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RESUMO
INTRODUÇÃO
Podemos dizer que na nossa sociedade atual, saber ler e escrever, ou seja, ser
“alfabetizado” não é o suficiente para atender as demandas sociais da sociedade. Há tempos
atrás, bastava que o indivíduo soubesse apenas assinar o nome, isso, porque da pessoa só
interessava o voto. Atualmente, ser alfabetizado e conseguir saber ler e escrever
mecanicamente não dá ao indivíduo condições de compreender e entender, isto é, interpretar
as diferentes formas textuais que circulam no meio social. É necessário que tenhamos
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capacidade de compreender e entender plenamente os sentidos e signos dos diversos textos
em múltiplos contextos, ao invés de apenas decodificarmos sons e letras.
Perguntamos: Por que algumas pessoas terminam a Educação Básica sem entender
textos simples? Por que algumas pessoas não conseguem escrever um texto simples?
A leitura só é plena quando sabemos escrever, e vice versa, isso é fato. Porém, ler e
escrever letras e palavras não garante a ninguém a compreensão e entendimento da realidade.
Vivemos numa sociedade capitalista de privilegiados letrados, e saber ler e escrever nessa
sociedade se torna um privilégio. Atrevemo-nos a dizer que se preocupam em ensinar ao
indivíduo a leitura e a escrita mecânica para que posteriormente, quando se tornar um
indivíduo trabalhador, apenas leia e escreva seu nome e rótulos de produtos.
Diante disso, aparece a preocupação que gira em torno da leitura de mundo, então, no
meio dos pesquisadores, em meio aos seus estudos surge o conceito de "letramento", para
alguns, em detrimento do conceito de "alfabetização". Alguns estudiosos passam a afirmar
que o conceito de alfabetização se torna inconsistente para explicar o ato de saber ler ou
escrever.
Assim, de certa forma, podemos dizer que nas sociedades letradas, saber ler e escrever
mecanicamente não é o suficiente para compreender e entender plenamente a realidade e
responder de forma eficaz e eficiente as demandas da sociedade capitalista atual.
Mas, afinal o que é letramento? Letrar é melhor que alfabetizar? Existe pessoa letrada
e pessoa não letrada? Existem diferenças entre alfabetização e letramento? Diante dessas
questões Zacur (2015) responde:
É possível que não consigamos dar respostas concretas e definitivas a todas essas
questões, temos a consciência de que é necessário buscarmos explicações mais sensíveis e
verdadeiras a cerca da realidade educacional posta com um novo olhar, um jeito diferente de
caminhar, com o intuito de desenvolvermos o processo ensino/aprendizagem da leitura e da
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escrita de forma que afete positiva e concretamente as pessoas que estão buscando aprender a
ler e escrever corretamente de forma plena.
REFLEXÕES TEÓRICAS
Pode ser que o letramento seja mais importante que a alfabetização, pois, podemos
dizer que letramento é quando a pessoa sabe ler e escrever o mundo, a vida, a realidade, a
partir de contextos múltiplos e distintos, numa prática social, na qual a escrita e a leitura
tenham e façam sentido a quem lê e escreve.
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Tabela 1: Diferenças Entre Alfabetização e Letramento
Fonte: https://www.diferenca.com/alfabetizacao-e-letramento/
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E o que podemos dizer sobre a escrita? Consideramos a escrita uma tecnologia que foi
criada e desenvolvida historicamente pelo ser humano. De forma superficial podemos dizer
que a escrita mundialmente possui como principal característica: é uma marca sobre algum
suporte – papel, tela, madeira, pedra, tecido etc. Apesar de ser habitual atribuirmos à escrita a
função primeira de registrar informações, é inegável sua importância na socialização de
informações no processo de construção do saber. Mas qual o sentido da aprendizagem da
escrita?
Cabe dizer sobre o avanço acelerado das novas tecnologias e as múltiplas formas de
interações humanas entre os mais variados tipos de suportes, em especial, papel e tela, e as
múltiplas linguagens – verbais, não verbais, imagéticas, etc – tal fato têm ocasionado o
surgimento de maneiras coletivas de criação e produção textual, a Wikipédia é um exemplo
que podemos destacar apesar dela possuir alguns pontos negativos.
O principal objetivo da escrita é o registro em suportes da produção textual (textos
verbais e não verbais) que servirão para concretizar o ato da leitura. A escrita possui uma
diversidade de instrumentos e suportes utilizados para dar concretude ao registro das marcas
(letras, palavras, símbolos, imagens etc). Alguns estudiosos consideram que a escrita possui
uma característica especial, sua durabilidade, dando-a certa importância, visto que a “fala”
possui certa volatilidade. O que determina essa durabilidade à escrita seriam seus
instrumentos, suportes, maneiras de como ela circula, e ainda a função comunicativa que
possui.
CONCLUSÃO
Entendemos que na sala de aula, o educador deva dar mais valor aos conhecimentos
prévios dos estudantes em relação a leitura e a escrita aprendidos no cotidiano social, para
alfabetizar letrando ou letrar alfabetizando. O educador, ao executar atividades que envolvam
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os usos da leitura e escrita que ainda não fazem parte do cotidiano social do estudante, pode
aos poucos introduzir práticas sociais de letramento de maneira que os estudantes não só
aprendam, mas também compreendam a função e importância da leitura e da escrita no
contexto dinâmico da sociedade contemporânea, em especial, no contexto escolar.
Assim, aprender a ler e escrever por meio de práticas sociais de letramento pode
facilitar a produção de novos conhecimentos, favorecendo as competências e habilidades do
estudante em relação a interpretação das diferentes formas textuais que circulam na dinâmica
social e em relação a criação e produção de novos textos.
Cabe à escola, onde se desenvolve o processo da educação formal, vista como lugar de
formação do indivíduo e espaço de socialização e de circulação das ideologias, promover
possibilidades para os estudantes exercitarem e exercerem a leitura, escrita, compreensão e
entendimento da realidade, proporcionando-lhe competências e habilidades para utilizar-se da
palavra falada ou escrita uns dos outros num exercício mútuo de interpretação num mundo
letrado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOTA, Márcia Elia da. Algumas considerações sobre o letramento e o desenvolvimento metalinguístico e
suas implicações educacionais. Estudos e pesquisas em psicologia, UERJ, RJ, Ano 7. Nº 3. 2007.
ZACCUR, Edwiges. Alfabetização: falsas questões em meio a pistas quentes e frias. In: Saberes cotidianos
em diálogo. GARCIA, Regina Leite e ESTEBAN, Maria Teresa e SERPA, Andréa (Orgs.). 1ª Ed. - Petrópolis,
RJ. De Petrus; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2015.