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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UFCG

MARIA JOSÉ BARBOSA DE ANDRADE

A LEITURA DOS CONTOS DE FADA E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO E


EDUCAÇÃO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

CAJAZEIRAS-PB

2022
SUMÁRIO

JUSTIFICATIVA................................................................................3

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................3

METODOLOGIA...............................................................................6

CRONOGRAMA DO PROJETO.....................................................6

REFERÊNCIAS:................................................................................7
A LEITURA DOS CONTOS DE FADA E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO E
EDUCAÇÃO DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR

1. JUSTIFICATIVA

As histórias infantis servem de ferramenta para que através delas, as


crianças passem conhecer o mundo a partir de um espaço imaginário,
desenvolvendo assim, a interação, e a criatividade. Faz parte de nossa cultura
contar e ouvir histórias, possibilitando uma aproximação ao universo da leitura e
escrita, o que favorece a ampliação de um bom vocabulário, e com possibilidades de
estimular o imaginário das crianças. Diante desses fatores, a escola é apresentada
como o lugar ideal para desenvolver essas desenvolturas em relação ao trabalho
com histórias e contos infantis. Esse estudo aborda sopesar a leitura dos contos de
fada na educação infantil (pré-escola). Visando o desenvolvimento da personalidade
infantil, alguns teóricos esperam que a estrutura do conto e conteúdos
característicos possam enriquecer para a o desenvolvimento psicológico emocional
da criança.
O presente trabalho se propõe a apresentar reflexões sobre a importância da
contação de histórias como oportunidade para a experiência de leitura na Educação
Infantil. Contar histórias é fundamental para a formação de leitores, de modo a
aprimorar a escuta, a fala, liberdade de expressão, o desenvolvimento cognitivo e
imaginário das crianças, além de promover um ambiente de interação, contribuindo
para a construção de um vocabulário rico e significativo, apropriação da leitura,
aquisição de conhecimento e a compreensão de mundo.
Nesse direcionamento, esta pesquisa tem como questão a ser respondida:
qual(is) a(s)contribuição(ões) da contação de histórias para a formação leitora das
crianças da Educação Infantil? Objetiva-se, portanto, apresentar as contribuições da
contação de histórias para a formação leitora das crianças da Educação Infantil.
A justificativa para a escolha do tema adveio da necessidade de retratar uma
temática de grande relevância para a Educação Infantil, pautando-se na formação
de leitores no início de sua escolarização, viabilizando oportunidades de participar
de momentos prazerosos com as leituras, que pudessem despertar a imaginação, o
prazer e a aventura pelo o mundo dos livros.
2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Apresentar as contribuições da contação de histórias para a formação leitora das


crianças da educação infantil.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Despertar o gosto pela leitura, estimulando o potencial cognitivo e criativo do


aluno;
 Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação;
 Promover produções orais, escritas e em outras linguagens;

3 REFERENCIAL TEORICO

A educação tem como objetivo desenvolver o educando, assegurar-lhe uma


formação integral para o exercício da cidadania. Segundo a Lei de Diretrizes e
Bases (9.394/96), a Educação Infantil consiste na primeira etapa da educação
básica, cuja finalidade é o desenvolvimento integral da criança, em todos os
aspectos físico, social, psicológico e intelectual, que consiste na complementação da
educação adquirida pela criança da família e da comunidade a que pertence. Essa
etapa é ofertada em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 5 anos, em jornada
integral ou parcial, supervisionada por órgão competente do sistema de ensino.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil


(BRASIL, 2010), a educação é a direção, o caminho e o plano que devemos seguir
para chegar algum lugar, mas é claro que ela além de indicar o caminho também vai
trazer todas as regras e normas que as pessoas devem seguir durante essa
caminhada, sobretudo de ajustamentos concernentes a esse contexto. Então, esse
documento determina que as crianças são seres históricos porque fazem parte e
interagem com a sociedade, e também com a história do local onde elas vivem.
Diante do contexto pedagógico, a Educação Infantil deve promover
experiências significativas de aprendizagem da língua oral e escrita, pois a
linguagem e a participação social têm relação com o domínio da língua e, é por meio
dela, que nos comunicamos e se expressamos, obtendo informações e construindo
conhecimento, constituindo em um dos espaços de ampliação das capacidades de
comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Conforme
o RCNEI (BRASIL, 1998), essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento
gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas:
falar, escutar, ler e escrever.

A linguagem se faz presente no cotidiano e na prática à medida em que todos


que dela participam: crianças e adultos, se comunicam entre si, expressando
sentimentos e ideias. Ela não é apenas vocabulário, uma lista de palavras ou
sentenças. É através do diálogo que a comunicação acontece e as crianças são os
sujeitos em interações singulares, que atribuem sentidos únicos às falas.

Para desenvolver a capacidade de aquisição da linguagem oral e escrita pelas


crianças, as instituições de Educação Infantil devem organizar suas práticas e
promover, segundo os princípios normativos da educação, os seguintes objetivos:
participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar
desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas
vivências, para as crianças de zero a três anos e familiarizar-se com a escrita
através do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto e da vivência de
diversas situações, nas quais seu uso é necessário às crianças de quatro a seis
anos.

