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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

PRÁTICA PROFISSIONAL

VARGEM ALEGRE -MG


2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ELABORAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL


CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

MARIA MADALENA DE OLIVEIRA

PRÁTICA PEDAGÓGICA PROFISSIONAL

Trabalho apresentado a disciplina Prática


Profissional, do Centro Universitário FAVENI, no
Curso de Educação Especial, como pré-requisito
para aprovação.

VARGEM ALEGRE -MG


2023
PROJETO DE LEITURA E ESCRITA, ASAS DA IMAGINAÇÃO

1. APRESENTAÇÃO

o hábito de ler. O aluno deve perceber que a leitura é o instrumento


chave para alcançar as competências necessárias a uma vida de qualidade,
produtiva e com realização. Sabemos que, do hábito de leitura dependem
outros elos no processo de educação. Sem ler, o aluno não sabe pesquisar,
resumir, resgatar a ideia principal do texto, analisar, criticar, julgar, posicionar-
se. Assim estimulando a leitura, faremos com que nossos alunos,
compreendam melhor o que estão aprendendo na escola, e o que acontece no
mundo em geral, entregando a eles um horizonte totalmente novo.
A leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos
relativos ao mundo exterior. Ela amplia e aprimora o vocabulário e contribui
para o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, pois possibilita o
contato com diferentes idéias e experiências. Assim, é obrigação da escola
desenvolver o gosto e o prazer pela leitura, tornando os estudantes capazes de
compreender diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, de modo
a formar leitores competentes e autônomos, contribuindo para a sua inclusão e
interação na sociedade.
Não é possível dissociar a aprendizagem da leitura da aprendizagem da
escrita, e, para Antunes (2003, p. 67), essas são atividades de interação que se
completam. Da mesma forma que a leitura, a produção de textos escritos é
uma prática de linguagem e, assim, uma prática social. Isso significa que
devemos possibilitar ao aluno a escrita de textos para diferentes interlocutores,
com objetivos diferentes, organizados nos mais diversos gêneros, para
circularem em variados espaços sociais, de maneira adequada “à situação em
que se insere o evento comunicativo”. (ANTUNES, 2003, p. 64).
Bagno (2002, p. 24) define a língua como atividade social, e isso faz com
que a “prática da interpretação” seja fundamental na interação social humana.
Para ele, portanto, essa prática deve ser exercitada em aula, e não só a teoria.
O letramento que ele sugere não se resume a saber ler e escrever; envolve as
práticas sociais de leitura e escrita, ou seja, a contextualização da língua em
seu uso através da escrita. A leitura deve, portanto, ter uma grande
participação na compreensão da gramática, sem, no entanto, depender da
nomenclatura.
Todorov (2010) afirma que o motivo da falta de interesse dos alunos pela
leitura está diretamente ligado a falta de contexto na qual ela é ensinada, pois é
muito difícil fazer com que um adolescente se interesse por algo que, pra ele,
não faz sentido, já que a literatura é vista como uma disciplina qualquer, em
que o aluno só precisa memorizar datas e autores acabando por ser esquecido.
No entanto, a literatura, ensinada em um contexto, pode levar o aluno a se
interessar pela leitura, até mesmo de obras clássicas ou que não sejam
consideradas juvenis.
Segundo Cadermatori, a partir da escola é que se pensa e determina o
que é literatura infantil, sem levar em conta os sujeitos a quem está literatura se
destina. Ainda segundo a autora, a literatura juvenil é destinada aos jovens de
séries finais do ensino fundamental e alunos do ensino médio. Seu problema
reside não nas escolhas, mas na concepção de um gênero voltado a uma
instituição e não a um sujeito leitor.
Devido a essa falta de livros adequados para a idade desses
adolescentes e a instrução e motivação de um bom professor, o adolescente
acaba, segundo Paulino e Cosson (2009), lendo qualquer coisa e, muitas vezes
nem lê, já que se preocupar com outras atividades como ouvir música, navegar
na internet e namorar, se tornam muito mais interessantes. Por isso, cabe aos
professores fazer a mediação entre aluno e literatura, para que estes possam
enxergar a importância que a escola, em si, tem na sua formação como
cidadão e até mesmo para a efetivação do poder humanizador que Cândido
(2004) afirmava ter a literatura.

