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Corpo e Mente no Controle Total da

Ejaculação
Um Guia Definitivo para Prolongar as
Relações Sexuais e Eliminar a Ejaculação
Precoce

ALGUNS ESCLARECIMENTOS QUE


SOU OBRIGADO A FAZER
Olá! Meu nome é Anderson Lumo e este e-Book entregará em suas mãos
toda a minha experiência sobre o controle da ejaculação adquirida por meio
de várias tentativas e erros, mas também com descobertas consistentes e
resultados definitivos. O objetivo é que você desenvolva a habilidade de
prolongar suas relações sexuais. E ao longo desse processo você também
aprenderá a desfrutar de orgasmos mais intensos, entender como ter ereções
mais fortes e, finalmente, recondicionar o seu corpo e mente para fazer tudo
isso de forma automática e natural.

As informações que apresento aqui vão muito além daquelas que eu tinha
quando dei o meu caso como superado, pois a minha curva de aprendizado
continuou subindo depois que comecei a ajudar outras pessoas a vencer o
nosso inimigo comum. Eu continuo aprendendo cada vez mais e continuará
sendo assim. Portanto, não se trata aqui de uma verdade absoluta. São
informações preciosas que tiraram a venda dos meus olhos e me deram uma
nova perspectiva para o problema e as condições de superá-lo de uma forma
mais simples do que eu pensava ser possível.

Agora quero compartilhar tudo isso com você. Mas devo alertá-lo que a
ejaculação precoce envolve fatores muito pessoais e situações muito
distintas. Essa nova perspectiva serve para qualquer pessoa que queira
desenvolver a capacidade de prolongar a relação sexual e certamente se
aplicará a diversas áreas da sua vida. Porém, é preciso que você também
faça o que eu fiz quando estava nas mesmas condições que você está hoje:
aplique os seus próprios filtros e adapte tudo à sua realidade. Cada pessoa
tem suas particularidades.

Esse material foi desenvolvido intencionalmente sob o ponto de vista de


alguém que sofreu na pele os efeitos da ejaculação precoce, superou o
problema e desde 2012 tem o prazer de compartilhar tal conhecimento com
várias pessoas. Virou uma missão! A energia para cumpri-la vem dos
diversos depoimentos que recebo sobre a transformação na vida de homens
e mulheres.
A linguagem que eu utilizo é simples e com algumas analogias, pois o meu
compromisso aqui é mais com a didática e com os resultados do que com os
termos científicos.

Devo alertá-lo antes, de que não há qualquer intenção ou finalidade de


diagnosticá-lo, tratá-lo ou curá-lo deste, ou de qualquer outro distúrbio e/ou
problema de saúde de ordem física ou psicológica, nem tampouco qualquer
outra condição médica. Aliás, eu nem poderia, uma vez que não sou um
médico e também não exerço qualquer função dentro da área da saúde.

Considerando que a ejaculação precoce envolve questões físicas e


psicológicas, sugiro que você consulte um médico ou especialista
qualificado, antes de tentar qualquer exercício ou técnica apresentados
nesse livro. Tudo o que proponho aqui, deve pressupor que você já
descartou qualquer problema de ordem física, como inflamação da próstata
ou algum desequilíbrio hormonal, por exemplo. Só um médico pode fazer
essa constatação.

Da mesma forma você deve estar ciente de que as questões psicológicas que
abordo aqui são de ordem geral. Isso significa que elas podem ser aplicadas
a qualquer pessoa. Elas te conduzirão para uma autoavaliação e é sua
responsabilidade fazê-la e promover o seu autoconhecimento. Um
psicólogo pode te ajudar a identificar fatores muito mais profundos que
aqueles que você mesmo consegue enxergar. Ao longo do caminho você
terá muito mais condições de saber se precisa dessa ajuda profissional ou
não. Em caso positivo, estará apto a selecionar a abordagem mais adequada,
tirar muito mais proveito do processo e economizar tempo e dinheiro.
Também é verdade que muitos homens conseguiram alcançar os resultados
desejados apenas com essas informações. Alguns de forma imediata, outros
após um período maior de treino e desenvolvimento. Então, tenha uma
perspectiva otimista!

Se você já fez outras tentativas sem sucesso é natural que esteja com certo
nível de insegurança e receio. É uma reação natural criada pela sua mente
para evitar a dor de uma decepção. Troque essa perspectiva pela certeza de
que você vai superar o problema mais cedo ou mais tarde. Ao dar o
primeiro passo você já não estará mais no mesmo lugar!

Não pense em tudo o que terá que percorrer. Apenas dê um passo após o
outro com determinação.

Imagine que começaremos agora uma viagem. Nosso destino é a sua


capacidade de prolongar as relações sexuais por tempo suficiente para que
sua parceira tenha pelo menos um orgasmo antes de você! Nesse “destino”,
você se sentirá confiante e feliz, mas não é preciso chegar lá para começar a
desfrutar do melhor que te espera, comece desde já a curtir a viagem,
aprecie a paisagem.

“A felicidade não é para onde se vai. É como se vai!”

Esse conhecimento que está em suas mãos é o mapa que você precisa .
Ele foi enviado a você por alguém que errou o caminho várias vezes, mas
registrou o percurso depois que conseguiu chegar ao destino. Quisera eu ter
tropeçado neste mapa em algum ponto do caminho!
Alguns homens estão a alguns metros para chegar lá (esse não era o meu
caso). Porém, correm o risco de nunca chegar ao destino porque não sabem
para que lado seguir. Eles continuam fazendo as mesmas coisas esperando
resultados diferentes. Outros, porém, estão a alguns quilômetros. Não
importa em que ponto do caminho você está! Basta que esteja na direção
correta. É para isso que serve esse mapa (conhecimento).

Você pode desenvolver o controle da ejaculação sem a ajuda de qualquer


medicamento, sem o acompanhamento de um profissional e sem gastar
muito dinheiro. Mas, ao longo do processo de autoconhecimento
proporcionado por esse livro pode ser que você identifique que precisa (ou
apenas queira) pegar uma carona para tornar a jornada muito mais fácil e
rápida. Neste caso, você poderá contratar uma equipe profissional
multidisciplinar para acompanhá-lo, orientando e adaptando os exercícios
para o seu caso. Poderá contar ainda com o uso de medicamentos
ministrados por um médico especialista.

Note isso: eu disse que é uma carona e não um atalho.

Se você precisar de ajuda profissional, está tudo bem! Este livro vai te
ajudar a ser certeiro na escolha. Mas, a minha realização será ainda maior se
você conseguir desenvolver o controle total da ejaculação só com o que está
agora em suas mãos, assim como tem acontecido com vários homens que
me mandam depoimentos e agradecimentos e com outros incontáveis que
compreensivelmente nunca vão se manifestar. Porém, não posso negar que
eu mesmo contei com ajuda profissional durante o meu processo de
desenvolvimento.
Com carona ou sem carona, o resultado definitivo será alcançado somente
se você trilhar esse caminho.

O caminho é o desenvolvimento do controle físico e mental, por meio de


uma nova programação fisiológica e psicológica para controlar a
ejaculação.

Com base em tudo isso, podemos listar três formas de desenvolver o


controle da ejaculação:

0. [Necessário] Seguindo esse caminho você chegará ao


destino mais cedo ou mais tarde.

0. [Opcional] Seguindo esse caminho, com a ajuda de


profissionais e até medicamentos, você pode chegar ao
destino com muito mais facilidade e rapidez.

0. [Não Recomendado] Não seguir o caminho necessário


mesmo com um tratamento especializado você corre o risco
de não ter resultados permanentes e o problema pode voltar
logo após cessar o uso de medicamentos.

Perceba que estamos falando de desenvolver o controle. Não de demorar a


ejacular. Isso é algo que tem que ficar muito claro para você.

NOTAS LATERAIS:
Destino: controle da ejaculação para prolongar a relação sexual por tempo
suficiente para que a parceira tenha pelo menos um orgasmo antes de você
por meio de penetração.

Caminho: desenvolvimento do controle físico e mental por meio de uma


nova programação fisiológica e psicológica para controlar a ejaculação.

Mapa: conhecimento proporcionado por este livro a partir da perspectiva


de alguém que conseguiu chegar ao destino após várias tentativas e erros.

Carona: Tratamento opcional com acompanhamento de profissionais


especializados com ou sem o uso de medicamentos que tornam o caminho
mais fácil e rápido.
CAPÍTULO I – A Jornada Pessoal
“O inteligente aprende com os próprios erros, mas o sábio aprende com os
erros dos outros.”

Augusto Cury

Este livro que você está lendo agora é um trabalho que vem ajudando a
mudar a vida de um número de pessoas que já não faço mais ideia, mas para
que isso fosse possível eu tive que superar várias dificuldades, muitas delas
desafiando meus próprios limites e transformando o meu percurso em uma
verdadeira epopeia.

Eu me casei muito jovem com minha primeira namorada. E juntos tivemos


nossa primeira experiência sexual.

Como ocorre com cerca de 80% dos homens que buscam ajuda, desde as
primeiras relações eu tinha dificuldades em segurar a ejaculação e isso
ocorria em todas as ocasiões com maior ou menor grau. Isso não
significava, é claro, o fim da relação sexual. Qualquer homem pode
continuar estimulando a parceira para que ela atinja o clímax mesmo sem a
penetração sexual. O problema é que depois da ejaculação não se tem mais
os hormônios jogando do nosso lado e isso faz parecer que tudo é feito
agora com esforço, sem a mesma fome que existia até uns minutos atrás e
sem o mesmo nível de prazer. Muitas vezes, dependendo da cabeça de cada
um, a frustração pode tomar conta.

Pode ser muito desestimulante para a parceira se ela perceber que você já
não está mais curtindo como antes. E pior será se você começar a evitar o
sexo por associar ao esforço, frustração e outros sentimentos ruins às
relações sexuais. Algo que só contribui para agravar o problema como
veremos mais à frente.

Não conseguir controlar a ejaculação antes que a parceira sinta pelo menos
o primeiro orgasmo por meio de penetração sexual é algo muito comum. No
início eu encarava com muita naturalidade, até sem dar muita importância.
Mas na medida em que isso foi se repetindo sem sinal de melhora
espontânea, a preocupação e a desconfiança começaram a tomar conta de
mim ao ponto de eu decidir procurar fazer algo a respeito. E comentei com
a minha esposa que estava incomodado com toda essa situação e para
minha surpresa ela disse que também estava preocupada e até já havia
pesquisado sobre isso.

Tudo bem. Assimilei a ideia e então tomei uma decisão sensata: procurei
uma clínica especializada no assunto.

A Primeira Tentativa

Após um determinado exame em um clínica especializada muito famosa fui


diagnosticado como tendo uma hipersensibilidade na glande (cabeça do
pênis). Pensei que fazia algum sentido já que estava nas mãos de um cara
que usava jaleco branco.

E o médico me explicou:

- Isso é muito comum, mas fique tranquilo porque tem solução. Você
precisa criar um calejamento na cabeça do pênis, para se acostumar com a
textura e pressão da vagina durante a relação sexual.

E continuou:

- Quando você era criança você jogava futebol descalço na rua?

Eu confirmei e ele continuou:

- Na primeira vez que você fez isso, a sola dos seus pés devem ter sofrido
bastante, pois a pele era muito fina e sensível. Mas como você estava
empolgado pela diversão, continuava jogando e jogando. Depois de alguns
dias você já não sentia dor ao pisar descalço no asfalto, pois seu pé ficou
calejado.

Logo em seguida o médico saiu de cena e eu fui colocado diante um


funcionário da clínica que estava incumbido de me mostrar como era o
tratamento e fazer a difícil tarefa de apresentar o preço do tratamento.

Naquela época o método usado por eles era uma injeção aplicada direto na
lateral do pênis para induzir a ereção. A ideia era fazer com que a ereção
durasse mesmo depois da ejaculação para que pudesse continuar os
movimentos de penetração e assim acostumar o pênis com a textura e
pressão vaginal, como se fosse um calejamento.

Fazia sentido. Mas, eu fiz uma pergunta muito pertinente:

- Por que devo usar uma injeção e não tomar um Viagra?

A resposta já estava na ponta da língua, certamente era recorrente para


aquele vendedor experiente.

- Se você usar um comprimido como esse o efeito não será tão forte. Além
disso, vamos fazer umas contas. – Falou ele sacando uma calculadora. –
Pelo valor do tratamento você receberá em sua casa medicamentos
suficientes para 100 aplicações. Se você for comprar 100 comprimidos vai
te custar... R$ 200,00 a mais.

Naquela época, realmente o remédio era muito caro e não havia genéricos
para os mesmo efeitos. Pouco tempo depois eles surgiram. Mas naquele
momento as contas feitas pelo vendedor do tratamento estavam corretas.

Mas antes que você se sinta impelido a fechar esse livro e ir à farmácia,
veja o outro argumento apresentado por ele com muita razão:

- Além disso, se você usar um comprimido como esse, logo o seu


organismo vai se adaptar à droga e exigirá doses cada vez maiores para ter o
mesmo efeito. Também é preciso considerar os efeitos colaterais e fazer
uma avaliação cardíaca antes.
Por fim, quase caí pra trás com o preço do tratamento, mas eu não tinha
opção. Comecei o tratamento e comprovei que realmente não tinha efeitos
colaterais, mas infelizmente tinha defeitos práticos graves.

Imagine a cena de um filme romântico. Um casal se amando. Aquela cena


linda. Imagine agora que quando o clima esquenta bastante e vai passar para
a próxima fase o rapaz diz: espere um momento. Ele vai para o banheiro e
espera a ereção passar para aplicar a injeção. Ele faz isso até ofegante de
tanta pressa e com esperança de que a donzela não saia do clima. Quando o
rapaz faz isso e volta para a cena ele desconfia que aquele medicamento é
um sonífero, mas quem dorme é a mulher. No mínimo o clima já não é mais
o mesmo. E o filme romântico agora é um drama e o desfecho depois de
algum tempo é a desistência. Ficou apenas a certeza de um problema mal
resolvido e uma carga maior de frustração.

A Segunda Tentativa

Quando as evidências apontavam para o fracasso do método, eu resolvi


fazer algo diferente. Dessa vez eu fui para um urologista que escolhi de
forma quase aleatória. Quando falei para ele o que me levara até ali, ele me
deu logo uma solução que me agradou bastante. Receitou-me um remédio
“infalível”, e que, segundo suas próprias palavras, seria “tiro-e-queda”.

Tratava-se de um antidepressivo que tinha como um dos seus efeitos


colaterais, retardar a ejaculação.
É verdade, os antidepressivos atuam diretamente no sistema nervoso, por
isso retardam os reflexos. Isso ficará mais claro para você quando
abordarmos como se dá esse processo de ejaculação.

Bem, a solução era perfeita na ocasião, mas, nem tudo é o que parece ser.
Esse era apenas UM dos efeitos colaterais. Em pouco tempo, descobri
outros, como boca seca, estômago queimando e... Acredite se quiser! Perda
do desejo sexual.

Fiquei letárgico. Eu bocejava o dia todo.

Então foi só pensar um pouco e perceber que tomar aquilo pelo resto da
vida mesmo sem ter problemas de depressão não fazia sentido. Essa foi à
segunda tentativa e eu já havia começado ao mesmo tempo a tentativa
número 3 por recomendação do mesmo médico: sessões com uma
psicóloga.

A Terceira Tentativa

Foram quatro sessões. Eu me submeti a elas porque já tinham sido pagas de


forma adiantada. Foi uma experiência ruim, a psicóloga era totalmente
despreparada para tratar especificamente do caso, parecia perdida. Confesso
que eu também não estava colaborando muito, pois estava com uma postura
de resistência. Não voltei mais. Talvez eu quisesse que os efeitos das
sessões fossem precoces também. Mas, em algo eu estava certo. Não é por
ser um psicólogo que o profissional está preparado para tratar o caso. Mais
a frente isso ficará mais claro para você.

A Zona de Conforto e os Padrões de Referência

Sem sucesso até então, eu acreditei que não havia mais o que fazer, afinal,
eu já tinha feito tudo o que estava ao meu alcance. E comecei a acreditar
que eu vim com um “defeito de fábrica” e deveria me conformar.

A zona de conforto, ao contrário do que dizem, é algo bom, acredite. O


conforto é prazeroso e tudo o que fazemos no final das contas é para que
tenhamos prazer ou para evitarmos dor, desconforto. O conformismo é
essencial para que sejamos gratos e a gratidão é indispensável para
sentirmos felizes e realizados.

Depois de muito tempo sem voltar a falar ou pensar em ejaculação precoce


era assim que eu me sentia: feliz e realizado sexualmente (acredite) mesmo
que as coisas não fossem exatamente do jeito que eu gostaria. Eu já havia
feito tudo o que estava ao meu alcance, então “o que não tem remédio,
remediado está”. É verdade que muitas vezes eu sentia frustração em
relação ao sexo, mas não era sempre assim.

