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A LUDICIDADE DOS CONTOS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

THE PLAYFULNESS OF CHILDREN'S TALES IN CHILDHOOD


EDUCATION

Maria José Lins1


Maria Vandileuza Lins1
Ivanildo Mangueira da Silva2
RESUMO

O presente artigo tem por finalidade mostrar a importância da ludicidade nos contos infantis
como um instrumento de auxílio no desenvolvimento de alunos da Educação Infantil. Procurou-
se enfatizar a diversidade de formas como o professor pode utilizar de recursos junto a contação
de histórias em seu cotidiano escolar com crianças da educação infantil. A metodologia
utilizada foi à de uma pesquisa descritiva fundamentada em bibliografias, artigos científicos,
na reflexão de leitura de livros, artigos e sites, referentes ao tema, proporcionando, desta forma,
uma leitura mais consciente acerca do valor da ludicidade com a educação infantil. Estudos
indicam que a desenvolvimento lúdico tem grande importância na educação infantil, pois o
envolvimento da criança com contação de histórias deve começar o mais cedo possível. A a
contação de história é um tema muito importante para se trabalhar com a criança, pois podemos
abordar diversos assuntos que permeiam o desenvolvimento infantil. A pesquisa traz uma
abordagem da ludicidade nos contos infantis no contexto da educação infantil como uma
ferramenta que auxilia e facilita o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da
criança.

Palavras Chave: Contação de história, ludicidade, Educação infantil, desenvolvimento.

ABSTRACT

This article aims to show the importance of playfulness in children's tales as a tool to aid in the
development of early childhood students. We tried to emphasize the diversity of ways in which
the teacher can use resources along with storytelling in their school routine with children in
early childhood education. The methodology used was that of a descriptive research based on
bibliographies, scientific articles, on the reflection of reading books, articles and websites,
referring to the theme, thus providing a more conscious reading about the value of playfulness
with early childhood education. Studies indicate that playful development is of great importance
in early childhood education, as the child's involvement with storytelling should start as early
as possible. Storytelling is a very important topic to work with the child, as we can address
several issues that permeate child development. The research brings an approach to playfulness
in children's tales in the context of early childhood education as a tool that helps and facilitates
the child's cognitive, physical, social and emotional development.

Keywords: Storytelling, playfulness, Early childhood education, development.

1
Discentes do Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia – AEB/FBJ
2
Orientador Professor Doutor do Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia – AEB/FBJ
1 INTRODUÇÃO

Por atualmente atravessarmos uma situação muito complicada, que não só nos
afetou individualmente, mas coletivamente, com a educação não se torna diferente, quando
falamos da educação vemos os prejuízos que só se revertera com um investimento maciço no
decorrer dos anos seguintes, personificando o tempo e o aprendizado mais intensivamente.
Tendo em vista que vivemos um período em que a mídia e as tecnologias estão cada
vez mais inseridas no contexto educacional da criança, levando até ela todas as informações e
ampliando seus conhecimentos. Os livros estão sendo deixados de lado e para o professor é
uma difícil tarefa incentivar leitura nas séries iniciais com a finalidade de formar o leitor e
estimular a criatividade através da leitura. A contação de histórias é uma ferramenta de ensino
aprendizagem que aprioristicamente, supre essa dificuldade inicial e lança os nossos alunos a
busca da leitura.
Hoje é de fundamental importância que se insira a contação de história no processo
de ensino aprendizagem de crianças na educação infantil, pois o lúdico associado aos contos
clássicos da literatura infantil, além de tornarem as aulas mais atrativas, também instigam a
criatividade, oralidade e principalmente a imaginação que por sua vez incentiva à leitura. Vale
ressaltar que o professor poderá inserir conteúdos a partir das histórias contadas e cantadas por
ele, promovendo a dinamicidade e a aplicabilidade teórico-prática.
Aprendemos mais e melhor quando encontramos significado para aquilo que
percebemos, somos e desejamos, quando há alguma lógica nesse caminhar – no meio
de inúmeras contradições e incertezas –, a qual ilumina nosso passado e presente, bem
como orienta nosso futuro (MORAN, 2015, p. 25).

