Você está na página 1de 11

GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, CLÍNICA E EDUCAÇÃO INFANTIL

NEÍDES ALVES DE MATOS

AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA

CAETANOS/BA
2023
NEÍDES ALVES DE MATOS

AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado por Neídes Alves de
Matos, como requisito parcial à
obtenção do título especialista em
Educação Inclusiva e Especial

CAETANOS/BA
2023
AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL

Autor1, Neídes matos

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e
assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais.
(Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Este trabalho pretende apresentar a importância das crianças que necessitam de estímulos
para apropriar-se do letramento que nessa fase é o início do aprendizado da leitura. Apesar de muitos
desconhecerem a importância de as crianças aprenderem a ler mesmo que cedo o quanto é de
fundamental importância para a criança em idade escolar inicial desenvolver as habilidades de leitura e
escrita com ações de pertencimento no ambiente social onde vivem. Sabemos da importância que a
leitura tem para as crianças, mesmo que na Educação Infantil a leitura é um meio que podemos utilizar
para que as crianças façam sua própria leitura com base nas interpretações que elas fazem.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Alfabetização. Escrita.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo vem apresentar um tema muito importante para o do


aprendizado das crianças no decorrer de sua vida enquanto educando. Pode-se dizer
que o período da alfabetização/letramento é um dos momentos mais propícios para a
formação do leitor, pois a criança tem contato com diferentes gêneros textuais, o que
traz consideráveis benefícios para o letramento do aluno, articulando a leitura com a
realidade das crianças.
Diante disso, Soares (2008, p. 33) assevera que é função e obrigação da escola
dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e isto inclui a leitura informativa, mas

1
neidesmatos@hotmail.com
também a leitura literária; a leitura para fins pragmáticos, mas também a leitura de
fruição; a leitura que situações da vida real exigem, mas também a leitura que nos
permita escapar por alguns momentos da vida real.
A aprendizagem da linguagem oral e escrita é de fundamental importância para
as crianças ampliarem suas possibilidades de imersão e participação nas práticas
sociais. Dessa forma, têm a necessidade de estarem próximas às pessoas, interagindo
e aprendendo com elas de forma que possam compreender e participar no seu
ambiente. Tais interações e formas de comunicações proporcionam às crianças, além
da segurança para se expressar, a descoberta de diferentes gêneros culturais.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.
117),na Educação Infantil, deu-se ao promover experiências significativas de
aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se
constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e
expressão e de acesso ao mundo letrado, pelas crianças. A leitura, por esta razão, não
pode ser vista como obrigação ou como simples transmissão de conhecimentos em
sala de aula. Se for aplicada com encantamento a criança vai sempre buscar aprender
e compreender mais. Porém, se for concebida como tarefa a ser cumprida, castigo ou
obrigatoriedade, a criança poderá perder o encanto por ela.
O tema apresentado neste trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica, na
qual estou recorrendo à pesquisa e leitura de artigos e livros que irão promover o
desenvolvimento deste trabalho e fomentar o conhecimento das pessoas a respeito
desta temática.
A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de estudos e pesquisas, na qual
possibilitou o desenvolvimento desse trabalho, usando de leituras de artigos, livros, foi
possível conhecer e executar a discussão referente a essa temática.
DESENVOLVIMENTO

Alfabetização e letramento

A palavra letramento faz-se necessário, segundo Magda Soares (2001, p. 1), por
causa da impossibilidade de dar um sentido mais amplo à palavra alfabetização. ―Não
basta aprender a ler e escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e escrever,
mas não necessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita.‖ Segundo a
autora, o individuo sem letramento se alfabetiza, porém não adquire competências para
usar esta ferramenta que lhe foi ensinada.
Pensando nas crianças da Educação Infantil que atualmente vivem em um
mundo letrado, diante de muitas informações tecnológicas e visuais, ainda vivem com
adultos letrados, mas que não tem nenhuma das habilidades nem de leitura ou escrita,
mesmo realizando escrita espontânea, sem nenhum entendimento do que está
escrevendo, essas crianças quando chegam ao ambiente da escola necessita ampliar o
conhecimento que já trazem de casa e incorporar novos conhecimentos de leitura e de
escrita com as práticas de letramento.
O incentivo para conhecer o mundo letrado deve se apresentar já na Educação
Infantil, por meio de leituras de vários portadores textuais, para que, mais adiante, na
sua vida escolar, as crianças sejam capazes de estabelecer relações, assumir uma
posição crítica, confrontar ideias.
O desenvolvimento de tais atividades levará as crianças a entender a
importância e o funcionamento da escrita em nossa sociedade, desenvolvendo
capacidades necessárias para a sua apropriação. Isso poderá motivá-las a querer
conhecer mais, querer aprender a ler e escrever de maneira prazerosa e satisfatória. O
trabalho com as crianças deve partir do cotidiano em que estão inseridas.
O professor deve perceber a necessidade da criança e provocar nela o desejo
para a aprendizagem. Portanto, as atividades a serem oferecidas devem ser
motivadoras, de curiosidades e indagações para futuras descobertas. Sabe-se que a
importância de se trabalhar esse tema é para que não ocorra mais o que tanto já
aconteceu no processo de alfabetização das crianças, para tanto desenvolvi esse
trabalho por ter adquirido o conhecimento desse processo, assim tive a ideia de como
aplicá-lo no ensino infantil para que com material lúdico que foram os rótulos e também
do cotidiano da criança possa possibilitar e desenvolver o processo de letramento.
A aprendizagem da leitura é um diálogo entre a teoria e a prática, onde a escola
tem a responsabilidade de garantir aos alunos o domínio da linguagem oral, pois é ele o
instrumento que lhes dá acesso a uma vida social plena, sendo essa a contribuição
para o exercício da cidadania. Pois abrange as responsabilidades de divisão de
informação e conhecimento. Soares (2000a, p. 1) explica que ―Se uma criança sabe ler,
mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e
frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada‖.
Segundo Kleiman

