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A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SOUZA, Marilise Duarte de1


RU 1021132
DOMINSCHEK, Desiré Luciane2

RESUMO

O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa bibliográfica que conduz ao estudo


teórico. O tema abordou a importância da brincadeira no desenvolvimento e aprendizagem
na educação infantil, uma vez que os jogos e brincadeiras, são excelentes oportunidades
de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente constituído, já que o lúdico é
eminentemente cultural. Nesse sentido, esse trabalho tem como principal objetivo repensar
sobre a prática pedagógica e como ocorre à aprendizagem por meio da ludicidade,
enfatizando a importância das brincadeiras, dos jogos, dos brinquedos e espaços lúdicos
para o desenvolvimento sociável e integral das crianças. Visto que houve um entendimento
de que brincar com meta pedagógica favorece o processo de ensino-aprendizagem e
tornam o sujeito formador de sua personalidade, bem como consciente de seu papel na
sociedade. Nesse sentido, esse trabalho tem como finalidade de compreender a inserção
da criança e das atividades lúdicas no contexto da educação infantil, buscando uma
inovação para a prática docente, bem como a capacitação das habilidades do educando.
Para tanto, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica que relatasse os assuntos pertinentes
para esse entendimento, levantando questões significativas sobre o lúdico, utilizando
alguns pensadores como Piaget, Kishimoto, Vygotsky entre outros. Foi realizada uma
pesquisa qualitativa por meio de observações dentro do ambiente escolar, com a finalidade
de adquirir informações sobre o assunto. Os resultados indicam que as atividades lúdicas
são relevantes e necessárias dentro da sala de aula. Elas estimulam e auxiliam na
construção de conhecimento e contribuem no desenvolvimento de cada criança.

Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Educação infantil.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo de caráter bibliográfico se justifica por incitar uma reflexão a


respeito do lúdico no processo de desenvolvimento na Educação Infantil, pois são através
das brincadeiras, jogos, brinquedos e espaços lúdicos que as crianças ampliam suas
habilidades e capacidades motoras, ou seja, é brincando que a criança aprende.

1
Aluna do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de
Conclusão de Curso. 2014/02.
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Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.

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O objetivo geral foi analisar e compreender a importância que o brincar tem na
Educação Infantil, seja através da análise de jogos, brincadeiras, espaços lúdicos ou
práticas pedagógicas que iniciam os processos de aprendizagens, uma vez que é
fundamental, nessa fase, desenvolver aspectos significativos, que são imprescindíveis para
a formação do sujeito.
Os objetivos específicos delimitaram-se em descobrir a necessidade de aprender
através de atividades lúdicas; compreender o valor da brincadeira dentro do processo de
ensino-aprendizagem; investigar o interesse do educador na busca de atividades
coerentes; analisar a metodologia aplicada, repensando a prática docente; compreender a
importância da aprendizagem por meio do brincar; refletir como acontece o processo
educativo através do brincar, e assim sendo permite-se pensar que o lúdico também é uma
forma contínua de socializar o indivíduo no meio, indicando que ao trabalhar usando esse
método, fica mais agradável e prazerosa para a criança e não se deixa de lado a grande
importância dos conteúdos programados para cada faixa etária.
Os jogos ajudam a criar um entusiasmo sobre o conteúdo a ser trabalhado a fim de
considerar os interesses e as motivações dos educandos em expressar-se, agir e interagir
nas atividades lúdicas realizadas na sala de aula. O desenvolvimento dessa prática através
das brincadeiras visa instigar os professores que estão desmotivados e desanimados com
a forma de ensino proposto.
Foi possível refletir sobre a reponsabilidade que a escola possui para criar
metodologias adequadas para desenvolver coerentemente o que se pede. Mas é preciso
repensar sobre a prática pedagógica, analisando qual é o melhor caminho para resgatar o
educando, mostrando novas formas de criar, imaginar, interagir, porém isso só ocorre se o
professor instigar seu aluno.
O problema da pesquisa desencadeou por meio das observações realizadas no
ambiente escolar em que foi possível observar a necessidade de enfatizar o brincar como
atividade principal no processo de desenvolvimento da criança.
O presente artigo é de extrema importância para a prática pedagógica executada na
educação infantil, mostrando que é possível aprender brincando. Assim entendemos que o
brincar deve estar presente na vida ativa da criança, podendo ser expressa de qualquer
maneira, imaginando, criando, inventando e explorando o que há em sua volta.
Nesta perspectiva entende-se que a criança possui seus direitos perante a educação
escolar, e assim é dever da escola juntamente com equipe de professores construírem
atividades adequadas para formar sujeitos que possa contribuir para a sociedade. Assim é

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preciso refletir sobre a metodologia aplicada, repensando que é possível aprender
brincando.