Notas laterais:

MINHAS CRENÇAS: eu tinha hipersensibilidade na glande, eu tinha um


problema físico, não havia mais o que fazer, nem uma clínica
especializada conseguiu resolver o meu problema.
MINHAS ATITUDES: eu me conformei. Depois de ejacular eu
continuava estimulando minha esposa e fazê-la chegar ao clímax era uma
questão de honra. Eu era feliz e até me sentia realizado sexualmente. Na
maioria das vezes eu não sentia frustração por não ser bem do jeito que eu
queria.

Uma N ova E sperança e a Quarta Tentativa

Muito tempo se passou, até que eu me deparei quase sem querer de novo na
internet com os vídeos de um médico que propunha veementemente um
método chamado neurotomia seletiva peniana. Tratava-se de uma cirurgia
para selecionar e retirar algumas terminações nervosas na cabeça do pênis
para que ele se torne menos sensível aos estímulos durante a relação sexual.
É disso que eu preciso! Pensei.

O médico era uma autoridade no assunto, propondo uma solução para um


problema que outro médico atestou que eu tenho! Fiquei inconformado de
novo!

Se por um lado o conformismo é necessário para a nossa vida. Ele tem outra
face: nos leva à acomodação diante de situações que podem ser muito
melhores a partir de algum esforço da nossa parte. E foi graças a esse
sentimento que tive a atitude de retomar a minha busca. A esperança de
uma solução se reacendeu dentro de mim. Eu estava certo de que queria me
submeter a tal cirurgia e pagaria qualquer valor por isso como um doente
terminal faria.
Antes de continuar com o desenrolar da história quero levantar uma
questão:

Conformar ou Não Se Conformar?

Não tem uma resposta correta. Na verdade existe um pergunta melhor: se


conformar ou se inconformar com o quê?

Se você está sempre inconformado com tudo, será sempre ingrato, infeliz e
insaciável. O que nos torna insatisfeitos muitas vezes são os padrões que
estabelecemos como referência para nós mesmos. Tais padrões podem ser
estimulantes ou limitadores.

Os padrões são estabelecidos a partir daquilo que nós cremos que seja a
verdade, a partir da nossa percepção de realidade. Essas crenças ou
percepções são instaladas em nossa cabeça a partir das experiências
adquiridas ao longo da vida e do significado que damos a elas.

Então quero te convidar a fazer uma autoanálise. Dedique um tempo para


refletir sobre as seguintes questões:

1. Por que você quer prolongar as suas relações sexuais?

2. Você está conseguindo olhar para toda a situação?


3. Essa é uma questão somente sexual ou há mais coisas envolvidas?

Uma Nova Perspectiva

Era uma terça-feira pela manhã. Não tive que esperar muito tempo para ser
convidado a entrar no consultório de outro urologista que eu nunca tinha
visto antes. Tudo o que eu sabia sobre ele baseava-se em poucas referências
encontradas na internet alguns minutos antes de pegar o telefone e marcar a
consulta.

Logo depois dos cumprimentos iniciais fui direto ao ponto com a convicção
de quem já sabia o que queria fazer:

- Eu tenho problemas com ejaculação precoce. Já fiz algumas tentativas de


tratamento, mas não deram certo. Mas agora eu encontrei na internet um
novo tratamento chamado neurotomia seletiva peniana! E gostaria de saber
o que você acha disso, porque eu estou disposto a me submeter a essa
cirurgia.

Fim da minha fala. Depois disso eu só escutei.

- Você sabe o que é que você está falando? – ele perguntou com os olhos
fixos em mim e um ar severo. Você sabe o que significa neurotomia?

Eu até que sabia, mas não ousei responder, pois já sentia que o clima não
estava favorável a mim.
- Neuro é igual a nervos. Tomia é igual a cortar. Os nervos são os sensores
que levam a sensação do estímulo até o seu cérebro. Se você não sente mais
este estímulo não tem a associação com o prazer necessário para ter uma
ereção. E qual deve ser a quantidade de nervos que devem ser anulados?
Você corre o risco até de ficar impotente por isso.

Ele emendou uma série de perguntas e questões que não passaram em


minha cabeça até então.

- Você consegue se segurar para ir ao banheiro? Quando você era um bebê,


no primeiro sinal que o seu organismo transmitia de que estava precisando
urinar, você já liberava a urina na fralda seja qual fosse à hora ou o lugar.
Contudo, com o passar do tempo você teve que aprender a segurar e
desenvolveu essa capacidade.

Nada daquilo era o que eu queria ouvir, mas na mesma hora reconheci que
fazia sentido e esperava que alguma instrução prática surgisse ali.

- Um cavalo não tem a capacidade de se segurar para ir ao banheiro. Assim


que a bexiga enche, os músculos vão relaxar e ele vai esvaziá-la como se
ele não tivesse nenhuma interferência nisso. Você está entendendo?

Eu consenti com a cabeça.

- Se os seus pais não tivessem te ensinado. Se você não tivesses criado a


consciência de que é nojento ou socialmente inadequado. Você também
sujaria as calças até hoje. O que você está querendo fazer é achar uma pílula
mágica do tipo “tomou passou”! – Ele continuou – É como se você tivesse
uma goteira na sua casa. É um problema que você precisa corrigir. Você
pode colocar um balde para não encharcar a casa inteira. Mas uma hora, o
balde vai encher e transbordar. E o que você está querendo fazer? Você está
querendo trocar um balde por outro maior. Se fizer isso o problema ainda
continuará lá.

Agora mais exaltado ele completou – Então, crie vergonha na cara, suba na
porra desse telhado e conserte a origem do problema!

Aquilo doeu. Mas ainda não era o fim. Eu fiquei com um nó na garganta e
continuei em silêncio. Eu até gostaria, mas não conseguia negar que ele
tinha razão. Hoje vejo que a minha decepção era por não ter ouvido o que
eu queria ou por ele ter me tirado a esperança naquela nova possibilidade de
solução. Eu queria que ele tivesse me respondido assim: “Ah! Fique
tranquilo. Eu tenho uma solução que é excelente e o resultado é garantido,
ainda hoje mesmo você vai estar livre desse problema”.

Para finalizar ele completou:

- Você é basicamente igual a qualquer outro homem. Você não tem nenhum
problema no seu pinto. O problema está no seu principal órgão sexual: seu
cérebro. Se você quer aprender a controlar a ejaculação, precisa
reprogramar o seu cérebro.

O meu silêncio foi quebrado com a mesma pergunta que deve estar se
passando na sua cabeça agora: “COMO?”.
Ele respondeu, agora um pouco mais calmo:

- Não sei te ajudar. Você precisa de um psicólogo, sexólogo ou algo assim.

Ao sair do consultório finalizou a minha quarta tentativa. A mais rápida de


todas. Mas também uma das mais significativas porque mudou o curso da
minha jornada. Foi um divisor de águas.

Ali, de imediato, o meu foco estava na frustração e eu me sentia muito


decepcionado. Afinal já era a quarta tentativa. Eu estava agarrado a uma
esperança e ela subitamente foi tirada de mim. Mas, foi a partir daí que
mais tarde surgiu na minha cabeça a semente de uma nova forma de avaliar
a situação.

Uma questão que no início era tão simples, era apenas um desconforto, foi
tomando um significado maior e agora era um grande desafio.

Mas eu tinha uma nova orientação. Uma nova perspectiva que até então eu
não havia considerado.

Eu devia trazer para mim a responsabilidade do problema. Não devia


esperar uma solução pronta para me fazer demorar mais. Não podia mais
esperar um remédio, uma cirurgia ou um método que resolvesse o meu
problema. Eu precisava reaprender.

Agora eu tinha uma nova informação, mas não sabia o que fazer com ela:
“eu preciso reprogramar o meu cérebro”.
O foco da minha jornada mudou. Eu ainda não sabia disso, mas apenas essa
informação já foi uma nova programação instalada no meu cérebro e isso
vai fazer mais sentido para você mais à frente.

Se não era o meu órgão sexual que precisava de uma intervenção e sim a
minha mente, então, concluí que deveria considerar a ajuda de um outro
psicólogo.

Em Busca da Reprogramação do Cérebro

Veja, se eu tivesse essa nova perspectiva antes, se a minha crença (minha


percepção de realidade) não estivesse focada em uma questão física, como a
hipersensibilidade, então talvez tivesse tirado grande proveito da minha
experiência anterior com a psicóloga. Agora estava reconsiderando isso e
marquei uma nova consulta com um psicólogo escolhido sem um critério
adequado. As informações do psicólogo no site da clínica dizia algo sobre
sexologia, então havia sinais de que podia me ajudar.

Dessa vez a experiência foi muito boa. A abordagem foi bem diferente. Foi
apenas uma sessão de quase duas horas e ele não ficava observando o
relógio para marcar a hora de acabar. Essa grande vantagem já estava
embutida no preço!

Ele não ficava só me ouvindo, ele falou muito. Naquela época ainda era
muito embaraçoso falar sobre isso, mas ele conduziu a conversa com
maestria. Eu não concordei com muitas coisas do que ele disse, havia uma
divergência de valores pessoais, mas eu consegui extrair o melhor de tudo
aquilo.

Ele começou com a pergunta clássica: “o que te traz até aqui?”.

Não foi preciso eu falar muito também. Ele me cortou logo com um “você
não tem nada disso!”.

“Você acredita que tem. Então tem. Mas na verdade você não tem.”

Os próximos 110 minutos ele gastou para me me convencer disso.

- Você é exatamente igual a todos os outros homens. O seu padrão de


referência é que está muito errado. Você não tem que se sentir pior que os
outros homens. Por que tanta cobrança? Sua vida sexual é baseada em
filmes pornográficos?

Não deu tempo de responder.

- Aquilo é uma farsa. É bem verdade que existem homens que tem
ejaculação retardada, não conseguem ejacular, mas isso também é um
distúrbio e precisa de tratamento psicológico. O que está alimentando as
suas crenças? Talvez sejam outros homens comuns. Mas, os homens só
contam vantagens, você sabe disso. Eu recebo todos os dias pessoas aqui no
meu consultório e posso te afirmar que a grande maioria são sexualmente
infelizes pelos mesmos motivos. A ideia vendida em revistas de salão de
beleza, na televisão e no cinema é bem diferente da realidade e o orgasmo
simultâneo do homem e da mulher não é comum como a maioria acredita.
Afinal, órgãos sexuais não possuem relógio.

A conversa foi agradável do início ao fim. E durante todo o tempo eu ficava


com o sentimento de que tudo seria bem diferente se eu tivesse tido aquela
mesma conversa nos meus 14 anos com alguém de confiança.

Na cultura que somos educados os pais não costumam ter esse tipo de
conversa com os filhos. E nem poderiam, pois também não receberam esse
tratamento e não foram preparados para isso. Está em nossas mãos mudar a
história da educação sexual.

“O sexo deve ser algo lúdico” – ele dizia. “Uma brincadeira entre o casal
para celebrar o relacionamento e a vida!” Bonito isso, não é? Estavam ali
naquela sala dois homens conversando sobre a beleza do sexo e como ele
deve ser. Uma conversa que eu não imagino ocorrendo em uma mesa de bar
ou uma roda de amigos.

Talvez alguns pensem que tudo não passou de uma conversa fiada, uma
filosofia qualquer ou um clichê. Tudo bem! Mas vamos admitir que, se a
nossa sociedade hoje, que apresenta um índice entre 20 a 40% da sua
população masculina com algum grau de ejaculação precoce, além de
outros incontáveis infelizes com outros problemas sexuais, é porque a nossa
sociedade precisa rever alguns conceitos fundamentais.

Os argumentos apresentados pelo psicólogo foram muito convincentes, e


me levaram a conclusão de que vivemos em um mundo sexualmente infeliz.
É preciso que cada um de nós reflita sobre este problema. Temos que
admitir que somos apresentados todos os dias a arquétipos que se tornam
nossas referências em tudo. Eles nos dizem no que crer e consequentemente
ditam como devemos agir. Eu não entendia tudo como entendo hoje, mas já
dava para sacar que ele estava destruindo as minhas crenças e me dando
outras para eu colocar no lugar.

Ele me levou a conhecer outro inimigo até então ignorado e que nessa
batalha luta a favor da ejaculação precoce e da impotência sexual: o “TEM
QUE”.

O “TEM QUE” escraviza muitos homens sem que percebam. Eles são
levados a acreditar que TEM QUE ser o super-homem na cama, TEM QUE
proporcionar orgasmos múltiplos a suas parceiras todos os dias e TEM
QUE estar prontos para o sexo a qualquer momento, afinal, mulher é quem
reclama de dor de cabeça.

Se a mulher também é adepta do “TEM QUE” tudo fica ainda mais difícil
para o homem, comprometendo, a sua já comprometida forma de pensar,
impondo ainda mais cobranças às que ele já possui.

O sexo não deve ser uma obrigação e não deve impor nada disso. A viagem
deve ser tão importante quanto o destino. Cada experiência uma surpresa!
Não deve ser tão previsível e se um ou outro chegará ao clímax, ou não,
deve ser uma incógnita a ser descoberta.

Saí daquela sessão, lívido, com muito mais conhecimento do que quando
entrei. Com um ponto de vista completamente diferente e que mudou muito
minha forma de enxergar o sexo.
E o resultado disso foi muito impressionante.

Na primeira oportunidade relatei todo esse novo ponto de vista para minha
esposa. Afinal não basta só eu pensar dessa forma. Eu praticamente “
transfalei ” tudo o que ouvi. E ela concordou com tudo. Fez sentido. E
acreditem: o efeito foi imediato! Eu sentia como se tivesse tirado um grande
fardo de minhas costas e naquele dia mesmo, de uma forma que não sei
explicar, tudo foi diferente e eu consegui controlar a ejaculação sem o efeito
de qualquer medicamento. Simples assim!

Infelizmente esse resultado não foi permanente. Mas, estava evidente a


influência do modelo mental que temos sobre o nosso comportamento e
nossos resultados em tudo.

Isso mesmo, é o que é. Em outras ocasiões o resultado não foi o mesmo e


eu não consegui reproduzir o mesmo modelo mental de sucesso em todas as
situações. Afinal sexo não é um roteiro e sofre influência da ocasião e da
combinação de vários fatores.

Eu estava perto. Eu estava muito perto de desvendar os fatores


determinantes do controle definitivo da ejaculação.

A Solução Definitiva

Esse foi o começo de outra fase da minha jornada! Eu comecei a fazer uma
série de descobertas enquanto estudava sobre neurociências fazendo uma
relação com o comportamento sexual, e tudo o que vivi até ali passou a
fazer muito sentido.

É inquestionável que a mente tem uma enorme influência sobre o sexo. As


estatísticas apontam que 75% dos casos de ejaculação precoce são de cunho
psicológico. Grande parte dos homens atribui a causa do seu próprio
problema à ansiedade.

MAS AFINAL, SE A MENTE É TÃO DETERMINANTE POR QUE A


TERAPIA NÃO PROPORCIONA RESULTADOS SATISFATÓRIOS
PARA TODOS OS CASOS DE EJACULAÇÃO PRECOCE?

Em minha opinião, são por três motivos:

- O primeiro é que se trata de algo de foro muito íntimo e subjetivo.

- O segundo motivo é que “não basta pensar como pássaro para sair voando
por aí”. Existe uma questão física envolvida! E sexo é uma manifestação
física, concorda?

- E o terceiro motivo é que a grande maioria dos profissionais de psicologia


ignoram a questão fisiológica e não estão preparados para lidar
especificamente com os casos de ejaculação precoce.

Não é só a mente que tem que ser trabalhada, o corpo também deve ser
recondicionado para os resultados definitivos. Não adianta a mente apontar
para um lado e o corpo para outro. Isso ficará muito claro para você daqui a
pouco.
Ninguém pode negar que é possível auferir resultados apenas com a
abordagem psicológica ou apenas com a fisiológica. Mas ao trabalhar as
duas frentes em conjunto, compreendendo como corpo e mente se
influenciam mutuamente, promove-se uma sinergia, os resultados são
melhores e podemos fazer ajustes ao longo do processo de
desenvolvimento.

Logo que tive essa compreensão comecei a ter resultados surpreendentes.


Não foi uma evolução contínua. Quero dizer que teve altos e baixos, mas eu
já experimentava uma evolução absurda em algumas semanas.

Quando eu pude me declarar totalmente livre da ejaculação precoce eu nem


tinha todo o conhecimento que você está recebendo agora.

