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INSTITUTO BRASIL DE ENSINO – IBRA

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Marcelo Gonçalves Silva

São Paulo - SP
2019
INSTITUTO BRASIL DE ENSINO – IBRA

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Marcelo Gonçalves Silva

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Instituto Brasil de Ensino - IBRA, como requisito
para obtenção do título de 2ª Licenciatura em
Pedagogia

São Paulo - SP
2019
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SILVA, Marcelo Gonçalves1

RESUMO

O presente trabalho estuda a importância do brincar na Educação infantil. Este estudo utilizou-se de
uma pesquisa bibliográfica fundamentada em alguns autores que falam sobre o tema. A criança
quando brinca constrói sua identidade, pois o brincar é fundamental para a criança desenvolver a
mente e o corpo. Através do brincar A criança, através do brincar, adquire conhecimento de uma
forma prazerosa e interessante, garantindo a motivação necessária para uma boa aprendizagem,
para que chegue a ser um adulto maduro, confiante e cheio de imaginação. Esta pesquisa
demonstrar-se-á a importância do brincar não apenas para divertir a criança, mas também para torná-
la mais criativa, ter bom convívio, enfim, desenvolve o lado cognitivo da criança. O brincar tem sido
objeto de estudo nos primeiros anos escolares, sempre se levando em conta a grande importância
que há em momentos em que as crianças brincam e assim tem o seu desenvolvimento cognitivo cada
vez mais ampliado. Este trabalho tem como finalidade refletir sobre a importância do brincar na
educação infantil das crianças, estabelecendo-se uma relação com o desenvolvimento da criança
como um todo, ou seja, relacionando o brincar ao desenvolvimento cognitivo, sendo este um
instrumento para construção do conhecimento do aluno. O desenvolvimento de uma atividade através
do lúdico transforma a interação com o conhecimento levando-se a criança a se desenvolver
continuamente na busca de resolver, aprimorar e acima de tudo transformar problemáticas em
conhecimento real.
.

Palavras-chave: Brincar; Desenvolvimento cognitivo; Educação Infantil; Lúdico.

ABSTRACT

The present study studies the importance of playing in children's education. This study was based on
a bibliographical research based on some authors who talk about the subject. The child plays when he
constructs his identity, since playing is fundamental for the child to develop the mind and body.
Through play the child, through play, acquires knowledge in a pleasant and interesting way, guaran-
teeing the necessary motivation for a good learning, so that it becomes a mature adult, confident and
full of imagination. This research will demonstrate the importance of playing not only to amuse the
child, but also to make it more creative, to have a good time, to develop the cognitive side of the child.
Playing has been the object of study in the first years of school, always taking into account the great
importance that there is at times when children play and thus has its cognitive development increas-
ingly expanded. This work aims to reflect on the importance of playing in the children's education of
children, establishing a relationship with the development of the child as a whole, ie, relating play to
cognitive development, being this a tool for building knowledge of the child student. The development
of an activity through playfulness transforms the interaction with knowledge leading the child to devel-
op continuously in the quest to solve, improve and, above all, to transform problems into real
knowledge.

Keywords: Play; Cognitive development; Early childhood education; Playful.

1
E-mail: mg_milk@yahoo.com.br.
1. INTRODUÇÃO

Através do ato de brincar as crianças reproduzem o que vivem no seu dia a


dia, o mundo da fantasia e da imaginação. O brincar é uma das mais importantes
formas de socialização, na fase infantil da educação. O processo de ensino-
aprendizagem é facilitado pelo ato de brincar. As crianças constroem através das
brincadeiras a sua autonomia, criatividade, reflexão, aprendizagem e socialização.
Durante a infância a brincadeira é o que mais as crianças fazem. O ser
humano tem predisposição nata em brincar, busca se divertir em meio a descobertas
e atividades, que seja de maneira voluntária ou mesmo de maneira involuntária, pelo
simples pressuposto de se divertir.
Para definir a importância do brincar para as crianças, deve-se focar no
desenvolvimento integral do ser humano que começa na Educação Infantil. Os
aspectos a serem desenvolvidos são o físico, o social, o cultural, o afetivo, o
emocional e o cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais,
educadores e a sociedade em geral sobre o brincar que deve está sendo vivenciado
na infância, ou seja, de que o brincar faz parte do ensino-aprendizagem, para que se
obtenha sucesso neste processo de educação e formação dos alunos da educação
infantil.
O aluno quando chega à escola traz em sua bagagem muitos conhecimentos
adquiridos no cotidiano e que vem cheio de atividades lúdicas. Quando o educador
faz uma atividade lúdica, não importa apenas à realização da atividade e sim o
momento que o aluno vive. Durante o ato pedagógico a ação causada pela utilização
do lúdico, em que é possível passar por momentos de fantasias estando dentro da
realidade, promovendo momentos satisfatórios, conduzindo a educação, permitindo
com que a criança tenha maior prazer em aprender.
A Educação é algo imprescindível na vida do ser humano. Principalmente na
Educação Infantil que a criança vivência com maior intensidade o lúdico e cabe ao
educador(a) planejar as aulas sempre utilizando materiais adequados e também um
espaço educacional que permita maior interação da criança com o universo escolar
proporcionando ao educando prazer pela escola, pela educação.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As definições do brincar que se encontra em vários dicionários existentes são


