, o professor que a leciona é que vai ças de currículo etc. Acrescente-se, sobretudo, para
dando as características à disciplina. Não existe uma o período, a criação de um novo campo de pesquisa
ementa rigorosa que deve ser cumprida, ou seja, uma denominado Educação Matemática. Através dele,
diretiva dos conteúdos. O conteúdo vai sendo incor- das pesquisas realizadas sob a sua circunscrição, re-
porado às aulas de acordo com o que o professor con- aliza-se um movimento de repensar a formação do
sidera importante para a prática pedagógica do pro- professor de matemática, o que se reflete direta-
fessor de matemática. Quando se menciona que a dis- mente na reconfiguração do currículo das escolas
ciplina “tem a cara de quem a leciona” isso se refere que formam esse profissional.
quase que diretamente a essa fluidez de conteúdo. No É importante destacar também a grande mu-
entanto, passada uma primeira fase de ligação da do- dança de carga horária resultante da resolução de
cência dessa disciplina intimamente conectada aos 2002 2. Esta veio ao encontro de uma nova proposta
aspectos pessoais do professor que a leciona, são de valorização da disciplina como componente curri-
construídas institucionalizações desse saber. E isso cular importante para a formação de novos professo-
deve ser entendido como a passagem das experiên- res de matemática, visando não somente uma valori- 97
cias pessoais para a sistematização de temas consi- zação teórica da matemática, mas um suporte prático
derados importantes no âmbito da Educação Mate- e de acordo com novos conceitos de ensino. Um mo-
mática. A chancela desses temas, dessa nova organi- vimento que reforça o aspecto da profissionalização
zação da disciplina se dá em vários âmbitos. Um pri- da docência.
meiro deles refere-se à ação pedagógica direta dos A resolução de 2002 mudou toda a proposta cur-
professores com seus alunos, os licenciandos. Outro ricular do curso de Licenciatura em Matemática, an-
âmbito refere-se aos encontros científicos. Neles há tes fundamentada basicamente nas disciplinas de
a possibilidade da troca de experiências, de comuni- conteúdos especificamente matemáticos. Trouxe no-
cação de resultados do trabalho pedagógico reali- vas possibilidades de abordagens pedagógicas, ou
zado. Acrescentem-se os meios de divulgação como melhor, uma releitura de todo o curso de formação
revistas especializadas etc. Toda essa circulação de de professores, problematizando a formação profis-
experiências pessoais no trato diferenciado da disci- sional docente.
plina vai organizando um corpo de temas estrutu- A partir da pesquisa de Magalhães (2013),
rantes da disciplina. E eles, ao que tudo indica, po- novas interrogações são possíveis de formulação. E
dem ser enumerados como sendo: elementos de aná- elas voltam-se para as demais disciplinas de forma-
lise dos conteúdos de ensino da Matemática, o trata- ção do professor de matemática. Como esse processo
mento com os documentos oficiais de referência para de entrada de novos formadores, oriundos da Educa-
o trabalho pedagógico, análises de livros didáticos ção Matemática afeta também as chamadas discipli-
dentre outros. Esse eixo norteador, ao que parece, nas do “núcleo duro”, isto é, as disciplinas matemá-
tem substância de conteúdos a estarem presentes na ticas de formação do licenciando?
disciplina Prática de Ensino (Magalhães, 2013)

2
Resolução CNE/CP 2: A partir dessa Resolução, fica nítida a Principalmente por tornar obrigatório o cumprimento de
mudança na estrutura curricular dos cursos de licenciatura. 800 horas destinadas à Prática de Ensino e ao Estágio Su-
pervisionado.

Rogério Grotti & Wagner Rodrigues Valente


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Em específico, este artigo aborda o Cálculo • Trabalho Coletivo / Colaborativo / Reflexivo:


Diferencial e Integral. em sete trabalhos, a discussão converge para as
mesmas características: a) diálogo entre os par-
4 O que dizem as Pesquisas sobre o Ensino
de CDI no âmbito da Educação ticipantes (aluno/aluno, aluno/professor, pro-
Matemática? fessor/professores); b) troca de experiências; c)
construção do conhecimento; e d) aprendizagem
Em recente pesquisa, Grotti (2019) aborda significativa;
como questão central: “Que processos estão em mar-
• Intuição e Rigor / Imagem Conceitual e Defini-
cha para a elaboração do Cálculo para Ensinar como
ção Conceitual: em seis trabalhos, os pesquisa-
uma ferramenta de trabalho para a formação de Li-
dores discutem as relações entre a Intuição
cenciandos em Matemática?”. O estudo analisa Dis-
(ponto de partida) e a construção do conheci-
sertações e Teses desenvolvidas em Programas de
mento estruturado – Rigor – (ponto de chegada)
Pós-Graduação em Educação Matemática ou em
e entre a Imagem Conceitual (ponto de partida)
Programas de Pós-Graduação em Educação com Li-
e a Definição Conceitual (ponto de chegada). A
nhas de Pesquisa em Educação Matemática, sobre o
Intuição, base empírica, possibilita demarcar um
ensino de CDI no período de 2000 a 2017.
início (um pontapé inicial) na construção do pen-
Na análise, o autor constata que as pesquisas
samento sistematizado, dando condições para o
discutem temas centrais permeados por temáticas
aluno acompanhar e entender a construção do
secundárias, mas não menos importantes, que com-
conhecimento científico e da linguagem utili-
plementam as discussões, assim sendo, um mesmo
zada pela Ciência (Matemática);
trabalho, pode apresentar mais de um foco temático.
• Resolução de Problemas / Modelagem: em seis
Mesmo levando em consideração essa dificul-
estudos os pesquisadores consideram a resolu-
dade para categorizar os estudos, Grotti (2019) clas-
ção de problemas / modelagem como importan-
sifica-os como:
tes mecanismos no processo de ensino e apren-
98 • Estudos que envolvem Tecnologias da Informa-
dizagem do CDI;
ção e Comunicação (TIC) / Softwares / Repre-
• Engenharia (Sequência) Didática / Sequência
sentação Gráfica: em 26 trabalhos. Neles, os pes-
Fedathi: em cinco trabalhos os pesquisadores
quisadores discutem a utilização da tecnologia
discutem a produção de sequências de ensino
como ferramenta no ensino do CDI. Estes tra-
constituídas por situações didáticas planejadas,
balhos convergem no sentido de que a tecnolo-
experimentadas e avaliadas, envolvendo expec-
gia atualmente é uma forte aliada ao processo de
tativas sobre a aprendizagem do aluno;
ensino e aprendizagem do CDI e sua utilização
como recurso didático altera/alterará a prática • Obstáculos Epistemológicos / Dificuldades de
docente; Aprendizagem: em cinco estudos se discutem
entre eles a precariedade do ensino de matemá-
• Investigações que tomam por base a Represen-
tica na educação básica e a necessidade de mu-
tação Semiótica: em oito trabalhos, a discussão
danças nos processos de ensino na licenciatura
gira em torno da Teoria de Representações que
em matemática;
auxiliam o professor a converter as sentenças
elaboradas a partir da linguagem materna para • Aplicação: em quatro pesquisas a discussão é
a linguagem matemática através de registros es- centrada na utilização de atividades de aplicação
truturados utilizando uma simbologia própria, como metodologia de ensino do CDI, explo-
além de facilitar a construção visual e a articu- rando de forma significativa a construção con-
lação das múltiplas representações possíveis, es- ceitual do Cálculo;
tabelecendo relações entre elas e a devida inter- • Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs):
pretação, principalmente a interpretação grá- em três pesquisas a discussão gira em torno da
fica, observando uma linha de raciocínio que vai virtualização das relações sociais, dentre elas, as
da percepção, visualização, representação e da que envolvem o processo de ensinar e aprender
ressignificação; através de Ambientes Virtuais de Aprendiza-
gem. Esses ambientes inicialmente foram utili-
zados, para atingir estudantes que residiam em