Depois disso eu aprendi e evolui muito, pois em meio a essa jornada que
conheci o Dr. Luis Henrique, médico especialista em tratamento de
ejaculação precoce e impotência sexual e a Dra. Raquel, fisioterapeuta. Ela
me ensinou sobre a parte fisiológica da ejaculação. Ele me ensinou sobre o
uso de medicação como ajuda opcional no processo de reaprendizagem do
controle da ejaculação. Naquela altura eu já sabia fazer as perguntas
corretas e vi que a proposta estava totalmente alinhada com o que eu sabia
que era a solução definitiva.

Depois, no ano de 2012, eu escrevi a primeira versão desse livro. De lá até


aqui tirei dúvidas e li relatos de mais de 1.400 homens por e-mail. A minha
curva de aprendizagem continuou subindo, sempre primando pelo respeito à
dor de cada um e com o desejo de ver neles a transformação de vida que eu
também experimentei.

Então, anime-se!

Você conheceu a minha jornada, agora vamos passar para a próxima fase.
CAPÍTULO II – Alinhando o
Conhecimento
Não se vai para um combate despreparado, ou a derrota será inevitável.
Antes de ir para a guerra é preciso conhecer o inimigo e conhecer a si
mesmo. É preciso fazer um levantamento das forças, fraquezas, recursos
disponíveis, oportunidades e ameaças.

E se queremos ter o controle sobre nossa mente e corpo temos que conhecê-
los. Afinal, COMO CONTROLAR AQUILO QUE NÃO CONHECEMOS?

Esse nosso inimigo em comum, a ejaculação precoce, não é tão poderoso


quanto parece ser. Ele NÃO nos vence pela própria força que parece ter,
mas pela nossa fraqueza, pela nossa ignorância por não conhecê-lo
profundamente e por não enfrentá-lo de frente.

Você precisa se armar com todo o conhecimento sobre o assunto, questionar


as informações que você recebe, se colocar numa condição de
desenvolvimento, avaliar resultados e fazer ajustes ao longo do caminho.
Sem conhecimento você não conseguirá fazer isso.

Então, antes de passarmos para a parte tática, vamos alinhar alguns


conhecimentos para garantir que estamos juntos.

O que é Ejaculação Precoce?


Para começar, existem muitas definições diferentes, e muitas discussões
sobre o conceito correto do que é ejaculação precoce. A mais comum,
define a EP como uma incapacidade do indivíduo em controlar a
ejaculação, com ereção e penetração, durante tempo suficiente para
proporcionar prazer à parceira e para si. Mas eu quero te convidar a
questionar essa definição.

Não se pode dizer, por exemplo, que a EP é uma doença, ainda que usemos
o termo “curar”, ou que, a questão seja tratada por médicos, psicólogos e
fisioterapeutas. Em alguns casos, entretanto, ela pode ser um sintoma de
uma doença física de ordem urológica ou uma disfunção hormonal.

Se você tem uma doença qualquer o mais comum é procurar um médico,


ele irá prescrever um remédio, você irá tomá-lo e isso acarretará na sua
cura, mas sem que você saiba quais são os princípios ativos envolvidos e
como eles agem no seu organismo. Mas, EP não é uma doença! É uma
condição que precisa ser desenvolvida.

Também não se pode afirmar, que a EP seja algo que você tem ou não tem –
como propõe Matt Gorden – Trata-se, segundo ele, de uma questão de
opinião que pode mudar conforme o cenário.

Vejamos.

O Dr. Marcel D. Waldinger em seu louvável estudo, apresenta-nos o


documento: “History of Premature Ejaculation”, onde diz que, a EP é
percebida de diferentes formas por indivíduos, populações e culturas.
Segundo ele, há homens e mulheres que lidam muito bem com a ejaculação
rápida sem achar que é um grande problema. Mas, para outros homens e
suas parceiras sexuais, a ejaculação rápida pode tornar-se um problema
psicológico com distúrbios emocionais e efeitos negativos no
relacionamento.

Cerca de 15% das pessoas que entram em contato comigo em busca de


informações são mulheres. Chamou-me a atenção o relato de uma delas que
disse não se importar muito com o problema do seu marido, pois ele sempre
consegue satisfazê-la de outras formas após a ejaculação. Mas, mesmo
assim, ela sentiu a necessidade de buscar uma solução, pois percebe o
quanto ele fica insatisfeito com essa situação.

Perceba que são duas percepções diferentes envolvendo o mesmo casal.

Proporcionar prazer à mulher não é algo que dependa exclusivamente de


um parceiro. Existem mulheres que só conseguem ter orgasmo por meio de
estímulo no clitóris, não conseguindo chegar ao clímax apenas com a
penetração. Neste caso, o homem pode controlar a ejaculação por um longo
período sem que ela atinja o orgasmo.

Pode-se dizer que isso é um caso clássico de ejaculação precoce? É claro


que não.

Também existem as situações em que o homem fica muito tempo sem ter
relações sexuais, e na primeira oportunidade em que volta a se relacionar
sexualmente acaba ejaculando mais rápido do que desejaria sem a mínima
condição de se controlar. Durante um longo período de abstinência, pode
inclusive ocorrer uma polução noturna (ejaculação involuntária durante o
período do sono). Isso acontece devido a uma grande energia sexual
contida, reprimida. Ora, a polução noturna é normal e não tem qualquer
relação com a EP. Esse mesmo acúmulo de energia sexual é o que torna o
controle da ejaculação muito mais difícil depois de um período maior de
abstinência, existindo ou não problemas de EP.

Por outro lado, existem mulheres que conseguem atingir o orgasmo com
mais facilidade do que outras. Essa característica que as diferencia também
pode fazer com que o homem consiga satisfazer umas mulheres e outras
nem tanto. A facilidade de uma mulher chegar ao orgasmo também está
ligada a muitos fatores físicos, hormonais, emocionais, culturais e até
mesmo situacionais, geralmente, alheios ao homem.

As mulheres também precisam desenvolver a inteligência sexual para ter


uma vida plena. A qualidade da vida sexual não é uma responsabilidade
exclusiva do homem.

A quantidade de penetrações antes do coito ou a quantidade de minutos não


são por si só suficientes para definir um quadro de EP. Essa forma, porém,
ainda é muito usada como parâmetro para identificar graus de severidade e
para avaliar a evolução de desempenho pessoal.

Classificações da Ejaculação Precoce

A EP é comumente classificada em primária ou secundária. A primária é


aquela que se manifesta desde a primeira experiência sexual, podendo se
prolongar por toda a vida. A secundária ocorre em determinado ponto da
vida sexual, mesmo depois ter tido experiências sem uma ejaculação rápida.

Waldinger propôs em 2006, uma nova classificação preliminar com base em


características de quatro subtipos de EP e com base no tempo de latência da
ejaculação intravaginal, ou seja, tempo entre o início da penetração vaginal
até a ejaculação.

Fiz aqui uma breve descrição de cada classificação de Ejaculação Precoce.


Tente identificar em qual tipo seu caso se encaixa melhor.

0. Ejaculação Precoce Vitalícia - ejaculação ocorre cedo


demais em quase todas as relações, com quase todas as mulheres,
desde a primeira experiência sexual. Em 80% das vezes com menos de
1 minuto, muitas vezes em até 30 segundos. Em 20% das vezes entre 1
e 2 minutos. A ejaculação continua rápida durante toda a vida do
sujeito.

0. Ejaculação Precoce Adquirida - a ejaculação rápida a


partir de certo ponto da vida do homem. Ele tinha experiências sexuais
sem ejaculação rápida até então. O início é geralmente em idades mais
avançadas. A ejaculação corrente entre 1 e 2 minutos após início da
penetração. Esse novo comportamento é ativado devido a problemas
urológicos, de tireóide ou psicológicos.

0. Ejaculação Precoce Variável - a ejaculação rápida não é


constante e ocorre irregularmente. A capacidade de controlar a
ejaculação diminui ou some. Esse tipo de comportamento é comum
tanto desde o início da vida sexual quando em idades mais avançadas.
O tempo para acionar a ejaculação é variável. É considerada uma
condição normal da função ejaculatória.

0. Ejaculação Precoce Subjetiva - neste caso a ejaculação


precoce é apenas autopercebida como variável ou inconstante. A
capacidade de controlar a ejaculação é diminuída ou some. Isso pode
começar desde as primeiras experiências sexuais ou em qualquer
idade. Ejaculação geralmente ocorre após um tempo normal após a
penetração, ainda assim a percepção do indivíduo é que aconteceu
cedo demais.

Por que Prolongar a Relação Sexual é


Importante?

Eu poderia simplesmente dizer o que você tem que fazer para controlar a
ejaculação, mas não adiantaria muito ainda. Não se trata de uma fórmula
mágica! Então, eu preciso te dar todo o embasamento para o que estou te
propondo e se você assimilar isso terá condições de se conhecer melhor e
até identificar o que precisa ser ajustado para o seu caso.

As questões práticas exigirão um esforço de sua parte. Esforço e constância.


Sem isso o conhecimento adquirido é anulado. Então para se manter
motivado é importante ter objetivos para continuar. Ninguém motiva
ninguém, o máximo que posso fazer é te inspirar a fazer algo, porque
motivação é algo interno que só você pode fazer por si mesmo. Motivação é
“ter motivos” internos para fazer algo. Os motivos te dão a energia
necessária para fazer o que precisa ser feito todos os dias, em qualquer área
da sua vida.

Por isso eu quero te dar algumas boas razões para durar mais tempo na
cama:

0. Proporcionar mais prazer à mulher:

O prazer proporcionado pelo estímulo no clitóris é diferente da penetração


sexual. A capacidade de manter os movimentos de penetração até que ela
atinja o orgasmo é algo que naturalmente ela espera, pois muitas mulheres
tem o conceito formado de que o sexo deve ser assim. A pesar de existirem
múltiplas maneiras de obter prazer, e não necessariamente apenas com a
penetração, atender esta expectativa é algo gratificante para o casal. Al ém
disso, existe, claramente, uma relação direta entre essa capacidade de
proporcionar prazer à mulher com a autorrealização do homem. Não estou
dizendo se é uma visão certa ou errada, mas para os homens em geral a
habilidade de proporcionar prazer está fortemente ligada à sua reputação. A
verdade é que quanto mais isso for real para o sujeito, mais vulnerável
estará a entrar no ciclo desfavorável que envolve a mente e o controle da
ejaculação.

0. Criar e manter uma relação forte (relacionamento):

O sexo tem uma importância muito grande para manutenção da atração e a


conexão sentimental do casal. Existe uma questão biológica e química
envolvida e isso jogará a favor do relacionamento. Além disso, quando você
proporciona mais prazer à sua parceira, de forma inconsciente, ela associará
prazer intenso a você, formando uma conexão muito forte. Aqu i também
não faço qualquer julgamento, mas é um diagnóstico: é gigante a
quantidade de relatos que recebo de pessoas que já tiveram pelo menos um
relacionamento que acabou motivado pela falta de habilidade em
proporcionar prazer ou pela neura causada em decorrência disso.

0. Ter mais sexo no relacionamento:

Todo o nosso comportamento natural e automático é uma reação de busca


constante e inconsciente pela diminuição da dor e o aumento do prazer.
Desfrutando de orgasmos a cada relação, certamente ela estará disposta para
o sexo com muito mais frequência. Você também!

Existem homens que passam a associar o sexo à frustração ou se sentem


inseguros a tal ponto de evitar o sexo. Essa autossabotagem inconsciente
pode chegar ao ponto de desencadear também a impotência sexual.
Inconsciente significa que a pessoa não percebe que faz isso ou não sabe
como interferir para mudar a situação.

Nessa fuga, alguns homens, mesmo casados, recorrem à masturbação para a


satisfação da sua necessidade instintiva, sem se preocupar com a parceira,
numa atitude egoísta que só agrava a situação e abala o relacionamento.

0. Gerar mais autoconfiança:

À medida que você desenvolver o controle do seu corpo e mente, você irá
desfrutar de experiências sexuais muito mais intensas e prazerosas, os
benefícios vão se estender por todas as áreas de sua vida, alimentando um
ciclo favorável à realização pessoal. Você vai inspirar mais confiança para
outras pessoas e para si mesmo. Quanto mais experiências sexuais
consideradas positivas, mais é revertido o ciclo desfavorável entre a vida
sexual e a mente.

0. Segurança:

Essa também é uma necessidade básica do ser humano. Nós temos que
sentir segurança em todas as áreas da vida, caso contrário, teremos uma
sensação de desconforto e es tresse inconsciente . Quando o homem não
tem o controle do seu comportamento na cama, ele naturalmente se sente
inseguro, sente que sua mulher pode ser sexualmente vulnerável e até pode
ter sentimento de ciúmes mesmo que não exista fundamento para esse
sentimento. Ta mbém é muito comum os homens solteiros evitarem se
aproximar das mulhere s e iniciar relacionamentos.

0. Ter orgasmos mais intensos:

A relação sexual é um processo prazeroso de construção do prazer. Perdoe-


me a redundância, mas é assim que é. Quanto mais rápido você chegar ao
orgasmo, menos intenso ele será. E se você ejacula enquanto está se
esforçando para não ejacular é possível que você nem perceba o prazer, seja
por uma questão física ou porque a sensação de frustração sucumbe à
sensação prazerosa. E é claro que o contrário também é verdade: o
prolongamento da relação sexual proporciona orgasmo muito mais forte e
intenso, especialmente quando você o faz intencionalmente e se entrega à
sensação.

A ejaculação é a parte final de um processo sexual que começa na mente ou


com um estímulo físico que desencadeia a excitação e a ereção. Existem
homens que, especialmente na masturbação, passam tão rápido por esse
processo que chegam a ejacular até sem uma ereção total e o único prazer
que sentem é o alívio da pressão sexual.

EXERCÍCIO
Pare um tempo e dedique-se a meditar sobre quais são as suas próprias
razões para começar um processo de desenvolvimento de maneira
constante. Quais são as suas próprias razões para durar mais tempo na
cama? Como você se sentiria?
Pare, feche os olhos e se desligue de todo o ambiente e daquilo que te
preocupa. Tenha uma conversa com você mesmo. Busque dentro de você
as suas respostas.

REFLEXÃO
Você acha que estou demorando muito para chegar ao ponto em que eu
revelo de vez o que precisa ser feito? Se sim, será que isso já não é um
sinal da ansiedade que te leva a perder a habilidade de controlar a
ejaculação?
A sua atitude no trânsito, por exemplo, que sinais revelam em relação a
isso?
Quanto você sofre enquanto espera parado a contagem regressiva do
microondas? Observe.
Curta viagem! Curta o processo! Esteja presente no momento presente.
Seja presente no momento presente.
Tire um tempo pra você e se permita. Queira estar na sua própria
companhia.
Talvez você ache que é uma perda de tempo quando peço para você parar,
fechar os olhos e tirar um tempo para refletir. Mas, fazendo diferente o
que colheu até aqui? O que você perde em fazer o que te recomendo?
Apenas, faça e confie no método.

Controlar a Ejaculação é Diferente de Demorar a


Ejacular

Eu adoro essa parte do livro. É simples e genial. É essencial que esteja bem
clara para você a diferença entre demorar ejacular e controlar a ejaculação.

A maioria dos homens, tidos como “normais”, demoram a ejacular, mas


quando o impulso vem lá de dentro, não há controle. Ou seja, eles demoram
a ejacular, mas não tem o controle da ejaculação.

Existem recursos que te fazem aumentar o tempo até a ejaculação. A


internet e o senso comum tem uma série de recomendações como usar
cremes anestésicos ou preservativos retardantes, se masturbar momentos
antes da relação sexual, apertar a cabeça do pênis, pensar em coisas
desestimulantes durante o ato sexual e até mesmo utilizar medicamentos ou
realizar cirurgia para reduzir a sensibilidade. Tudo isso pode não passar de
subterfúgios se a causa não for tratada. O problema permanecerá e terá
grandes chances de se agravar.
Isso não significa, entretanto, que um ou outro desses recursos não possam
ser utilizados. Alguns são úteis, não como solução, mas para auxiliar
durante o processo de recondicionamento e aprendizagem do controle.

Outra parcela dos homens tem realmente o controle total da ejaculação e


conseguem prolongar a relação sexual pelo tempo desejado. Entretanto, se
você perguntar para um deles o que fazem para conseguir isso, eles
simplesmente não saberão te responder, pois tudo acontece de uma forma
muito natural, sem receita, do jeito de que deve ser.

Um terceiro grupo muito mais restrito aprendeu sobre o funcionamento do


corpo e da mente durante o ato sexual e deliberadamente desenvolveu a
capacidade de controlar. É neste grupo que você estará em breve.