muito complexas na maioria das vezes. O Dicionário Aurélio (2003, p. 12) define o
brincar como: “divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”. O ato do brincar
também pode ser, segundo o dicionário Michaelis (2012, p. 17): “entreter-se com
jogos infantis e divertir-se fingindo exercer atividades cotidianas do dia a dia adulto”.
Ou seja, brincar é algo muito presente na vida do ser humano desde os primeiros
anos.
Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta, enquanto
cria seu mundo próprio ou, dizendo melhor, enquanto transpõe os
elementos formadores de seu mundo para uma nova ordem, mais agradável
e conveniente para ela. (FREUD apud KISHIMOTO, 2000, p.57).

Desde o seu nascimento, a criança, está em contato com um mundo


imaginário e simbólico e cheio de cultura, onde se apropria de muitos conhecimentos
e, o seu desenvolvimento, irá se dar através das interações em que a criança
estabelecerá com as várias pessoas que compõem o meio em que ela está
ambientada. O brincar e o interagir são componentes articuladores de diferentes
linguagens, que favorecem o desenvolver infantil e o adquirir conhecimento. É na
infância, que o brincar beneficia o relacionamento e o desenvolvimento da criança
com os diversos que fazem parte de todas as atividades do seu dia a dia. Desta
maneira, é através do brincar que surgem as condições de desenvolvimento e a
apropriação dos elementos constituintes da realidade proporcionados por meio da
compreensão dos seus significados.
Oliveira (1996, p.144) define as características da brincadeira e sua
importância no universo infantil:
“A brincadeira constitui o recurso privilegiado de desenvolvimento da criança
em idade pré-escolar. Nela, afeto, motricidade, linguagem e percepção,
representação, memória e outras funções cognitivas são aspectos
profundamente interligados. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da
criança e contribui para o processo de apropriação de signos sociais. Ela
cria condições para uma transformação significativa da consciência infantil,
por exigir das crianças formas mais complexa de relacionamento com o
mundo. Através do brincar, a criança passa a compreender as
características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e
os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na
brincadeira, ela começa a perceber as diferentes perspectivas de uma
situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característico de
seu pensamento verbal (OLIVEIRA, 1996, p.144).”