A leitura pode ser originada de diversas formas levando em conta como irá se
conceituar, e definir o termo. E não somente pela abordagem seguida pelo
linguístico, social, fenomenológico ou psicológico. A leitura pode ser considerada,
como um método de reprodução, onde envolve visão, ler em seu particular, é ver
uma coisa e enxergar outra, a leitura é composta por intermédio de outros
componentes existentes da realidade. A leitura é importante, pois a formação social
exige isso para que possa formar cidadãos críticos, capazes de pensar, e falar com
autonomia.
A literatura infantil surgiu como um reconhecimento onde à criança deveria ser
considerada de modo distinta da pessoa adulta, tendo uma educação pautada nas
próprias necessidades e que a preparasse para a vida futura. (CUNHA, 1999 p22). A
literatura infantil pode também ser considerada como arte, ou seja, a criatividade que
imagina um mundo através de palavras que estabeleça o imaginário ao real, o que
pode ou não acontecer. (CAGNETI, 1996 p.7). Assim, através da literatura infantil, a
criança se torna capaz de descobrir o mundo a partir de sonhos e fantasias que
ligam interiormente a realidade. Segundo Kraemer (2008) os contos de fadas são
passados de geração em geração de modo ilusionaria: são ligações entre gerações.
A criança que fomos, se depara com as nossas crianças de hoje.
A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma
de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de
outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. (RCNEI. Vol. 3.
1998. Pag. 143). Para Leardini, (2006, p26), contar histórias seria uma forma de
encantar crianças e adultos com a magia que ele representa.
Segundo os autores acima citados, a contação e a leitura de histórias infantis
são momentos onde as crianças descobrem formas viver, pensar e agir a partir de
outros conhecimentos sobre diversas culturas. (LEARDINI 2006 p.26)

As origens das histórias e os gêneros literários são diversos, assim como os


tempos de sua criação são variados, mas todos possuem a mesma
essência: a imaginação e o anseio de responder a alguns dilemas da alma
humana, como o medo, a alegria, a angústia, as perdas, entre outros.
(LEARDINI 2006 p.26)

Deste modo, segundo Leardini (2006), as histórias possuem gêneros e tempos


distintos, e foram criadas com o intuito de despertar no leitor a capacidade de
desenvolver a imaginação e que através desta, a mesma será capaz de transmitir
sentimentos e emoções correspondentes a determinados sensações da alma
humana.
A contação de histórias é uma maneira que as crianças podem vivenciar fatos
que não acontecem na vida real, atuando em diferentes contextos como estimulo a
prática docente e a formação da criança. É uma ferramenta de grande função na
prática do docente da educação infantil, sendo um instrumento que contribui no
desenvolvimento social e de grande incentivo à leitura, a criatividade e ampliação da
fala.
A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o
trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada,
tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e
ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os
fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os
sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida
real. (RODRIGUES, 2005, p. 4).

Segundo a autora, quando o narrador faz a contação da história existe uma


relação entre o fictício e a vida real, ou seja, a partir dos acontecimentos e
personagens imaginários presentes na história o mesmo pode transmitir sentimentos
e valores para o processo de formação e aprendizagem. As crianças que são
estimuladas á ouvir história, desenvolvem capacidades para contar e relacionar com
acontecimentos reais (Marques, 1988).
A escola é uma instituição de construção e ampliação de conhecimentos, adotar
o uso de histórias infantil contribui com o desenvolvimento da criança em vários
aspectos, como o cognitivo, social, entre outros. Deste modo, as histórias tem
função importante ao estimulo da criatividade, motricidade e fortalecimento da
comunicação e socialização entre as crianças. (MATEUS et,al, 2014). A Literatura
infantil, é bem discutida nos dias atuais, por diversos motivos, e um deles baseia-se
em beneficiar na ampliação da linguagem, permitindo que a criança seja capaz de
ter seu próprio raciocínio e ser criativa, assim como, também defende a ampliação
dos conhecimentos da criança através da oralidade e escrita infantil. Podemos dizer
também que os anos iniciais são indispensáveis para o desenvolvimento humano, e
fazer usos para aprendizagem com a literatura infantil, irá proporcionar aos alunos
uma nova visão de mundo. Partindo desse contexto, é claro dizer que a literatura é
um caminho ao quais os indivíduos podem se comunicar, expuser suas experiências
de modo particular, tanto por meio de narrativas ou encenações, como através de
contação de histórias. Ao trabalhar com as crianças com contos, estaremos abrindo
portas para que elas se adequem aos conhecimentos.
Ao contar histórias para as crianças, é necessário entender que elas estarão
ligadas com autores, diversos textos e com várias concepções e possibilidades de
pensar de modo diferente. Fazendo uso das palavras de Machado, eles nos fala
que:
A inserção da literatura infantil não apenas se faz nos quadros da escrita,
como é desta relação que ela retira suas normas e valor. Isso significa sua
permeabilidade à história literária e a necessidade do compromisso com o
escritor com uma iniciativa para o novo e o transformador. Todavia as obras
para crianças absorvem recursos de outros meios de comunicação,
sobretudo de ordem óptica, como a exploração visual, próprio às artes
pictóricas e aos veículos de cultura de massa” (2003: p.192/193).