[...] o letramento abrange o desenvolvimento histórico da escrita


refletindo outras mudanças sociais e tecnológicas, como a alfabetização
universal, a democratização do ensino, o acesso a fontes
aparentemente ilimitadas de papel, o surgimento da Internet (KLEIMAN,
2005, P.21).

Sabemos que ler é uma tarefa difícil, porque para as crianças é mais conveniente
se plugar nas mais diversas tecnologias existentes, como a TV ou mesmo a Internet.
Em decorrência disso, o hábito de leitura é uma tarefa trabalhosa e enfadonha para os
pequenos leitores. E essa é justamente a tarefa mais importante que a escola pode
oferecer e desenvolver.
O termo ―letramento‖ surgiu nas áreas de Educação e de Ciências da Linguagem
na segunda metade da década de 1980 (SOARES, 2000b, p. 15). É em Kato (1986, p.
7) que se encontra uma das primeiras ocorrências desse termo: ―[...] a chamada norma-
padrão, ou língua falada culta é consequência do letramento, motivo por que
indiretamente, é função da escola desenvolver no aluno o domínio da linguagem falada
institucionalmente aceita‖.
Estado ou condição são palavras importantes para que se compreendam as
diferenças entre analfabeto, alfabetizado e letrado; o pressuposto é que quem aprende
a ler e a escrever e passa a usar a leitura e a escrita, a envolver-se em práticas de
leitura e de escrita, torna-se uma pessoa diferente, adquire um outro estado, uma outra
condição. Ao construir o conceito de letramento, Soares (2003) decompõe a palavra:

letra + mento, estabelecendo os significados dos termos: letra como


forma portuguesa da palavra latina littera e, -mento como sufixo, que
indica resultado de uma ação. Portanto, letramento é o resultado da ação
de ―letrar-se‖, se dermos ao verbo ―letrar-se‖ o sentido de ―tornar-se
letrado‖. Resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de
leitura e escrita, o estado ou condição que adquire um grupo social ou
um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de
suas práticas sociais. (SOARES, 2003, p. 38).

A formação escolar do leitor passa pelo crivo da cultura em que este se


enquadra. Se a escola não efetua o vínculo entre a cultura grupal ou de classe e o texto
a ser lido, o aluno não se reconhece na obra, porque a realidade representada não lhe
diz respeito. Mesmo diante de qualquer texto que a escola lhe proponha como meio de
acesso a conhecimentos que ele não possui no seu ambiente cultural, há a
necessidade de que as informações textuais possam ser referidas a um background
cujas raízes estejam nesse ambiente. Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar
(1993, p.17).
Segundo Solé (1998), para uma pessoa se envolver em qualquer atividade de
leitura, é necessário que ela sinta que é capaz de ler, de compreender o texto, tanto de
forma autônoma, como apoiada em leitores mais experientes. Enfatiza-se a leitura de
verdade, "aquela que realizamos os leitores experientes e que nos motiva, é a leitura
que na qual nós mesmos mandamos: relendo, parando para saboreá-la ou para refletir".
(p.43).
Demo (1992) atribui ao professor transmissor de conteúdo (FREIRE, 1982), as
mesmas responsabilidades do ―tarefeiro‖, nomeado por Fazenda (2006), e o chama de
―ensinado‖. Vejamos:

O ―professor‖ (com aspas), para tornar-se PROFESSOR (sem aspas e


com maiúscula), carece de investir-se da atitude do pesquisador e, para
tanto, perseguir estratégias adequadas. Sobretudo, deve fazer parte da
sua condição profissional sem mais, para desfazer o fardo do reles
―ensinador‖ (DEMO, 1992, p. 85).
Pensando na escola como o melhor caminho para proporcionar as crianças um
conhecimento amplo de leitura, o projeto elaborado busca no texto possibilidades em
meio as ações pedagógicas com uso gêneros textuais e ludicidade desenvolver nas
crianças as capacidades de leitura e escrita. Bronckart afirma que ―a apropriação dos
gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas
atividades comunicativas humanas‖ (BRONCKART, 1999, p.103).
Segundo Marcuschi (2005), vai se cristalizando em formas textuais as quais são
chamadas de gêneros, ―e os gêneros textuais transformam-se em instrumentos da ação
social‖ (BRONCKART, 1999, p.103).