O trabalho de ludicidade nos contos clássicos ou literaturas diversificadas tornam


as aulas bem mais atrativas, dinâmicas e bem mais próximas da realidade dos alunos, além de
ser um dos recursos mais ricos e trabalhados na educação infantil. A diversidade de histórias da
literatura infantil envolve personagens simples, engraçados, fortes, amigos e muito mais, e por
isso, peculiares, que são colocados em inúmeras situações, chamando a criança a um novo
mundo, cheio de fantasias, aventuras, magias e sonhos, que ensinam valores (de caráter
didático, social e cultural), propiciam a adoção e apropriação de hábitos e conhecimentos. Além
de desenvolver a capacidade produtiva, a criatividade e um senso crítico já na infância.
[...] é importante para formação de qualquer criança ouvir, muitas histórias... Escuta-
las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho
absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo...
(ABRAMOVICH, 2005. p.16)
A nossa principal ferramenta aliada a esse desenvolvimento nas aulas e a ludicidade
que ao trabalhar com contos infantis, a brincadeira, o movimento, a música, os conteúdos e
habilidades específicas da Educação Infantil onde “ensinar brincando” é o principal objetivo a
ser alcançado, já que é por meio das brincadeiras nosso alunado pode expressar suas ideias,
sentimentos e conflitos, contando ao professor e aos seus amigos como é o seu mundo, o seu
dia-a-dia.
Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no
desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou
mentira. Também tornam-se autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e
colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do
adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões
situacionais da realidade imediata. (RCNEI Vol. III (1998, p.23).

É importante ver a relevância da brincadeira, do “faz de contas” desenvolvidas nas


atividades em sala de aula ajudando na construção da identidade, da autonomia, bem como da
autoestima de nossos alunos, pois por meio delas, em situações orientadas, a criança é capaz de
recriar e repensar ações do cotidiano.
É de caráter essencial que o professor desenvolva sua proposta pedagógica de forma
interdisciplinar e consciente, sabendo levar a sua sala de aula, os conceitos propostos. O
trabalho tem por objetivo dar e demonstrar reflexões sobre a utilização da ludicidade nos contos
infantis na educação infantil, os contos, a musicalidade e formas de contar histórias de forma
atrativa com qualidade educativa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O trabalho com a literatura infantil pode ser realizado de várias maneiras, tendo em
vista que o universo da leitura desenvolve no aluno vertentes inter e transdisciplinares como:
ludicidade, musicalidade, fantasias, marionetes, fantoches, intuição e criatividade, elementos
básicos para o processo de ensino aprendizagem na educação infantil. Vale ressaltar que tanto
a inter quanto a transdisciplinariedade, caracterizam-se pela grandiosa intensidade de trocas
entre os envolvidos no processo de ensino aprendizagem e as disciplinas do saber socialmente
sistematizado.
“Voltada para a formação do indivíduo, a interdisciplinaridade propõe a capacidade
de dialogar com as diversas ciências, fazendo entender o saber como um e não partes,
ou fragmentações” (FAZENDA, 1994).

Ludicidade – Forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de


jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os
outros. O primeiro significado do jogo é o de ser lúdico (ensinar e aprender se
divertindo). (https://www.dicionarioinformal.com.br/ludicidade/-Acesso 20/01/2022)
Atividades lúdicas são todas aquelas que permitem que nossos alunos aprendam e
desenvolvam suas habilidades através de brincadeiras, usando sua imaginação, criatividade
e fantasia, existentes neste mundo infantil.
Trabalhando com a ludicidade é permitido que os exercícios de aprendizagem na
educação infantil como os contos e histórias sejam adaptados à maneira como as crianças
enxergam o mundo, trazendo mais compreensão, despertando o conhecimento que será
absorvido de maneira natural.

