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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Com isso, vimos que a alfabetização se refere ao aprendizado das letras do alfabeto,
seus sons, a habilidade de combinar esses sons, formar silabas e consequentemente palavras e
frases. Trazendo à habilidade de codificar e decodificar palavras e texto. A “Alfabetização é o
processo de aquisição da “tecnologia da escrita”, isto é do conjunto de técnicas, procedimentos
habilidades necessárias para a prática de leitura e da escrita: as habilidades de codificação de
fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas, isto é, o domínio do
sistema de escrita” (MORAIS; ALBUQUERQUE, 2007, p. 15). Em suma trata-se da aquisição das
habilidades necessárias para ler e escrever, permitindo que as pessoas reconheçam letras,
formem sílabas, decifrem palavras e, assim, acessem o mundo da linguagem e escrita. Como
afirma Moreira (1993, apud SCHWARTZ, 2012, p. 24):
O letramento pode-se dizer que é um conceito mais amplo da alfabetização, vai além
de codificar e decodificar palavras, o letramento envolve a capacidade de compreender,
interpretar, analisar e produzir textos, reconhecendo o uso da leitura e escrita na sociedade.
Sabendo empregar em seu cotidiano. O conceito mais amplo do que é letramento segundo
Soares (SOARES, 2004, p. 20):
Letramento é palavra e conceito recentes, introduzidos na
linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de
duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência
da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas
sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do
sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua
escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização.
Com tudo, vimos que alfabetização e letramento são dois pilares principais para o
desenvolvimento educacional e social dos indivíduos, que mesmo sendo coisas distintas, ainda
assim são interligadas. Onde devem ser trabalhadas em conjunto, como diz Soares (2001, p.
47):
Assim, teríamos alfabetizar e letrar como duas ações distintas,
mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando,
ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo
tempo, alfabetizado e letrado.
O que podemos identificar hoje no Brasil, é que existe um índice alto de pessoas
analfabetas e analfabetos funcionais, devido ao déficit da área letrada em seu processo
educacional. O individuo analfabeto absoluto é incapaz de ler, escrever e compreender frases
ou textos, ou seja, não possui nenhuma habilidade básica coma leitura e a escrita. Segundo o
IBGE (2022) cerca de 5,6% de pessoas no Brasil são analfabetas, cerca de 7,4% eram negras,
mas que o dobro de pessoas consideradas brancas (3,4%). E na faixa etária com mais de 60
anos esse número chega a triplicar, pois essa população idosa não teve ainda o acesso as
escolas públicas, e vem com o direito que os foi negado a anos atrás.
A EJA- Ensino de Jovens e Adultos vem para fechar a lacuna deixada pela escola, para
as pessoas que não tiveram a oportunidade de adquirir essas habilidades na faixa etária
correta. Sabendo disso, o processo de alfabetização e letramento desses indivíduos deve ser
adaptado as suas necessidades e a sua realidade, como suas experiencia de vida, seus
interesses pessoais e objetivos.
GOMES, Irene; FERREIRA, Igor. Em 2022, analfabetismo cai, mas continua mais alto
entre idosos, pretos e pardos e no Nordeste. Agencia de notícias IBGM, 2023. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/37089-em-2022-analfabetismo-cai-mas-continua-mais-alto-entre-idosos-
pretos-e-pardos-e-no-nordeste. Acesso em: 15/10/2023
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 20. ed. São
Paulo: Cortez, 1987.