Você deve ter percebido que o que vamos aprender aqui é interessante não
só para quem sofre com a falta de controle, mas para qualquer homem que
queira desenvolver essa habilidade. Existem vários graus de severidade de
ejaculação precoce, mas certamente, aqueles que entendem o
funcionamento do processo ejaculatório, identificam as suas condições
corporais e suas emoções, podem ficar bem acima da média dos homens. E
é isso que eu estou te ensinando agora!.

Porque os Homens Ejaculam Rápido

De maneira geral foi observado que a maioria dos homens ejacula entre
dois e seis minutos após o início da penetração sexual se não for feita
qualquer intervenção para prolongar o tempo. Isso parece muito pouco, mas
essa mesma avaliação em outros mamíferos aponta entre três a quinze
segundos.

Do ponto de vista da natureza, quanto menor o tempo necessário para


ejacular, maior é a eficiência do macho para fins de procriação. É uma
questão de instinto para a perpetuação da espécie. Esse é um extinto
extremamente forte. Podemos dizer que é uma programação original que já
veio “instalada” em nossos corpos e mentes.

Neste contexto, a antecipação da ejaculação é uma ótima condição do


sistema reprodutivo. E é por isso que como qualquer outro sistema, seu
organismo vai trabalhar por instinto para ser o mais eficiente possível. Ou
seja, ejacular rapidamente.

O orgasmo feminino não é de forma alguma necessário para a procriação e


foi desconsiderado por milênios em diferentes culturas. Porém, no século
XVIII, o mundo deu partida para mudanças econômicas e culturais que
continuam a ocorrer de forma cada vez mais rápida e significativa. Muitos
de nós, ainda tivemos a chance de observar, uma ou duas gerações
anteriores, em que as mulheres eram totalmente desconsideradas em
questões sexuais. E ainda hoje podemos encontrar senhoras que mantiveram
relacionamentos de décadas sem nunca ter desfrutado de um orgasmo se
quer. Também existem adolescentes que têm o clitóris mutilado em algumas
tribos da África para deliberadamente serem privadas do prazer. Ao mesmo
tempo nas novas gerações da nossa cultura nós encontramos um cenário
completamente diferente e agora colhemos os efeitos dessas escolhas
socioculturais históricas.
Se fizéssemos uma visão panorâmica da história seria mais ou menos assim:
durante milhares de anos os homens ejaculavam rapidamente e ninguém
tinha qualquer problema quanto a isso, mas de repente, todos foram pegos
de surpresa porque as mulheres exigiram direitos iguais, fizeram novas
descobertas, inclusive a capacidade de terem (e exigirem) orgasmos, rebolar
o popozão até o chão e outros comportamentos que lhes foram privados
durante quase toda a história. .

É... A coisa mudou muito de lá pra cá. Mesmo assim, o sexo continua sendo
um tabu e a comunicação e educação sexual continua sofrendo um bloqueio
na família, na escola e na igreja.

Quando os homens são questionados sobre o que acreditam ser a causa da


sua dificuldade em controlar a ejaculação a maioria é convicta em afirmar
que é uma questão de ansiedade ou de hipersensibilidade na glande.

Com um apanhado nos estudos sobre o assunto podemos identificar várias


outras teorias como: condicionamento ou comportamento adquirido,
excitação em excesso ou excitação insuficiente, falta de resistência física,
além de outras questões físicas como inflamação da próstata ou desajuste
hormonal.

Abordaremos cada uma delas, mas não é o objetivo aqui cobrir tudo o que
já se cogitou como causa da ejaculação precoce. Apresentarei as principais
teorias e as correlações entre elas. Isso será muito importante, essencial para
irmos para a próxima etapa. Começaremos a entender como a nossa mente
está envolvida em cada caso e tudo ficará mais claro na parte do livro
dedicada à fisiologia e psicologia. Confie!
TEORIA 1 – ANSIEDADE DE DESE MPENHO

Sim. Essa é a causa mais defendida pelo senso comum e mais conhecida
pelos homens.

A questão é que o simples fato de considerar que está prestes a ter uma
relação sexual leva o homem a entrar em um estado de ansiedade que acaba
por gerar um desempenho ruim ou pelo menos aquém do que ele gostaria.

Jacob Willians compartilhou uma analogia que eu gosto muito: um


garotinho em sua primeira peça na escola está trêmulo de medo de entrar no
palco. Então, ele sobe no palco o mais rápido que pode e dispara o seu texto
como uma metralhadora, dá as costas e sai imediatamente e sem cerimônia.
Ele não foge à sua responsabilidade, porque deseja desfrutar da satisfação
de saber que fez aquilo. Ele apenas quer que acabe o mais rápido possível.
Simples assim.

O garoto vai se tornar mais experiente e na sua segunda peça perceberá que
a situação não é tão assustadora assim. Afinal, todos aplaudiram a sua
apresentação e ele não se acusou por não ter recebido o Oscar.

Alguém magistralmente definiu a ansiedade como excesso de futuro. É


concentração em algo que ainda não aconteceu. É a antecipação de um
sofrimento que poderia nunca vir a acontecer.
Mark Twain disse: “Já passei por coisas terríveis em minha vida. E algumas
delas de fato aconteceram”.

Assim, o medo de que algo aconteça garante no presente um sofrimento que


talvez nunca aconteceria.

Porém, na medida em que a expectativa se confirma, é reforçada a crença


de que voltará a se repetir no futuro, fortalecendo cada vez mais o ciclo,
especialmente no caso em que o resultado depende mais da mente do que de
outros fatores externos.

No caso do sexo, se o temido desempenho ruim se confirma a sensação de


medo ganha razão e fortalece a crença de que voltará a se repetir no futuro.
Assim, acabou de se formar um ciclo, mesmo que até então a pessoa não
tenha tido problemas anteriores com ejaculação precoce.

Quanto mais esse ciclo se repete, mais forte ele se torna. E nada mudará se
ele não for quebrado e revertido.

Daí eu te pergunto: se a mente não quer ejacular rápido porque é que o


corpo não obedece? Como uma emoção desencadeia uma manifestação
física?
Para entender isso, é preciso saber que corpo e a mente formam um só
sistema. Você entenderá isso mais a frente, contudo antes vamos terminar
de abordar as outras causas, pois todas estão interligadas entre si e
envolvem algum grau de ansiedade de desempenho.

TEORIA 2 – CONDICIONAMENTO OU
COMPORTAMENTO ADQUIRIDO

O homem aprendeu a ejacular rápido reforçando o seu instinto sexual – uma


programação já “instalada” no seu corpo e mente.

Imagine um garoto. O nome dele é Antônio. Ele acabou de descobrir a


masturbação, mas é tão jovem que nas primeiras vezes sentia o orgasmo e
nem tinha ejaculação. O prazer é intenso e eletrizante, e agora ele só quer
aproveitar essa descoberta e desfrutar de toda aquela sensação.

Veja como isso está sendo registrado na mente e no corpo do menino


Antônio.

Cada experiência que temos no dia-a-dia, seja ela qual for, sexual ou não,
uma rede neural é formada no cérebro. É como se para cada nova
experiência ou conhecimento adquirido o cérebro fizesse uma varredura em
todos os seus registros anteriores e com um linha bem fina ligasse a nova
experiência com os registros anteriores que têm relação e significado. Cada
vez que a nova experiência é repetida uma nova linha fina faz as mesmas
ligações novamente e então, fio a fio, a linha vai se fortalecendo até se
tornar uma corda forte.

O contrário também acontece. Se aquela nova experiência não for repetida


ou utilizada o cérebro entenderá que não é importante e a linha vai perder
força e até deixará de ser considerada durante a varredura em busca de
associações.

No caso do garoto Antônio, chegar ao clímax é algo demorado, o tempo no


banho aumenta bastante e já não é mais para brincar de fazer bolhas de
sabão. O foco é chegar ao clímax e sentir toda aquela sensação
arrebatadora. Então, ele de uma forma muito natural vai descobrindo os
atalhos para chegar lá com mais eficiência: ele se concentra no que está
fazendo, foca no objetivo de chegar ao clímax, usa a imaginação, contrai os
músculos, especialmente os glúteos e outros que ele nem percebe, estimula
os pontos que oferecem mais sensibilidade de forma precisa e com
movimentos cada vez mais rápidos, até mesmo prendendo a respiração...
No final ele recebe uma grande recompensa.

Uau! Não tem frustração! Não tem ansiedade! Não tem estado mental
desfavorável! Só prazer!

Ele está, sem saber, usando todos os atributos do seu organismo para sentir
o prazer que acompanha a ejaculação. Um bom tempo já se passou e ele
nem percebeu que agora alcança esse objetivo com muito mais facilidade,
também não percebe que agora o prazer já não é tão mais intenso. Ele se
contenta com o alívio de se livrar daquela pressão interna acumulada desde
ontem. Ele não sabe que está reforçando o instinto sexual que já estava
originalmente gravado no seu corpo e cérebro com o simples objetivo de
passar o seu DNA para a próxima geração.

Ninguém o avisou sobre tudo isso. Os pais não podiam oferecer o que
também não receberam, a escola não abordou a questão por este ângulo.

A única pessoa com quem Antônio conversa sobre isso é o Carlos. Mas,
este também não pode orientá-lo, pois os dois têm a mesma idade e estão
vivendo exatamente a mesma coisa.

O amigo Carlos, entretanto, não se masturba com tanta frequência, pois tem
uma percepção diferente. Ele vê esse ato como algo errado, um pecado, por
isso cada experiência é acompanhada pelo sentimento de culpa. A
neuroassociação que seu cérebro constrói é diferente. Cada vez que a
energia se acumula ele se vê preso entre duas forças: a pressão interna de
seus hormônios e o desejo de fazer o que entende que é certo. Então quando
ele cede, pois é virou uma questão de emergência o que o torna ainda mais
eficiente em atingir o objetivo.

Mas será que uma neuroassociação tão reforçada ao longo do tempo, no


caso do Antônio e do Carlos, pode ser revertida? A resposta é SIM! Graças
a um atributo do cérebro chamado plasticidade, ele está em constante
reprogramação. O cérebro tem a capacidade de nos dar aquilo que vamos
pedindo. A cada momento, a cada estímulo, experiência ou conhecimento
ele já não é mais o mesmo, está em constante adaptação.

O cérebro trabalha a nosso favor 24 horas por dia. Ele quer nos ajudar a
atingir aquilo que entende como importante para nós mesmos. Ele toma
decisões o tempo todo, mesmo que não percebamos, mas faz isso seguindo
os seus próprios métodos. Ao conhecer as bases dessa “lógica de
programação” temos condições de instruir o nosso cérebro para continuar
trabalhando, mas dessa vez para atingir os resultados escolhidos
conscientemente!

Costumo dizer que é simples, mas não é fácil. Existem muitos fatores
envolvidos, mas você não tem que entender toda a mecânica de um carro
para dirigi-lo.

TEORIA 3 – EXCESSO OU FALTA DE


EXCITAÇÃO

Eu reuni aqui duas teorias que à primeira vista são divergentes entre si. Mas
ao final você entenderá que elas possuem relação entre si e com as demais.

É muito fácil para nós considerarmos que um homem excessivamente


excitado vai mais afoito para o sexo e fica muito mais propenso a ejacular
antes do desejado. Mas, Jacob Willians no seu livro “Premature Ejaculation
– A New Hope for an Old Problem”, cita uma nova teoria (ainda sem
muitos estudos para fundamentá-la) de que homens com baixa excitação
também podem ejacular mais rápido.

Vou usar uma história para ilustrar:


Wilson está com a mesma parceira por muito tempo e agora o casal faz sexo
apenas para satisfazer as necessidades fisiológicas. Muitas vezes o Wilson e
sua esposa se apegam a uma forma de estímulo, um roteiro sexual que em
certa ocasião foi muito prazeroso e agora apenas se prestam a repeti-lo
como um ritual. Eles se contentam em fazer o trivial em uma rotina sem
surpresas e sem descobertas, deixando tudo menos interessante do que
poderia ser.

Isso pode gerar uma excitação menor e em consequência uma ereção


insuficiente. É claro que esse é apenas um exemplo e existem muitas outras
questões que dificultam uma ereção total.

Com o pênis menos firme, Wilson se sente tenso, nervoso e desvia o foco
para este problema ao invés de se entregar e curtir o momento. Ele pode
ainda contrair os músculos pélvicos e os glúteos na tentativa de estimular a
ereção, sem saber que fazendo isso está fisiologicamente acionando a
ejaculação. Você entenderá isso quando tratarmos mais detalhadamente
sobre a fisiologia.

Você percebe uma relação dessa ilustração com as outras teorias?

A rotina induz ao desinteresse e condicionamento. A falta de excitação gera


a ereção insuficiente que gera ansiedade de desempenho e menos prazer.
Menos prazer leva a menos interesse sexual. Tudo parece uma série de
engrenagens que interferem umas nas outras e formam ciclos inconscientes
que mudam o curso dos resultados que desejamos conscientemente.
A boa notícia é que quando interferimos em uma dessas engrenagens
criamos um efeito capaz de modificar todo sistema.

Se Wilson tomar um Viagra vai interferir na “engrenagem” da ereção


insuficiente. Com isso ele ficará mais relaxado e com condições de curtir o
momento, revertendo todo o ciclo. O problema você sabe: este tipo de
medicamento também não é a solução definitiva, pois ele traz consigo
efeitos colaterais e pode gerar dependência psicológica, além de exigir
doses cada vez maiores para produzir o mesmo efeito.

Fique tranquilo! Isso não é necessário se os distúrbios físicos estiverem


descartados. Mas se mesmo assim você analisar e concluir que essa
interferência direta no seu organismo é algo que pode te ajudar na reversão
do ciclo e no seu desenvolvimento, o uso de medicamentos prescritos por
um médico especialista poderá ajudar no processo, como eu explicarei
oportunamente.

Eu insisto em dizer que tal recurso só deve ser usado se você estiver
consciente de como ele te ajuda e que é apenas uma carona para a solução
definitiva: reprogramar o corpo e a mente para controlar a ejaculação.

Mas qual é a relação disso com a excitação em excesso?

Essas duas situações que são tão contraditórias têm algo em comum: um
padrão psico-fisiológico.
TEORIA 4 – HIPERS ENSIBILIDADE NA
GLANDE

Ao lado da ansiedade de desempenho, esse é o fator que os homens


consideram que mais influencia na dificuldade de controle. E de fato, se a
glande é mais sensível, menos estímulo será necessário para desencadear a
ejaculação.

Talvez você seja como vários outros homens que já me relataram essa
queixa: “é que eu tenho muita sensibilidade na cabeça do pênis!”.

Eu sempre retruco com uma pergunta: o que te faz pensar que você tem
mais sensibilidade peniana que deveria?

Você concorda que para responder a essa pergunta é preciso fazer uma
comparação com o nível médio de sensibilidade dos outros homens?

Para fazer essa análise algumas clínicas fazem um exame. Para isso é usado
um aparelho chamado bioestesiômetro que possui uma parte em formato de
uma caneta ligada por um fio. Essa ponta emite uma vibração e o médico a
encosta na glande do paciente e pergunta se ele está sentindo a vibração à
medida que altera a frequência e intensidade dos sinais. Quanto menor a
vibração percebida maior a sensibilidade.

Eu já fiz esse exame na minha primeira tentativa de tratamento, me


disseram que eu tinha hipersensibilidade e eu acreditei. Fazia todo sentido.
É que não interessa se você tem mais sensibilidade ou não. Em todo caso,
sabe o que você terá que fazer? A mesma coisa: recondicionar o seu corpo e
mente para o controle da ejaculação.

Preste bem atenção nisso!

A questão da hipersensibilidade é considerada por certos profissionais como


uma questão física, mas eu quero apresentar outra perspectiva que não foi
considerada até que eu começasse a questionar tudo durante a minha busca.

Os nervos presentes na cabeça do pênis e em todo o nosso corpo funcionam


como sensores que captam e transmitem cada estímulo recebido até o
cérebro para serem interpretados por ele. De acordo com a interpretação um
comando correspondente é enviado de volta.

Mas a cada segundo o nosso cérebro é bombardeado por cerca de 2 bilhões


de fragmentos de informações que são captadas através dos cinco sentidos.

Para manter a sanidade mental, essas sensações são filtradas pelo SAR –
Sistema de Ativação Reticular – que identifica quais estímulos são
importantes e define o que é necessário prestar atenção (consciente) e o que
deve ser descartado ou direcionado para o subconsciente.

Para tomar essa decisão o SAR vai avaliar o estímulo com base em 3
critérios:

0. Se é importante para a sobrevivência;


0. Se é uma novidade ou algo já conhecido;

0. Se está ligado a uma grande emoção.

Para você entender o poder de filtragem do SAR , imagine como é possível


uma mulher dormir tranquilamente enquanto seu marido ronca pesado do
seu lado, mas saltar da cama ao ouvir o seu bebê recém-nascido dar o
primeiro gemido. Neste caso, foram considerados os critérios da novidade
(ela não está acostumada com os sons do bebê) e critérios da emoção, a
ligação emocional em relação ao filho.