A educação escolar é uma prática que tem a função de criar condições


para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os
conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da
realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais
diversificadas e cada vez mais amplas, condições estas fundamentais
para o exercício da cidadania na construção de uma sociedade
democrática e não excludente (BRASIL, 1998, p.32).

Segundo Smith (1999), as crianças precisam de alguns insights básicos para


desenvolver-se como leitores, mas esses insights vem com a leitura ( e ouvindo leitura),
não sendo privados dessa experiência. (p. 145). Destacando que a leitura exige
acuidade visual, habilidade para a linguagem, habilidade para aprender e que a esfera
escolar deve favorecê-las e estimulá-las.
A partir dessas reflexões sobre o processo de letramento na Educação Infantil,
enfatizamos a importância de se trabalhar o letramento na sala de aula. Letrar é entrar
no mundo da criança e, junto com ela, aprender a leitura e a escrita que seu contexto
oferece.
A medida que se conhece seu mundo, é possível ampliá-lo, oferecendo novas
propostas, maneiras e diferentes tipos textuais. Para que o processo de letramento
ocorra, é preciso, portanto, levar em consideração a cultura em que a criança está
inserida, adequando-a aos conteúdos a serem trabalhados, às produções de diferentes
gêneros textuais e à sua utilização social, tendo como estratégia uma linguagem
interativa, criativa e descobridora, abandonando os métodos repetitivos e
descontextualizados.
A experiência foi muito gratificante e com possibilidades de um futuro ainda
melhor no processo de educação, uma vez que entendemos o real interesse de
promover aprendizado.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou conhecimento sobre esta temática


que é de suma importância para alunos e docentes, em especial para a formação que
estamos sendo capacitados, uma vez que iremos trabalhar mediante diferentes
realidades e dificuldades no contexto escolar. A formação continuada do professor é
justamente o que ele necessita para conhecer e desenvolver melhor suas habilidades
no atendimento das crianças com dificuldade em leitura e escrita. O profissional na área
deverá também capacitar-se no sentido de atender as crianças com dificuldades em
grupos e também individualmente.
O processo de alfabetização e letramento pode ser longo, o professor nesse
sentido necessita buscar de novos recursos que ajudem nesse processo, então,
criatividade nesse sentido será de suma importância, pois trabalhar o processo de
aquisição de leitura e escrita deve ser dinâmico e oferecer ao aluno novas
possibilidades na qual ele desperte para esse processo.
A criança estimulada aprende mais que a criança forçada com atividades
metódicas com desenvolvimento de apenas leitura e escrita, as crianças necessitam de
grandes percepções, de estímulos, mais que serem sobrecarregados de tarefas sem
contextualização alguma. O aprendizado é um processo na qual um vai
complementando o outro de forma que a criança não estressa e cansa, pois ela
necessita expor suas ideias, mesmo que estas sejam conforme eles entenderam, ouvir
suas colocações para eles sempre os proporcionam sua importância no meio
pertencente.
Expressar-se, é sempre uma oportunidade para que todos seja crianças ou
adultos tem para sentir se importante, ouvir é propiciar a esses indivíduos momentos de
satisfação, pois é satisfatório quando demonstram importância ao que queremos
expressar, seja na nossa vida educacional, pessoa, entre outras.
REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso, Novas Maneiras de Ensinar - Novas formas de Aprender. Rio de


Janeiro: Artmed, 2002. ___________, 1937- Educação Infantil: prioridade
imprescindível- Petrópolis, RJ: ed. Vozes, 2004.

BECHARA, Evanildo (organizador). Dicionário escolar da Academia Brasileira de Letras:


língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2011

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96. Brasília: DF,
1996. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF,
1998.

CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992. CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedos,
desafios e descobertas. Petrópolis, RJ: ed. Vozes, 2005.

DORNELLES. Leni Vieira. Na escola infantil todo mundo Brinca se você Brinca. In
Carmen Craidy, Gládis E. Kaercher. Educação Infantil, Pra que te quero? Org. – Porto
Alegre: ed. Artmed 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa.


2.ed. Curitiba: Positivo, 2011.

FREIRE, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


19. ed. São Paulo: Paz e Terra.

KISHIMOTO. Tizuco Morchida. Jogos tradicionais infantis; O jogo a criança e a


educação. Petrópolis. Rio De Janeiro: Vozes,1993. ______. (Org.) Jogo, brinquedo,
brincadeira e a educação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez 1998. ______. Jogo, brinquedo,
brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2002. ______.O jogo e a educação
infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.
MENEZES, Josinalva Estácio. Razões sócio-histórico filosófico-científicas para usar
jogos no contexto ensino-aprendizagem de matemática. Recife, PE: 2004, Disponível
em: http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/2CC19453574449.pdf , Acessado em:
08.ago.2015.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed. Vozes,
Petrópolis, 2002.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes


Editora Ltda., 1998. ______. Psicologia Pedagógica/ L. S. V Vygotski : tradução do
russo e introdução de Paulo Bezerra. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

Você também pode gostar