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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA EM TEMPOS DE

PANDEMIA: REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO


PROFESSOR-ALUNO EM UM SISTEMA DE ENSINO
REMOTO

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Modalidade: Resumo expandido

Resumo:
Este resumo ora apresentado busca compreender como os alunos do ensino superior de Licenciatura em Matemática
lidaram com as aulas remotas durante a pandemia do Novo Coronavírus, e quais impactos ela causou na aprendizagem
dos alunos e consequentemente, quais serão provavelmente causados em suas futuras vidas profissionais. Esses aspectos
serão tratados mediante um estudo deste caso específico, pois se surgirem novas situações semelhantes a essa não
necessariamente serão entendidas da mesma forma. Será analisado como o comportamento dos docentes afeta a formação
dos discentes. Espero com sinceridade que o leitor se beneficie de sua leitura e possa refletir sobre essas relações.

Palavras-chave: Covid 19; Licenciatura; Matemática; Docência.

1. Introdução

A covid 19 surpreendeu a todos. Vivíamos nossas vidas normalmente quando tudo mudou:
muitas pessoas perderam o emprego, a moradia e alguns, suas vidas. Nós, alunos da Universidade
Federal da Grande Dourados passamos meses sem aula, prejudicando nosso aprendizado e atrasando
o nosso tempo de formação.

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Identificação do autor; Instituição; email@dominio.com
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Identificação do autor; Instituição; email@dominio.com
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Identificação do autor; Instituição; email@dominio.com
Todos que tomavam a dianteira na universidade: Diretores, coordenadores e professores se
organizaram da melhor maneira que encontraram para nos receber de volta: dessa vez dentro de suas
casas por meio de uma tela de computador.

No começo, foi uma fase de adaptação para ambos os lados: como ministrariam aulas à distância
sem nunca terem tido essa experiência? (Salvo algumas exceções); e nós, alunos da ciência tão
complexa e rica que é a matemática: como conseguiríamos acompanhar o ritmo sem deixar lacunas
em nossa aprendizagem que para nós é, no momento, o que há de mais importante em nossas vidas?

Difícil responder! Talvez impossível. Mas o que pretendo refletir é: O que podemos fazer para
superar a tempestade que encontramos no caminho e nos tornar os melhores professores de
matemática que poderíamos ser? Falo como aluna e como futura professora, falo também por todos
os professores da universidade que deram o seu melhor e que não abandonaram os seus postos de
trabalho. Graças a eles mesmo nos sentindo inicialmente sem rumo, aproveitamos o tempo da melhor
forma possível. Mas não podemos esquecer que superamos a tempestade que foi a pandemia e por
isso precisamos investigar e compreender melhor o modo como nossa relação professor-aluno
durante esse tempo impactou a aprendizagem e para isso, é inevitável que falemos de
potencialidades, mas também de desventuras, dilemas e dificuldades. Discorrerei sobre algumas
delas no próximo tópico.

2. A relação professor-aluno durante a pandemia

Sabemos que a relação professor-aluno é complexa, e no que se refere ao curso de licenciatura


em matemática não é diferente, pois existem muitos aspectos a serem considerados para que ela
possa atender às necessidades do aluno. Um deles é o modo como o docente entende a sua
autoridade e como isso impacta no comportamento do aluno. Isso está de acordo com a seguinte
afirmação de Ortenzi (2006, p.62):

A autoridade do professor não deve nem pode desvincular-se do privilégio à liberdade e à


autonomia do aluno. A verdadeira autoridade coerentemente democrática privilegia a
liberdade e o desenvolvimento da autonomia no aluno, pois legitima-se nelas. A opressão, o
medo, o preconceito, a coação, o não uso do bom senso e as punições arbitrárias fazem
desmoronar o alicerce do respeito à figura do professor e à sua prática. A autoridade
relacionada ao medo dos alunos é autoritária e covarde, pois não reconhece em si mesma a
garantia para prevalecer.