Brougère (2013, p. 20) autor e estudioso, em suas reflexões ressaltam que o,


“brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma
significação social precisa que, como outras, necessitam de aprendizagem”. O autor
ainda ressalta em suas reflexões que, brincar é um conjunto de atividades humanas
que é caracterizado através do contexto cultural que a criança está inserida.
As brincadeiras são importantes formas de comunicação, pois por meio delas
as crianças expressam prazer, satisfação, medos, anseios e dispõe ao adulto a
possibilidade de perceber se há algo de errado ou se ela está passando por algum
conflito interno ou externo, pois através do brincar elas representam as situações
vivenciadas sendo estas boas ou ruins. Durante as atividade lúdica é estabelecido
um vínculo entre a realidade e fantasia, este auxilia no desenvolvimento cerebral, na
formação da linguagem verbal e não verbal, nos aspectos cognitivos e motores,
estimula a percepção sensorial, aprimora a progressão da autonomia e identidade,
por fim, trazem melhorias a memória, concentração, imaginação e demais áreas da
personalidade humana responsável pela formação do caráter.
Reiterando o pensamento de Brougerè (2001), ao brincar com o outro o
indivíduo passa por etapas do aprendizado que resultam no desenvolvimento de sua
maturação, podendo citar alguns aspectos aperfeiçoados como o ato de
compreender, dominar, produzir situações, autocontrolar-se, respeitar regras e o
tempo necessário para cada coisa, assimilar aos poucos a aceitação do erro,
respeitar a cultura e os valores.
A brincadeira e o brinquedo intervêm na formação do caráter, valores e
atitudes das crianças, tornando-as ativas e fazendo uma interação entre o objeto e a
ação na busca de uma representação da realidade em que está inserida. Portanto
os brinquedos surgem como aliados do ato de brincar, com sua manipulação,
situação de posse e consumo, a criança se apropria da cultura que a cerca e simula
suas experiências vivenciadas, internalizando seu significado. A função do
brinquedo e sua junção ao brincar e a realidade torna o objeto um mediador entre o
indivíduo e o contexto social. Todavia quando esse contexto é alterado,
automaticamente a cultura social na qual a criança está inserida também passa por
modificações, condicionando assim as mudanças no ato de brincar, podendo
transformar a função dada ao objeto ou brinquedo por outra adequada ao novo
contexto.
Para muitos autores e pesquisadores, o brincar não significa apenas divertir-
se, todo ato de brincar tem um motivo, um fundamento e uma razão. Uma das
formas mais complexas de comunicar-se da criança consigo mesma e com o mundo,
é através do brincar, ou seja, dar-se-á o desenvolvimento da criança por meio de
trocas de experiências estabelecidas durante toda a sua vida. Desta forma, através
do brincar, as capacidades mais importantes como a atenção, a memória, a
imitação, a imaginação, são desenvolvidas pelas crianças, propiciando ainda à
criança o desenvolver-se de determinadas áreas da personalidade, como a
afetividade, a motricidade, a inteligência, a sociabilidade e também a criatividade.
Ao se referir ao brincar na educação Infantil Kishimoto (2013, p. 148) diz:

“O brincar na educação infantil também contribui para a aprendizagem da


linguagem no ensino-aprendizagem da criança. A utilização combinatória da
linguagem com o brincar funciona como instrumento de pensamento e ação.
Para ser capaz de falar sobre o mundo, a criança precisa saber brincar com
o mundo com a mesma desenvoltura que caracteriza a ação lúdica.”

É no brincar que as regras se tornam presentes no comportamento infantil,


como uma situação imaginaria, entretanto muito próxima ao real, explica o autor:

O que ocorre é uma reprodução da situação real. Uma criança brincando


com uma boneca, por exemplo, repete quase exatamente o que sua mãe
faz com ela. Isso significa que, na situação original, as regras operam sob
uma forma condensada e comprimida. A muito pouco de imaginário
(VYGOTSKY, 2000 p.135).

A forma da criança se expressar é muito natural, e é através da brincadeira


que a criança demonstrará seus sentimentos e fantasias. Crianças que brincam,
demonstram ter saúde emocional e ao brincarem desenvolvem a criatividade, o
prazer, controla os impulsos, a expressão de desejos ou de seus medos. A criança
sempre brinca, e frequentemente é observada durante as atividades lúdicas que
estão presentes na sua vida, ou seja, enquanto comem, enquanto realizam
atividades de higiene e quando relutam em parar de brincar, para realizar outras
atividades ou até mesmo para dormir.
O mundo lúdico é compartilhado com a criança e com outras pessoas. O
brincar proporciona à criança que ela transforme a passividade em atividade,
transferindo a experiência desagradável para a brincadeira, reproduzindo ou
modificando a situação, elaborando-a em sua mente.
O papel da educação, conforme a própria LDB, incide de maneira
fundamental quando se considera a formação integral da criança e que pela relação
com a sociedade à instituição escolar, quando realiza um trabalho pedagógico
marcado pela intencionalidade, tem um papel essencial na qualificação desse
processo. Nessa perspectiva o brincar passa a ter um caráter fundamental nessa
formação, porque entendemos que a capacidade de realizar escolhas, assim como a
auto-regulação são capacidades que podem ser desenvolvidas através do ato de
brincar, por meio de estratégias, jogos cooperativos.
Sob o papel do brincar que alcançamos de maneira fundamental os objetivos
na formação da criança, entende-se como algo que poderá contribuir de forma
prazerosa e significativa para o seu desenvolvimento. Outros estudos poderão
apontar caminhos, aprofundar a discussão, provavelmente, apresentando muitas
outras considerações.
As inovações pedagógicas propostas por Pestalozzi no processo de
aprendizagem objetivando a plenitude do aluno defendia a educação como sendo
um processo muito importante no desenvolvimento cognitivo da criança,
compreendendo-se como boas e efetivas no seu desenvolver.
A dedicação de Pestalozzi ao ensino de uma educação não repressiva
objetivou o desenvolvimento da autonomia, demonstrando ser a melhor das
oportunidades apresentadas à educação. Definia-se a criança como sendo um
organismo que se desenvolvia através de um ordenamento de leis, onde continha as
definições de todas as possíveis capacidades da natureza humana. Eram agregados
a essas capacidades três aspectos importantes, os quais eram: a mente, o coração
e a mão, todos ligados entre si através de uma relação estreita. Diante disto,
segundo Incontri (1997) ressalva que:
[...] para Pestalozzi, a organização exterior reflete a organização interna.
Não há possibilidade de se fazer uma sociedade justa se não houver
homens justos. Por isso, Todo o seu esforço, muito além de querer instruir
ao povo, foi no sentido de moralizar o homem, de convocá-lo a tornar-se o
que ele é potencialmente. E para isso, ao contrário da maioria absoluta dos
pensadores, Pestalozzi não se satisfez em semear ideias: tomou pelas
mãos o próprio homem, ainda criança, para tentar conectá-lo consigo
mesmo. (INCONTRI, 1997, p.24).

