Você está na página 1de 5

LITERATURA: UM INCENTIVO A LEITURA E A ESCRITA

INTRODUÇÃO

Considerada como adulto em miniatura a criança até o século XVIII era


tratada com descaso. Porém ao longo dos anos, pensadores, educadores e
pesquisadores voltaram seus olhares para o sentimento da infância, e deram
novo sentido à concepção de criança atribuindo-lhes direitos.
Mais tarde foram criados Centros Educacionais para que as crianças
pudessem desenvolver-se, surgindo então às primeiras concepções de escolas.
Diante disso a partir da década de 1970, todas as crianças precisavam estar
inseridas no sistema educacional, que perpassava do atendimento pré-escolar ao
ensino básico. Em virtude disso a Escola passou a adotar filosofias que
justificavam sua missão enquanto órgão social em “prol do cidadão”, uma delas
era a formação de indivíduos pensantes e reflexivos.
Partindo desse pressuposto, encontramos na leitura subsídios capazes de
corroborar o desenvolvimento da oralidade da criança em consonância com sua
intelectualidade, de modo que a mesma é um instrumento eficaz para a efetivação
da Linguagem e do pensamento abstrato.
Porém vale salientar que esta não é uma tarefa fácil de realizar, visto que a
criança é uma “caixinha de surpresas”, que precisa ser estudada e compreendida.
Para superar esses desafios Einstein sugeriu que: “se contassem muitos e muitos
contos de fadas para as crianças”. Segundo ele “somente quando a criança tem
uma grande dose de curiosidade é que ela vai sentir-se interessada a enfrentar
situações específicas e seus desdobramentos”. (Apud Faria & Mello, p. 9, 2009).
Sendo assim, o educador da Educação Infantil pode utilizar o momento de
leitura para promover contações de histórias de maneiras diversificadas e com
recursos variados, como por exemplo, oferecer livros bem coloridos, trazer
cartazes que chamem a atenção, gravuras das quais elas possam tocar e se
sentir envoltas no mundo da fantasia, em que a imaginação é uma fonte
inesgotável e provedora de saber.
JUSTIFICATIVA

Contar histórias é uma característica bem peculiar do ser humano. Afinal,


quem nunca contou sequer uma história? Sabendo-se que o Homem se distingue
dos demais animais pela sua capacidade de produzir cultura através de sua ação
consciente no meio ao qual está inserido, podemos dizer que a linguagem é uma
ferramenta de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e de sua
inteligência abstrata.

A linguagem verbal, portanto é um importante instrumento de socialização


e de desenvolvimento do conhecimento abstrato da criança, visto que por meio de
literaturas infantis, pode-se explorar a imaginação da mesma inserindo-a no
“mundo de faz-de-conta”, onde ela pode demonstrar suas emoções e expressar
seu pensamento dentro de um universo de ideias paralelo e tão real quanto ao
que se vive literalmente.
Por isso ao falarmos, a criança tenta de sobremaneira entender o que
realmente queremos dizer e esta sequência de códigos ainda “indecifráveis” para
ela, se torna mais interessante quando esta começa a entender e a atuar nesse
processo como personagem principal. Nessa perspectiva, Ana Lúcia G. de Faria
& Suely A. Mello afirmam que,

“Os sons, as palavras, os gestos e os olhares são todos instrumentos


utilizados para criar um lugar de encontro, aquela “terra do meio” que é feita de
conecções, de relacionamentos entre quem conta e quem ouve a história.
Situações em que o que importa é a presença e a vontade de uma comunicação
autêntica e acessível, em grau capaz de suscitar um sentimento comum: aquela
maneira específica, aquela forma de conhecimento que torna possível provar que
o que um sente também o outro pode sentir, e saber que a sua vivência é parecida
com a vivência do outro”. (Faria & Mello, p. 6, 2009)

Para tanto na educação infantil, as professoras ornamentam suas salas no


intuito de proporcionar as crianças um ambiente em que elas se sintam em um
mundo encantado, sendo possível capacitá-los para a criação de estratégias
próprias para facilitar sua convivência num ambiente coletivo através da
comunicação.
A história quando relatada, remete ao ouvinte a oportunidade de construir
cenários, inserindo-se nos acontecimentos como se vivenciasse aquele momento,
podendo solucionar supostas problemáticas em torno das personagens. Contudo,
o cerne da questão pauta-se nas inferências pertinentes do educador, que
atuando no momento certo e com metodologias adequadas faz com que todo
esse processo ocorra de maneira natural e prazerosa para as crianças,
proporcionando um ensino-aprendizagem concomitante com a ludicidade.
Neste sentido propomos um trabalho de incentivo à leitura e a escrita, onde
os alunos conheçam diferentes gêneros literários, para então em um futuro
próximo se tornarem leitores críticos e reflexivos. O referido projeto, portanto tem
como finalidade despertar nos alunos do III Período da Educação Infantil que têm
entre 4 e 6 anos de idade o gosto pela leitura e o despertar para a escrita.

CONCLUSÃO

Considerando que a aquisição da leitura e da escrita é um processo, não


podemos ”queimar etapas”, devemos respeitar o que nossos alunos têm a nos
oferecer, mas é importante desafiá-los a refletir sobre situações concretas que os
envolvam. Para aprender a ler e escrever, o aluno precisa ter adquirido um nível
suficiente de desenvolvimento intelectual, afetivo-social e físico.
A alfabetização é um processo contínuo que ocorrerá ao longo da vida do
individuo e a educação infantil é a inicialização desse longo caminho, a base para
que futuramente tenha sucesso. Sobre esse assunto a educadora francesa
Josette Temy destaca que:

“a iniciação à leitura pode ser feita de várias formas. Em certos casos,


trata-se de fazer a criança viver próxima dos livros, que ela poderá folhear à
vontade, com o fim de despertar sua atenção e incutir-lhe a curiosidade da escrita
e a sede de saber, que irá sustentar o esforço da aprendizagem.” De fato, ressalta
a educadora, “em certo momento, a criança não mais se contentará com a
imagem, ela quererá ler aquilo que comenta aquela imagem”. (APUD KASSAR,
Sophia. “As mutações do ensino pré-escola”. Tecnologia educacional, 18 : 14-31,
setembro-outubro 1977, p. 26)

Nessa perspectiva tanto a leitura quanto a escrita podem ser introduzidas


de forma lúdica, onde é feito um minucioso trabalho que envolva a movimentação
física, emocional, mental, o comportamento espontâneo e improvisado, além de
capacitar a criança a tomada de decisões, bem como aguçar a criatividade dos
alunos. Segundo Poppovic:

“a fala, a leitura e a escrita não podem ser consideradas como funções


autônomas e isoladas, mas sim como manifestações de um mesmo sistema, que é
o sistema funcional de linguagem. A fala, a leitura e a escrita resultam do
harmônico desenvolvimento e de integração das várias funções que servem de
base ao sistema funcional da linguagem desde o início de sua organização”.
(Coelho 2001, p. 76, apud Poppovic)

Nesse sentido, a leitura é um recurso que deve ser implantado nas aulas
de maneira agradável, de forma que haja o interesse e desperte a curiosidade dos
alunos. Cabe ao professor oferecer a seus alunos contato com as letras e
palavras, de modo que estes percebam as semelhanças e diferenças entre elas,
fazendo a orientação temporal e espacial, desenvolvendo a prontidão para a
alfabetização.

Você também pode gostar