2.1 MUSICALIDADE

A música sempre esteve presente nos mais diversos povos, desde a antiguidade,
como nos gregos, egípcios e árabes. A palavra música tem origem na mitologia grega e significa
“a arte das musas”. As musas eram seres celestiais ou divindades que inspiraram as artes e as
ciências e tinham Orfeu, filho de Apolo, como seu deus. Orfeu foi, na mitologia grega, o deus
da música.
O uso da música e das histórias nas escolas se bem utilizadas facilitam no ensino-
aprendizagem, sendo importante ressaltar que elas são vivenciadas por boa parte das crianças
desde seu nascimento quando a mãe canta e conta para a criança dormir tornando-se assim
práticas do cotidiano. Ao ir para a escola nos primeiros anos de vida há um grande desafio por
parte dos professores para interação dessas crianças em um ambiente acolhedor e não tão
distante de sua realidade familiar, sendo assim se a música está presente na casa destas crianças
é bem interessante que também esteja presente nas escolas. Brito afirma que:
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do
nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons
provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a
movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro
especial e referencia afetiva para eles. (Brito, 2003. p.35)

Ao trabalhar com a música em sala de aula:


O corpo torna-se um aliado no processo de ensino aprendizagem musical,
proporcionando por meio dos diferentes movimentos oportunidades para o
aprendizado. Por meio desse recurso podemos desenvolver atividades que envolvam
a percepção e interiorização do ritmo, intensidade e altura, trabalhar com a forma
musical e também desenvolver a expressividade das crianças. (SOUZA E JOLY, P.
99).

“O ambiente sonoro, assim como presença da música tem diferentes e variadas


situações do cotidiano fazem com que os bebes, e crianças iniciem seu processo de
musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar,
fazem brincadeiras cantadas, com rimas parlendas, reconhecendo o fascínio que tais
jogos exercem.” (Brasil, 1998.p.51)
São nessas práticas do cotidiano que se pode observar que a música provoca bem
estar na criança, quando ela chora e coloca-se uma música suave ela para de chorar ou quando
coloca uma criança para dormir cantando música de preferência histórias cantadas ela logo vai
adormecendo. Não sendo diferente dos adultos ao ouvirem músicas sempre se expressam de
alguma maneira ao ritmo que tá ouvindo assim também reagirá à criança, é importante que se
abra espaço e que a deixe a vontade através da música para se expressar.
É notório que a educação infantil deve estar voltada para trabalhar de forma mais
eficaz os desenvolvimentos das crianças como: Oralidade, psicomotricidade, relações
sociais ao interagir com sua turma, entre outros. Trabalhando a música pode-se
adquirir todos estes, cantar os contos ou histórias infantis agradará mais a criança do
que o simples conto lido, por exemplo, “Pela escuta musical, as crianças se
aproximam do outro e, ao mesmo tempo, de si próprias, num exercício de respeito,
reconhecimento e valorização. (Brito, 2003. p.194)”.

Logo vem uma ideia na utilização conjunta da música com a literatura de contos.
Nenhum professor ficará repetindo o mesmo conto todos os dias, assim é mais interessante
pegar o conto do dia e transformá-lo em música, pois além de trabalhar de maneira divertida a
contação de história, trabalhará outros termos importantes no ambiente escolar.

2.2 LITERATURAS INFANTIS

A Literatura Infantil é, antes de tudo, arte: fenômeno de criatividade que representa


o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário
e o real, os ideais e sua possível/impossível realização.
As histórias literárias possibilitam o acesso ao riquíssimo conjunto de
diversificados contos que constituem a cultura de nossas sociedades. Desta forma, contribuem
para o desenvolvimento linguístico através da compreensão, interpretação e construção de
sentidos.
Trabalhar com literatura em sala de aula é criar condições para que se formem leitores
de arte, leitores de mundo, leitores plurais muito mais do que uma simples atividade
inserida em propostas de conteúdos curriculares, oferecer e discutir literatura em sala
de aula é poder formar leitores, é ampliar a competência de ver o mundo e dialogar
com a sociedade. (FILHO, 2009. Pag. 77).