2 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com Costa (2005, p. 45), a palavra lúdico vem do latim “ludos” e significa
brincar. Nesse brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e a palavra é
relativa também daquele que joga que brinca e que se diverte. Os jogos e as brincadeiras,
segundo Oliveira (1985, p. 74) é um recurso metodológico capaz de proporcionar uma
aprendizagem espontânea e natural.
É de grande importância o brincar para o desenvolvimento psicológico, social da
criança, pois é através das brincadeiras que a criança consegue expressar seus
sentimentos em relação ao mundo em que vive.
As atividades lúdicas preparam a criança para o desempenho de papéis sociais,
para a compreensão do funcionamento do mundo, para demonstrar e vivenciar emoções.
Quanto mais a criança brinca, mais ela se desenvolve sobre os mais variados aspectos,
desde os afetivo-emocionais, motor, cognitivo, até o corporal.
Segundo Vygotsky (1998), a criança vivencia a experiência no brinquedo como se
ela brincar torna-se realidade, um fator de grande importância no seu desenvolvimento.
Brincando a criança elabora hipóteses para a resolução dos problemas e toma atitudes
além do comportamento habitual de sua idade. Da mesma forma, a curiosidade é uma
característica da criança que deve ser estimulada.
Para Piaget (1976, p. 160), o que marca o período pré-operatório da criança é a
emergência da linguagem, ela é considerada como uma condição necessária, mas não
suficiente ao desenvolvimento da criança. Para o autor jogos são essenciais na vida do
aluno, “a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança e
enriquecem o desenvolvimento intelectual”.

O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor


e de simbolismo, uma assimilação do real à atividades próprias, fornecendo a esta
seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades
múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem
todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando,

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elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem
exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, 1976, p. 160).
Os jogos e as brincadeiras oportunizam a criança a desenvolver o cognitivo e o
intelectual e pode proporcionar o desenvolvimento das suas habilidades. Brincando a
criança experimenta, descobre, inventa, aprende a expressa seus medos e conflitos e
desenvolvendo sua linguagem, ao se comunicar com outras crianças. Além de estimular a
curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento do
pensamento, da concentração e atenção. A utilização de brincadeiras e jogos na fase pré-
operatório da criança faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os
desafios que lhe surgirem. É através da brincadeira e jogos que a criança vive e reconhece
a sua realidade. Tudo gira em torno da cultura lúdica, pois a brincadeira torna-se possível
quando apodera dos elementos da cultura para internalizá-los e criar uma situação
imaginária de reprodução da realidade.
No momento da brincadeira que a criança consegue adquirir conhecimento, superar
limitações e desenvolver-se com indivíduo. Como imaginação, apresentação, simulação, as
atividades com jogos são consideradas como estratégia didática, que se torna facilitadora
da aprendizagem, quando as situações são planejadas e orientadas por profissionais ou
adultos, visando aprender, isto é, proporcionar à criança na construção do conhecimento
inovador, em relação ao desenvolvimento das habilidades.
Segundo Kishimoto (1996), diferente do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima
com a criança em indeterminação ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras ao
realizar uma brincadeira. Pois os brinquedos auxiliam na representação da realidade, como
por exemplo, a boneca que pode ser usada na brincadeira de “mamãe” e “filhinha”, o que
não acontece com jogos, pois as habilidades para com o jogo dependem da estrutura do
objeto, que este pode ser manipulado segundo suas regras.
O brinquedo assume a função lúdica enquanto propicia diversão e prazer, e quanto
a sua função educativa, o brinquedo produz a apreensão do mundo, completando o sujeito
em seu saber e conhecimento. Afirma que:

Construindo, transformando e destruindo a criança expressa seu imaginário, seus


problemas e permite aos terapeutas o diagnóstico de dificuldades de adaptação,
bem como a educadores o estímulo da imaginação infantil e o desenvolvimento
afetivo e intelectual. (KISHIMOTO, 2006, p.40)

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A importância das construções está no fato de que é desse modo que a criança
revela suas relações, daí a importância da fala e da ação, assim como os temas são
abordados e como o mundo real contribui nessas construções.
É através do brinquedo que a criança aprende a reproduzir o seu cotidiano, a
natureza e as relações sociais, por isso pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é
que através dele, a criança possa substituir objetos reais e manipulá-los de acordo com sua
imaginação, ou seja, possa criar algo significativo.
Conforme a teoria de Vygotsky pode-se afirmar que o brinquedo e a brincadeira
criam uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança, que é a distância entre o nível
atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente
um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de
um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz. A zona
de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo,
já a proximal, só é atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que
já tenham adquirido esse conhecimento.
A criança constrói informações através do brincar, ela é educada e organiza seu
cotidiano no enfoque de brincadeiras, assim ela interage de maneira criativa e lúdica na
construção do aprendizado. Através do brincar a criança forma conceito, relaciona ideias,
estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral, corporal e constrói seu próprio
conhecimento. É interessante também que a educação se desenvolva de forma prazerosa
através do brinquedo como um ato educativo. Pois os tipos de brinquedos utilizados pelas
crianças auxiliam construir novos conhecimentos e no entendimento do mundo.
A compreensão do brincar é absolutamente positiva, pois garante à criança na
elaboração de apropriar-se de experiências lúdicas. Na educação infantil garante o espaço
do brincar, envolvem as crianças em uma aprendizagem atrelada às ideias das
brincadeiras.
Grande parte das crianças gosta de cantigas de roda e de brincadeiras cantadas,
mas, infelizmente, as gerações atuais estão perdendo o gosto por estas, por isso há
também uma necessidade de resgatá-las como forma de valorizar nossa cultura e
proporcionar às crianças da nossa geração o desenvolvimento da brincadeira como algo
prazeroso e que possibilita o desenvolvimento.
Através desta pesquisa a arte de aprender através do brincar na educação infantil.
Tem como objetivo demonstrar que o brinquedo e a brincadeira e jogos na educação
infantil é um aspecto muito importante na interação da criança com o objeto, o adulto com o