2. OBJETIVOS

O Objetivo geral
 Estimular nos alunos um processo de leitura permanente para
estarem continuamente atualizados frente aos desafios e
perspectivas no mundo contemporâneo, ajudando-os atorarem-se
leitores e escritores.
Os objetivos específicos
 Despertar o prazer da leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo
do aluno;
 Fazer parte de situações sociais de leitura, como as discussões
sobre obras lidas e a indicação das apreciadas;
 Buscar informações, selecionar estratégias de leitura conforme os
propósitos específicos;
 Propiciar situações de leitura compartilhada;
 Aproximar os alunos do universo escrito e dos portadores de escrita
para que eles possam manuseá-los, reparar na beleza das imagens,
relacionar texto e ilustração, manifestar sentimentos, experiências,
ideias e opiniões, definindo preferências e construindo critérios
próprios para selecionar o que vão ler;
 Promover o desenvolvimento do vocabulário, favorecendo a
estabilização de formas ortográficas;
 Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando
efetivar enquanto processo a leitura e a escrita;
 Estimular o desejo de novas leituras;
 Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da
imaginação;
 Possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens;

3. METODOLOGIA

A metodologia visa principalmente organizar as estratégias de ensino, de


modo que venham atender de forma adequada a aprendizagem de cada aluno,
oferecendo-lhes, as condições necessárias para que desenvolvam a leitura e a
escrita de forma criativa e significativa.
Procurou-se desenvolver atividades através de ações planejadas e
coordenadas, para tanto organizamos nossos procedimentos da seguinte
maneira:
Apresentar leituras claras e diversificadas;
Possibilitar o contato do educando a grande diversidade de textos;
Motivar o educando para a construção de textos com base em leituras;
Desenvolver atividades tais como: leitura individual e coletiva; dramatizações;
leitura e interpretações de obras literárias; apresentações de trabalhos;
relatórios; jogral; escrita de paródias e poesias; desenhos relacionados a textos
e/ou personagens; confecção de cartazes, livros infantis e histórias em
quadrinhos; leitura, escrita e reescrita de estórias; dentre outras possíveis
durante o período de execução da proposta;
No desenvolver de tais atividades levaremos em consideração principalmente
o relacionamento professor – aluno, tendo em vista que o clima de confiança e
respeito está intimamente ligado ao processo ensino – aprendizagem,
garantindo assim melhor empenho e participação no desenvolvimento das
atividades e ações propostas nesse projeto.
Atividades diferenciadas e acompanhadas para os alunos especiais
OBJETIVO: Trabalhar a leitura e a escrita de forma dinâmica, com riqueza de
significados e em sintonia com o mundo fantástico dos alunos.
Apesar da sistematização dos livros, a ordem ou desenvolvimento das
atividades poderá ser alterada de acordo com o desenvolvimento das aulas.
LIVROS DE APOIO: ABC dos animais, Soltando os bichos, De Avestruz a
Zebra.
ÁREA: Interdisciplinar CONTEÚDOS:
- Leitura e escrita
- Ordenação alfabética
- Classificação e agrupamento dos animais
- Classificação e agrupamento de alguns alimentos
- Gênero textual: convite (aniversário/casamento), listas diversas, receita e
apresentação de outros gêneros.
- Instrumentos musicais (confecção e instrumentalização)
PROCEDIMENTOS:
I- Momento:
- Apresentar desafio da cartola
- Apresentação do livro “ABC dos animais”, leitura com apresentação e
exploração das imagens chamativas do livro;
- Apreciação do livro pelas crianças, aproveitando o momento para responder
e fazer questionamentos sobre a leitura;
II - Momento:
Atividade de exploração da leitura e escrita dos nomes dos animais do livro:
conduzir as crianças a perceberem a organização alfabética dos nomes dos
animais, fazendo a reescrita destes (quando não pensar em outro) e
acrescentando o nome de outros animais que também iniciem com a mesma
letra. Dividir-se a turma em seis grupos (pois é o total de alunos que já domina
satisfatoriamente a escrita, sendo estes), cada grupo organizar seu alfabeto de
animais, com pelo menos um ou dois animais em cada letra.
♦ Vitor Gabriel - Construir cartaz com desenho de animais, um desenho para
cada letra do alfabeto, depois escrever com auxilio o nome dos animais
desenhados;
- Apresentar seu cartaz aos colegas.
♦ Williane - Construir cartaz (com auxilio) recortando figuras de animais, uma
figura para cada letra do alfabeto, depois identificar e escrever (com auxilio) a
