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ROSA MARIA SANTOS DA SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO LÚDICO.

ARACAJU
2022
EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO LÚDICO.

ROSA MARIA SANTOS DA SILVA

Artigo apresentado à Faculdade Jardins


como avaliação final da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
do curso de Licenciatura em Pedagogia.

Orientador: Professor Me. Marcela Santos


de Almeida

ARACAJU
2022
EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO LÚDICO.

ROSA MARIA SATOS DA SILVA*


MARCELA SANTOS DE ALMEIDA**

RESUMO

O objeto de estudo em questão apresenta como temática a relevância da aplicação de atividades


lúdicas no Ensino Infantil, evidenciando socializar as crianças desde o processo de aprendizado por
meio de brincadeiras, jogos e entre outros recursos. Esta pesquisa é de caráter bibliográfico por meio
da metodologia descritiva e exploratória fundamentada no estudo de artigos científicos que
demonstram a importância do lúdico na educação infantil, construindo pontes interativas entre os
pedagogos e seus discentes, rompendo as barreiras que limitam a educação como o fator
escolarização, auxiliando a criança na formação cidadã e na tomada de consciência de si mesma,
bem como do seu papel no seio familiar e na comunidade. O objetivo principal deste é destacar o
desenvolvimento da criança a partir da inserção de ferramentas lúdicas para a edificação do
conhecimento através de uma linguagem natural, envolvendo-a na troca de informações e tornando-a
pertencente daquela realidade, promovendo assim o seu processo de amadurecimento. Logo,
distrair-se na Educação Infantil, é de suma importância, pois ao tempo em que se brinca, também se
proporciona o progresso cognitivo da criança.

Palavras-chave: Criança. Ensino. Lúdico. Pedagogia.

ABSTRACT

The object of study in question presents as a theme the relevance of the application of ludic activities
in Early Childhood Education, showing the socialization of children from the learning process through
games, games and other resources. This research is bibliographic in nature through descriptive and
exploratory methodology based on the study of scientific articles that demonstrate the importance of
play in early childhood education, building interactive bridges between pedagogues and their students,
breaking the barriers that limit education as a schooling factor , helping children to become citizens
and to become aware of themselves, as well as their role within the family and in the community. The
main objective of this is to highlight the development of the child from the insertion of playful tools for
the construction of knowledge through a natural language, involving them in the exchange of
information and making them belong to that reality, thus promoting their maturation process.
Therefore, being distracted in Early Childhood Education is of paramount importance, because while
playing, the child's cognitive progress is also provided.
.

Keywords: Child. Teaching. Ludic. Pedagogy.

*
Graduanda em Licenciatura em Pedagogia.
**
Professora Orientadora Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.
4

1 INTRODUÇÃO

O aprendizado é um fator latente na vida do ser humano, independente da


fase da vida, o despertar para o conhecimento seja ele intuitivo ou motivado sempre
ocorrerá, em virtude da descoberta de novas coisas a partir do contato com seus
semelhantes e o meio em que vive. Nasceram programados para aprender e
aprimorar conhecimentos do simples ao complexo, assegurando sua sobrevivência e
interação social crítica, participativa e criativa, por meio da educação.
A educação é uma ação simultânea entre pessoas que divergem entre si em
pensamentos, porém comungam do mesmo saber. E essa interação é construída
desde a infância e por diversas vezes ela se dá por meio da brincadeira, onde as
crianças têm o seu networking estruturado na troca com outros indivíduos de forma
interativa. É através da brincadeira que a criança manifesta seu sentimento de
satisfação e atendimento das suas necessidades e desejos, explorando o novo
mundo de oportunidades e construindo o seu leque de conteúdos mentais, as
chamadas memórias afetivas.
Partindo desta premissa, entende-se que por meio da brincadeira a criança
organiza, constrói e desconstrói a sua realidade. Sendo assim, o lúdico, aplicado a
construção do saber infantil, trona-se cada vez mais eficaz no envolvimento do aluno
nas atividades escolares, oportunizando ao educador, promover o conhecimento
alicerçado em projetos educativos que aperfeiçoem o aprendizado.
O lúdico na educação infantil, tem por objetivo aprimorar a compreensão do
discernimento e clareza do ensino na base, permitindo gerar cidadãos conscientes
do seu papel na sociedade.