Se você está em uma festa cheia de pessoas conversando ao seu redor, você
é capaz de fazer uma distinção precisa dos sons e só prestar atenção à
pessoa com quem você está conversando. Todas as outras conversas se
tornam apenas um ruído ao fundo. Mas, se outra pessoa cita o seu nome
numa das conversas paralelas... Plim! Você nota! Neste caso o SAR
identificou algo significativo para você.

O instinto sexual é usado como critério da mesma forma que a


sobrevivência. Então, se o sujeito está por mais tempo sem relações sexuais
o cérebro estará mais alerta para esta questão e interpretará de forma mais
significativa um estímulo sexual, seja ele físico ou mental.

Na tentativa de reduzir a sensibilidade muitos homens usam cremes


anestésicos ou preservativos retardantes. Mas isso está longe de ser uma
solução, não passa de um paliativo. Se não houver uma mudança na forma
como o cérebro percebe os estímulos, ele vai trabalhar para se tornar ainda
mais eficiente no filtro das sensações. Assim, estímulos cada vez menores
serão suficientes para acionar o processo de ejaculação.

Eu costumo comparar a hipersensibilidade peniana com capacidade de


percepção tátil dos deficientes visuais. Eles conseguem interpretar os
relevos do braile , praticamente indiferenciáveis para as outras pessoas, com
uma facilidade incrível. Será que eles têm mais terminações nervosas nas
pontas dos dedos que as outras pessoas? Claro que não! A necessidade
tornou este estímulo sensorial mais importante para a sobrevivência e o
filtro cerebral foi ajustado para percebê-los com mais eficiência.

Da mesma forma, quando você está com muita fome as suas papilas
gustativas não se tornarão mais sensíveis do que já são. Mas, os estímulos
captados por elas receberão uma interpretação diferente e serão mais
valorizados. Daí o ditado: “a fome é o melhor tempero”.

Se o homem está com um apetite sexual mais acentuado é natural que o


cérebro fique mais atento aos menores estímulos sexuais, especialmente no
pênis. Aliás, a maioria dos homens se prendem apenas aos estímulos
penianos e acabam desconsiderando os estímulos provenientes de outras
partes do corpo.

Um filme francês baseado em fatos reais chamado “Intocáveis” tem uma


cena que representa bem essa questão. Trata-se da história de amizade entre
Phillipe – um ricaço tetraplégico – e seu cuidador Driss, um jovem ex-
presidiário. Em decorrência da sua condição física, Phillipe acreditava não
poder mais desfrutar do sexo até que seu amigo fanfarrão contrata mulheres
para tocá-lo no pescoço e na cabeça, especialmente nas orelhas. Desta
forma ele conseguia extrair um prazer que até então acreditava estar
totalmente alheio. É um filme sensacional com um grande lição de vida.
Assista!

A recomendação de pensar em algo desestimulante durante a relação sexual


pode sim ser uma forma de tirar o foco dos estímulos, mas não é algo
adequado, ao contrário do que dizem por aí. Durante minhas pesquisas para
fundamentar esse livro eu mesmo ouvi de um psicólogo que ele recomenda
(nas palavras dele) “pensar no chefe ou em uma velhinha para desviar o
foco”. Caramba! Isso é desanimador e totalmente contrário ao propósito do
sexo! O objetivo é que você desfrute do momento de forma presente e
engajada.

Eu sou contrário a esse método, porém existe um ponto que deve ser
considerado: desviar o foco.

Não digo desviar o foco da relação sexual e do momento. Você deve desviar
o foco da percepção sensorial peniana. Você pode conseguir isso sem deixar
de curtir e se entregar, apenas passando a notar e a curtir os demais
estímulos e não supervalorizando as sensações do pênis. Você deve focar no
toque em outras partes do seu corpo, no cheiro da sua parceira... Estas
sensações estão lá, mas o filtro do seu cérebro não está considerando-as.

Exercício:
Durante as relações sexuais mantenha-se atento aos estímulos em outras
partes do seu corpo e nos demais sentidos. Perceba cada um deles e tente
descobrir outros que você não havia dado a devida atenção antes. Quanto
mais prazer você conseguir desfrutar com essa nova forma de se
relacionar com o seu corpo, mais o seu cérebro irá tirar o foco das
sensações penianas e passará a considerar naturalmente as demais
sensações.
Se você realmente fizer com consciência do que é importante, o uso de um
creme anestésico ou um preservativo retardante pode ser considerado para
ajudar no processo. Você deve analisar e avaliar se isso vai te ajudar a dar
o foco nas outras percepções sensoriais. Mas recomendo fortemente seguir
as minhas propostas sem esses recursos para não criar uma certa
dependência psicológica que te faz sentir inseguro quando não usa. Fique
atento ao fato de que o creme anestésico também vai diminuir a
sensibilidade de sua parceira se você não usar um preservativo para evitar
o contato do creme com a vagina.

Lembra que um dos critérios da filtragem feita pelo SAR é a novidade? Na


medida em que você for desenvolvendo a sua capacidade de prolongar o
período de intercurso com penetrações o estímulo peniano deixará de ser
uma novidade. E você estará mais apto a lidar com os estímulos e poderá
dar respostas neurais diferentes. Lembra do calejamento que o vendedor da
minha primeira tentativa em uma clínica famosa me falou? Pois é, o
calejamento não é no seu bilau, é no seu cérebro.

Viu como as coisas todas estão começando a se encaixar? Cada teoria, cada
tentativa teve o seu valor, mas se não for entendido a origem disso tudo, as
coisas podem não funcionar tão bem como poderia, ainda que cada teoria
por si só tenha seus casos de sucesso.
TEORIA 5 - FALTA DE RESISTÊNCIA FÍSICA

Essa teoria baseia-se nas evidências de que homens com menor


condicionamento físico são mais propensos a ejacular rápido.

O sexo é uma manifestação física. E invariavelmente envolve esforço.


Então, quanto pior estiver o condicionamento físico do homem, mais
esforço será necessário durante o sexo e mais desconforto ele sentirá. Então,
o cérebro dará o comando: “vamos acabar logo com isso!”.

Uma dos principais critérios para as tomadas de decisões inconscientes pelo


nossa mente se baseiam em reduzir a dor (física e emocional) e aumentar o
prazer (físico e emocional).

Quanto menos condicionamento físico, mais esforço, mais dor


(desconforto), maior propensão a acabar logo com isso e ainda alcançar o
prazer como recompensa.

É uma decisão automática sem a sua interferência. Guarde essas


informações, pois irei apresentá-las com mais detalhes no próximo
subtítulo: “Corpo e mente: um só sistema”.

A Supermáquina

Se o cérebro é quem comanda tudo e eu não quero ejacular rápido, por que
ele faz o contrário do que eu quero?
Antes de tudo, vamos esclarecer: você não é seu cérebro. Você tem um
cérebro.

O cérebro é um órgão, portanto ele é físico. Ele é trino, ou seja, uma das
formas de classificá-lo conforme suas funções envolve 3 sistemas ou, como
alguns preferem, 3 cérebros: reptiliano, límbico e neocórtex cerebral.

Confira abaixo as características de cada um deles:

Sistema Reptiliano – O Cérebro Instintivo

O sistema reptiliano é também conhecido como cérebro instintivo. Se


pensarmos no cérebro em camadas como uma cebola, o sistema reptiliano
está localizado fisicamente nas camadas mais interiores e é responsável
pelas atividades instintivas e por isso é também conhecido por cérebro
primitivo.

Chamá-lo de primitivo pode não ser adequado se considerarmos que ele faz
coisas que o cérebro racional (intelectual) seria totalmente incapaz de fazer.

Ele corresponde ao comportamento que está expressamente programado em


nosso genoma para a sobrevivência e por isso abriga centros de controle
vital, que controlam a respiração, a deglutição, os batimentos cardíacos e
além de tantas outras coisas, incita a fome, a reação de fuga ou de luta e o
desejo sexual.
Ele fornece os impulsos naturais do corpo físico, inclusive a sexualidade e
os processos inteiramente inconscientes e todas as funções corporais que
ocorrem natural e espontaneamente.

Para fazer o seu papel de garantir a sobrevivência ele nos faz prestar
atenção ao impulso do medo e da ansiedade acionando as glândulas e
hormônios que causam reações ao nosso corpo. É o nosso lado mais animal!
Ele nos faz ter medo desnecessário, porque ele só sabe liberar o impulso e
não avaliar a situação. Ele não tem dúvidas ou arrependimentos. E adivinhe:
ele aciona a ejaculação.

Sistema Límbico – O Cérebro Emocional

O sistema límbico é também conhecido como cérebro emocional. Ele


encobre o cérebro reptiliano e é encoberto pelo córtex cerebral. É
responsável pela memória de curto prazo e pelas emoções, sentimentos de
prazer associados à comida e ao sexo. Ele atribui valor a cada estímulo,
conhecimento ou memória que você possui.

O medo (intimamente ligado à ansiedade) e o desejo são criados no cérebro


instintivo, avaliados pelo cérebro emocional e negociados pelo cérebro
racional. Todos as camadas estão intimamente ligadas entre si de forma
interdependente, então não dá para dizer neurologicamente onde começa
um e termina o outro.
Existe uma forte aliança entre o cérebro instintivo e o emocional, podemos
chamar os dois juntos de subconsciente. O primeiro tem uma autonomia
incrível e não dá muita bola aos pedidos e conselhos do cérebro racional. A
boa notícia é que podemos interferir parcialmente nele por meio do nosso
corpo e do cérebro emocional, sobre o qual temos mais controle. Digamos
que seja uma comunicação mais indireta e dependendo do caso pode gerar
resultados rápidos ou demorados, especialmente quando falamos sobre
controle da ejaculação.

Você não é o seu cérebro, certo? Então, entenda que não é o cérebro
emocional que tem emoções. Nós temos emoções quando o usamos.

Quando a emoção tem a supremacia e determina o curso da nossa vida é


preciso reavaliá-la conscientemente para conduzir o cérebro e não ser
conduzido por ele. Sempre podemos usar o cérebro a nosso favor, mas para
que isso ocorra é preciso conhecê-lo, entender como funciona e como ele
toma decisões. Também é preciso ressaltar e evitar um mal-entendido muito
comum: as emoções não devem ser reprimidas. Caso contrário o corpo pode
sofrer bastante com reações e desequilíbrios do sistema, inclusive
socialmente. Elas apenas não devem ter o controle da nossa vida.

Da mesma forma, o instinto sempre terá autonomia, quer você queira ou


não. Afinal você não quer ter que pensar para fazer o seu sangue circular ou
para respirar, fazer a digestão…

A partir daqui, passaremos a chamar de subconsciente esse universo


composto tanto pelo cérebro instintivo quanto o emocional.
Neocórtex Cerebral – O Cérebro Racional

O Neocórtex Cerebral é também conhecido como cérebro racional. É a


camada mais exterior do cérebro e possui aquelas rugas e sulcos para
aumentar a sua área. Ele é responsável pelo intelecto, a nossa consciência.
Por meio dele, temos condições de avaliar e equilibrar as obsessões dos
aliados: instinto e emoções.

Você sempre ouviu falar que nós somos seres racionais, pois o nosso
neocórtex nos diferencia e nos coloca em um patamar inatingível para os
outros animais. Mas, o mais adequado seria dizer que somos seremos
emocionais dotados de razão.

Você não deve reprimir os seus instintos ou desejos. É preciso apenas ficar
consciente e atento a eles. Por exemplo, você está em um
congestionamento, cansado e louco para chegar em casa. Então alguém te
ultrapassa pelo acostamento e você num impulso instintivo e emocional
começa a esbravejar e a xingar batendo no volante. O simples fato de “dar
um passo atrás” como se estivesse assistindo a si mesmo e conscientemente
avaliar a cena dizendo “esse sou eu agindo impulsivamente...” ou “esse sou
eu entrando em pânico...” já é o suficiente para interferir no seu
comportamento até então fora do seu controle.

Da mesma forma, ao entender quais são os instintos e emoções envolvidas


durante a relação sexual você terá mais condições de perceber quais são os
gatilhos que desencadeiam as reações fora do controle e então poderá
interferir parcialmente em algumas das engrenagens desse sistema e
influenciá-lo como um todo.

Nossas emoções e nosso intelecto desempenham um papel no nível


neurobiológico, acionando neurotransmissores que excitam e inibem,
equilibrando o domínio das emoções.

Não há aqui uma apologia à razão em detrimento da emoção, pelo


contrário. Negar as suas emoções e reagir apenas racionalmente pode ser
tão desastroso quanto dar vazão à todas as emoções e viver reativa e
descontroladamente.

Você NÃO é o Seu Cérebro

Você tem um cérebro. Você é o ser que usa o seu cérebro.

O cérebro é o computador, o hardware . A mente é o software , o programa


instalado no seu computador. Os softwares tem bugs , podem conter vírus,
mas podem ser corrigidos, novos softwares podem ser instalados.

O córtex cerebral é a parte do cérebro onde ocorre a autoconsciência e os


pensamentos. É capaz até mesmo de pensar sobre pensamento, questionar e
buscar respostas. As fases instintivas e emocionais residem no mundo
subconsciente. Todas as três fases estão interligadas entre si e interagem o
tempo todo.
Agora veja um exemplo de um diálogo alegórico entre os três cérebros:

Instintivo: “eu quero procriar”.

Emocional: “eu quero prazer”.

Intelectual: “eu não quero ejacular rápido”.

Como o cérebro toma as decisões

O cérebro de um adulto médio pesa 1,4 quilos o que corresponde a cerca de


2% do peso médio corporal. Mesmo assim, o cérebro consome 20% de todo
oxigênio do nosso sangue e 25% dos açúcares que circulam no organismo.

O cérebro nunca desliga. Dia e noite zela pelo funcionamento do seu corpo,
mantendo você vivo, buscando o seu prazer e bem-estar, evitando dores e
obedecendo outros critérios.

Se o cérebro é o computador, a mente é o conjunto de programas instalados.


Seguindo em frente com essa analogia, podemos dizer o cérebro já vem
com um sistema operacional de fábrica, contendo todos os nossos instintos.
Graças a isso, não precisamos instalar um novo software para começar a
mamar logo depois de nascer. Mas, ao longo da vida, de modo especial na
infância, vamos instalando novos aplicativos que rodam automaticamente e
determinam o nosso comportamento. Você se torna aquilo que
continuamente ouve, vê, sente, pensa e acredita. Esse conjunto de software
formam a mentalidade.

J.B. Carvalho no livro Metanóia diz que a mentalidade é um hábito mental


que determina como você interpreta e responde às situações da vida. Sua
mentalidade faz você reagir à sua realidade e dirige todas as suas ações.

A grande maioria das nossas decisões do dia a dia são tomadas de forma
subconsciente. Alguns chegam a arriscar um número, atribuindo que 95%
das decisões são tomadas de forma automática, ou seja, de forma
subconsciente ou inconsciente. E apenas 5% são decisões conscientes,
processadas pelo córtex, envolvendo raciocínio, cálculos, análise,
planejamento.

Toda decisão que o consciente deixa a cargo do subconsciente será tomada


com base em critérios próprios. Esses critérios são: economia de energia
vital, dor e prazer, valores e crenças pessoais.

Esses critérios são colocados em uma balança mental que vai medi-los, dar
um significado e tomar a decisão com determinada congruência. A
congruência é o que faz a decisão ter sentido. Quando o subconsciente toma
uma decisão automática, o consciente, racionalmente, vai criar uma história
para dar sentido àquela decisão e garantir a congruência desse sistema.

Então, uma pessoa fica deprimida (dor), sai para comprar compulsivamente
porque sua mente registrou no passado que comprar faz sentir bem (prazer).
Um outro programa mental vai acusar que aquele comportamento está
incongruente com a vida financeira da pessoa e ela vai conscientemente
criar para si e para os outros a história de que tinha que comprar porque
aquele preço era uma oportunidade. Assim, devolve a congruência para o
sistema e valida a programação mental que venceu a disputa.

Vamos aos critérios usados pelo nosso subconsciente para tomada de


decisões:

ECONOMIA DE ENERGIA VITAL

Nosso cérebro é uma máquina de identificar padrões e fazer associações. E


o primeiro critério para definir os padrões e estabelecer a programação é a
economia de energia vital.

Enquanto o córtex cerebral está no campo consciente e você pode


direcioná-lo para onde quiser, as áreas instintivas e emocionais estão no
mundo inconsciente, trabalhando de forma automática.