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outro e no espaço em que esteja inserido. É um momento de motivação e socialização da
criança. Elas aprendem a lidar com os sentimentos, interagir, resolver conflitos e
desenvolver a imaginação e criatividade para resolver diversa situação.
Para Piaget, o jogo era visto como parte da infância e do universo da criança. Não
elaborou uma teoria do jogo mas desenvolveu uma concepção da infância observando o
comportamento lúdico infantil. Ele prioriza o caráter construtivo, as construções realizadas
pelo ser humano.
Segundo Vygotsky a criança ao brincar cria uma situação imaginária onde existem,
regras de comportamento que são representadas na brincadeira. Para ele o conhecimento
é construído a partir de interações com os outros e com o meio social e cultural. A
linguagem é fator decisivo na estrutura do pensamento, e, é ferramenta básica para a
construção de conhecimentos.
A ludicidade segundo Kishimoto (1993) está associada com o brincar, pois o lúdico é
uma ação transformadora que é executada por meio de brinquedos, jogos, brincadeiras,
isto é, por meio do brincar. Dessa maneira completa:

Brincar é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da identidade e da


autonomia. Desde muito cedo as crianças se comunicam por gestos, sons, e mais
tarde a imaginação. Podemos dizer que brincar é uma atividade natural, espontânea
e necessária para sua formação (KISHIMOTO, 1993, P.95).

Como afirma Almeida:

A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um


guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e
que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-
lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor.
(ALMEIDA, 1987, p.195)

Conforme os autores analisados, conclui-se que os jogos e brincadeiras devem ter


um espaço privilegiado na escola, assumindo-se que jogar e aprender é uma combinação
possível.
A educação infantil é o período de começo para a criança, de inserção no mundo do
aprendizado, é na educação infantil que a criança inicia o prazer pelo aprender, e é por
isso que os docentes devem-se conscientizar da necessidade de um ensino de qualidade
nessa fase da vida dos alunos.

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Para Manrique, citado por Cuberes:

Acredito firmemente que nestes primeiros anos do sistema educacional é que é


possível começar a dar respostas pedagógicas de quantidade que assegurem
oportunidade mais justas para o desenvolvimento e a aprendizagem de todas as
crianças. (CUBERES, 1997, p.60)

Assim é na educação infantil que a criança inicia o seu desenvolvimento e


aprendizado e consequentemente neste período o professor deve dar mais atenção aos
seus alunos. A necessidade que existe das relações entre professor-aluno, os aspectos
emocionais, as manifestações em sala de aula e as diversas formas de comunicação
devem ser identificadas como aspectos básicos para o processo da construção da
aprendizagem e ainda, da condição de organização do trabalho do professor.
A afetividade é um conhecimento construído através da vivência conforme afirma
Leite:

A sala de aula é um espaço onde professores e alunos convivem diariamente, onde


o sujeito aprende e se envolve ativamente no processo de ensino-aprendizagem por
meio das interações sociais que mantém com os outros e com os objetos do
conhecimento. No entanto, o sucesso dessa construção vai depender basicamente
da qualidade dessas relações. (LEITE, 2006, p.62)

Tendo como objetivo principal estudar a importância da afetividade docente para o melhor
aprendizado da criança, deve se ter em mente a afetividade no ambiente escolar como um todo.
Embora saibamos que a escola é um local onde o que se tem maior preocupação é
com a busca com o processo de produção e transmissão do conhecimento, pode-se de
acordo com Almeida verificar que: (...) as relações afetivas se evidenciam, pois, a
transmissão do conhecimento implica, necessariamente, uma interação entre pessoas.
Portanto, na relação professor-aluno, uma relação de pessoa para pessoa, o afeto está
presente. (ALMEIDA (1999, p.107).