[...] A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre


como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se
redefine na elaboração constante do pensamento individual em
permutações constantes com o pensamento coletivo. [...] (ALMEIDA, 1995,
p.11)

Consequentemente, é de precípuo importância o uso de brincadeiras como


metodologia pedagógica, pois os conteúdos podem ser transmitidos através de
lúdicas que permitam as crianças a construção do sentimento de pertencimento do
saber e da consciência criativa.
5

Este artigo, evidencia lúdico, como ferramenta primordial do desenvolvimento


infantil e como uma metodologia educativa que possibilita uma vida mais leve e
cheia de significados, pautada num processo de ensino particular e poderoso no
estímulo social, bem como um fator enriquecedor da criança.
Educadores apontam o lúdico no Ensino Infantil como o universo acadêmico
das crianças. No entanto, antes deste universo ser uma realidade no Brasil, é
preciso realizar uma retrospectiva histórica do mesmo e dos avanços de uma
educação infantil contínua. A mecânica do aprendizado historicamente abrange uma
educação básica, cujo primórdios limitava-se aos cuidados básicos de higienização,
em seguida a manutenção desses cuidados, e bem mais tarde, o direito de
aprendizagem. Logo depois ocorreu a separação dos ambientes educacionais,
chegando à compreensão da importância da brincadeira na formação humana,
especificamente no período infantil, conhecendo-a como ser autônomo, criativo e
singular.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O recreativo possibilita a evolução global do desenvolvimento e uma


visibilidade real do mundo, através do estímulo da criatividade da criança motivando
o senso crítico e transformação da realidade. Quando aplicado com eficiência, o
lúdico, evidencia o ensino em qualificação, redefinindo valores e aprimorando o
relacionamento em sociedade.
Conforme Andrade (2018), à proporção em que a criança é submetida a
constantes estímulos de pressão advindas das atividades escolares no tocante a
aquisição de informações, é facultativa a perda de habilidades adquiridas com as
atividades lúdicas e isto interferi ou retrocede o seu desenvolvimento psicomotor e
intelectual e, ainda, a eficácia das informações.
As atividades envolvendo brincadeiras e jogos se destacam por suas
qualidades intrínsecas no processo de socialização infantil. As expressões primárias
de sentimentos e emoções na faixa etária infantil se dão por meio das brincadeiras.
Elas permitem que a criança se relacione dentro e fora do seu lar conectando-se
com a realidade. A brincadeira representa um papel essencial na edificação do
pensamento infantil promovendo-a o sentimento de prazer, além de aguçar as
experiências corporais e sensoriais.
6

Para Brandão e Fernandes (2021), nesta conjuntura é preciso ressaltar a


importância de ordenar o brincar na instrução infantil, pois o mesmo requer um
planejamento que permita a criança a oportunidade de selecionar entre os jogos,
brinquedos e acessórios. Em complementação a este processo deverá ter um
professor com sensibilidade para observar o local onde a criança brinca, a forma
como se movimenta, se relaciona, sendo assim o autor volta a afirmara eu a
ludicidade tem um dos principais papeis na educação infantil.
Autores indicam que a frequente aplicação do lúdico na infância promove o
progresso infantil , além de trazer para a educação o “brincar didático” aproximação
do desenvolvimento das psicomotricidades infantis e jogos pedagógicos de maneira
a tornar a didática do brincar ferramenta de transformação da criança por meio da
brincadeira.
Para Silva e Oliveira (2012, P. 162):

As atividades lúdicas despertam os interesses dos sujeitos, estimulando sua


curiosidade e a criatividade. Isto acontece devido ao fato de que a
brincadeira sempre parte da realidade, por isso é criadora e vivencial.
(SILVA E OLIVEIRA ,2012, p. 162).

O mundo do faz de conta e os permitem a criança extrapolar os limites da


rotina lançando-a ao que se espera da sociedade.