O cérebro consciente tem uma capacidade apurada para tomar decisões,


mas isso demanda muita energia e só permite fazer uma tarefa por vez.
Ainda que alguns digam que são multitarefas, fazer duas ou mais coisas ao
mesmo tempo exige a alternância de foco enquanto realiza mais de uma
atividade.

Então, o processamento consciente do cérebro demanda muita energia e


você fica exausto rapidamente. Mas, na medida em que vai identificando os
padrões, o cérebro vai gravando aquele processamento no subconsciente
para que sejam executados de forma cada vez mais automática, sem
esforço, de forma natural e permitindo até mesmo executar múltiplas tarefas
ao mesmo tempo.

Já imaginou se tivesse que pensar para respirar?

Observe a sua respiração. Respire fundo, mude o ritmo e continue


observando. Pronto! Se você realmente está comprometido e seguiu essa
minha instrução simples, as sensações respiratórias foram para o seu
consciente, mas daqui a pouco o movimento respiratório vai deslizar para o
seu inconsciente, voltará a ser uma atividade natural, automática e sem
esforço. Assim, o seu consciente poderá se dedicar a outras coisas também
importantes e que ainda não tem um padrão identificado.

Isso é economia de energia vital, um critério básico na tomada de decisões


automáticas realizadas pelo cérebro.

DOR E PRAZER

Para fazer essas associações e programar os comportamentos subconsciente,


um dos principais critérios é aumentar o prazer e evitar a dor.

Guarde bem isso: buscar o prazer e evitar a dor.

Entenda dor e prazer como percepções físicas ou emocionais!


Todo mundo sabe que é extremamente importante fazer atividades físicas.
Você também sabe disso, claro!

Marcelo também sabia disso. Então, um dia tomou a decisão consciente de


se matricular em uma academia. Ele fez o primeiro treino e planejava voltar
no dia seguinte. Mas, depois de um dia trabalho com o corpo todo dolorido,
formou-se em sua mente um diálogo interno que mais parecia uma batalha
entre o seu consciente e seu subconsciente.

O correto seria seguir o plano e simplesmente ir. Mas, uma voz interna que
parecia a sua própria voz dizia: “Nossa! Eu trabalhei tanto hoje. E meu
corpo está muito dolorido. Eu levei 3 anos para voltar a treinar que se eu
demorar um dia a mais nem vai fazer a diferença. Amanhã eu vou”.

Essa voz é fruto da percepção dada pelo subconsciente do Marcelo que está
programado para buscar o prazer e evitar a dor com foco em curto prazo.
Naquele momento, levantar pesos ou correr significa simplesmente dor.
Neste caso dor física. E o subconsciente, cumprindo lealmente sua função,
está tentando te proteger e evitar a dor. Ao mesmo tempo em que recorre
em sua programação à textura do sofá e relembra como é gostoso descansar
e assistir uma série no Netflix.

Em outras ocasiões Marcelo teria sucumbido à tentação de ficar em casa.


Isso já havia acontecido em outras iniciativas de voltar a malhar. Mas, dessa
vez havia um outro fator que o fez enfrentar a dor física e realmente ir pra
academia. É que na semana anterior, Marcelo estava na ante-sala da
secretaria da faculdade quando ouviu a secretária dizer para a colega:
0. Júlia, entregue esse recibo para o Marcelo, por favor!

0. Quem é Marcelo?

0. É aquele rapaz gordo que está esperando ali na ante-sala.

Júlia chegou na ante-sala e sem se confundir com os outros presentes,


entregou gentilmente o recibo para o Marcelo, que agradeceu com um
sorriso.

Ele sabia que estava acima do peso, mas aquela espontaneidade da


descrição caiu como uma bomba, porque nunca tinha ouvido isso. Ele ficou
com raiva, triste e decepcionado. Doeu.

Na avaliação mental, aquela percepção de dor emocional pesou mais que a


percepção de dor física, de modo que daquela vez foi fácil decidir ir para
academia no segundo dia.

Marcelo tinha um motivo interno para ir pra academia, ou seja, ele estava
motivado.

Ir para a academia continuava ser uma dor física que o cérebro tentava
evitar. Mas com o passar do tempo, a imagem na frente do espelho começou
a mudar, a disposição e sensação de bem estar também. E ele passou até a
receber elogios inéditos e a atenção das garotas. Um novo programa mental
foi gradativamente substituindo o programa anterior e agora ir pra academia
tinha outro significado: bem estar, autoestima e autoconfiança. Ir para a
academia passou a ser o novo hábito, um comportamento natural e
automático. Já não pesa tanto quanto antes e faltar ao treino não faz mais
sentido. Marcelo entrou para seleto grupo de pessoas que estão
programadas para malhar, pois tem mais prazer em fazer isso do que não
fazer. E por isso, demonstram uma força incompreensível para outros: é a
força do subconsciente.

O consciente é como um menino franzino, fisicamente fraco, mas


inteligente. Esse menino está montado no pescoço de seu melhor amigo: um
gigantesco elefante selvagem que aqui representa o subconsciente.

O elefante quer cuidar do menino. Mas, faz do seu jeito. Quando o menino
consegue compreender o elefante, se comunicar com ele e adestrá-lo, os
dois são invencíveis. Juntos eles conquistam, fazem acontecer e percorrem
distâncias inimagináveis.

Sem ensinar para o elefante o comportamento que o menino quer ou


precisa, o menino fica à mercê da irracionalidade do elefante. Já que é
obrigado a ficar montado no elefante a vida toda, ele é vítima e não senhor
do elefante e da sua própria vida. Resta-lhe reclamar da sorte ou esperar que
algo bom aconteça passivamente.

O elefante segue o instinto, a programação original ou a aprendida. Ele foca


no curto prazo, assim como temos mais facilidade de focar no sofá que no
corpo bonito que a malhação pode nos dar. Ou no doce que está na nossa
frente que na saúde ao longo da década.
Imagine como os seus resultados seriam diferentes se o subconsciente
estivesse de acordo com os interesses do consciente!

Lembram do garotinho que subiu no palco e disparou o seu texto para o


público? Existia dor emocional envolvida: medo, insegurança. Também
havia prazer envolvido: fazer o que era necessário, acompanhar os
amiguinhos, aprovação. O subconsciente tomou a sua decisão para
equilibrar os dois interesses.

Lembram dos homens que evitam o sexo, desistem de iniciativas sexuais, e


até desenvolvem impotência sexual? Esses são comportamentos
desencadeados pela mente para evitar dor (desconforto) e aumentar o
prazer. Evitar a dor do constrangimento, a dor da rejeição, da
ridicularização.

Ainda existem outros critérios que não citei na história do Marcelo, eles são
igualmente considerados na tomada de decisão pelo nosso subconsciente.
Vamos a eles.

VALORES E CRENÇAS

Todo sistema complexo, seja uma empresa, uma máquina, um software ou


um ser humano, tem que ser congruente em si. As partes devem trabalhar
juntas, cada ação deve apoiar a outra. Se uma máquina tem uma parte
fazendo um movimento contrário à outra parte vai sair de sincronia e pode
acabar quebrando. É assim também com nossa mente.
Antony Robbins diz que se os nossos comportamentos infringem outras
coisas que são importantes para nós, então temos conflitos interiores que
nos prendem e impedem de evoluirmos e alcançarmos o que desejamos. Se
uma pessoa está fazendo algo e conseguindo ter um resultado, mas para isso
está vagamente querendo outra coisa, não vai se sentir totalmente realizada.
Ou então, se para conseguir algo está esbarrando em sua própria crença do
que é certo ou errado, vai gerar confusão, gastar energia.

Os valores são crenças ou regras pessoais e individuais que criamos para


nós mesmos ao longo da vida, desde a infância e que acabam por definir e
direcionar todas as nossas decisões. Nossas decisões definem nossos
comportamentos que por sua vez definem nossos resultados, nosso estilo de
vida.

Os valores e crenças são extremamente emocionais e definem tudo na sua


vida, organizando hierarquicamente o que é mais importante para você.
Com base neles você define o que vai fazer para ganhar a vida, como vai
criar os filhos, quanto de dinheiro vai ter e como vai gastá-lo, tudo. Os
valores foram recebidos dos seus pais que te puniam ou recompensavam na
medida em que você aceitava ou se afastava dos valores deles. Depois você
se juntou a amigos que tinham valores diferentes e misturou seu valores
com os deles, caso contrário eles poderiam te bater ou, pior ainda, não
brincar com você. E você está fazendo isso até hoje, seja com as pessoas
que você convive, com o que você lê, assiste e ouve. No trabalho, por
exemplo, continua valendo o método punição e recompensa.

Descobrir os nossos valores pessoais e dos outros é algo poderoso é algo


poderoso. O problema é que a maior parte deles são inconscientes, não
percebemos que os temos. E por isso as pessoas não sabem porque fazem as
coisas, elas só fazem.

Esses valores estão organizados em uma hierarquia pessoal. Então, certos


valores são mais importantes que outros para cada indivíduo. Então, uma
pessoa, mesmo sendo honesta pode contar uma mentira para proteger um
amigo, porque o valor da amizade é maior que o valor da honestidade,
naquele contexto.

Alguns podem aceitar numa boa morar em uma cidade e trabalhar durante a
semana em outra. Outros podem achar que nunca sacrificariam a família
dessa forma. Ambas valorizam muito carreira e família, mas em escalas e
contextos diferentes.

Todos querem liberdade, prosperidade, família, amor, amizade,


comunicação honesta, sensação de segurança. Mas, cada um de nós
atribuímos um valor relativo para cada um deles, organizando em uma
escala. E cada decisão será tomada considerando quanto desses valores
serão atendidos ou contrariados.

E se você começa a ter um comportamento que esbarra em determinado


valor ou inverte a ordem deles, sua mente, com o objetivo de gerar
congruência, poderá gerar, por exemplo, conflitos interiores. Como por
exemplo, alguém que tem uma carreira muito bem sucedida, mas sacrifica a
família. Ou ganha muito dinheiro, mas sempre acreditou que quem é rico é
mesquinho e explorador. A lista de exemplos poderia ser infinita, mas não é
nosso objetivo aqui aprofundar nesse tema.
Os valores são tipos de crenças. As crenças são verdades pessoais. São leis
internas que guiam o nosso sistema nervoso. Isso é muito além de conceitos
religiosos e de fé. Uma crença é estabelecida com base na nossa percepção
do mundo. Elas também determinam as nossas decisões, nossos
comportamentos e resultados.

As crenças são programações em nosso cérebro que determinam como


funcionará a nossa mente. Muitas vezes o nosso cérebro instala uma crença
pronta que recebemos de alguém, como nossos pais, pessoas do nosso
convívio, livros, sociedade, etc. Isso é extremamente importante para a
economia de energia vital, um dos principais.

Imagine que uma criança por um motivo ou outro passe a acreditar que
nunca vai aprender matemática. Se essa crença for programada na mente
dela, devido ao princípio da economia de energia vital e da congruência, o
cérebro dela vai evitar qualquer esforço (evitar dor do esforço) para
aprender matemática. Afinal porque esforçar se a crença está dizendo que
será um esforço inútil? Em consequência disso a criança não vai aprender e
se não aprende revalida e fortalece aquela crença.

E o mais impactante disso é que essa crença é falsa. Se a criança for


orientada que é uma questão de esforço e não de inteligência, que é difícil
pra todo mundo, que é difícil só até se tornar fácil, ela passará a crer que o
esforço vale a pena, a autossabotagem vai cessar e ela poderá ter resultados
diferentes e quebrar aquela crença.

As crenças podem surgir por observação. Ninguém precisou te explicar


sobre a lei da gravidade para você aprender que não é boa ideia pular do
sofá ou da janela.

Imagine uma plataforma de 20 metros de comprimento e 30 centímetros de


largura, colocada no chão. Então, você tranquilamente pisa em uma ponta e
vai andando e equilibrando sobre ela até chegar do outro lado, sem colocar
o pé fora. Logo depois disso, essa mesma plataforma é elevada, ligando
uma janela do quinto andar de um prédio à janela de um outro prédio e você
é desafiado a fazer a mesma travessia que acabou de fazer.

O que acontece?

Sua mente, por ter a crença na lei da gravidade, ainda que seja exatamente a
mesma coisa de andar com a plataforma no chão, vai lutar ferrenhamente
para evitar que você haja de forma incongruente com as crenças
estabelecidas. Você sentirá isso fisicamente, seu coração vai disparar, as
pernas vão enriquecer, vai suar… Aliás, isso é uma prova da interferência
direta da sua mente sobre o seu corpo. Percebeu aqui uma relação com o
processo de ejaculação?

As crenças podem surgir por sugestão. Alguém pode sugerir que você não é
bom o suficiente para algo. E você a despeito de ter muitas evidências do
contrário pode acreditar. E é interessante que as sugestões negativas podem
se estabelecer em nossa mente de forma muito mais fácil que as sugestões
negativas. Veja, se alguém disser que um adolescente é bonito, ele pode
ficar feliz. Então ele começa a caçar mais evidências de que aquilo é
verdade, mas continuará desconfiado e pode nunca acreditar nisso. Mas,
mesmo sendo falso, se alguém disser que ele é feio, não importa quantas
evidências contrárias ele tem, vai ficar triste e abalado.
As crenças são como atalhos. Se alguém em quem confiamos nos disse que
algo é ruim. Vamos usar isso como critério para não ter que gastarmos
energia para validar aquilo. Imagine se você tivesse que ser engolido por
um leão para confirmar que eles são uma ameaça?

E aí, você acredita que tem problema e que nunca vai aprender a controlar a
ejaculação? Acredita que nunca poderá satisfazer a sua parceira com
penetração? Acredita que nunca terá uma vida sexual plena como deve ser?

“Se você acredita que pode ou se acredita que não pode, nos dois casos
você estará certo” - Henry Ford.

SIGNIFICADO

Sua mente é um sistema que recebe uma informação interna ou externa,


filtra e processa conforme os critérios que aprendemos aqui (economia de
energia vital, congruência, percepção de dor ou prazer, valores, crenças) e
atribui um significado.

Então, cada pessoa, por ter filtros diferentes, atribui diferentes significados
a uma mesma situação.

Certa vez, dois homens, funcionários de uma fábrica de calçados foram


enviados para uma tribo com o objetivo de explorar novos mercados
consumidores. Cada um deles fez um relatório. O primeiro escreveu: não
teremos sucesso, pois lá ninguém usa sapatos. O segundo escreveu: será
sucesso absoluto, pois lá ninguém usa sapatos.
Para Marcelo ir pra academia é um prazer que supera a dor. Para Luiz, o
contrário.

Diante de uma mesma palavra, uma pessoa fica ofendida, outra não.

Como você se sente não é o resultado do que acontece com você. É apenas
a sua interpretação do que está acontecendo com você.

Mais a frente vamos trazer a aplicação disso para a vida sexual e os efeitos
sobre o processo de ejaculação.

O Poder Está no Seu Subconsciente

Você já ouviu falar que somos seres racionais. E somos. Mas, talvez o mais
correto seja dizer que somos seres emocionais dotados de razão.

O neocórtex cerebral nos distingue dos animais. Foi ele que nos trouxeram
até aqui.

Mas, individualmente são nossos hábitos, aquilo que fazemos


automaticamente, de forma natural, que determina a nossa qualidade de
vida.

Como seria sua vida se o seu subconsciente estivesse programado para


prolongar a relação sexual pelo tempo que você desejar?
O que eu vou te propor para desenvolver essa capacidade e desfrutar de
mais prazer é algo que vai exigir certo esforço de sua parte. É tudo muito
simples, mas não é fácil. Porém, convenhamos que sexo não é algo que
deve ser baseado em esforço. Deve ser algo prazeroso para ser curtido e
desfrutado com a sua parceira, certo? Então, o nosso objetivo é criar
conscientemente novos padrões físicos e mentais para serem executados
automaticamente pelo seu subconsciente.

Vamos ditar um novo padrão. Vamos fazer novas associações. No próximo


capítulo vamos entender melhor a metodologia.

O poder está no seu subconsciente!

EM RESUMO:

Cérebro consciente: toma decisões com base em raciocínio, cálculos,


análise, planejamento. Lida com situações novas, sem um padrão
identificado. Executa uma tarefa por vez. Gasta muita energia.