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Em consonância com o autor, entendemos que, de modo particular nos cursos de formação inicial
docente, é imprescindível que o formador de professor tenha claro que o modo como se relaciona
com os licenciandos constitui-se também num instrumento de formação, ou seja, ainda que
indiretamente, o ele está ensinando qual o tipo de relação que o futuro professor deve construir com
seus futuros alunos. Discorrendo ainda sobre o espelho que se torna o formador sobre o tipo de
pessoa que seu reflexo se tornará, menciono Fiorentini (2005, p. 110):

A maioria dos professores de Cálculo, Álgebra, de Análise de Topologia etc. acredita que
ensina apenas conceitos e procedimentos matemáticos. [...] não percebem que, além da
Matemática, ensina também um jeito de ser pessoa e professor, isto é, um modo de
conceber e estabelecer relação com o mundo e com a Matemática e seu ensino.
Diante disso, durante o trabalho ora proposto procurarei meios pelos quais a relação professor-
aluno pode interferir no aprendizado, mediante novas metodologias (e do estudo de outras já
existentes) que surgirão a partir da identificação dos aspectos que dificultam ou mesmo interrompem
a relação professor-aluno.

Sobre os aspectos que tornam difícil o fluir da relação professor-aluno na universidade durante o
período de pandemia, cito alguns: a falta de diálogo, a posição superior do professor no que diz
respeito a isso, os horários definidos que são diferentes daqueles em que estávamos habituados antes
da pandemia (pois muitos alunos trabalham e ficou difícil conciliar), a dificuldade do professor de
atender aos alunos de forma individual, a tecnologia que ora é muito útil ora falha, a falta que
sentimos de ver nossos professores e colegas pessoalmente, e o encargo emocional que veio junto
com a covid 19 e afetou mais intensamente alguns e menos outros.

Pensar em todos os fatores mencionados anteriormente me leva à seguinte questão:

Quais possibilidades, tensões e desafios emergiram em um curso de licenciatura em matemática


em tempos de pandemia?

Para responder a questão proposta, tomarei por parâmetro os seguintes objetivos:

• Investigar e analisar o modo como a pandemia afetou os discentes de nossa universidade

• Compreender e descrever fatores, atitudes e/ou iniciativas que possibilitaram repensar o


ensino e a aprendizagem na licenciatura em matemática em um sistema remoto, particularmente, em
tempos de crise.

3. Uma análise quali-quanti da relação professor-aluno

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Na atualidade, têm-se dado cada vez mais importância para a pesquisa em educação matemática
no ensino superior. Seminários, palestras e encontros são realizados várias vezes ao ano, com o
objetivo de buscar a magistralidade em nossas salas de aula de Licenciatura em Matemática, sejam
elas virtuais como nos adaptamos durante a pandemia, sejam elas presenciais.

Quanto aos procedimentos metodológicos, optei pelo estudo de caso. Segundo Roux (apud
STAKE, In DENZIN e LINCOLN, 2001, p. 135):

A utilização de um único caso é apropriada em algumas circunstâncias: quando se utiliza o


caso para se determinar se as proposições de uma teoria são corretas; quando o caso sob
estudo é raro ou extremo, ou seja, não existem muitas situações semelhantes para que sejam
feitos estudos comparativos; quando o caso é revelador, ou seja, quando o mesmo permite o
acesso a informações não facilmente disponíveis.

Minha intenção é buscar compreender para aprimorar a relação professor-aluno nessas salas em
específico, usando para este fim uma pesquisa quali-quanti fundamentada em uma pesquisa de
campo. Escolhi a abordagem quali-quanti pois: “numa pesquisa científica, os tratamentos
quantitativos e qualitativos dos resultados podem ser complementares, enriquecendo a análise e as
discussões finais (MINAYO, 1997). Tais elementos qualitativos e quantitativos serão encontrados
por meio de uma coleta de dados: entrevistarei alunos da UFGD para que falem de suas dificuldades,
seus aprendizados e suas experiências durante a pandemia e analisarei alguns documentos referentes
às notas e desempenho dos discentes pré e durante a pandemia, para analisar os impactos numéricos
que a covid causou.

Também escrutinarei por meio das respostas das perguntas da entrevista como ela surpreendeu a
cada um de nós (alunos de matemática da UFGD) e o nosso ensino-aprendizagem negativa ou
positivamente, produzindo assim um estudo de caso. Segundo Yin (1989), o estudo de caso: “é o
método que visa compreender fenômenos sociais complexos, preservando as características
holísticas e significativas dos eventos da vida real.” Sabemos que a pandemia por si só já é um
fenômeno social complexo, mas o objeto do nosso estudo será o funcionamento das salas de aula
virtuais do ensino superior de matemática da UFGD durante esse período.

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Referências

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