No mundo da criança é importante ressaltar o “faz de conta”, neste mundo


onde tudo pode acontecer. A criança imagina quem ela não é, está em lugares que
nunca foram e até em planetas, tudo para satisfazer os seus desejos quando brinca.
Desta forma, a brincadeira torna-se um cenário imaginário, sem censura, tudo tem
vida, fala e tem vontade própria. É nesse mundo, que coloca seu corpo em cena,
como representante de papéis e vivem personagens de todos os tipos, tais como
(médico, bombeiro, professor, pai, mãe e mais outros personagens)
A infância e as crianças são associadas nos dias de hoje a brincadeira que é
uma palavra essencialmente ao modo criança e infantil do ser humano. Em nossas
escolas, ao observarem-se as crianças brincando, é possível se conhecer bem
melhor, ultrapassando-se os muros, onde se pode verificar uma parte de seu mundo
revelar-se nas ações e experiências significativas construídas no seu brincar e nas
suas brincadeiras. Tudo isso devido ao processo do brincar que os sujeitos
conhecem e vivenciam no brincar.
Revelações, interpretações e reinterpretações de experiências de vida
cotidiana, os sujeitos acabam criando outras bases dentro do seu contexto
sociocultural do seu modo de brincar.
A autora Melanie Klein ressalva que,

O ato de brincar é um processo criativo, que possibilita à criança expressar


simbolicamente suas fantasias e seu sofrimento, além de reparar essas
tensões e conflitos internos, explorando novas situações para ela. (KLEIN,
1975, apud ROCHA, 2003, p. 24).

Diante do pensamento da autora, passamos a refletir sobre o que Melanie


Klein nos define sobre o brincar.
É importante compreendermos o significado do brincar e associarmos ao
processo onírico da criança, pois o brincar é a expressão mais importante
da criança. Por meio desse método, podemos ter acesso ao inconsciente da
criança, descobrindo as fixações e emoções recalcadas, que podem exercer
influência em seu desenvolvimento emocional e que por meio de
interpretações, dirigem-se à ansiedade inconsciente e podem modificar o
comportamento da criança. Considera o brincar como forma de
externalização das fantasias e preocupações internas. (KLEIN, 1975, apud
ROCHA, 2003, p. 25).

Gonçalves (2014), desta forma argumenta que, “Somos obrigados


precocemente a deixar de lado nosso universo infantil para penetrar na realidade da
vida adulta, período em que o ato de brincar costuma ser relacionado como alguém
que ainda não cresceu ou que não amadureceu”. O autor complementa ainda seu
pensamento enfatizando que tudo isso se deve ao fato de que somos educados a
ser produtivos desde cedo, sem se preocupar com lado infantil e com o tempo de
cada um.
Estas formas de vivenciar e de relação com o mundo estão presentes nas
brincadeiras e nas diversas formas do brincar, está presente sim na individualidade
de cada criança, na sua singularidade e na forma dela se expressar com o mundo.
Desta forma, percebe-se a brincadeira como uma forma de se interpretar,
agir, relacionar-se com os outros e com o mundo, é vivenciada com uma experiência
humanizada, a qual leva a aquisição de conhecimentos, valores, e significados como
imaginação, humor, criatividade, paixão e prazer.
Conforme Kishimoto (1999, p. 69):

O fantástico, o imaginário, expresso na brincadeira da criança quando fala


com um cabo de vassoura ‘como se’ fosse um cavalo, fica zangada com seu
cãozinho imaginário porque faz sujeira no tapete da mamãe ou transforma a
pedra em pássaro, mostram uma mista realidade e fantasia, em que o
cotidiano toma uma aparência, adquirindo um novo significado. [...]
(KISHIMOTO, 1999, p. 69).