2.1 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO


INFANTIL DA CRIANÇA

Atualmente, tornou-se mais simples apreciar a melhor brincadeira como


suporte didático para o ministrar de aulas na alfabetização infantil, mas nos
primórdios essa prática não era bem vista. O avanço tecnológico facilita o acesso a
brincadeiras mais interessantes e até mesmo sem custo.
As atividades lúdicas nos dias de hoje são atividades abundantemente
empregues pelos educadores (as) nas classes. Tais recursos retratam bem mais do
que um período lúdico, é um momento que oportuniza degustar novas superando
desafios.
O contato com as brincadeiras faz com que as crianças expressem seus
sentimentos e também aprendam sobre a existência das regras e sobre a
7

importância de respeitá-las, entendendo a posição e o papel do outro nas relações


diárias. Essa prática permite ao Educador trabalhar os aspectos concretos e
abstratos da vida através de jogos e brincadeiras contribuindo para um aprendizado
ainda mais valoroso.
Segundo Kishimoto (1998), brinquedo é “o suporte da brincadeira, quer
seja concreto ou ideológico, idealizado ou simplesmente utilizado como tal”, ou
seja, o brinquedo aqui é definido como um objeto industrializado ou não, servindo
como auxílio para que a brincadeira aconteça.
Frequentemente confundido com o jogo, o brinquedo, seria a ferramenta da
brincadeira, já o jogo, seria a ação de jogar; este possui regras estruturas para ser
executado. No entanto, brincadeiras, jogos e brinquedos têm definições
dissemelhantes, ainda que no dicionário as definições sejam parecidas, todavia
estudiosos defendam a ideia de que as concepções não devam ser utilizadas como
sinônimo.

O brincar é uma ação livre da criança, pode acontecer a qualquer


hora e em qualquer lugar, é uma rotina na vida desse sujeito. É através do
brincar que a criança se expressa, aprende e se desenvolve. É brincando
que ela satisfaz as necessidades que surgem no seu cotidiano, para ela
as atividades com brincadeiras, além de serem muito prazerosas, é a
forma no qual ela se expressa, como ela ordena seus pensamentos,
organiza e desorganiza, constrói e reconstrói seu mundo. (KISHIMOTO,)

Deste modo, o brincar, é uma ferramenta de interação social infantil, onde a


presença do universo imaginativo representa o espectro cotidiano da vida de uma
criança que pode ser incutido também no contexto educativo, no qual
jogos/brincadeiras permitem a criança criar experimentando novas possibilidades
através da descoberta, vivendo o impossível e tornando-o real.
O brincar é um instrumento que comprova o princípio da persona individual
por meio de atitudes e comportamentos, pois o convívio com atividades lúdicas,
apropria-se de categorias que originam forças interiores para lhe dá com
experiências exteriores, possibilitando amadurecer o sistema psíquico e a ampliação
da capacidade de entender a realidade. As atividades lúdicas corroboram para a
construção imperativa da composição psíquica infantil, harmonizando a sua
evolução cognitiva, como também afetiva, incentivando a rapidez no raciocínio na
resolução de desafios e dificuldades. A resolução de problemas reivindica hábitos do
8

indivíduo requer esforço e dedicação, além da compreensão do universo consciente


real e contraditório que faz alusão aos anseios e expectativas do mesmo.
No tocante ao ponto de vista pedagógico, o brincar realizado por meio de
brincadeiras, segundo Vygotsky (1998), carrega vantagens cognitivas, sociais, ao
passo que, ela se conduz além do comportamento costumeiro da sua idade, ou seja,
o brincar também é um procedimento psicológico, pois ele contorna complexos
modos de articulação entre o existente e o novo, entre a memória, experimentação,
a expectativa e a realidade.
Brincar e jogar fora do contexto educacional é diferente, pois na escola existe
um propósito, onde a brincadeira é direcionada a aprendizagem da criança e
também dos professores e educadores possibilitando a criação do senso de
maturidade para com as atitudes e manifestações oriundas da ação de jogar. A
análise do desenvolvimento infantil no processo da brincadeira, ao qual este estudo
se refere, destacada três importantes particularidades como: o egocentrismo, a
centralização e o animismo. Tais etapas estabelecem a prosperidade de uma
criança onde o egocentrismo manifesta atitudes voltadas ao próprio interesse, tendo
a criança como centro da realidade. Na etapa da centralização, a criança assume o
papel principal da cena, tendo-se como fator principal e originário da situação. e por
fim, o animismo, onde a criança, aprende a dar vida ao imaginário, promovendo a
concepção de existência ao inanimada, a exemplo de conversar com brinquedos,
amigos imaginários interagindo nas brincadeiras e entre outros.
O desenrolar dessas fases é classificado como complexo, em virtude de que
nesta fase a criança interatua com seu colegas fortalecendo suas habilidades
físicas, motoras e intelectuais aprendendo a discernir entre o certo e o errado.