A escola exerce o papel de contribuir não só na aquisição de conhecimentos no


campo cognitivo, mas também na construção da personalidade. Vygostsky citado por
Oliveira defende que:

O pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações,


necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. Nesta esfera estaria à razão

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última do pensamento e, assim, uma compreensão completa do pensamento
humano só é possível quando se compreende sua base afetivo-volitiva. (OLIVEIRA,
1992, p.76)

É necessário que os docentes compreendam a importância dos conhecimentos


sociais já adquiridos pelas crianças e busquem utilizá-los em suas práticas. Freire nos fala
que isso também é questão de afetividade:

Educar exige respeito aos saberes dos educandos. Respeito é uma dimensão do
afeto. Em palavras mais simplificadas pensar certo exige respeito aos saberes com
os quais os educandos chegam na escola e também discutir com eles a razão
desses saberes em relação com o ensino de conteúdo. É valorizar e qualificar a
experiência dos educandos e aproveitar para discutir os problemas sociais e
ecológicos, a realidade concreta a que se deva associar a disciplina, estudar as
implicações sociais nefastas do descaso dos mandantes, a ética de classe embutida
nesse descaso. (FREIRE, 1999, p.33-34)

A escola deve buscar se organizar com professores especializados e dispostos,


sabendo que as crianças para alcançarem o desenvolvimento pleno de todo o seu
potencial, necessitam estabelecer relações com pessoas capazes de conhecer e
compreender acima de tudo suas características pessoais.
Segundo Saltini:

O professor (educador) obviamente precisa conhecer a criança. Mas deve conhecê-


la não apenas na sua estrutura biofisiologica e psicossocial, mas também na sua
interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sofre e
constantemente compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na
escola. (SALTINI, 1997, p.73)

Partindo desse pressuposto faz-se necessário salientar que as crianças no ambiente


escolar encontram-se dispostas a estabelecer uma relação de afeto com o professor.
Saltini (1997, p.89), entende que: “A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida
e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado”.
A escola deve se adaptar a conviver e saber lhe dar da melhor forma possível com
os diversos tipos de alunos existentes. O papel do professor em sala de aula é de suma
importância para resolver e entender alguns desafios.
O professor ao exercer sua prática docente, deve buscar realiza-la com carinho,
amor para não serem apenas simples transmissores de conteúdos em sala de aula.

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Assim podemos citar Marchand (1985, p.19), que diz que a instrução dada por um mestre
apresenta aspectos emotivos e afetivos que lhe conferem um feitio original e pessoal,
variando por outro lado com cada um das crianças que a recebe.
É necessário que exista por parte dos professores iniciativa de estimular seus alunos
com atitudes de afetividade, tendo em mente que uma turma e sempre diferente e que
nenhum aluno é igual ao outro.
A visão do educador para o educando é indispensável para o sucesso e a
construção da aprendizagem. Isto inclui dar credibilidade as suas opiniões, valorizar
sugestões, observar, acompanhar seu desenvolvimento e demonstrar acessibilidade,
estando disposto a diversas conversas. Tendo em mente tudo isso faz se necessário incluir
a afetividade docente como um meio primordial para se alcançar um melhor e maior
aprendizado da criança na educação infantil.
O tema parece bastante atual, mas é necessário, para que haja um aprofundamento,
buscando quais autores anteriormente já escreveram sobre o tema, sob quais pontos de
vista a ludicidade e educação podem ser estudadas. Alguns autores e estudiosos como,
por exemplo, Piaget e Vygotsky destacam a importância da ludicidade, salientando outros
aspectos do desenvolvimento favorecidos através dos jogos, como a vivência social e a
cooperação, o desenvolvimento intelectual, sensorial, criativo, artístico e afetivo.
Segundo Piaget:

O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela escola tradicional, dado o
fato de parecerem destituídas de significado funcional. Para a pedagogia correta, é
apenas um descanso ou o desgaste de um excedente de energia. Mas esta visão
simplista não explica nem a importância que as crianças atribuem aos jogos e muito
menos a forma constante de que se revestem os jogos infantis, simbolismo ou
ficção. (PIAGET, 1976, p.156).

Para Vygotsky (1987, p. 117), na brincadeira “a criança se comporta além do


comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo, é
como se ela fosse maior do que ela é na realidade”.
Os educadores devem trabalhar em conjunto com os aspectos lúdicos e aspectos
teóricos, práticos e problematizações reais e contextualizadas. Ensinar o que fosse preciso,
aplicável, usando a dinâmica de jogos e brincadeiras, que poderia estimular o

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desenvolvimento do raciocínio, além de estimulá-las com desafios. A ludicidade não pode
estar tão distante da sala de aula.
As crianças de três a seis anos de idade já possuem domínio da fala, possibilitando
uma maior utilização da oralidade em atividades escolares, sendo assim, é possível propor
atividades lúdicas que explorem atividades nas quais elas interajam entre elas, com jogos e
cantigas.
A ludicidade pode ser entendida e assumida enquanto fenômeno social produzida
historicamente e apropriada pelo homem, manifestando-se em um determinado tempo e
constituindo-se como um bem cultural. A escola deve estar preparada para a utilização da
ludicidade nos processos educativos que desenvolve em seu interior, apropriando-se e
incluindo algumas práticas em seu projeto didático- pedagógico. Com a experiência lúdica,
aprendemos e ensinamos muito mais do que regras, movimento e comportamento,
partilhamos significados, conceitos, preceitos, valores, estabelecemos relações.
Para tanto, no ambiente escolar a ludicidade contribui para o processo de
socialização dos alunos, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas,
além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o
desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.
Conforme Aguiar:

A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo


por isso, indispensável à pratica educativa. E, pelo fato de o jogo ser um meio tão
poderoso para a aprendizagem das crianças que em todo lugar onde se consegue
transformar em jogo a iniciação a leitura, ao cálculo ou à ortografia, observa-se que
as crianças se apaixonam por essas ocupações, geralmente tidas como maçante.
(AGUIAR, 1998, p.37)

Sob a forma de interação social os alunos trocam experiências, culturas e vivências


através da recreação, o lazer também é uma forma de promoção social, de valores éticos e
solidários. Portanto negar o papel pedagógico da recreação é limitar seu valor e abrir mão
de um valioso instrumento no processo de aprendizagem dos alunos.
As escolas ao proporcionarem atividades lúdicas ao aluno, aumenta o seu interesse
e participação nas aulas, tornando-a mais prazerosa. É possível perceber que a atividade
lúdica e o jogo intervêm no aprendizado dos alunos. O jogo é agradável, motivador e
enriquecedor, possibilitando o aprendizado de várias habilidades e também auxiliando no
desenvolvimento mental, na cognição e no raciocínio.

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Em todas as disciplinas ministradas é possível que a ludicidade seja utilizada como
instrumento para o ensino, trazendo bons resultados e mostrando-se como opção segura
para o planejamento das aulas.
Piaget em seu livro “O juízo moral da criança”, descreve, após estudos detalhados
sobre o comportamento das crianças em relação ao jogo de bolinhas de gude, e concluiu
que o comportamento das crianças em relação às regras pode ser classificado em quatro
estágios distintos, que variam de acordo com a idade.
Segundo Piaget, o primeiro estágio ocorre do nascimento até os dois anos de idade,
a criança não conhece as regras, ela tem dificuldade de praticar jogos com regras e
objetivos definidos.
Na abordagem de Piaget (1994, p.45), os jogos são entendidos como recursos
importantes, dos quais o sujeito faz uso em seu processo de desenvolvimento, facilitando a
organização de sua cognição e seu afeto, proporcionando a organização do seu mundo
interior na sua relação com o mundo exterior.
Além da técnica, os profissionais que atuam na educação infantil também podem
utilizar o “brinquedo educativo”, instrumento com várias finalidades pedagógicas e ampla
diversidade de tipos e modelos, sendo que muitos deles que comumente são utilizados nos
dias de hoje, também já foram utilizados em séculos passados.
Segundo Kishimoto:

O brinquedo educativo data dos tempos do Renascimento, mas ganha força com a
expansão da educação infantil, especialmente a partir deste século. Entendido como
recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo
materializa-se no quebra-cabeça, destinado a ensinar formas ou cores, nos
brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão do número e das operações
matemáticas, nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções de sequência, de
tamanho e de forma, nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu
um olhar para o desenvolvimento infantil e a materialização da função
psicopedagógica (KISHIMOTO, 2003, p. 37).

Embora a temática pareça atual vemos que autores de décadas passadas já


discutiam o tema e o relacionavam com a educação, portanto ludicidade já faz parte da
gama de métodos pedagógicos que são utilizados na educação infantil, tendo como
suporte a vasta bibliografia publicada e dirigida ao tema. Entretanto, é necessário que os
estudos sobre a ludicidade e a educação progridam cada vez mais, pois os métodos
educacionais, as escolas, os profissionais e principalmente os alunos serão amplamente
beneficiados com o avanço destes estudos.

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Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo vem ampliando
sua importância deixando de ser um simples divertimento e tornando-se ponte entre a
infância e a vida adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infantil transforma a criança,
graças à imaginação, os objetivos produzidos socialmente. Assim, seu uso é favorecido
pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a oportunidade de utilizar a criatividade, o
domínio de si, à firmação da personalidade, e o imprevisível.
De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica que tem
valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas vantagens para o
processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso natural da criança funcionando,
como um grande motivador, é através do jogo obtém prazer e realiza um esforço
espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o jogo mobiliza esquemas mentais, e
estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço, integra várias dimensões da
personalidade, afetiva, social, motora e cognitiva.
O desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem quando
participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para
resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que proponha
desafios em busca de uma solução e de participação coletiva, o papel do educador neste
caso será de incentivador da atividade. A intervenção do professor é necessária e
conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da interação social, ser
indispensável para o desenvolvimento do conhecimento.
É impossível realizar uma pesquisa sem o apoio de teorias embasadas sobre o
assunto proposto onde há diversos autores que auxiliam no pensamento do brincar se
tornam mais prazerosas e significativas.
Com base nos teóricos destaca-se que a relevância do conhecimento e experiências
é de fundamental importância ao exercitar o brincar para assim a criança desenvolve a
imaginação, criatividade, em todo contexto.
Esta pesquisa vem sendo alinhados a contribuição de diversos autores como,
Vygotsky, Manso, RCNs da Educação Infantil, Kishimoto, Benjamin e outros cujos estudos
vêm contribuídos para a fundamentação teórica deste trabalho de uma forma satisfatória.
Sendo assim o método a ser escolhido para nortear todo processo desta pesquisa será
dialético
Com relação às brincadeiras, a criança tem uma riqueza fundamental que determina
uma cultura lúdica ao mesmo tempo heterogênea, diversa e comum. Assim como o
tombamento de muitos monumentos materializa a história, o brincar constitui-se em um

