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Apresentação

A temática abordada no seguinte trabalho teve seu início da dissertação de


mestrado do PPGCMAT (programa de pós-graduação em ensino de ciências e
matemática), porém a proposta de trabalho para ingressar no programa de mestrado era
outra. O início do sonho da pós-graduação em ensino de matemática, aflorou nos dois
anos de participação do PIBIC (programa institucional de bolsas de iniciação cientifica),
onde comecei a conhecer com mais detalhes algumas temáticas relacionadas a esse
campo de conhecimento, como algumas metodologias de ensino, teorias de
aprendizagem, e teóricos da educação em geral.

Anteriormente ao ingresso no programa, o tema principal de estudo na iniciação


cientifica era as tecnologias digitais no ensino básico e aliado com o momento em que o
mundo estava passando (pandemia do COVID-19), era muito pertinente o estudo dessa
temática, pois, nesse momento os professores estavam tendo que utiliza-las para
conseguir dar aula, por conta do distanciamento social.

Porém, durante toda minha trajetória no curso de licenciatura em matemática,


algo sempre me incomodou muito, a dificuldade que colegas tinhas com as disciplinas
que o fim envolvia um conceito matemático, as chamadas disciplinas hard da
matemática, como os cálculos, álgebras e análise matemática, por exemplo. Portanto em
discussão com minha orientadora percebemos que essas disciplinas têm a característica
de apresentar um ensino tradicional, e que isso poderia ser um dos pontos que faziam
com que os alunos não conseguissem aprender.

Um dos objetivos juntamente com o ingresso no mestrado, era conseguir a bolsa


que o programa oferecia, então, após todo o processo seletivo, fui contemplado com
esse benefício, isso ajudou, pois, uma das exigências feita para o bolsista é realizar o
chamado estagio e docência, que consiste em acompanhar o orientador em uma
disciplina no ensino superior, e foi a partir daí, juntamente com a minha inquietação em
relação a dificuldade na aprendizagem em disciplinas no curso de matemática, que
decidi o tema da minha pesquisa de dissertação.

Considerações iniciais

A aprendizagem é um processo complexo, pois há vários fatores e


situações que podem definir se o aluno realmente vai aprender o conteúdo, então é
importante levar em consideração todos os aspectos didáticos envolvidos na sala de
aula, tal como, realidade do aluno, o ambiente em que ele se encontra, materiais
didáticos, concepções dos professores, metodologias de ensino, entre várias outras
coisas.
No ensino superior, essa dificuldade na aprendizagem fica muito evidente,
principalmente quando falamos de disciplinas mais conceituais, no caso das
licenciaturas em matemática, que tem o foco em ensinar os conteúdos de matemática de
forma mais aprofundada para o acadêmico. No entanto, essas disciplinas também
contribuem para formação de professores que atuarão na Educação Básica, ou seja, é
necessário dominar o conteúdo, mas também, conhecer formas/maneiras/estratégias, de
tornar esses conteúdos compreensíveis para os alunos na Educação Básica.
Nesse sentido, (FIORENTINI, 2005) e (LINS, 2005) discutem um pouco sobre a
importância de os professores das licenciaturas perceberem que além de eles estarem
formando futuros professores, que em seguida também vai atuar nessa profissão, ele
esta ali como exemplo de professor, que o aluno futuramente pode se espelhar.

A maioria dos professores de Cálculo, Álgebra, de Análise de


Topologia etc.
acredita que ensina apenas conceitos e procedimentos matemáticos.
[...] não
percebem que, além da Matemática, ensina também um jeito de ser
pessoa e
professor, isto é, um modo de conceber e estabelecer relação com o
mundo e
com a Matemática e seu ensino. (FIORENTINI, 2005, p. 110)

Por mais que se afirme que um curso de Cálculo Diferencial e


Integral, por exemplo, é apenas um curso de conteúdo matemático,
não se pode negar que este curso oferece para os alunos – como
acontece em qualquer outro curso –um certo modelo de aula, um
modelo de como ensinar Matemática –
incluindo aí as razões para se ensinar Matemática (a um professor).
[...] o
futuro professor tem a sua frente um profissional que é, naquela
situação, um
professor, que é o que ele está se preparando para ser (LINS, 2005, p.
118)
Nesse contexto, umas das críticas relacionadas a aprendizagem nas licenciaturas em
matemática, é a fato das disciplinas que tem como característica o conceito matemático
como fim, serem trabalhadas utilizando o ensino diretivo, o chamado ensino tradicional
vigente (ETV). Segundo Baldino (s/d), o ensino tradicional vigente é um método de
ensino em que o professor fica a maior parte do tempo ao quadro, explicando a matéria,
enquanto os alunos sentam-se em forma matricial e prestam atenção. Isso quer dizer que
esse modo de ensino se refere ao professor como o detentor de todo o conhecimento, e
que o aluno irá absorver todo o conhecimento integramente.

Diante o exposto, decidimos fazer um levantamento bibliográfico para saber o que


vem sendo discutido nas pesquisas brasileiras sobre metodologias de ensino alternativas
no ensino superior.

Primeiramente foi utilizada a biblioteca digital brasileira de teses e dissertações


(BDTD), na opção de busca avançada disponibilizada pelo site, foram pesquisadas as
palavras-chave licenciatura em matemática, ensino superior e metodologia de ensino,
encontrando assim 294 resultado, desses foram selecionados 16, e dos 16 foram
escolhidos 6 para aprofundarmos um pouco mais a discussão.

É importante salientar que, o nosso foco é ver as pesquisas que estão discutindo uma
forma alternativa de ensino, na licenciatura em matemática, e no respectivo site de
busca que utilizamos aparecem diversos trabalhos com apenas um dos temas das
palavras-chave que pesquisamos, por esse motivo, selecionamos só a que se encaixa
melhor na nossa pretensão de discussão.

Dentre as 6 pesquisas selecionadas, foram encontradas duas metodologias de ensino,


a modelagem matemática e a resolução de problemas,

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