2.2 O LÚDICO NO PROCESSO DE LETRAMENTO DE CRIANÇAS

Nos dias atuais, considerado um assunto de grande relevância, a


alfabetização infantil, promove particularidades do conhecimento capazes de
provocar mudanças e evoluções por meio da tecnologia e de suas modernidades
destacando-se na educação infantil como genitora do cuidar e do educar na
viabilização de uma alfabetização eficaz.
Além da alfabetização como recurso de aprendizagem para as crianças no
desenvolvimento da escrita e da leitura, outro instrumento educacional se desponta
9

na evolução deste, pois possibilita a criança à capacidade de exercer hábitos sociais


que desenvolva a escrita e a leitura, sendo ele o letramento. Conforme Soares
(2004) a origem do Letramento se deu em:

Decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e


práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio
do sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita
perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização. Esses
comportamentos e práticas sociais de leitura e de escrita foram adquirindo
visibilidade e importância à medida que a vida social e as atividades
profissionais tornaram-se cada vez mais centradas na e dependentes da
língua escrita, revelando a insuficiência de apenas alfabetizar – no sentido
tradicional – a criança ou o adulto. (SOARES, 2004, p.96)

Partindo do princípio do contexto anterior, verifica-se o surgimento de uma


desorganização dos conceitos de letramento e alfabetização, onde na verdade
ambos são intrínsecos e mútuos, pois para que haja o desenrolar da alfabetização é
essencial desempenhar na prática as noções de leitura e escrita social, trilhando um
caminho evolutivo dos problemas oriundos da escolarização, onde não se consegue
na prática discernir se o melhor caminho é letrar alfabetizando ou alfabetizar
letrando.
Para Espinosa e Silva (2015), por meio de uma pesquisa qualitativa é
possível analisar a aplicação dos eventos de letramento nas escola, principalmente
na conjuntura da Educação Infantil. As autoras afirmam que a partir do nascimento
de uma criança é possível momento em que desde que nasce a criança vivencia
práticas de letramento em seu dia a dia pelo convívio com outras pessoas, pois
interagem com práticas sociais de leitura e escrita. Elas ressaltam que quando o
letramento colocado em prática no ambiente escolar muito contribui para que a
criança desenvolva concepções de leitura e escrita e suas aplicações; sendo para
elas o Letramento e Alfabetização práticas indissociáveis.
Conforme Espinosa e Silva (2015, p.10), o “letramento dirige-se para além
das capacidades de codificar ou de decodificar, compreende o desempenho dessas
práticas, além de buscar tratar as possíveis adversidades no uso da leitura e da
escrita no dia a dia”.
Ao interpelar o campo da escuta, do pensamento e da fala, a Base Nacional
Comum Curricular – BNCC, fortalece o desenvolvimento das experiências com a
exteriorização dos sentimentos no tocante a compreensão exercida pela criança no
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processo gradativo das emoções potencializando a participação da mesma no meio


sociocultural
Segundo a BNCC:

[...] o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a
familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação
entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as
formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos
escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobrea escrita que se
revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão
conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já
indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da
língua. (BRASIL,2017, p. 42)

Contudo Brakling (2004), fala da leitura como dispositivo de estímulo da


cooperação social e de dinâmica cidadã. Segundo a autora, o “leitor competente” é o
que alcança a leitura e a escrita em momentos distintos da comunicação
possibilitando a construção e reconstrução da consciência. Esse processo é
complexo e gradual, onde apresenta a evolução da criança/leitor na proporção que
vão atinando as diretrizes da leitura e da interpretação.
De acordo com Faria e Kuhnen (2012) a metodologia de obtenção da
linguagem escrita deve acontecer de maneira considerável, lúdica e contextualizada,
pois a mesma se faz presente na vida da criança previamente a alfabetização. De
acordo com as autoras, a linguagem visual e oral é expressiva para a criança e
surpreendente na promoção do letramento.
Cordazzo e Vieira (2007) sugerem uma prática pedagógica que utilize a
brincadeira como recurso para promover aprendizagem. Dessa forma, para os
autores, utilizar o lúdico presente nas brincadeiras aproveitará a motivação interna
das crianças para transformar os conteúdos escolares mais atraentes e promover
aprendizagem.
No relacionamento entre o aprender e o lúdico, os jogos e as brincadeiras são
dispositivos capazes de serem indicadores de avaliação das aptidões dos alunos e
empregues norte no métodos de aprendizagens, tendo potencial para atuar na
recuperação de alunos que apontam fracasso escolar.
A narrativas de Silva (2016) sobre as atuações lúdicas deliberadas a
Educação Infantil põem visto a observação das competências relativas às práticas
sociais de letramento são assimiladas pelas por crianças. Este ato permite perceber
se as crianças iniciaram o ano letivo tímidas, inseguras, e/ou com sinais de ausência
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de comunicação. Nada obstante, após experimentarem, ao longo do ano, o contato