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patrimônio lúdico da humanidade e, no nosso caso, da brasilidade: o conjunto de
brincadeiras locais revela a linguagem cultural de cada região.
Conforme observado, o indivíduo que tem acesso ao jogo, brincadeira, com o brincar
expande e socializa de forma significativa, o que faz com que a prática docente seja
oferecida com objetivos bem definidos, proporcionando momentos de imaginação, fantasia,
criatividade.
É neste sentido, portanto, que se deve procurar aprofundar os conceitos sobre o
lúdico na Educação Infantil, fortalecendo. Ou seja, o vínculo que faz o profissional em
atender as necessidades da criança através das brincadeiras e jogos, e não por si só, mas
com a profundidade do objetivo a ser lançado, uma vez que essas devem proporcionar a
criança diversão e muitas interações. Assumindo, assim, seu caráter educativo de uma
construção fundamental, para as crianças.
Entendendo que brincadeiras e jogos são agentes essenciais para a motivação na
aprendizagem, este trabalho de conclusão de curso foi fundamentado através de
referenciais bibliográficos. Também foram realizadas buscas e pesquisas em sites, livros e
artigos.

2.1 OBJETIVOS DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O objetivo do artigo foi perceber a importância do lúdico na Educação Infantil,


enfatizando a necessidade de espaços pedagógicos, jogos, brinquedos e brincadeiras no
ambiente escolar, proporcionando atividades coerentes, instigadoras, e significativas ao
educando, aperfeiçoando suas habilidades e competências.
A prática pedagógica pautada em situações lúdicas traz enorme prazer e alegria aos
alunos, promovendo assim, o aprendizado, que se dá por meio do brincar, além de instigar
o desenvolvimento escolar da criança de forma menos tediosa e desinteressante, pois na
atividade lúdica, a mesma participa de maneira ativa, fazendo com que o individuo
aperfeiçoe suas formações, explorando as motivações e habilidades dele.
A Educação Infantil, tem objetivos gerais e específicos perante aos educandos, que
são responsáveis pelo desenvolvimento das habilidades e competências nesta etapa, visto
que a mesma é de extrema relevância, pois é o período que ocorre a formação da
personalidade, da autonomia, e das potencialidades do discente. Portanto, cada instituição
de ensino juntamente com seus educadores devem elaborar atividades coerentes, para o

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crescimento do aluno, buscando recursos diversificados, explorando ambientes
estruturados, que por meio do brincar, seja observado o contexto em que a criança está
inserida.
Neste processo percebe-se que o papel da Educação Infantil possui funções
essenciais na formação do sujeito, e que a ludicidades é um ícone primordial, que ajudará
o professor a construir seu planejamento e aplica-lo dentro da escola.
O brincar enquanto atividade pedagógica deve ser encarada de forma séria e usado
da maneira correta, para obter resultados satisfatórios na prática diária, repensando a
proposta pedagógica que está sendo mediada, analisando quais são os objetivos
necessários para a Educação Infantil, segundo o Ministério da Educação (2010):

A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo
garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à
proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira,
à convivência e a à interação com outras crianças (BRASIL, 2010, p.17).

Assim, para que a criança tenha um início desenvolvimento social saudável, ela
precisa ser e sentir-se olhada, escutada, respeitada, cuidada, acolhida e querida de
preferência por pessoas adultas. De toda forma, na aula com brincadeiras, jogos,
dinâmicas lúdicas, cabem ao professor à tarefa de zelar pela atividade lúdica, facilitando
que esse momento se transforme em prazer e alegria, desencadeando desafio de aprender
e ensinar uns com os outros.
O indivíduo que brinca, explora e está em constante movimento, aprende brincando,
mas para isso é necessários profissionais que estejam preparados para trabalhar com esse
método, já que o lúdico não é apenas um passa tempo e sim um aliado no processo de
desenvolvimento do aluno, que está no ambiente escolar para conhecer o novo e aprimorar
seus conhecimentos.
Diante dos argumentos, os objetivos da ludicidade na primeira etapa da educação
básica, têm a intenção de amparar o educando no seu processo de aprendizagem,
resgatando os valores, por meio da brincadeira, da imaginação e da fantasia.
A ludicidade é o fator mais viável para a construção do conhecimento, e das
capacidades cognitivas, afetivas, intelectuais e sócias, mas é evidente que seja repensado
sobre a prática pedagógica nas instituições escolares infantis, reconhecendo que o

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educador é o espelho de seu educando, e que é através dele que o mesmo aprenderá ser
um indivíduo responsável, autônomo e crítico.

