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ALFABETIZAÇÃO E BRINCADEIRAS

A educação se manifesta de diferentes formas e em diversos lugares


promovendo o desenvolvimento integral do ser humano. A escolarização é, pois a
educação sistematizada e tem como objetivo esse mesmo desenvolvimento
associado aos processos de aprendizagem relacionados à transmissão e construção
de bens culturais.
Uma das formas de se transmitir e construir bens culturais é através das
brincadeiras, sendo estas uma forma de recurso psicopedagógico, o qual torna a
aula bem mais motivadora.
No dia a dia em sala de aula é preciso utilizar o lúdico o mais
frequentemente possível, pois nota-se que os alunos participam mais das aulas e
sentem-se motivados.
Também nota-se que a realidade de cada aluno é trazida para dentro de
sala de aula e a aprendizagem alcança um nível maior sem muito esforço e com a
colaboração de todos.
Além de educar, essa concepção e orientação de educação orienta para o
cuidar, que significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. Isto inclui
interessar-se pelo que a criança pensa, sente, o que ela sabe sobre si e sobre o
mundo, visando a ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, Aos poucos
esse conhecimento a tornará mais independente e mais autônoma, rompendo com
a lógica da modernidade que impõe a “escolarização” como um processo de
confinamento rigorosamente planejado para práticas pouco significativas, pensadas
pelo adulto, sem considerar as necessidades e interesses dessa criança.

O conteúdo exposto em sala de aula deve fazer parte constante da rotina


dos alunos, pois esta prática permite o multiculturalismo, a percepção e aceitação
das diferenças, o chamamento para a criatividade e exposição de cada aluno e do
meio no qual cada um está inserido, consequentemente, promovendo a cidadania.
O educador, não tem papel impositivo, mas de mediador entre educando
e cultura. Transmitir é apenas um objeto de interação que será reconstruído pelo
aluno por assimilação, na medida exata em que o permitam suas estruturas e a
força liberada por sua motivação.
O lúdico constitui um excelente exercício para o desenvolvimento de
numerosas capacidades como: senso de justiça, coerência, sentimento e
responsabilidade.
Movidas pelo interesse e pela curiosidade e deparando com as diversas
respostas oferecidas pelos adultos, outras crianças ou por meios de comunicações:
por exemplo as brincadeiras, através dos quais as crianças podem conhecer o
mundo, por meio de atividade física, afetiva e mental, construindo explicações
subjetivas e individuais para os diferentes fenômenos e acontecimentos.
Desta forma, o conteúdo exposto em sala de aula deve provocar o aluno
para que o mesmo demonstre sua criatividade e se torne uma pessoa crítica.
As crianças entre 3 e 7 anos encontram-se no nível pré silábico. Neste nível
as crianças de 3 a 5 anos registram garatujas, desenhos sem configuração, já as de
6 e 7 anos apresentam desenhos com figuração. Mistura letras e números. As
crianças neste nível silábico percebem que as letras servem para escrever, mas não
sabem como isso ocorre.
Vygotsky entendia que a aprendizagem não era uma mera aquisição de
informações, não acontecia a partir de uma simples associação de idéias
armazenadas na memória, mas era um processo interno, ativo e interpessoal.
Vygotsky resgata a importância da escola e do papel do professor como
agentes indispensáveis do processo de ensino aprendizagem. O professor pode
interferir no processo de aprendizagem do aluno e contribuir para a transmissão do
conhecimento acumulado historicamente pela Humanidade. É nesse sentido que as
idéias de Vygotsky sobre a Educação constituem-se em uma abordagem da
transmissão cultural, tanto quanto do desenvolvimento.
A possibilidade de usar objetos para representar ("escrever') uma história foi
investigada por Vygotsky. Ele conclui, que a similaridade perceptiva dos objetos não
tem um papel considerável para a criança compreender a notação simbólica
utilizada na brincadeira-experimento, mas sim que os objetos admitem o gesto
apropriado para reproduzir o elemento original da história (VYGOTSKY, 1984, p.
123). Gradualmente, o objeto utilizado na brincadeira adquire função de signo,
tomando-se independente dos gestos das crianças. Daí Vygotsky considerar a
brincadeira do faz-de-conta uma grande contribuição para a aprendizagem da
linguagem escrita pela criança (VYGOTSKY, 1984, p. 125).
Uma forma de levar a criança a se alfabetizar é através das brincadeiras,
como por exemplo o bingo de palavras.
O bingo de palavras pode ser jogado de diversas formas, como marcar a
cartela toda, uma só fila, na diagonal, vertical ou horizontal. Pode-se trabalhar a
língua portuguesa com facilidade. Um exemplo é fazer o bingo com os nomes dos
alunos, com o objetivo de ensinar a criança a ler e escrever os nomes próprios por
meio do jogo.
O material utilizado são pedaços de papel cartão, caneta hidrocor, régua,
tesoura, saco plástico e botões.
O professor deve escrever os nomes das crianças aleatoriamente nas
cartelas e distribuir. Lembrar de que elas devem ser diferentes umas das outras para
que todas as crianças não ganhem juntas. Escreva o nome de cada uma em
pedacinhos de papel e coloque-os dentro de um saco. Sempre utilize letra bastão
maiúscula. Sobre as mesas, coloque punhados de botões que serão usados como
marcadores. Comece o jogo sorteando um nome. Dê um tempo para que todos
procurem nas cartelas. Se você tiver crianças não leitoras, escreva o nome sorteado
no quadro para que elas possam procurar. Ganha quem conseguir preencher o
espaço que foi pedido todo.
Pela prática desenvolvemos nossa capacidade lingüística. O educador deve
ser um mediador, observando a realidade e propondo respostas diante da mesma,
com a finalidade de formar pessoas críticas e participativas.
A criança deverá entender os símbolos, discriminando as formas das letras. É
preciso saber ouvir diferenças linguisticamente relevantes entre esses sons, de
modo a poder escolher a letra certa para simbolizar cada som.
No brincar casam-se a espontaneidade e a criatividade com a progressiva
aceitação das regras sociais e morais. Brincando a criança se humaniza,
aprendendo a conciliar de forma efetiva a afirmação de si mesma à criação de
vínculos afetivos duradouros. O brincar vem a ser a ferramenta por excelência de
que dispõe a criança para aprender a viver.
Os ritos contidos nas brincadeiras e o próprio alfabetizador têm um papel
facilitador e integrador. Instrumentos de integração grupal, os ritos estão presentes
já nas sociedades de animais e adquirem no processo de formação e
desenvolvimento sociocultural humano, desde a pré história, um papel insubstituível.
Sua função maior é a de preservar a coesão do grupo, criando condições de
estabelecimento de laços positivos, afetivos e duradouros entre seus membros,
buscando suprimir as divergências internas, assegurar a unidade do grupo e
caracterizar sua identidade entre seus membros.

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