com diferentes atividades lúdicas, apresentaram-se mais confiantes. (SILVA, 2016,
p. 118).
A ludicidade por ser entendida por alguns pontos de vista, sendo ele: o
prazer de atuar livremente ; a preparação para a vida; o contato com representações
simbólicas; a possibilidade de repetir experiências.
Tais ângulos de visão tornam a ludicidade numa ferramenta plural, cuja
pluralidade possibilita contornar o indivíduo por completo. No entanto, para que o
lúdico localize-se nos limites da escola por entre brincadeira e jogos é indispensável
uma programação articulada visando a contextualização e intencionalidades
determinadas a coadjuvar o ensino e a aprendizagem não simplesmente como uma
forma de divertimento e preenchimento do tempo da criança no ambiente escolar.
Silva e Silva (2018) retratam uma coletânea de brincadeiras e jogos com o
intuito educativo surpreendente que possibilite a criança no ambiente escolar
diversas formas interativas como é o exemplo do “Sopa de letrinhas” que oportuniza
o emprego do letramento. Sopa de letrinhas é um jogo para ser trabalhado em um
ambiente espaçoso, onde o professor ou educador que o conduzirá, pronunciará o
nome de comidas aleatórias e as crianças deverão responder conforme o seu gosto.
Quando a comida favorecer o gosto alimentar da criança, a mesma deverá
responder com a expressão “EBA!”, quando o contrário, a criança deverá responder
“ECA!” e quando for dito “sopa de letrinhas” elas deverão correr até um ponto
marcado e a criança que o professor encostar primeiro será o próximo a dar os
comandos com nomes de alimentos.
O referido jogo oferta probabilidades de empregar oralmente as iniciais das
letras das comidas envolvendo as crianças de forma prazerosa estimulando-as a
imaginarem o um alimento do seu universo cotidiano.
Antunes (2017) declara que os jogos utilizados como um artifício didático
possibilita ensinar, aprimorar relações interpessoais e ainda provocar o sentimento
de prazer, alegria e motivação. Para o autor o papel do educador e sua sensatez
aplicadas no desenvolvimento sobre as regras do jogo que aplica:

Importante não é apenas conhecer jogos e aplicá-los, mas essencialmente


refletir sobre suas regras e, ao explicá-las, delas fazer ferramenta de afeto,
instrumento de ternura, processo de realização do eu pela efetiva
descoberta do outro. Um verdadeiro educador não entende as regras de um
jogo apenas como elementos que tornam possível, mas como verdadeira
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lição de ética e moral que, se bem trabalhadas, ensinarão a viver,


transformarão e, portanto, efetivamente educarão. (ANTUNES, 2017, p.10)

Antunes (2017) discorre sobre a importância da formação do aluno e sobre


como o professor poderá explorar e fazer uso dos jogos como recurso pedagógico:

Construir a historicidade, ampliando o vocabulário e fazendo-a pensar em


termos de passado, presente e futuro. Desenvolver seus pensamentos
lógicos, levando-a a associar quantidade e números e evoluindo pelo
domínio de conceitos como muito, pouco, grande, pequeno. Ampliar suas
linguagens, fazendo com que busque alternativas (frases, cores, figuras,
cantos, mímicas, colagens etc.) para expor seus pensamentos. Desafiando-
a a pensar propondo questões interrogativas que a façam falar sobre coisas
reais e imaginárias e, dessa forma, associar-se ao que convencionalmente
se considera “aprender”. Estimulando a capacidade de associação,
fazendo-a ligar figuras a sons, imagens a textos, músicas a palavras.
(ANTUNES, 2017, p.17 a 18)