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localidades remotas, entretanto, dadas as suas zado numa sequência didática que facilite o tra-
potencialidades, a modalidade de ensino tem balho do professor (ensinar) e a assimilação por
sido repensada não mais como uma estratégia, parte do aluno (aprender).
mas como forma perene dentro do processo de • Inclusão: em apenas um trabalho, se discute o
ensino e aprendizagem; ensino de CDI a portadores de necessidades es-
• Teoria da Aprendizagem Significativa: em três peciais, pesquisa essa que instiga a academia a
trabalhos a discussão permeia a teoria apresen- desenvolver pesquisas no intuito de compreen-
tada por David Ausubel, como processo por der e direcionar o trabalho docente para esses
meio do qual uma nova informação relaciona-se, discentes.
de maneira substantiva e não arbitral, com Como é possível constatar, a maioria dentre os
aquilo que o aprendiz já sabe, nessa perspectiva, estudos inventariados (21 Dissertações e cinco Te-
o ensino do CDI deve tomar como base os co- ses) revela que a preocupação emergente se direci-
nhecimentos prévios dos estudantes para com- ona para a utilização de Tecnologias como ferramen-
preensão de novos conceitos; tas no processo de ensino e aprendizagem do CDI e
• Processos do Pensamento Matemático Avan- a representação dos conceitos envolvidos nesse pro-
çado: em três estudos, as pesquisas indicam a cesso. Esse resultado leva-nos a voltar a atenção
combinação de processos mentais levando o es- para as práticas que vem sendo realizadas pelos pro-
tudante a formular conjecturas e ressignificar o fessores, sistematizadas nesses estudos. Do mesmo
conhecimento estudado, através da visualização, modo que para o trabalho de Magalhães (2013) ca-
da representação e mudança entre diferentes re- beria interrogar: Serão elas, as práticas do ensino de
presentações, da intuição, da abstração, da des- CDI por meio das Tecnologias algo particular de
coberta, da síntese, da validação, da formaliza- cada sujeito? Um estudo mais aprofundado de cada
ção, da generalização, entre outras; pesquisa poderá responder a tal questão.
• Saberes Docentes: em dois trabalhos os pesqui- 5 Um Novo Cálculo via TIC?
sadores discutem as relações entre a formação e 99
a trajetória profissional (experiência) com a Como se pôde observar, o levantamento de teses
construção e reconstrução dos saberes docentes; e dissertações mostrou o predomínio absoluto de es-
tudos sobre o CDI via TIC. Retiremos, agora, de al-
• Teoria da Formação por Etapas das Ações Men-
guns desses trabalhos que envolvem essa perspec-
tais: apenas um trabalho encontrado, discute o
tiva de ensino, sínteses dos resultados apresentados,
processo de internalização da atividade externa.
tendo em vista o estudo de Grotti (2019).
Esse processo é constituído por cinco etapas a
A pesquisa de Melo (2002) conclui que o uso das
saber: 1: etapa motivacional, na qual o professor
TIC ao favorecer a visualização, sobretudo no trata-
prepara os alunos para a assimilação do novo
mento dos gráficos e sua dinâmica de construção,
conceito; 2) etapa do estabelecimento da base
contribui para aprendizagem e possibilita a reflexão
orientadora da ação, na qual o professor media a
dos alunos sobre erros e acertos evidenciando con-
relação entre a ação e a resolução do problema;
clusões válidas em dadas situações e inválidas nou-
3) etapa da formação da ação no plano material
tras.
ou materializado, na qual o aluno externaliza a
O destaque para a visualização também é evi-
ação estabelecida na etapa anterior, e o professor
denciado na pesquisa de Gouveia (2010). As poten-
controla o cumprimento de cada uma das opera-
cialidades de visualização e manipulação de superfí-
ções; 4) etapa de formação da ação no plano da
cies bidimensionais e representações de até três di-
linguagem externa, na qual utilizando signos, o
mensões favorece a mobilização de saberes dos alu-
aluno deve verbalizar (representar) os elemen-
nos para o entendimento de conceitos do CDI.
tos da ação; e 5) etapa de formação da ação no
Ainda sobre a visualização, o estudo de Martins
plano mental, na qual o processo se completa
Júnior (2015) mostra a realização de atividades ex-
com a internalização (assimilação) do novo con-
ploratórias para a aprendizagem de diversos conteú-
ceito. Assim, utilizando a TFEAM, o processo
dos relacionados a Derivadas de Funções Reais de
de ensinar e aprender (o CDI) pode ser organi-
uma Variável Real no ensino de Cálculo I, a partir da