As narrativas e dramatizações possibilitam que as crianças entrem no mundo do


faz-de-conta, da fantasia, dos encantos e da criatividade, vivenciando e experimentando novas
histórias e papéis sociais. Ler um livro para uma criança é algo simples que pode despertar
desde cedo o gosto pela leitura e pelo conhecimento. Porém, deve ser algo prazeroso que ensina
a sonhar, a pensar, a refletir e até mesmo, um dia quem sabe, a ser capaz de escrever a sua
própria história.
2.2.1 Contos Infantis – Ziraldo

Abordaremos neste trabalho os contos infantis do autor Ziraldo, suas obras são
caracterizadas por uma exposição de brincadeiras e frases que mostram que tudo é possível a
nossa imaginação que agrada a maior parte do público brasileiro e de todo o mundo, afinal a
maior parte das pessoas, crianças ou adultos gostam de métodos que os levem a rir. É visível
assim que ao criar suas obras Ziraldo propõe livros para todas as idades sem distinções
buscando aqueles que muitas vezes se encontram desmotivados na leitura de um mundo
fantasioso.
“Ziraldo é um artista de bom calibre porque é capaz de criar um mundo particular por
meio de suas obras. O seu Brasil não é o país atual, mas dos anos 50 para trás, mais
otimista, mais solidário, menos perigoso e muito mais inocente (...) A obra de Ziraldo
não valoriza o saber nem os valores cosmopolistas, sem pátria e sem raízes, da aldeia
global, mas a cultura tradicional, de um mundo anterior à televisão – onde o que é
importante se aprende com os pais, ou, melhor ainda, com os avós.” (CAMAROTTI,
1996:157)

Sendo assim, ao ler as obras de Ziraldo fica claro o quanto o autor preocupa-se em
divertir o mundo infantil, buscando sempre incentivar um mundo de fantasias e desejos.
Pensando nos tempos em que a tecnologia não era tão presente, o autor cria obras onde seus
próprios títulos já demostram suas características de escritor, são textos próprios que levam não
só as crianças, mas também o mundo adulto a praticar de forma eficaz suas imaginações e
aprender valores familiares. Seus livros apresentam-se sempre recheados de ilustrações
demostrando o quanto busca incentivar a leitura, seja leitura escrita, seja leitura por imagem,
para ele o importante é ler em vez de assistir ou buscar outros meios.
É possível notar que o autor Ziraldo tem diversos contos publicados, alguns deles
são:
• O Joelho Juvenal
• O bichinho da maçã
• As aventuras da Professora maluquinha
• O menino da lua
• Um sorriso chamado Luiz
• O menino marrom
• A bela Borboleta
No presente trabalho haverá abordagem de duas das suas obras.
2.2.1.1 A bela borboleta

A obra literária A Bela Borboleta, Ed. Melhoramentos, (texto e ilustrações de


Ziraldo e Zélio Alves Pinto) é um livro encantador que ensina ao educando a importância da
leitura de forma sutil e marcante. Que criança não se encanta com as borboletas? Uma linda
borboleta está presa em um livro e o Gato de Botas, convocou os personagens de outras histórias
para um salvamento muito importante... Armaram-se de pinças e tesouras, prontos para libertá-
la. Entretanto, a borboleta não quis sair de onde estava. Por quê? Essa história, que num
primeiro momento parece simples, esconde surpresas maravilhosas!
O livro incentiva a importância da leitura pelo lado lúdico. A borboleta só se salva
quando os personagens começam a ler outras histórias. É dessa forma, abrindo e fechando
livros, que a borboleta adquire forças para bater suas asas e tornar o mundo mais bonito.
Instigando as crianças abrirem os livros para que possam salvar a “BELA BORBOLETA”.
Personagens de diferentes clássicos da literatura infantil comparecem nessa história: O Gato de
Botas, A Bela Adormecida, Peter Pan, O Patinho Feio, Branca de Neve e Alice no País das
Maravilhas, numa nova e original narrativa, o que amplia o repertório das crianças, incentiva o
prazer da leitura, a curiosidade e a imaginação ao conhecer esses contos de fadas, ou lembrar
deles. O Mundo se abre entre o real e o imaginário, formando um caminho que encanta e cativa
a todos. É a possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das
soluções que todos vivem e atravessam, de um jeito ou de outro, através dos problemas que vão
sendo enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos personagens de cada história.
Através da literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas, contribuímos na
formação da criança em relação a si mesma e ao mundo a sua volta. A partir dos personagens
que se dividem em bons e maus, belos e feios, poderosos ou fracos, etc., facilitamos para a
criança a compreensão de certos valores básicos da conduta e do convívio social, transmitidos
por uma linguagem simbólica, que durante a infância se torna essencial para sua consciência
ética, estética e sensível.