De acordo com o pensamento da autora, reflete a preocupação de muitos


profissionais usarem apenas o livro como fonte para trabalhar contos e histórias com
as crianças, pois o que acontece é uma cultura de massa que está diretamente
ligada e comprometida somente ao foco do livro, sem muitas buscas e indagações
sobre o que aborda, sem levar o aluno a pensar, impedindo que o aluno reflita se
aproprie do texto, onde a criança sinta-se a vontade para ser ela mesma. Há uma
necessidade extrema que os profissionais que agem no campo trabalhem levando
em conta o valor que é o ato de contar histórias.
Deste modo, deixamos clara a importância que é trabalhar com histórias e
contos na educação infantil, como forma de expandir e enricar o campo infantil,
refletindo a realidade a qual vivencia, não levando em conta somente em levar
textos, mais sim, fazendo com que a criança seja capaz de refletir sobre o que se
ver, e ouve, assim poderão constituir-se inovadoras e criadoras.
Para a etapa da Educação Infantil, a Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2017) orienta que competências devem ser desenvolvidas pelas crianças
de 0 a 5 anos, definido como “Campo de Experiências”, e ressalta que as
aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as
interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar,
participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. A organização curricular da
Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular, está estruturada em cinco
campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento.
Ainda de acordo com a BNCC (2017), a denominação desses campos tem
relação com os conhecimentos fundamentais a serem associados pelas crianças de
acordo com suas experiências, e diz o seguinte: os campos de experiências
constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências
concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural (BRASIL, 2017, p. 36).
A Base Nacional Comum Curricular comenta que, progressivamente, as
crianças vão enriquecendo seu vocabulário, apropriando-se da língua materna, que
se torna seu veículo de comunicação. Esse campo é muito importante para a leitura
na Educação Infantil, pois possibilita o desenvolvimento da comunicação, da
percepção, da imaginação e da interação entre as crianças, mas para que seja
desenvolvida essa relação das crianças com o mundo da leitura, é preciso propor a
elas espaço e tempo para que haja uma construção significativa.

O momento da leitura para as crianças deve ser prazeroso para que elas
possam criar relações com o mundo da linguagem oral e escrita. Para Santos e
Campos (2016), o aprendizado ocorre eficazmente quando a criança vivencia,
experimenta e interage com o meio à sua volta, e o ouvir história lhe oferece essa
possibilidade. O narrador das histórias precisa embarcar na aventura dos livros com
as crianças, incorporar a fábula, o conto, a história do momento, interpretar vozes e
gestos de acordo com o enredo, criando assim, uma contação convidativa a quem
está por perto.

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

O momento inicial da pesquisa será o levantamento bibliográfico, as leituras


que serão realizadas terão como base autores que trabalham com Educação Infantil
e Contação de Histórias. Os Estudos bibliográficos servirão como embasamento
teórico possibilitando analisar teoria sobre o tema abordado e pesquisado
complementando as informações já colhidas através dos estudos de vários autores,
a análise de diversas realidades que formaram a problemática dessa pesquisa.

De acordo com Lima (2004, p.38), a pesquisa bibliográfica é “[...] a atividade


de localização e consulta de fontes diversas de informações escrita
orientada pelo objetivo explícito de coletar materiais mais genéricos ou mais
específicos a respeito de um tema”. Assim, considera-se que na pesquisa
bibliográfica o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de
investigação, quer dizer, após a escolha de um assunto é necessário fazer
uma revisão bibliográfica do tema apontado.

Em seguida, pretendemos diagnosticar os projetos didáticos que trabalham


com a leitura de acordo com as ciências cognitivas e a psicolinguística; E, por fim,
elaborar uma proposta com projetos de leitura a ser implementado na Educação
Infantil de
uma escola pública, da cidade de Poço de José de Moura-PB, a fim de apresentar
aos professores e alunos propostas de atividades lúdicas sobre leitura.
Ainda mais, será planejado e implementado um espaço de leitura para atender
as crianças da Educação Infantil, com diversos livros para manuseio dos alunos
(cantinhos da leitura) e com os materiais a serem usados durante a intervenção.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a Base. Ministério da


Educação. Brasília: MEC/ CONSED/ UNDIME, 2017. Disponível Em
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 14
ago 2022.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério


da Educação. Brasília: MEC/SEB, 2010. Disponível
em:http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=4858-orientacoes-curriculares-
ed&Itemid=30192. Acesso em: 13 jul. 2022.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da


Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF,
1998.

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria e prática.18 ed. São
Paulo: Ática,1999

CAGNETI, Sueli de Souza. Livro que te quero livre. Rio de Janeiro: Nórdica, 1996

LEARDINI, Eleusa Maria Ferreira. O contar histórias finalidades e contribuições


para a criança. In: O contar histórias na educação infantil: em estudo acerca
dos valores atribuídos por professores sobre a importância dessa prática para
o desenvolvimento da função simbólica. Campinas: UNICAMP, 2006.

RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia,


2005.

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