Rogério Grotti & Wagner Rodrigues Valente


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visualização proporcionada pelo software GeoGe- do professor, dentre outros elementos importantes a
bra. destacar relativamente ao ensino dessa rubrica do
A conclusão de Barbosa (2009) é a de que o en- ensino superior.
volvimento das TIC, na produção do conhecimento Mas, é possível avançar mais ainda na análise da
sobre Função Composta e Regra da Cadeia é de tendência manifestada pelas pesquisas sobre o en-
grande relevância, por conta dos aspectos visuais sino de CDI. Ao que parece seria algo redutor tratar
que elas possibilitam. o uso das TIC como meros instrumentos de ensino
Vários estudos mostram, assim, o papel impor- de uma rubrica para a formação de professores. Pro-
tante da visualização, sobretudo no movimento di- cedimentos, ferramentas, propostas pedagógicas al-
nâmico de construção de gráficos de funções, para teram o que se quer ensinar. Isto é, não se trata de
melhor ensino do CDI. A alteração dos aspectos for- tomar como invariante o CDI e mobilizá-lo no en-
mais dominados pelo tratamento algébrico é ressal- sino por meio das TIC. O uso das TIC nos processos
tada em muitas pesquisas. Paranhos (2009), que fez de ensino, nas práticas pedagógicas dos professores
uso da Geometria numa Sequência Didática que con- tende a valorizar determinados aspectos e conteú-
templou problemas do cotidiano e defende a ideia de dos, secundarizar outros e mesmo eliminar conteú-
que o uso de softwares dá mais dinamicidade ao en- dos clássicos do CDI. Nessas práticas, um novo
sino de Cálculo, ultrapassando os procedimentos al- amálgama de conteúdos e procedimentos vai for-
gébricos. jando um novo CDI. Junto disso, questionamentos
Para Olímpio Júnior (2006), as mídias, particu- vão se multiplicando sobre a pertinência de ensino
larmente, os sistemas de computação algébrica, que de determinados conteúdos do CDI, de demonstra-
facilitam cálculos e superam os aspectos procedurais ções e casos particulares etc. Assim, é possível con-
são de fundamental importância no processo de jecturar que, dada a forte tendência que vem sendo
aprendizagem do Cálculo, cuja dificuldade de abstra- manifestada por meio das TIC, está em marcha a or-
ção e generalização são entraves aos estudantes. O ganização de um novo CDI. Um CDI que busca uma
100 estudo de Vieira (2013) é categórico: seria uma in- articulação mais direta com a matemática elementar,
sensatez, inadequado e inadmissível ensinar Cálculo por meio da visualização, secundarizando aspectos
sem o uso da informática. algébricos considerados de puro formalismo desne-
Mesmo de modo sintético, nota-se que a siste- cessário às práticas pedagógicas do futuro professor
matização das práticas transposta para a escrita de da Escola Básica. Estão, portanto, em marcha pro-
teses e dissertações sobre o ensino de CDI revela um cessos de elaboração de um Cálculo para Ensinar, ru-
núcleo comum de justificativas dessas práticas: há brica específica da formação profissional do profes-
que ser ultrapassado o formalismo do CDI em bene- sor de matemática, uma ferramenta de trabalho dos
fício da visualização, dos aspetos geométricos. Tal novos formadores de professores de matemática vin-
processo leva a considerar a disciplina de modo dos do campo da Educação Matemática.
“mais prático”, algo mais importante para a formação
7 Referencias Bibliográficas
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lise dos resultados das pesquisas inscritas nessa ten- Artmed Editora.
dência leva-nos a refletir sobre a existência em mar- Barbosa, S. M. (2009). Tecnologias da Informação e
cha de um movimento que tende a valorizar, no en- Comunicação, Função Composta e Regra de Cadeia.
(Tese) Doutorado em Educação Matemática –
sino do CDI, os processos de visualização, a criação Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
de ambientes de aprendizagem que possam favorecer Filho, Rio Claro/SP.
o uso das TIC. Com isso, há que existir o conse- Brasil. (2002) Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de
quente redirecionamento das práticas pedagógicas 2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de
de professores que ministram CDI. Tal fato leva a licenciatura, de graduação plena, de formação de
afirmação das TIC como ferramentas de trabalhos

A Educação Matemática e a emergência de um novo Cálculo Diferencial e Integral para a Licenciatura em Matemática
Asociación Colombiana de Matemática Educativa

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Rogério Grotti & Wagner Rodrigues Valente


Como citar este artículo:

Rodrigues, V., W; Grotti, R. (2020). A Educação Matemática e a emergência de um novo Cálculo


Diferencial e Integral para a Licenciatura em Matemática. RECME-Revista Colombiana de
Matemática Educativa. 5 (1), pp. 93-101.

Presentado: 15/Marzo/2019
Aprobado: 30/Abril/2020
Publicado: 30/Junio/2020

Vol. 5. Nro. 1, 2020. ISSN 2500-5251 (En línea) http://ojs.asocolme.org/index.php/RECME

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