Todo esse direito das crianças lhes são subtraídos, quando elas começam a
aprender de modo sistematizado, desta forma começam a se desinteressar mais
cedo e acabam por perder por completo o interesse infantil.
À medida que a criança cresce, se desenvolve e começam a mudar para o
mundo, as brincadeiras vão mudando em uma dimensão mais socializadora, onde
os participantes se encontram, têm uma atividade comum e aprende a coexistência
com tudo que lhe possibilita aprender, como lidar com o respeito mútuo, partilhar
brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva. (KISHIMOTO,
1993, p. 103).
O brincar é a primeira linguagem da criança, a partir das atividades lúdicas é
que ela se desenvolve, facilitando seu processo de socialização, comunicação e
construção do pensamento. (KISHIMOTO, 1999, p. 68).
O brincar se torna relevante para a criança no processo de ensino-
aprendizagem. Dessa forma a atividade lúdica inserida no contexto do
desenvolvimento da infância da criança, ganha grande importância, pois brincando a
criança estará relacionando-se com o meio e com os demais colegas, assim estará
incorporando com o brincar lúdico a aprendizagem também ao seu meio.
Oliveira (2009, p.15), complementando destaca que “o lúdico é apontado
como parte integrante do processo de desenvolvimento humano”.
Nos momentos em que a criança está brincando, ela está fazendo novas
descobertas, desenvolvendo habilidades e aprendendo a conviver em grupo, através
das brincadeiras desenvolvidas em grupos ou individualmente.
Diante disso, o autor Jesus (2010, p. 5) acrescenta que,

Quando observamos um bebê, percebemos a interação que há entre a


criança e o adulto através do ato de brincar. À medida que o tempo vai
passando, o ato de brincar vai sendo modificado e sofrendo uma evolução
de acordo com os diversos interesses próprios da faixa etária, conforme as
necessidades de cada criança e os valores da sociedade a qual ela
pertence. (JESUS, 2010, p. 5).

O aprender brincando na educação infantil é um processo novo que está


gerando grande discussão, pois a brincadeira faz e é parte do mundo das crianças,
e é através do brincar que elas irão explorar, desenvolver e descobrir tudo aquilo
que as rodeiam, sendo também uma forma delas estarem comunicando-se entre
elas e com o mundo a sua volta. Mas não basta apenas o brincar por brincar, os
jogos e as brincadeiras deverão ser de caráter educativo, devendo utilizar-se dela
para atrair o interesse e a atenção das crianças para poderem ser desenvolvidas e
trabalhadas as suas habilidades e capacidades.
Sendo a brincadeira utilizada como um recurso para o desenvolvimento da
imaginação da criança, o brincar proporciona um vivenciar de experiências que irão
além da sua realidade, pois o brincar como objeto (brinquedo), material e com o
imaterial (sua imaginação) proporcionará este desenvolvimento fantástico ao ser
criança.
A criança está em constante desafio, para superar seus limites, encontra
soluções e resolve problemas, e é através do brincar e das brincadeiras que ela irá
desenvolver estas habilidades e capacidades e aprender a respeitar as regras,
aprender a conviver com os colegas também.
Além de desenvolver o cognitivo da criança, a brincadeira também
desenvolve o aspecto físico e motor, desenvolve habilidades motoras como pegar
objetos, bater palmas, bater os pés, se movimentar e, assim, descobrindo seu corpo.
É nas brincadeiras que encontramos a diversidade cultural das crianças, pois é nas
diversas formas de brincar apresentadas nos mais diferentes contextos que ela se
insere, assim, o brincar auxilia no desenvolvimento da inteligência, quando utilizada
de forma a atender as peculiaridades de cada criança.
O aprender brincando da criança é algo prazeroso e espontâneo, segundo
Kishimoto, “Ao brincar a criança não está preocupada com os resultados. É o prazer
e a motivação que impulsionam a ação para explorações livres. (KISHIMOTO, 2010,
p. 143)”.
É muito importante pensar no brincar com qualidade, sendo que a brincadeira
faz parte do cotidiano de toda criança, a brincadeira torna-se benéfica no
desenvolvimento do ensino-aprendizagem. A necessidade que a criança tem de se
desenvolver brincando, faz com que a Família e as instituições de ensino estejam
preparadas, sendo de responsabilidade das mesmas proporcionar uma educação e
materiais adequados à faixa etária de cada criança, bem como disponibilizar
espaços propícios para o desenvolvimento dessas atividades.
Para Kishimoto (2010, p. 151):