primeira letra do nome de cada animal; - Apresentar seu cartaz aos colegas.
♦ Francisca e Maria Eduarda se agrupam com outros colegas.
III - Momento: - No quadro o professor agora faz uma lista geral do ABC dos
animais de todos os grupos, cada letra ditada deve ser preenchida com os
nomes dos animais ditados pelos grupos (os 9 repetidos são cortados), neste
momento as crianças vão observando a escrita correta das palavras e fazendo
a correção nas suas listas, além de acrescentar a sua relação os animais
citados pelos demais grupos.
IV - Momento: - Brincadeira da forca, um total de traços equivalente a uma
letra é colocado no quadro cada criança tem que tentar descobrir o nome do
animal inicialmente só pelo total de letras, depois é dado a pista da primeira
letra e a forca vai sendo construída, tendo um tempo até que a criança acerte a
palavra ou perca a vez. A brincadeira passa por cada aluno e pode ser repetida
várias vezes.
V – Momento: - Sorteio do livro trabalhado para um dos alunos levar para
casa.
→ TAREFA DE CASA: pesquisa sobre os animais que vivem na terra, na água
e que voam.
 Cartola: Trazer informações sobre animais que tem em casa (que tem
contato/ou que conhece pessoalmente), trazer foto (ou figura), desenhos,
história engraçada, curiosidade, etc.
2º DIA I - Momento: - Apresentar desafio da cartola; - Em roda de conversa
relembrar livro, atividades, curiosidade sobre aula do dia anterior; - Ditado
desenhado (ditar o nome dos animais do livro “soltando os bichos” com suas
respectivas características para as crianças desenharem);
II - Momento: - Leitura do livro “SOLTANDO OS BICHOS”;
- Apreciação do livro pelas crianças, aproveitando o momento para responder e
fazer questionamentos sobre a leitura, além de despertá-los para a
comparação com o livro do dia anterior;
- Escrever os nomes dos desenhos sem olhar pelo livro (ou no quadro), depois
fazer a correção olhando pelo livro e fazendo a comparação dos desenhos;
- Apresentação da pesquisa sobre os animais que vivem na água, na terra e
que voam;
III - Momento: - Formulação de frases (comparando características de animais
com pessoas) com animais e características diferentes das do livro;
- Mímica divertida: descobrir através de mímica os animais e as características
apresentadas;
IV – Momento: - Sorteio do livro trabalhado para um dos alunos levar para
casa.
→ TAREFA DE CASA: Pesquisar em livros, revistas, etc. sobre animais
carnívoros, onívoros e herbívoros;
 Cartola: Lista de animais com características engraçadas para criar
mímicas e apresentar para os colegas no dia seguinte;
 Trazer fichas com palavras para Vitor, Wiliane, Francisca e Maria
Eduarda montarem as frases, depois transcrevê-las.
3º DIA I - Momento: - Apresentar desafio da cartola; 10
- Convidar um aluno para apresentar o livro para os colegas, questionando-os
sobre a estrutura do livro e conduzindo-os a comparação com os demais livros
estudados (o que tem incomum, o que tem de diferente...);
- Apresentação de listas de animais carnívoros, onívoros e herbívoros (tarefa
de casa);
II - Momento: - Leitura do livro “De Avestruz a Zebra”;
- Confecção de cartazes dos animais estudados com as características
pesquisadas (terrestres, aquáticos, aéreos, carnívoros, onívoros, herbívoros);
III - Momento: - Apresentação dos cartazes confeccionados;
IV – Momento: Sorteio dos livros trabalhado para um dos alunos levar para
casa.
→ TAREFA DE CASA: Pesquisar sobre os a classificação dos animais;
 Cartola: Trazer informações sobre animais que tem em casa (que tem
contato/ou que conhece pessoalmente), trazer foto (ou figura), desenhos,
história engraçada, curiosidade, etc.
4. CRONOGRAMA
O que fazer? Quando Fazer? Datas: Responsáveis:
Apresentação do projeto de Professores, direção
intervenção para o (a) coordenador 01/06/2022 e equipe
(a) (a) da instituição escolar pedagógica.
Confecção de cartazes, panfletos e 02/06/2022 Professores e
faixas. alunos.
Confecção de lembrancinhas para 03/06/2022 Professores,
serem dadas aos visitantes. estagiária e alunos.
Filme relacionado ao tema 06/06/2022 Professores e
estagiária
Pesquisa no laboratório de 07/06/2022 Professores e
informática da escola. estagiária
Leitura e produção de textos 08/06/2022 Professores e
estagiária
Confecção de livrinhos juntamente 09/06/2022 Professores e
com os alunos. estagiária
Roda de leitura, histórias em 10/06;2022 Professores e
quadrinhos estagiária
Ensaio de teatro e músicas 13/06/2022 Professores e
estagiária
Apresentação de peças teatrais, 14/06/2022 Professores, direção,
contação de histórias, sarau de equipe pedagógica e
poesias, exposição de trabalhos, etc. alunos.