2.2 PAPEL DO EDUCADOR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

É através de um ambiente lúdico que o brincar se torna prazeroso e de extrema


importância parta as experiências que são realizadas na escola, pois quem frequenta de
zero a seis anos a educação infantil, tem muito a desenvolver, já que é o lugar que inicia o
processo de aprendizagem da linguagem, dos primeiros passos, das coordenações
motoras amplas e finas, da personalidade, mas para isso ocorrer de forma válida
precisamos de um trabalho educativo do professor é o de proporcionar situações de
cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam
contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis, Almeida defende, dizendo que:

De modo geral, é preciso recuperar o verdadeiro sentido da palavra escola: lugar de


alegria, prazer intelectual, satisfação; é preciso também repensar a formação do
professor, para que reflitam cada vez mais sobre sua função (consciência histórica)
e a adquiram cada vez mais competência não só em busca de conhecimento, mas
numa prática que se alimentará do desejo de aprender cada vez mais para poder
transformar. (ALMEIDA, 1990, p. 43)

Podemos perceber que o docente possui um papel fundamental na formação do


indivíduo, então é preciso desenvolver o aprendizado através do brincar, proporcionando
momentos satisfatórios e descontraídos, mostrando a necessidade de estar em constante
aprendizagem de aprender brincando. É importante criar esse vínculo brincar e aprender,
na Educação Infantil deve-se facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas
que criem um ambiente agradável para favorecer o processo de aquisição de autonomia de
aprendizagem e também mostrar o verdadeiro contexto da vida do aluno, pois são através
da brincadeira que os mesmos divulgam seus sentimentos, Wajskop contribui:
Nesta perspectiva, a brincadeira encontraria um papel educativo importante na
escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e conhecendo o mundo nesta
instituição que se constrói a partir exatamente dos intercâmbios sociais que nela vão
surgindo: a partir das diferentes histórias de vida das crianças, dos pais e dos
professores que compõem o corpo de usuário da instituição que nela interagem
cotidianamente. (WAJSKOP, 2001, p.25,26)

Para elas, as brincadeiras são os primeiros recursos que a criança assimila e


desenvolve, no caminho da aprendizagem. Com base na observação das atividades dos

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pequenos com brinquedos, brincadeiras, jogos pedagógicos, que as crianças se
expressam.
Atualmente os professores têm deixado de lado a essência das brincadeiras, sendo
que estas servem de alicerce no complemento do conhecimento do aluno. É importante
que a ludicidade aconteça em espaços apropriados, levando como ponto essencial o
resgate de brincadeiras e outros jogos que são desenvolvidos, e dessa maneira o educador
perceberá e acompanhará o progresso do aluno. Segundo Costa (2005, p.21), “Educar é
ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade, oferecendo
ferramentas para que o outro possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for
compatível com seus valores, com sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas
que cada um irá encontrar”.
É importante que a ludicidade aconteça em espaços adequados, levando como
ponto essencial o resgate de brincadeiras e jogos que são desenvolvidos, e dessa maneira
o educador perceberá e acompanhará o progresso do aluno. Todo o mestre é responsável
por tudo aquilo que desenvolve na criança, pois o progresso de cada um depende muito da
exploração com o meio, com os objetos é assim que vai desenvolvendo o desejo do sujeito
em aprender, a mostrar suas habilidades, através do lúdico. Entende-se que cada um
possui seu tempo de assimilar, mas a persistência nesta fase é o que define ser professor,
acolhendo a criança, mostrando expressões de afeto, para que estabeleça vínculos sociais
e de afetuosos, fazendo com que o aluno perceba sua importância na sala de aula, logo
sua aprendizagem será mais instigada.
Portanto a brincadeira é de fundamental importância no processo de
desenvolvimento da criança, visto que é através da ludicidade que o aluno constrói seu
conhecimento de maneira divertida, e simplificada, ampliando suas habilidades cognitivas,
afetivas e motoras. A realidade é que precisa desafiar, surpreender e envolver o ser
humano por inteiro, no significado que ele mesmo possui do brincar e que é nele que está o
prazer que desfruta o processo integral do sujeito. A prática docente, com isso, necessita
ser executada com uma educação lúdica, com jogos e brincadeiras proporcionados por
profissionais capacitados que motivem seus alunos e realizem atividades coerentes dentro
da fixa etária, buscando uma formação social, intelectual e interativa. Mas para isso é
preciso educadores competentes capazes de construir seu planejamento de maneira
adequada, repensando sua metodologia se necessário.

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3 METODOLOGIA

O presente estudo tratou-se de uma pesquisa básica bibliográfica, elaborada a partir