Pela brincadeira a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver


estratégias para solucionar problemas. A brincadeira tem papel
preponderante na perspectiva de uma aprendizagem exploratória, ao
favorecer a conduta divergente, a busca de alternativas não usuais,
interagindo o pensamento intuitivo. Brincadeiras com o auxílio do adulto, em
situações estruturadas, mas que permitem a ação motivada e iniciada pelo
aprendiz de qualquer idade parecem estratégias adequadas no potencial do
ser humano para descobrir, relacionar e buscar soluções. (KISHIMOTO,
2010, p. 151).

Estudiosos em educação infantil como professores, pedagogos e pediatras


ressaltaram a importância do brincar para o desenvolvimento saudável das crianças.
E é através das brincadeiras e dos brinquedos que a criança descobre o mundo,
relacionando-se com outras crianças, prepara-se para a vida e mantém-se saudável.
Mas para que se tenha uma ideia da importância do ato de brincar na construção do
conhecimento é preciso que se observe uma criança brincando, e o prazer que este
brincar proporciona a esta criança.

3. METODOLOGIA

A Metodologia utilizada na pesquisa será de caráter bibliográfico que se


realizarão em livros, manuais como os PCNs e sites científicos que enfocam a
prática de leitura e da escrita na escola. Este estudo discute a importância do
processo de letramento na vida escolar e social do aluno. Portanto, este estudo
esteve focado nas discussões teóricas acerca das práticas pedagógicas de leitura e
escrita no ensino fundamental nos anos iniciais, com o intuito de refletir acerca das
práticas de letramento no ambiente educacional no qual os alunos estão inseridos.
Vergara define pesquisa bibliográfica como: “A pesquisa bibliográfica é o
estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.
(VERGARA, 2005, p. 48).”

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através do desenvolvimento deste trabalho observou-se que é brincando, que


a criança manifesta-se e se apropria de linguagens simbólicas diversas. Ela confere
significados à sua realidade por meio da imaginação e da fantasia.
Desse modo, estabelece relações e aprende sobre os papéis sociais do mundo em
que está inserida. Além disso, desenvolve a capacidade de realizar ações conjuntas
com outras crianças, de expressar ideias e opiniões, controlar e ajustar o próprio
comportamento com o das demais crianças.
Desde que nascem as crianças se movimentam e, progressivamente,
apropriam-se de possibilidades corporais para a interação com o mundo. Por meio
do movimento, aprendem sobre si mesmas, relacionam-se com o outro e com os
objetos, desenvolvem suas capacidades e aprendem habilidades. O movimento
corporal se apresenta na Educação Infantil como uma linguagem, pois toda a
movimentação da criança tem um significado e uma intenção.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho de conclusão de curso tem como conclusão que o brincar


na infância é de extrema relevância para o desenvolvimento integral da criança e
tornou-se um elemento de muita importância para o relacionamento das crianças
com as outras pessoas que estão a sua volta.
Percebeu-se que por meio das brincadeiras, a criança pode estabelecer uma
relação onde conseguiu extravasar as suas emoções, suas tristezas, angústias,
alegrias, tristezas, entusiasmos, agressividades, a sua passividade, envolvendo-se
de uma forma que possibilitou auxiliar e prevenir os problemas de ensino-
aprendizagem tornando-se a criança socializada.
O brincar quando é utilizado na aprendizagem como uma ferramenta, deve
ser encarado de forma séria, competente e responsável para educadores nas
intervenções de problemas de aprendizagem. A brincadeira utilizada de maneira
correta poderá oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de
aprendizagens em múltiplos aspectos. Sob a perspectiva e a experiência do
educador, o brincar tem uma grande importância na aprendizagem, e vem
favorecendo de forma eficaz o pleno desenvolvimento da criatividade e a imaginação
das crianças, cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a
criança.
Torna-se muito importante o brincar na fase infantil, e destaca-se para nos
revelar que os esquemas que a criança utiliza para organizar as brincadeiras, os
jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como o conhecimento.
Nessa perspectiva, podemos concluir que é fundamental esse entendimento a
fim de que o educador possa identificar e intervir positivamente nas dificuldades da
criança.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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