5. RECURSOS NECESSÁRIOS
 ◊ Cartazes (cartolinas, papel madeira);
 ◊ Coleções (cera, madeira, hidrocor);
 Livros didáticos e paradidáticos, revistas, jornais, gibis, livros de
historinhas, contos, fábulas, letras de músicas...;
 Atividades fotocopiadas, caderno de anotações;
 Aparelhos áudio- visuais (som, TV e DVD, projetor de imagem,
notebook, caixa de som, microfone...);
 Material de expediente (Cola, tesoura, fita gomada, durex, lápis
piloto, quadro branco, TNT, E.V. A, etc.);
 Figurino/cenário (perucas, roupas de cores diversas, preta e branca,
tintas, cenário de paisagem colorida...);
→ Dentre outros necessários durante o desenvolvimento do projeto.

6. RESULTADOS ESPERADOS
Inicialmente pode-se dizer que os resultados foram satisfatórios, pois
conseguimos prender a atenção das crianças, a cada dia conseguíamos
apresentar os livros de forma diferente. No entanto foi a partir de um dia depois
de trabalharmos o livro “o casamento do rato com a filha do besouro” que
conseguimos ver que podíamos ir além de simples leitura e atividades de
sistematização. Começamos a ligar um livro ao outro, todos os demais livros
trabalhados passaram a vir do livro “o casamento do rato com a filha do
besouro”, a partir do segundo livro as crianças mesmas já sugeriam relações
além das pensadas pelas professoras. Foi fantástico ver o engajamento deles,
e a curiosidade qual seria o próximo livro e como seria sua apresentação,
tendo em vista que sempre fazíamos aquele suspense quando terminava a
aula, e no início da aula, alguns dias até iniciávamos as atividades antes de
apresentar o livro, eles faziam a atividade todo tempo tentando descobrir de
que livro se tratava.
O que podemos concluir, é que atingimos os melhores resultados
quando nossos planos passaram a não dar conta das expectativas dos nossos
pequenos, quando planejávamos, mas a aula tomava outro rumo. Acredito que
o principal aprendizado e maior conquista ficou mesmo foi para a nossa prática
pedagógica, percebemos que na verdade não existe o saber fazer se do tentar,
sem querer fazer independente dos recursos das dificuldades, pois a festa de
casamento do rato com a filha do besouro foi um luxo, tinha do convite aos
doces, ao bolo de casamento como manda o figurino e foi tudo feito por
crianças de 6 anos, então como dizer “não é possível”!

7. REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo:


Parábola, 2003.

BAGNO, Marcos. A inevitável travessia. In: BAGNO, Marcos; GAGNÉ, Gilles;


STUBBS, Michael. Língua materna: letramento, variação e ensino. São Paulo:
Parábola, 2002. p. 13-84.

CADERMATORI, Lígia. O que é literatura infantil? São Paulo: Brasiliense,


2006.

PAULINO, Graça; COSSON, Rildo. Letramento literário: para viver a literatura


dentro e fora da escola. In: RÖSING, Tânia M.K; ZILBERNAM, Regina (orgs.).
Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009.

TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Trad. Caio Meira. 3ª. Ed. Rio de
Janeiro: DIFEL, 2010.

RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

A intervenção aconteceu entre os dias 01/06/2022 a 14/06/2022. No


primeiro dia foi trabalhado na disciplina de Língua Portuguesa os gêneros
textuais, com intento de estimular os alunos a conhecerem a diversidade
destes. Portanto através do texto do autor Ziraldo utilizamos do gênero
biografia e disponibilizamos um questionário com perguntas explícitas e
implícitas. A partir dessa atividade notamos que a maioria dos alunos
apresentou interesse em realizar a mesma, porém apresentaram dificuldades
quanto à leitura e escrita bem como a interpretação de texto, nos solicitando
auxílio para conclusão da mesma. Em seguida foi direcionado aos estudantes o
texto do referido autor “A Bomba”, para desenvolver nos alunos leitura e
interpretação, após leitura foi proposto uma produção de texto através apenas
de figuras referentes ao texto trabalhado, para ser entregue na aula seguinte.
No segundo dia recolhemos as produções textuais e mediante esta
atividade solicitamos a leitura das mesmas. Com enfoque nesta atividade foi
perceptível que alguns alunos tiveram dificuldades em ler sua própria
construção textual, ocorrendo por parte de algumas incoerências textuais. Em
seguida como momento de deleite apresentamos aos alunos três tipos de
histórias: A professora Encantadora, A verdadeira história dos três porquinhos
e a Máquina dos bichos, sendo usado como recurso para melhor apresentação
o data show. Em cada apresentação fazíamos um preâmbulo para atrairmos a
atenção das crianças, pois foi notório que muitos não apreciam o mundo
literário, pois se mantinham dispersos durante a leitura de histórias, com
conversas paralelas ou brincadeiras com produção de aviãozinho, barquinhos e
estalador de papel causando várias interrupções na ministração da aula.
No terceiro dia na disciplina de língua Portuguesa trabalhamos a
ortografia dos sons das palavras com G e J com intuito de desenvolver a
atenção e capacidade oral e escrita, dominar irregularidades ortográficas e a
familiaridade com as palavras através da sonorização, dessa forma para
realização da atividade dividimos a sala em dupla para execução do ditado com
palavras que iniciasse com G ou J. Mediante esta atividade percebemos a
dificuldade que os alunos têm em se relacionar, pois houve por parte de muitos
resistência em sentar com colega porque não ser do mesmo sexo ou até
mesmo por desavenças e preconceitos .
O contato com o livro desde a educação infantil e dando continuidade no
ensino fundamental é importante para a construção da base de um leitor, com
o alicerce estruturado a criança adquire habilidades para a vida adulta,
garantindo um cidadão pleno de seus direitos e deveres construindo assim uma
sociedade mais igualitária e justa.
No decorrer dos três dias de aplicação, observou-se uma melhora
bastante significativa no interesse pelos livros e no vocabulário deles. Uma das
atividades era a saída da sala de aula para vivenciarmos na biblioteca escolar,
momentos de uma roda de conversa mostrando a eles a importância da leitura
e porque precisamos tanto dela para desenvolver habilidades como a nossa
imaginação. A aplicação acontecia duas vezes na semana em cada sala. No
primeiro dia, pedíamos assim que chegavam na biblioteca a escolha de um
livro para ler e depois com as suas próprias palavras, recontar a história e dizer
o que entendeu sobre a temática. Com este exercício, os alunos ao longo dos
dias avançavam na leitura e no tempo gasto para a mesma tornando- se cada
vez mais rápido em ler
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento
que começamos a “compreender” o mundo a nossa volta. No constante desejo
de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o
mundo sobre diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a
que vivemos, no contato com o livro. Em todos os casos estamos de certa
forma, lendo – embora, muitas vezes, não percebemos. Desse modo, a leitura
se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a
sobrevivência do homem.
Para preparar os nossos educandos para este mundo moderno, é
necessário prepará-los para lidar com as diversidades. Portanto, a valorização
social de uma pessoa, atualmente, está intimamente ligada ao seu
desempenho escrito e oral, pela ampla exposição aos meios de comunicação.
Durante a aplicação do projeto pude observar o incentivo à leitura de
livros e textos facilita e instiga a imaginação da criança, o professor é o modelo
que o aluno segue, portanto, um professor leitor irá formar alunos leitores
também. Faz-se necessário que a escola busque resgatar o valor da leitura
como ato de prazer e requisito para promoção social e cidadã de cada
indivíduo. Levando em consideração que estas práticas da linguagem (leitura e
escrita), não devem limitar-se somente dentro da sala de aula, mas sim além
das quatro paredes.
A leitura e escrita são desafiadoras, tanto para o professor, quanto para
o aluno, as dificuldades na aprendizagem são apresentadas e divididas entre:
físico, social, cultural, intelectual e psicomotor. Desta maneira, é importante
estimular a criança a descobrir a leitura e a escrita como fontes de emoção e