2.2.1.2 O bichinho da maçã

O “bichinho da maçã” é mais um livro ótimo do Ziraldo, que ilustra e também


escreve essa história. Publicado pela primeira vez em 1982 deu origem, graças ao enorme
sucesso, a uma coleção de 12 livros intitulada “coleção bichinho da maçã”.
A história desse livro é sobre um bichinho (uma minhoca) que vivia dentro de uma
maçã, ele adorava contar anedotas para todos os animais, dando mais alegria à floresta. O
bichinho adorava inventar histórias, as mais incríveis do mundo. O que se depreende nessa
história é que mesmo morando numa maçã, o bichinho era muito feliz, porque também fazia
quem estava ao seu redor feliz.
Sob essa perspectiva, o objetivo principal deste trabalho é tecer breves reflexões e
as contribuições que o ensino de música junto à literatura pode proporcionar no
desenvolvimento das crianças na educação infantil e a forma como é usada pelos educadores
que atuam nesta faixa etária.

2.3 FANTOCHE

Muitas histórias são contadas de forma muito simples, apenas contadas oralmente,
quando se é possível que o profissional tenha o recurso de algum instrumento ou aparelho de
som, incrementa a forma cantada ou musical, o professor usa de movimentos dos olhos e gestos
para dar expressões a história. Está são formas lúdicas e criativas. A arte de contar uma história
com recursos lúdico/pedagógicos ficou mais acessível tantos com materiais que estão
disponíveis no mercado como de fácil produção pessoal. Com criatividade, podemos
confeccionar: dedoches, fantoches, livros de pano, EVA e diversos outros materiais, recursos
que auxiliam na apresentação dos contos e das histórias, que, além de serem ouvidas, passam a
ser assistidas, manuseadas.
Utilizam-se outras linguagens: a música, a mímica, a dança, as artes plásticas... tudo
é bem-vindo quando desperta o sabor de um passeio com o qual se sonhou há muito
tempo, com o qual se restituiu o tempo do jogo do faz-de-conta. (SISTO, 2005, p. 32)

