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Alfabetização
A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será alcançado por completo, ou seja,
não há um ponto final. A realidade é que existe a extensão e a amplitude da alfabetização no
educando, no que se diz respeito às práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Nesse
âmbito, muito estudiosos discutem a necessidade de se transpor os rígidos conceitos
estabelecidos sobre a alfabetização, e assim, considerá-la como a relação entre os educandos e
o mundo, pois, este está em constante processo de transformação.
Letramento
Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa "literacy" que pode ser
traduzida como a condição de ser letrado. A palavra letramento ainda não está dicionarizada,
porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos
datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi
usada pela primeira vez.
Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo
da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986.
O letramento tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações
da escrita na sociedade e se amplia cotidianamente por toda vida, com a participação nas
práticas sociais que envolvem a língua escrita. Abarca as mais diversas práticas de escrita na
sociedade e pode ir desde uma apropriação mínima da escrita, tal como o indivíduo que é
analfabeto, mas letrado na medida em que identifica o valor do dinheiro e o ônibus que deve
tomar, consegue fazer cálculos complexos, sabe distinguir marcas de mercadorias etc., porém
não escreve cartas, não lê jornal, etc. Se a crianças não sabe ler, mas pede que leiam histórias
para ela, ou finge estar lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz rabiscos dizendo que
aquilo é uma carta que escreveu para alguém, é letrada, embora analfabeta, porque conhece e
tenta exercer, no limite de suas possibilidades, práticas de leitura e de escrita.
Para dizer que uma pessoa é letrada é quando faz uso das habilidades de ler e escrever
inserindo um conjunto de práticas sociais, não apenas no conhecimento das letras e do modo
de associá-las, mas usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e
comunicação, reconhecidas e necessárias em um determinado contexto cultural, letramento
depende da alfabetização, ou seja, da teoria e prática, pessoas letradas e não alfabetizadas
mesmo incapazes de ler e escrever compreendem os papeis sociais da escrita distinguem
gêneros ou reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade.
OS DESAFIOS DE ALFABETIZAR LETRANDO
PEDAGOGIA
Já dizia Paulo Freire (2001) que aprender a ler e a escrever é aprender a ler o mundo,
compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem e realidade e ser
alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como meio de tomar consciência da
realidade e de transformá-la.
Ao longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias teóricas e
metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se posicionem em relação às mesmas,
construindo suas práticas a partir do que está sendo discutido no meio acadêmico e transposto
para a sala de aula a partir de suas reinterpretações e do que é possível e pertinente ser feito.
Essas mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições dos conteúdos a
serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do trabalho pedagógico.
A palavra letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa Literacy “condição
de ser letrado”.
De acordo com Soares (2003), alfabetização e letramento são processos distintos, de natureza
essencialmente diferente, porém, são interdependentes e indissociáveis, pois uma pessoa
pode ser alfabetizada e não ser letrada ou ser letrada e não ser alfabetizada.
Na concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois processos podem ser
vistos como simultâneos, entendendo que no conceito de alfabetização estaria compreendido
o de letramento e vice-versa.
Isto será possível se a alfabetização for entendida além da aprendizagem grafofônica e que em
letramento inclui-se a aprendizagem do sistema de escrita. A conveniência da existência dos
dois termos, que embora designem processos interdependentes, indissociáveis e simultâneos,
são processos de natureza diferente, uma vez que envolve habilidades e competências
específicas, implicando, com isso, formas diferenciadas de aprendizagem e em conseqüência,
métodos e procedimentos diferenciados de ensino.
Assim, a participação das crianças em experiências variadas com leitura e escrita,
conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material, a habilidade de
codificação e decodificação da língua escrita, o conhecimento e reconhecimento dos processos
de tradução da fala sonora para a forma gráfica da escrita implica numa importante revisão
dos procedimentos e métodos para o ensino, uma vez que cada fase desse processo exige
procedimentos e métodos diferenciados, pois cada criança e cada grupo de crianças
necessitam de formas diferenciadas na ação pedagógica.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41ª ed.Cortez. 2001.