de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e
mat3e3riais disponibilizados na internet sobre a temática do Lúdico na Educação Infantil.
Para o referencial teórico foram estudados alguns autores que discutem o tema. Buscou-se
as contribuições de Kishimoto (2001), Freire (2002), e outros que enfatizam a importância
do lúdico no aprendizado. Kishimoto (2001) em sua obra "Jogo, Brinquedo, Brincadeira, e a
Educação" apresenta o uso do brinquedo e dos jogos com fins pedagógicos, nos
remetendo à relevância desse instrumento para situações de ensino aprendizagem e de
desenvolvimento infantil, trabalhando o cognitivo, afetivo, físico e social da criança.
De acordo com Melo e Urbanetz (2009, p.61), a fundamentação teórica é de extrema
importância para qualquer trabalho acadêmico, posto que é nela que se prova o acúmulo
de leituras e a capacidade de articulação das ideias num texto coerente, preciso e objetivo.
A prática de leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que
começamos a “compreender” o mundo á nossa volta. Na permanente vontade de decifrar e
interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo em diversas
perspectivas, de relacionar a realidade imaginária com a que vivemos, no contato com um
livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma lendo, embora, muitas vezes,
não nos demos conta.
As leituras realizadas por meio da pesquisa bibliográfica permitiram a construção de
uma base sólida para o entendimento do objeto pesquisado.
A pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de
investigação, isto é, após a escolha de um assunto é necessário fazer uma revisão
bibliográfica do tema apontado. Essa pesquisa contribui na escolha de um método mais
apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na autenticidade da pesquisa.
Além deste aprofundamento, foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando dados
coletados por meio de observações efetivadas no contexto escolar, refletindo sobre as
ações dos educadores, investigando fatores condizentes no processo dessa metodologia.
Esse método foi designado para entendermos que a ludicidade é o ícone da
educação infantil, que a criança brincando aprende com mais facilidade, desejo e vontade,
é o método mais coerente de ser utilizada na sala de aula, pois essa metodologia oferece
uma aprendizagem expressiva, de qualidade, pois motiva o aluno em querer brincar, jogar,

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criar e imaginar cada vez com mais frequência e o professor pode aproveitar para conhecer
educando.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as observações, os professores estão cientes da importância do


brincar para a formação do sujeito, sabem que é extremamente necessário para o
desenvolvimento social, cognitivo, intelectual, para a coordenação e para a formação da
identidade da criança. Mas, apesar de ter esse conhecimento sobre a importância do
brincar, ocorrem algumas falhas no decorrer da aula, uma delas é a falta de atenção nos
momentos de atividades livres, também preferindo realizar tarefas no papel.
Segundo os participantes, o contato diário das crianças e o brincar é algo que se
destaca como essencial para o desenvolvimento e aprendizagem. Os jogos, brincadeiras,
hora do conto, cantinhos pedagógicos constam como recursos necessários na construção
da identidade, da autonomia, e se torna prazeroso e eficaz. Percebemos a relação da
escola no processo de ensino e aprendizagem das crianças, se o brincar esta realmente
inserido no ambiente escolar, se a escola utiliza essas atividades na sala de aula, no
entanto deve dar oportunidades à criança através das brincadeiras e brinquedos, ela deve
ser um lugar prazeroso, seguro e afetivo que estimule a criança através das brincadeiras e
brinquedos a criança faz descobertas do mundo que os cerca, isso aprimora novos
conhecimentos, criando o prazer de brincar e assim vai preenchendo suas necessidades
de forma mais sadia e prazerosa, contribuindo para o seu desenvolvimento. De acordo com
os estudos, o brincar contribui para obtenção de resultados satisfatórios e para o processo
de desenvolvimento das crianças, basta oferecerem-lhes de forma divertida.
Esse trabalho demostra a importância para se repensar as metodologias aplicadas
com as crianças para desenvolvimento psicomotor, que é possível criar e executar diversas
atividades motoras por meio do brincar, do imaginar e do socializar, buscando uma
educação inovadora. A realidade é que o professor precisa desafiar, surpreender, elaborar
tarefas de curiosidades, de descobertas, envolvendo o aluno por inteiro, mostrando que é
capaz de conseguir e tornar-se um cidadão responsável pelos seus atos, exibindo suas
habilidades motoras e cognitivas.
Verificou-se que a ludicidade no contexto escolar é algo inerente na vida da criança
e que inserir estas atividades desde cedo se torna estimulador facilitando o processo de
ensino aprendizagem, favorecendo várias possibilidades e experiências, mencionando

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então, que a criança ao brincar necessita de auxilio de um adulto para desenvolver suas
capacidades e habilidades para que esta traga benefícios corretos e concretos para seu
desenvolvimento.
De modo geral, é serio e natural que as crianças brinquem, pois é de natureza delas
a maioria das brincadeiras e o professor mergulhando no mundo dos pequenos acaba
proporcionando diversão, lazer, cultura e aprendizado nas mais variadas formas. Desse
modo, entende-se que a vivencia lúdica no contexto escolar abre caminhos para a
integração de vários aspectos do ser humano, como cita a legislação e diversos
pensadores.
Este artigo relatou que a importância do brincar na educação infantil, que necessita
de uma ação transformadora, que modifica o desenvolvimento do educando e amplia os
conhecimentos do educador, fazendo com que a educação dentro do ambiente escolar
seja inovadora, modificada, repensada, acrescentando fatores primordiais no processo de
formação do indivíduo, que nesta etapa está sendo preparado dá à sociedade, assim esse
artigo mostra-se relevante em seus argumentos, ressaltando que a importância do brincar é
recitada diversas vezes, porém é necessário executar essa concepção, que é fundamental
para a criança.

REFERÊNCIAS

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