Para o educador contar essas histórias sem o livro, ele deve ter o conhecimento da
mesma em detalhes, deve utilizar técnicas, como gestos, mudanças de voz, movimentos
corporais, assim a narrativa transcorre sem interrupções, de forma atrativa e com emoção. Essas
expressões, gestos e emoções utilizadas pelo professor serão o ponto de sedução para as
crianças, que vivenciam este mundo apresentado na história, com sua imaginação acelerada.
A contação de história nas salas de aulas da educação infantil era uma forma de
distrair as crianças, atualmente vem se transformando e surgindo uma figura “o contador de
histórias” ou o momento da “contação de história”. Vários educadores/estudiosos, afirmam que
a contação de histórias é um precioso auxílio à prática pedagógica dos educadores da Educação
Infantil. A contação de história abre a porta da imaginação, da criatividade, melhora a oralidade,
incentiva a criança pela leitura, colabora na formação da personalidade da criança, contribui no
envolvimento social e afetivo. Desse modo a utilização de diferentes atributos, desperta a
curiosidade e aguça a criatividade da criança.
De acordo com Oliveira (2009), os fantoches também poderão ser produzidos pelos
alunos para representação da história, e após o planejamento e execução dos bonecos,
confeccionados com massa, tecido, papel ou sucata (de acordo com a escolha dos alunos), a
apresentação se fará da melhor forma.
Verdadeiramente se ver que estimulando os alunos a imaginar, criar, envolver-se
nos contos apresentados, vemos o grande enriquecimento e desenvolvimento da personalidade,
pedagogicamente percebemos que é de grande importância o conto; a mesma age positivamente
na aprendizagem, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura.
O fantoche é um recurso metodológico, de grande importância significativa, para a
“Contação de Histórias”. Muito utilizado no ambiente escolar, é um excelente recurso na arte
de contar histórias, ajudando o educador, que consegue em um boneco um meio representativo
físico real de envolver os alunos, de forma contagiante, lúdica, mágica se pode dizer. O fantoche
é mais que um simples boneco, é a representação personificada do personagem da história que
se torna algo real e concreto neste mundo, como se tivesse saído da história, eles veem emoções,
os sentimentos neste fantoche através do manuseio e da voz de quem o manipula.
O fantoche é um objeto de expressão, tem função social, é um ser de comunicação,
promovendo relações com o mundo interno, externo e com o outro. Os fantoches são
em si provedores de diálogo (SANTOS 2006 p.75).

Quando o aluno ouve a história ela se torna altamente envolvente e mágica, porque
o personagem parece saltar da contação para realmente existir, a imaginação dá vida própria a
esse fantoche, o aluno chega a manter um diálogo com o fantoche, fitando seus olhos e
esquecendo que ele está sendo manipulado e que a voz vem de outro lugar e não da boca do
boneco, fica completamente ligado ao boneco que na sua imaginação ele tem vida.
O fantoche é um objeto que transita entre o mundo interno e o externo da criança. Ele
é um símbolo da intimidade de seu ser expresso em brincadeira. Assim, o fantoche
tem alto valor pedagógico, criativo e terapêutico, pois, a criança tanto pode assistir a
história, como pode manipulá-lo e dar vida àquilo que toca. (SANTOS 2006, p.73)

O trabalho da oralidade, nesta situação tem uma importância muito grande e é


desenvolvida com facilidade, assim a expressão de sentimentos, criatividade e emoções, de
quem esteja na manipulação seja o professor ou aluno e visivelmente importante. O personagem
de fantoche é criado pelo seu manipulador que carrega sua história.
Allessandrini (1996, p15), explica que a transposição para a linguagem verbal
ocorre na perspectiva de “ressignificar” o processo em que a imagem interna sugere a criação
de uma mensagem oral. O que confirma a afirmação de Matos (2006), que cada vez que uma
história é contada, mesmo que por várias vezes, é única, pois o contador e a plateia nunca são
os mesmos.
Cada momento de contação é único, cada história contada, mesmo que várias vezes
é única. O contador empresta sua voz e gestos ao fantoche, dando significado, sentimento, afeto,
assim chegando ao coração da criança, porque contar histórias é oferecer um mundo novo, se
doando de corpo e alma para o outro.
O manuseio e uso de fantoches para contar histórias, são muito antigos e conhecidos
mundialmente. Surgiu a muitos anos atrás, com os bonecos feitos de madeira, argila e marfim,
que se utilizavam de um barbante para os movimentos, já hoje os fantoches de panos são mais
vistos. Essas histórias contadas com fantoches eram consideradas formas antigas de liberdade
de expressão, contavam histórias de lendas ou eventos que transcorriam na época, podemos
afirmar que a utilizam dos fantoches são a antecipação do teatro que temos hoje.