conhecimento. É necessário que o professor como mediador dentro da sala de
aula, conheça a realidade familiar dos alunos e faça verificação de que quais
grupos cada aluno está inserido, para que desta forma seja possível conhecer
melhor o processo evolutivo de cada criança, para que sejam trabalhadas as
dificuldades apresentadas na leitura e escrita.
A aprendizagem é um desafio para muitas crianças do Ensino
Fundamental, isso não significa que os alunos tenham deficiência de
aprendizagem, mas sim pontos fortes e fracos, afinal cada educando possui
uma habilidade e tempo de aprendizado diferenciado em relação ao outro.
Durante alguns anos, a leitura era utilizada apenas como suporte para
as aulas de gramática e não era trabalhada no sentido de formar leitores
intelectualmente autônomos, com liberdade de escolher livros para interpretar
com clareza. Para isso, faz-se necessário que os alunos tenham, desde cedo,
acesso a todo tipo de leitura, principalmente, de leituras infantis, que colaboram
significativamente para a formação global do indivíduo. Nesse sentido, a leitura
está intimamente relacionada com o sucesso da tecnologia em contexto
específico para tais fins.
Nessa perspectiva, aprender a ler não tem um fim em si mesmo; não
basta memorizar os símbolos da escrita e saber juntá-los, usando apenas a
codificação e a decodificação. Entende-se que o conteúdo usado é também
pré-texto para desenvolver funções cognitivas e operações mentais, tais como
identificar, analisar, selecionar, organizar, comparar, diferenciar, representar
mentalmente, levantar hipóteses, promover relações virtuais e outros que, se
bem desenvolvidos, beneficiarão a criança em outras situações de raciocínio.
A história da escrita pode ser descrita da seguinte forma: a fase pictórica
se distingue pela escrita através de desenhos ou pictogramas, os quais
aparecem em inscrições antigas, mas que podem ser vista de maneira mais
elaborada nos contos Ojibwa da América do Norte, na escrita asteca, nas
histórias em quadrinho, entre outros. Os pictogramas não estão associados a
um som, mas à imagem do que se quer representar. Consistem em
representações bem simplificadas dos objetos da realidade e um exemplo mais
recente dessa fase são as historinhas em quadrinhos.
O ato de ler oferece a possibilidade de uma livre participação social do
homem na sociedade, transcendendo de forma reflexiva, crescendo
progressivamente e ampliando o seu entendimento das coisas que o cercam.
Nesse aspecto, a leitura representa um instrumento de grande poder nas mãos
daqueles que a detêm. Numa sociedade letrada, cabe à escola o papel de
ensinar a criança a ler e escrever com competência, formando cidadãos
conscientes e críticos. Deve-se tornar tão somente um polo cultural na qual o
conhecimento sistematizado possa ser adquirido pela sociedade e deve estar
vinculado à realidade, proporcionando ao indivíduo um leque de possibilidades
de atuação no mundo em que vive.
“Ler, portanto, significa colher conhecimentos e o conhecimento é
sempre um ato criador, pois me obriga a redimensionar o que já está
estabelecido, introduzindo meu mundo em novas series de relações e em um
novo modo de perceber a quem me cerca. Quando leio sou, pois, criadora,
uma transformadora de ordem, Sempre. E não existe revolução maior de que
se opera em todo ato de fala ou de leitura”.
Com a leitura, o homem adquire conhecimentos e obtém vantagens
pessoais. Ela e o veículo de estudo e do saber, a verdadeira chave do êxito.
Através da leitura, aprendemos a inculcar valores e incutir o bom gosto;
aprende-se também a viver e a triunfar na luta pela sobrevivência.
Diante do contexto, é necessário que o aluno tenha conhecimento da
importância daquilo que vai aprender, tornar-se consciente e motivado para a
aprendizagem da leitura, levando-a para uma prática inserida no seu cotidiano
com diferentes modalidades no ensino da leitura.
É fundamental entender que para formar leitores, se faz necessário à
escola criar ambiente estimulador, com condições favoráveis para que se
desenvolva a prática da leitura, onde o aluno se sensibilize pela necessidade
de ler, criando um espaço agradável no qual o leitor queira permanecer nele e
poder desfrutar o que há de melhor, tornando assim um veículo facilitador da
aprendizagem no qual lhe dará autonomia diante do seu conhecimento.
A leitura acontece quando se produz o sentido e quanto mais
informação, experiências de leituras anteriores, mais consciência na formação
de sentido terá o leitor, pois além de que se encontram nas linhas é preciso
entender também as entrelinhas. Só quem lê interpreta, questiona, estabelece
julgamentos do que pode e deve fazer, exercendo plenamente a sua cidadania.
Só quem lê pode mudar a realidade para melhor. A leitura está basicamente
relacionada ao fato de possibilitar ao ser humano o seu sucesso, e a tomada
de consciência da sua importância torna-se aí essencial para que se valorize
muito a leitura sendo que esta não poderá ser uma ação mecânica, pelo
contrário, deverá ser cobrada, exigindo do aluno tudo que foi lido, incentivando-
o sempre para que tome gosto pela mesma.

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