Escola boa não é aquela que dispõe de inúmeros e caros brinquedos e jogos
educativos, mas sim, aquela que é comprometida com o seu papel de educar, com
educadores de excelência que possibilitem uma aprendizagem significativa;
transformando um jogo em uma “oportunidade de descoberta e exploração
imaginativa” (ANTUNES, 2017, p.23).
Por conseguinte, pretendendo superar os desafios propostos os desafios a
serem superados a fim de assegurar uma Educação Infantil de qualidade onde as
ações lúdicas mediadoras dos procedimentos de letramento social e a organização
do tempo e dos materiais, beneficiem a garantia das crianças a essa educação de
qualidade” (SILVA, 2016, p. 118)

3 METODOLOGIA

O referido artigo científico se baseia na pesquisa bibliográfica cujo dados


coletados foram retirados de plataformas acadêmicas, artigos publicados nos anos
compreendidos entre 2017 e 2022, mas com ganchos em autores de anos anteriores
que contribuíram com seu legado para a ampliação dos conhecimentos na área.
Conforme SOUZA et al (2021), a pesquisa bibliográfica tem como propósito o
aperfeiçoamento e progressão da informação por meio da averiguação científica,
através da releitura das obras publicadas, sob a ótica e análise do pesquisador, de
forma a analisar qualitativamente a ideia expressa por elas.
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A pesquisa bibliográfica está introduzida no meio acadêmico e tem o objetivo


de aprimorar e atualizar o conhecimento, por meio de uma investigação.
Andrade (2010, p. 25) diz que:

A pesquisa bibliográfica é uma competência fundamental nos


cursos de graduação, uma vez que estabelece o primeiro
passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de
laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa
bibliográfica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos
críticos, monográficas não dispensam a pesquisa bibliográfica.
Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação
do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do
assunto, nas citações, na apresentação das conclusões.
Portanto, se é verdade que nem todos os alunos realizarão
pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos verdadeiro
que todos, sem exceção, para elaborar os diversos trabalhos
solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas
(ANDRADE, 2010, p.25).

Este estudo objetiva verificar os aportes das atribuições lúdicas na Educação


Infantil, demonstrando a importância do alargamento dessas práticas na infância,
bem como salientar aos docentes, futuros docentes e a sociedade como as
brincadeiras propiciam a constituição de um participativo, crítico e reflexivo.
O despertar para o tema se deu a partir do ingresso na área da Pedagogia,
pois a entrada no universo Educação Infantil atinou a percepção para o
desenvolvimento das propostas do lúdico como forma de superar as expectativas
dos estudantes e suas famílias, contemplando todo e qualquer conhecimento
exposto em sala de aula.

4 CONCLUSÃO

Essencial para a evolução do aprendizado e desenvolvimento infantil, a


brincadeira, representa expressividade de sentimentos, socialização, descoberta do
novo, liberdade de expressão. Ela é o combustível que mantém acesa a chama da
imaginação tornando-a parceira fundamental da criança, pois é uma ação intrínseca
a vida de uma criança.
Sendo assim, atualmente, as atividades lúdicas são indispensáveis a
aprendizagem infantil, pois, o brincar, para as crianças não pode ser encarado tão
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somente como distração ou diversão, mas também como algo sério, tal como o labor
adulto. Para as crianças, a brincadeira, possui um significado bem mais amplo do
que se pode imaginar, visto que, os jogos e os brinquedos são instrumentos
essenciais para o progresso infantil. Brincar é inerente a essência humana e negá-lo
é impossibilitar a execução de uma educação que reconheça o ser humano por
completo.
Em virtude dos fatos mencionados, conclui-se que o contato de uma criança
com o universo lúdico abre um campo de interação mais amplo com a linguagem
possibilitando a mesma, ser um sujeito ativo, melhorando suas relações em
sociedade independente da faixa etária.
Nesse contexto, os profissionais da educação, seja o professor, o pedagogo
ou até mesmo a equipe diretiva, precisam proporcionar ao seu aluno, o livre
pensamento, onde o mesmo se sinta capaz de brincar e aprender ao mesmo tempo,
desenvolvendo suas habilidades e superando desafios. Os docentes devem
compreender a importância de incutir atividades lúdicas que promovam a evolução
do raciocínio.
Em síntese, o professor precisa ter a sensibilidade de identificar, valorizar e
respeitar as descobertas do aluno, motivando-o a cada etapa do aperfeiçoamento.
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