Cérebro subconsciente/inconsciente: toma decisões e executam


comportamentos com base em programações estabelecidas, reage aos
estímulos repetindo comportamentos e padrões anteriores, com foco em
buscar o prazer e evitar a dor (físico e emocional), conforme o significado
atribuído. Executa muitas tarefas ao mesmo tempo, de forma automática,
natural e sem esforço.
Cérebro Subconsciente = toma decisões com base na programação
estabelecida, reage aos estímulos repetindo comportamentos e padrões
anteriores. Processa de forma automática, com naturalidade. Gasta pouca
energia. Faz várias coisas ao mesmo tempo. Foco imediatista.
CAPÍTULO III – Metodologia
A base da proposta para o controle da ejaculação é o controle da mente e
corpo. Os dois devem ser recondicionados, seja qual for o fator que mais
interfere na sua dificuldade de prolongar a relação sexual. Afinal, as causas
estão inter-relacionadas.

Todo aprendizado é um processo que passa basicamente por 4 estágios:


incompetência inconsciente, incompetência consciente, competência
consciente, competência inconsciente.

Estágios do Aprendizado ou Condicionamento


Estágio 1 – Incompetência Inconsciente

Esse é o estágio em que VOCÊ NÃO SABE QUE NÃO SABE.

O que você não sabe que não sabe é um verdadeiro universo! Poderia até
mesmo ter inspirado William Shakespeare quando disse “Existem mais
coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia” .

Aqui estão verdadeiros segredos, e muitas vezes, quando descobrimos


apenas alguns deles é como se tivéssemos recebido uma revelação Divina.
Pois, muito bem, deixando essa vã filosofia de lado, e voltando para o
mundo real. Vamos tomar como exemplo prático uma criança que ainda não
sabe dirigir um carro, mas NÃO sabe “que não sabe dirigir” e pensa que
basta sentar no colo do pai e segurar o volante.

No caso do controle da ejaculação, é exatamente nesse estágio que muitos


homens se encontram, ou seja, eles são incompetentes quanto ao controle
do seu corpo e mente, mas não têm consciência disso. Todo o processo
ejaculatório acontece de forma exclusivamente instintiva, seguindo a
programação original do organismo.

Entretanto, uma simples informação correta sobre o assunto, até então


desconhecido para nós, nos retira do estágio 1 e nos lança imediatamente
para o estágio 2.

Estágio 2 – Incompetência Consciente

Seguindo com o mesmo exemplo anterior, é neste estágio que se encontra,


por exemplo, o adolescente que ainda não teve a oportunidade de aprender a
dirigir. Ele tem consciência de que não sabe, por isso não se atreve (ou não
deveria se atrever) a tomar a direção por conta própria para descobrir o
quanto sabe.

Em relação à EP, após descobrir que precisa recondicionar seu corpo e sua
mente para manter relações sexuais mais duradouras e prazerosas, você
acaba de entrar neste estágio. Você já sabe o que deve ser feito e
provavelmente ainda não tem a habilidade ou conhecimento para fazer. É
nesse momento que surgem várias interrogações na sua cabeça. A principal
delas: COMO VOU FAZER ISSO?
Aplicando os métodos que vou ensinar. Assim, à medida que você executá-
los, passará GRADATIVAMENTE para o estágio seguinte.

Estágio 3 – Competência Consciente

O adolescente que não sabia dirigir agora atingiu a idade adequada e se


matriculou em uma autoescola. Todo o conhecimento teórico que ele
acumulou até então aliado com o que ele sempre observou vendo outros
dirigirem começa a ser praticado já na primeira aula, quando o instrutor
entrega a direção em suas mãos.

Sem dúvida alguma esse é um momento de tensão. Há tempos que ele


esperava por isso. Então ele ajusta os espelhos retrovisores internos e
externos, coloca o cinto de segurança e gira a chave na ignição, ligando o
motor. Por ser uma situação desconhecida, seu cérebro se organiza para a
incerteza do minuto seguinte e fica preparado para o que der e vier.

Prestes a fazer o carro andar pela primeira vez sob seu comando, percebe
que muito antes de encostar o pé no acelerador seu coração já está
acelerado. Suas mãos estão frias, suadas e agarram o volante com uma força
desproporcional, a musculatura do corpo todo está tensa. Ele olha no
espelho retrovisor uma, duas, três vezes, e depois fala pra si mesmo o que
precisa fazer: primeiro devo manter a aceleração, depois vou aliviando o pé
esquerdo, que está na embreagem, bem devagar.
O carro começa a se deslocar enquanto o ronco desproporcional do motor
denuncia sua inexperiência.

- Você esqueceu a seta! – Alerta o instrutor.

Isso é suficiente para ele ter que recomeçar todo o procedimento.

Tudo é muito mecânico e exige esforço de modo consciente. Cada


movimento é previamente calculado pelo cérebro, ainda desacostumado
com a atividade. Concentrado e tenso, ele é incapaz de sentir prazer algum
ao dirigir. Nada de som ligado, cantarolar, colocar o cotovelo sobre a janela
ou se arriscar a tirar os olhos do que está na sua frente, como fazem alguns
amigos mais experientes.

Cada novo movimento é um desafio. Antes de mudar as marchas ele precisa


pensar e sincronizar cada movimento da mão direita com o pé esquerdo que
está na embreagem e cada nova orientação do instrutor é uma prova de
fogo. Contudo, depois de meia hora dirigindo boa parte da tensão já foi
embora e ele está mais confiante na execução das manobras. Quando as
primeiras aulas práticas terminam ele já domina todos os movimentos e já
pode passar para a etapa das balizas.

O jovem agora já dirige com prazer e orgulho, mas ainda não sabe que o
risco de acidentes aumenta muito quando se pensa já ser um bom motorista
sem o treino constante. Só a experiência com os anos de treinamento é que
o tornará um bom motorista e mesmo assim sem a garantia de que não se
acidentará.
Passado algum tempo, ele recebe em suas mãos a Carteira Nacional de
Habilitação e ele percebe que ela não estava tão distante quanto parecia no
início.

Assim acontecerá com você! Você já está passando pelo curso teórico e
logo passará para a parte prática. Terá que manter o foco em um esforço
consciente, durante o ato deverá se certificar de que está com os músculos
relaxados e a respiração sob controle enquanto identifica padrões que
alteram o seu estado mental.

Gradativamente tudo vai fluir naturalmente ao mesmo tempo em que você


vai passando para o estágio 4.

Estágio 4 – Competência Inconsciente

Desde a primeira aula dirigir era uma competência consciente. Mas, o


treino, a repetição e a experiência foram gradativamente lançando essa
atividade para o campo do inconsciente. E como nós falamos, chega uma
hora onde o motorista pode até parar de olhar para a pista por alguns
instantes que nada dá errado. Ele cantarola, fecha os olhos, conversa e tudo
continua perfeito. Com a competência inconsciente acontece assim, aquilo
tudo que parecia tão difícil antes se torna em algo automático.

Mesmo que você não perceba, o seu estado fisiológico e mental estão
trabalhando já no piloto automático, proporcionando os resultados que você
tanto quis. Ao recondicionar o seu corpo e a sua mente, um sexo com a
ejaculação prolongada e com orgasmos cada vez mais intensos passará a ser
algo natural, assim como andar de bicicleta.
Quebra de Padrão

A metodologia se baseia também na identificação dos padrões que levam a


um determinado resultado. Ao alterar um dos fatores mapeados, espera-se
uma alteração no processo e no resultado final. Então, outro fator é alterado
até que se chegue ao resultado esperado.

Isso se baseia no princípio de que não se pode esperar resultados diferentes


fazendo exatamente as mesmas coisas.
CAPÍTULO IV – O Processo Sexual
A ejaculação é o resultado de um processo que se desencadeia durante a
atividade sexual.

Se você tivesse o desejo deliberado de simplesmente ejacular seria


impossível você fazê-lo sem acionar e desenrolar um processo que
culminará na ejaculação.

É preciso entendermos esse processo para podermos interferir nele. Afinal,


como controlar aquilo que você não conhece?

As fase sexuais

Em 1970 os irmãos Master e Johnson propuseram a distinção mais clássica


desse processo em quatro fases: excitação, platô, orgasmo e resolução. Eu
prefiro usar a proposta de Matt Gordon com algumas adaptações,
simplificando em fases conforme abaixo:
FASE 1 – Um estímulo físico ou mental acionam a excitação e o fluxo de
sangue no pênis aumenta resultando em uma ereção.

FASE 2 – A ereção é total e o nível de excitação continua a aumentar.


Ocorre um aumento do tônus muscular em especial de certos grupos
musculares de forma voluntária e involuntária. Os batimentos cardíacos
aumentam gradativamente, mas inicialmente tudo ainda parece estar sob
controle. A final o Sistema Nervoso Parassimpático ainda está mais ativo
que o SN Simpático.

FASE 3 – A excitação fica mais intensa e começa a tomar conta da situação.


O aumento da corrente sanguínea no pênis dá a sensação de que tem uma
concentração de energia no pênis e no saco. A frequência cardíaca aumenta
e a respiração se torna mais rápida e rasa. Os músculos se tornam ainda
mais tensos. O SN Simpático agora parece ter mais influência sobre a sua
fisiologia que o Parassimpático.

FASE 4 – A excitação se torna mais intensa devido aos estímulos físicos e


mentais. O processo segue seu fluxo e concentra energia nos músculos
pélvicos e na área genital que se tornam ainda mais tensos. A respiração se
tornam rápida, rasa e assimétrica, ou seja, você fica ofegante. O sistema
nervo Simpático vai preparando todo o organismo para a ejaculação (fase
de emissão) e você até sente vontade de fazer movimentos mais intensos e
rápidos com a finalidade de alcançar a linha de chegada e “correr para o
abraço”. Isso ocorre até o ponto em que o orgasmo e a ejaculação
característicos da FASE 5 atingem um ponto e se tornam inevitáveis.
FASE 5 – O corpo está em um nível mais alto de tensão com músculos
muito contraídos e respiração intensa. Então, os músculos da base do pênis
começam a pulsar em espasmos que expulsam para fora o líquido que
estavam na próstata. É nesta fase que ocorre o ORGASMO.

É importante saber que orgasmo e ejaculação são coisas diferentes. A


ejaculação é a expulsão do sêmen pela uretra com a finalidade de fecundar a
fêmea e procriar. O orgasmo por sua vez é aquela descarga de prazer
decorrente da explosão da energia sexual acumulada antes e durante a
atividade sexual.

O orgasmo masculino é geralmente, mas não necessariamente,


acompanhado pela ejaculação.

Muitos homens passam pela vida toda sem distinguir essas fases da
atividade sexual e sem interferir no processo.

Gatilho: Estímulo

O gatilho é o estímulo físico ou mental que coloca os homens na Fase


Sexual número 1 e faz o processo todo começar a funcionar. Um estímulo
físico pode ser um carinho ou um beijo. Um estímulo mental pode ser
simplesmente a imaginação.

Se este estímulo for continuando o processo vai evoluindo para as demais


fases sexuais, acionando todo o a fisiologia e psicologia necessária para
excitação e o sexo.

Muitos homens por diversos motivos já abordados anteriormente


simplesmente passam para a FASE 3 ao menor estímulo. Assim, eles
desencadeiam o processo como um efeito dominó, sem chances de voltar
atrás.

Observe bem o gráfico abaixo e veja o que acontece com os homens que
tem ejaculação precoce.

Um estímulo físico ou mental por menor que seja pode ser um gatilho
suficiente para acionar todo o processo fazendo com que o homem salte no
próximo minuto para a fase 3 e daí atravesse o ponto sem retorno
representado pela linha horizontal vermelha, onde a ejaculação é inevitável.
Esse é o caso de um alto nível de efetividade do ponto de vista da
procriação. O problema que sexo é muito mais que isso!

Antes de prosseguirmos vamos aproveitar o gráfico anterior e acrescentar


uma informação nova para representar a diferença entre a evolução da
excitação até o orgasmo de um homem sem qualquer interferência e de uma
mulher.

Veja a incompatibilidade entre um homem que não consegue prolongar o


sexo e o processo feminino para alcançar o orgasmo.

Processo: Fisiologia e Psicologia


Mesmo no caso representado no gráfico acima as demais fases não foram
saltadas. Elas apenas foram processadas de forma rápida. O orgasmo
depende de todas as fases anteriores para acontecer.

Quando o cérebro interpreta o estímulo ele aciona todas as glândulas


necessárias para estabelecer o padrão típico para o sexo, a procriação e o
prazer. Essa interpretação depende de fatores psicológicos que também é
fruto dos fatores fisiológicos.

Corpo e Mente: um só sistema

Estamos falando de um processo integrado onde a fisiologia influencia a


psicologia (estado mental) e também é influenciado por ela. Não sei onde
começa um ou outro processo e nem é necessário saber. O fato é que ao
interferir em um deles necessariamente estaremos influenciando o outro.

Um exemplo dessa influência são as doenças psicossomáticas. Elas são


desarranjos do organismo cuja causa tem um cunho psíquico-emocional
como o estresse, mágoa, ansiedade.

Você já sentiu vontade de correr para o banheiro antes de subir em um palco


ou falar em público? Já sentiu um nó na garganta em um momento de
angústia? Estes também são manifestações físicas decorrentes de um estado
mental.
É a mesma coisa com a expressão corporal. Você consegue inferir o que se
passa na mente de outra pessoa apenas observando a forma como ela
posiciona ou movimenta o seu corpo. Se ela desvia o olhar enquanto fala,
por exemplo, pode ser o sinal de que esteja mentindo. Se levanta a
sobrancelha, cruza os braços, bate ou esfrega as mãos, se aproxima-se ou
afasta-se ao conversar... tudo isso representa uma manifestação automática
e inconsciente do corpo de acordo com o estado mental em que ela se
encontra. Com base nisso, muitos negociadores, educadores, psicólogos e
atores exploram o estudo das expressões corporais porque elas obedecem a
padrões que permitem identificar o estado emocional das pessoas.

Devido ao padrão somos capazes de olhar para outras pessoas e saber se a


expressão dela é de raiva ou de bom-humor, nervosismo ou paz. Existem
livros inteiros sobre os padrões das expressões corporais.

O corpo sofre influência (seta vermelha) do estado mental e se comporta


inconscientemente seguindo um padrão.

Não temos controle direto sobre muitas dessas reações corporais, mas
outras, especialmente as funções motoras, são facilmente influenciadas pelo
nosso cérebro consciente. E se você observar bem perceberá que o corpo
também influencia a mente.

Experimente ficar em pé e comece a imitar um macaco mexendo, pulando


de uma lado para o outro, fazendo caretas e sons... automaticamente você
perceberá que o seu estado mental vai mudar e você até vai dar boas
risadas. É o corpo influenciando a mente!

Você consegue imaginar uma pessoa dançando enquanto está de mal humor
ou deprimida? Não que alguém que esteja em um estado mental ruim não
possa dançar, mas se começar a balançar o corpo seguindo a música já vai
transformar o estado mental. É o corpo influenciando a mente!

Cientes dessa influência mútua, o que você precisa saber é que todo
comportamento automático do seu inconsciente obedece a um padrão. Ao
aprender a identificá-lo você terá condições de quebrá-lo.

Resultado: Ejaculação e Orgasmo


O processo de excitação sexual uma vez disparado por um gatilho e
mantido por estímulos contínuos gera como resultado a ejaculação e/ou
orgasmo com certa intensidade após certo tempo.

Ejaculação e Orgasmo são coisas diferentes. A ejaculação é a manifestação


física de expulsão do sêmen para fora do pênis com a finalidade de fecundar
a fêmea. O orgasmo é a descarga de prazer que geralmente acompanha a
ejaculação.

É preciso fazer bem essa distinção porque é possível ter os chamados


orgasmos secos que são as descargas de prazer sem a ejaculação. Mas não
vamos pensar nisso ainda, vamos deixar para o nível mais avançado.

O que importa agora é saber que o orgasmo não acontece sem antes ter
ocorrido o processo de evolução da excitação até que se atinja o Ponto Sem
Retorno. É assim que chamamos o momento em que a ejaculação é
inevitável.

Também é necessário saber que quanto mais rápido o homem percorre as


fases sexuais e atravessa o Ponto Sem Retorno, menor será o prazer e o
disparo da ejaculação.

A força do orgasmo é proporcional ao nível de excitação e ao tempo da


relação sexual.

Isso significa que quanto mais excitado, mais intenso será o orgasmo,
porém ele chegará mais rápido. E quanto mais rápido, menos intenso.
Também é possível atingir o orgasmo rapidamente mesmo com um nível de
excitação baixo se o homem estiver se condicionado a isso. Neste caso, a
intensidade do prazer será menor ainda e ele estará mais propenso a desistir
ou rejeitar iniciativas sexuais.

Isso significa que é necessário manter o nível de excitação equilibrado para


desfrutar da relação sexual sem deixar, porém, que atinja o ponto sem
retorno. Assim, à medida em que a relação sexual é prolongada o nível de
energia sexual vai se acumulando e ao final será muito mais gratificante
para você e para a sua parceira também.