2.3.1 Criação do fantoche

Para você poder contar histórias com fantoches, primeiramente você precisa
conhecer a história, ver sobre um olhar imaginário, como este personagem se vestiria, se
existiria outros personagens que também deveriam ser criados, um palco onde de fundo deverá
existir um tema ou temas que personifique o local da história, como dia e noite por exemplo,
tudo isso criado numa forma de caixa retangular representando uma janela que seria a passagem
imaginaria para a criança de um novo mundo ali existente. Após, terá adequadamente ter um
local para guardá-los, um ambiente agradável e seguro, pois para criança sua avaliação e que
todos foram dormir e só despertaram para uma nova história.
[...] ao ouvirem histórias, as crianças são mobilizadas em vários aspectos, envolvendo
seu corpo, suas ideias, sua linguagem, seus sentimentos, seus sentidos, sua memória,
sua imaginação. Além disso, a imagem que associa a experiência de quem ouve
histórias a um estado de contemplação, de fruição, de “viagem”, de evasão da
realidade, revela apenas parcialmente o que é o contato com histórias e seus impactos
na infância (BRANDÃO e ROSA, 2010, p. 39).

Vendo assim desta forma, as escolas devem incentivar e colaborar para o


desenvolvimento do hábito da leitura de já que é comum em muitos lares essa atividade não ser
incentivada. É comum muitas crianças entrarem no ambiente escola sem vínculos com a
Literatura Infantil. O desenvolvimento deste trabalho deve ser a estimulação ao hábito de ler e
que o aluno tenha satisfação em ler, pois, só podemos gostar de algo quando conhecemos e
percebemos seu sentido em nossas vidas.
As palavras têm sabor, sim; as histórias tecidas por elas podem ser doces, amargas,
fortes, deliciosas... Podemos deliciar-nos com elas, podemos desiludir-nos, mas para
isso precisamos nos aventurar e viajar através dessas palavras e experimentar o seu
sabor. (ZILBERMAN, 2003, p. 58)

Diante disso, foi possível perceber na prática como a Literatura Infantil mexe com
imaginário das crianças fazendo-as se mudarem para o mundo da ficção. Elas saem do mundo
real e se transformam nos personagens da contação da história, o que importante, uma vez que
ao vivenciar o mundo imaginário a criança avança no seu desenvolvimento cognitivo e social
como também passa a ter maior sensibilidade em se colocar no lugar do outro.
A criança pequena pensa e reproduz fatos que a cercam, para os quais conduz sua
atenção bastante curiosa. A educação infantil é um espaço original, onde crianças
pequenas podem desenvolver como indivíduos ativos e criadores. Sua função é
promover aprendizagem significativa, por meio de atividades lúdicas, que são formas
de representação através das quais se revela o mundo interior da criança. Se a
instituição de Educação Infantil puder proporcionar á criança pequena um espaço com
muitas atividades lúdicas, estará propiciando melhores condições para que ela seja
apta, em diferentes circunstancias aprender por si mesma, conhecendo suas
capacidades. (MALUF, 2012, p. 24)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciou-se através deste trabalho que diversas áreas do conhecimento podem


ser estimuladas com a pratica da contação de história entrelaçada ludicidade. Desenvolvendo
diferentes aspectos humanos como: físico, mental, social e emocional a ludicidade nos contos
infantis pode ser considerado um agente facilitador ao processo de desenvolvimento intelectual
no meio educacional e na vida social de cada criança. A presença da ludicidade associada aos
contos clássicos auxilia também a percepção, estimula a memória e a inteligência.
A Ludicidade nos Contos Infantis é uma ferramenta que colabora na formação
integral do aluno. Por meio dela entra em contato com o mundo letrado e lúdico. A criança não
é um ser estático, ela interage o tempo todo com o meio a ludicidade vem provocar esta
interação, pois ela traz em si ideologias, emoções e histórias que muitas vezes se identificam
com as de quem as ouve.
Assim sendo, percebemos que a Ludicidade na Contação de História na Educação
Infantil quando trabalhada desde cedo no contexto escolar das crianças ajuda de maneira
prazerosa o aprendizado para o bem-estar e o crescimento do saber dos alunos.
REFERÊNCIAS

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