Se nada for feito a ejaculação ocorrerá mais cedo quanto mais alto for o
nível de excitação, mas pode acontecer mesmo com níveis menores de
excitação se o corpo e mente estiverem condicionados a isso. Neste caso, o
nível de prazer sexual será menor!

Quanto mais alto for o nível de excitação maior será a intensidade do


orgasmo, porém mais rápido ele chegará o que fará dele menos intenso.

Quando o nível de excitação está sob controle e a relação sexual é


prolongada a energia sexual vai se acumulando e mais gratificante será no
final para você e para sua mulher também. Mas o prazer será reduzido
mesmo estando muito excitado e chegará ao orgasmo rápido.

Quanto mais alto estiver o nível de excitação mais rápido acontecerá o


orgasmo.
Quanto mais alto estiver o nível de excitação mais intenso será o orgasmo.

Quanto mais rápido acontecer o orgasmo menos intenso será o orgasmo.

A força do orgasmo é proporcional ao nível de excitação e ao tempo da


relação sexual. Se nada for feito a ejaculação ocorrerá mais cedo quanto
mais alto for o nível de excitação, mas pode acontecer mesmo com níveis
menores de excitação se o corpo e a mente estiverem condicionado a isso.
Neste caso, o nível de prazer sexual será menor!

Pois é... não faltam motivos para te incentivar a prolongar a relação sexual.

Falamos tanto em processo, gatilho e resultados e já abordamos tantas


informações até aqui. Tudo isso ficará mais claro e organizado na sua
cabeça quando notar que está tudo registrado visualmente na imagem
abaixo:
Observe no lado esquerdo da imagem o processo fisiológico que é montado.
Se voltar um pouco e ler novamente o que caracteriza as fases sexuais
poderá identificar a alteração de padrão envolvendo tensão muscular,
respiração e batimentos cardíacos.

Os fatores envolvidos no processo de evolução da excitação estão


representados por cada uma das engrenagens que se dividem em fatores
fisiológicos e psicológicos integrados entre si.
Para prolongar a relação sexual precisamos interferir nessas engrenagens de
modo que a excitação seja mantida sob controle e não dispare até o ponto
sem retorno antes da sua parceira.

A frequência cardíaca, por exemplo, é um fator que não conseguimos


alterar diretamente. Mas como é um processo em cadeia, podemos interferir
indiretamente nesse fator na medida em que alteramos os outros fatores
fisiológicos que estamos tratando agora e os outros fatores que psicológicos
que trataremos mais adiante. Dessa forma, estaremos alterando também o
resultado final.
CAPÍTULO V – Aspectos Fisiológicos

Eu considero extremamente importante que você entenda como as coisas


funcionam ao invés de eu apenas te dizer “faça isso”. Afinal, como
controlar aquilo que você não conhece? Na primeira situação que fugir do
esperado você não saberia como agir.

Neste capítulo vamos entender o padrão corporal decorrente do sexo. Foi


esse conhecimento que o psicólogo da minha tentativa número 3 não me
ofereceu e que faltou para que a solução fosse definitiva desde aquele
momento. Por mais que eu tenha recebido um novo modelo mental, o
condicionamento corporal não era condizente e trabalhava em direção
oposta, impedindo que eu conseguisse reproduzir novamente o mesmo
modelo mental de sucesso.
A ejaculação é o resultado de um processo fisiológico e é precedida da
ereção. A ereção por sua vez é acionada de duas formas possíveis:

A primeira forma é por meio de um estímulo físico direto com pouco ou


nenhum estímulo mental. A ereção está sob controle do SNP - Sistema
Nervoso Parassimpático, onde um grupo de nervos em resposta ao estímulo
físico direto causam a dilatação das artérias do pênis fazendo com que fique
o órgão fique duro o suficiente para a penetração.

A segunda forma é por meio de um estímulo mental gerado no córtex


cerebral – o cérebro racional. O simples fato de pensar em sexo ou imaginar
uma situação erótica é o suficiente para que o seu cérebro acione todo o seu
corpo para um encontro sexual.

A ejaculação por sua vez é uma reação fisiológica controlada pelo SNS –
Sistema Nervoso Simpático – e consiste em duas fases: emissão e
ejaculação.

A fase de emissão é acionada mentalmente. Essa fase começa quando você


sente que a ejaculação está chegando e vai acontecer em alguns segundos.
O esperma sai dos testículos, se mistura a outros fluidos da próstata e da
vesícula seminal formando o sêmen. O sêmen sai da próstata e começa a se
acumular no bulbo da uretra.

Compreender como a ereção e a ejaculação funcionam é muito importante


para o entendimento da sua resposta sexual como um todo, especialmente
sobre o funcionamento do sistema nervoso simpático e parassimpático e
como eles influenciam em tudo isso.

O Sistema Nervoso

Os homens que ejaculam rápido desenvolveram por um ou outro motivo


que já apresentamos uma alta responsividade do sistema nervoso. Ou seja,
reagem com mais facilidade a estímulos menores.

O sistema nervoso é subdividido em dois sistemas: central e periférico.

O SNC – Sistema Nervoso Central envolve o cérebro e o medula espinhal.


O SNP – Sistema Nervoso Periférico está ligado ao cérebro e a medula
espinhal, mas se espalham por todo o corpo e pelos órgãos.

O propósito do sistema nervoso é captar os estímulos (informações e


sensações) interpretá-los e devolver com a resposta sobre o que você deve
fazer e como o seu corpo deve reagir.

O SN Periférico se divide em dois subsistemas: SN Sensorial e SN


Autônomo.

O SNA – Sistema Nervoso Autônomo por sua vez se subdivide em SN


Simpático e SN Parassimpático.
Sistema Nervoso Simpático e Sistema Nervoso
Parassimpático

Você vai se sentir bem familiarizado com o Sistema Nervoso Simpático


quando se lembrar do cérebro instintivo. Pois ele é responsável pelas
respostas conhecidas como “lute ou fuja”, ou seja, as questões de
sobrevivência. O Simpático entra em ação quando você se encontra em uma
situação de estresse que coloca o seu corpo para reagir e lutar ou fugir para
não se machucar. Imagine-se andando em uma selva e dando de cara com
um tigre, a sua reação será uma típica resposta do cérebro instintivo por
meio do Sistema Nervoso Simpático.

São reações em situações de estresse ou excitação! Pode ser uma reação a


algo negativo como medo ou raiva, como também de grande expectativa,
como a aproximação de uma grande viagem ou excitação pelo orgasmo
iminente.

O sistema nervoso Simpático quando ativado tem os seguintes efeitos sobre


o seu corpo:

0. Batimento cardíaco acelerado;

0. Aumento da capacidade pulmonar e aceleração da respiração;

0. Envio de corrente sanguínea extra para os músculos;


0. Os músculos ficam tensos e no caso da situação sexual os
músculos perineais de modo especial;

0. Situação de alarme;

0. As Pupilas dilatam;

0. Vasos sanguíneos se contraem;

0. Inicia-se a fase de emissão da ejaculação.

O SN Simpático não é um sistema do tipo que liga ou desliga. Ele funciona


todo o tempo. O que muda é a sua intensidade conforme a situação e o nível
de estresse. Seja um estresse negativo como uma situação de perigo, medo,
insegurança ou positivo como um entusiasmo, empolgação ou durante a
ejaculação.

Pense no Simpático como um sistema que consome muita energia.


Enquanto o Parassimpático conserva energia.

Eles são opostos e complementares. Como trabalham juntos, permitem o


equilíbrio necessários para a mente e o corpo.

Parassimpático também trabalha o tempo todo apenas variando a sua


intensidade. À medida que ele se intensifica ocorrem os seguintes efeitos no
organismo:
0. Os batimentos cardíacos diminuem;

0. Respiração fica mais lenta e menos intensa;

0. O corpo e mente relaxam;

0. Sono;

0. Digestão dos alimentos;

0. Vasos sanguíneos se dilatam;

0. Ativa a ereção.

Veja que o SNP é responsável pela ereção. Enquanto o SNS da ejaculação.

Durante o sexo a SNP está mais ativo no início, relaxando as artérias e


permitindo que o sangue flua e gere a ereção. À medida em que a excitação
aumenta o SNS vai entrando em ação.

Entender esses dois sistemas é importante para que você os identifique


durante o seu dia-a-dia e fique apto a identificá-los também durante o sexo.

Você já deve ter percebido que para prolongar a relação sexual é


necessário manter-se no modo Parassimpático por mais tempo e evitar
que o Simpático tome conta da situação antes do momento mais
adequado.
EXERCÍCIO - DURANTE A RELAÇÃO SEXUAL

Quando você estiver fazendo sexo observe o desencadear das reações


típicas do seu corpo.

Tente identificar o crescimento da energia sexual e a preparação do


organismo para ejaculação.

Identifique o estado fisiológico típico do Sistema Nervoso


Parassimpático e também quando ele começar a ceder espaço para o
Simpático.

Esse é um exercício de observação que você deve manter em todas as


situações sexuais até que as reações passem a ser mais conscientes.
Quanto maior sua familiarização com as reações do seu corpo maior
será o sua capacidade de interferência e direcionamento para os
resultados que você deseja.

Você também deverá identificar o seu estado mental. Você estará apto
a realizar melhor essa parte após a leitura do tópico que foi dedicado a
este assunto.

Tensão Muscular
Durante a relação sexual todo o corpo fica em situação de tensão e os
músculos se contraem voluntária e involuntariamente. É muito comum o
relato de homens sobre quando se masturbavam costumavam contrair
voluntariamente os músculos glúteos como forma de ajudar a chegar ao
orgasmo mais rápido. Fazendo isso, eles estavam reforçando a tensão
muscular que já é um padrão natural e colaborando para o
condicionamento.

Durante a relação sexual você deve manter TODO o seu corpo o mais
relaxado possível. E vamos falar sobre isso mais a frente, mas antes vamos
abordar um grupo muscular que tem uma função especial na atividade
sexual, no controle da ejaculação e manutenção da ereção: os músculos
perineais.

O papel desse grupo muscular é tão importante que é necessário adiantar o


assunto.

Músculos Perineais ou Pélvicos

Já falamos sobre vários assuntos e vários fatores que interferem no controle


da ejaculação, mas as informações sobre os músculos perineais (ou
pélvicos) e a forma como você os usa são DETERMINANTES para o
controle.

Se eu estivesse na sua frente explicando isso pessoalmente eu falaria alto e


faria cambalhotas para chamar sua atenção e ter certeza de que você está
ciente da importância disso.

Muitos homens apenas com as informações sobre o períneo foram


capazes de mudar completamente o nível de controle sobre a
ejaculação.

Esses músculos começam na base do pênis, envolvem toda a região anal e


terminam no cóccix – o último ossinho da coluna vertebral. Eles
desempenham funções na evacuação, micção, ejaculação e orgasmo ao
mesmo tempo em que mantém no lugar todos os órgãos internos da região.

O principal músculo do base pélvica é o músculo Pubcoccígeo, também


conhecido como músculo PC. Muitos dos livros sobre controle da
ejaculação se limitam a se referir ao músculo PC para o controle da
ejaculação, mas todo grupo muscular da região, inclusive o esfíncter anal
estão envolvidos.

Durante as relações sexuais ocorrem contrações conscientes e inconscientes


do músculo PC e da região anal. Esses movimentos são o gatilho físico
para a ejaculação.

No movimento do orgasmo esses músculos se contraem involuntariamente


com espasmos. Essa é uma condição física essencial para a emissão do
sêmen. Veja o trecho de um artigo citado por Jacob C. Williams:

“O recurso físico mais característico do orgasmo é a sensação produzida


pelas contrações rítmicas simultâneas do músculo Pubococcígeo (PC).
Junto com as contrações do esfíncter anal, reto e períneo, útero e terço
externo da vagina para as mulheres, e os ductos ejaculatórios e os músculos
ao redor do pênis para os homens, isto constitui o reflexo do orgasmo. As
primeiras contrações são intensas e próximas, ocorrem com cerca de 0,8
segundos de intervalo. Enquanto o orgasmo continua, as contrações
diminuem a intensidade e duração em intervalos menos frequentes”.

O músculo PC é aquele que você contrai quando retém a urina. Para liberar
o jato urinário você relaxa esse músculo. O esfíncter anal é contraído
quando o seu intestino te avisa que você precisa ir ao banheiro. Os dois tem
papel extremamente importantes e não apenas o músculo PC como alguns
defendem.

Se a contração desses músculos são o padrão para o orgasmo, acionamento


da ejaculação e excitação, é preciso inverter esse movimento como forma
de contribuir para um resultado diferente.

Até agora se você ignorava essas informações, tais músculos trabalharam de


forma automática seguindo o instinto e a programação adquirida e você
atuou apenas como espectador ou vítima. Agora você se tornará um agente
controlador, vai interferir até que seja estabelecido um novo padrão com
resultados que você espera.

A contração desses músculos é um erro defendido por muitos até alguns


anos atrás. Quando contraímos o músculo PC durante a relação sexual
temos a impressão de que estamos segurando a ejaculação da mesmo forma
que seguramos o jato urinário. Mas é absolutamente o contrário!
Quando estamos prestes a ejacular a lâmina urinária masculina se fecha de
modo que a urina não se misture com o sêmen. Isso é uma prova de que
quando a passagem está liberada para a ejaculação está fechada para a
micção. O movimento muscular que libera um é o que segura o outro. A
contração do PC segura a urina e libera o processo de ejaculação.

Aqui cabe uma dica: evite ir para a relação com a bexiga cheia, pois será
mais difícil manter os músculos relaxados.

Para aumentar algum nível de controle sobre esses músculos é necessário


antes de tudo identificá-los e aumentar a percepção sobre os seus
movimentos. É isso que vamos aprender agora!

Aí mesmo onde você está, tente movimentar o seu pênis sem tocar nele.
Faça o movimento de contração como se estivesse expulsando a última gota
de urina. Esse é o movimento muscular que faz com que o pênis se
aproxime da barriga quando está ereto.

Também sugiro que nas próximas vezes que você for ao banheiro
interrompa o jato de urina ao meio, segure por alguns segundos e libere
novamente, repetindo algumas vezes. Ao fazer isso você terá identificado o
músculo PC.

Da mesma forma, você deve aumentar a sua capacidade de manter o


músculo da região anal relaxada. A maioria das pessoas não se dão conta de
que estão com a região anal (RA) contraída durante todo o dia, quanto mais
durante a relação sexual.
A contração da RA é um padrão físico de quando estamos tensos,
estressados, nervosos ou ansiosos. Também contraímos quando temos a
musculatura abdominal flácida e firmamos a barriga para ela parecer menor
(faça o teste você mesmo).

Não estou falando aqui de uma contração tão forte quanto aquela que
fazemos voluntariamente. A contração muitas vezes é tão sutil que só
percebemos quando contraímos voluntariamente e relaxamos em seguida.

A partir de agora eu te desafio a observar durante todo o dia como é que


está o nível de relaxamento ou de contração da RA. Esse foco é
indispensável para aumentar a sua capacidade de percepção e aumentar o
seu nível de controle sobre esses músculos.

Quando a relação chega ao ponto em que a ejaculação é inevitável as


contrações são involuntárias e rítmicas como espasmos, mas na verdade
esses movimento de contração acontecem durante toda a relação sexual.

Quando o pênis é estimulado ocorre uma contração da região anal. Na


próxima vez que você estiver tomando banho, mesmo que não esteja com
uma ereção, coloque a lateral de uma das mãos sobre a região anal e com a
outra mão estimule a cabeça do pênis deslizando ou apertando. Você
imediatamente perceberá uma sutil contração lá trás. É normal que isso
aconteça, o problema é que muitos homens durante a relação mantém essa
contração de forma permanente e não com uma piscada!
Vou repetir para garantir que você assimile a importância dessa informação:
durante a relação sexual você deve manter os músculos perineais (PC e
RA) relaxados. Alguns movimentos reflexos são normais mediante o
estímulo do pênis, mas também podem ser diminuídos com o treino.

Preste bastante atenção: você deve manter os músculos relaxados durante a


relação sexual. Alguns leitores fazem o exercícios de contração dos
músculos e pensam que estão treinando o movimento que deve ser feito
durante a relação. Elas pensam que treinam a contração para contrair
durante a relação. Não é verdade! Você treina a contração para aumentar a
capacidade de manter esses músculos relaxados durante a relação sexual.

Ao relaxar você poderá perceber a diminuição da excitação e poderá usar


isso como uma forma de reduzir o avanço para o ponto sem retorno.
Inicialmente você poderá notar até mesmo uma redução da ereção, mas com
o tempo você saberá dosar de modo a manter o equilíbrio entre relaxamento
e ereção.

Aqui está uma informação importante: músculos contraídos ajudam na


ereção e aumentam a excitação, enquanto músculos relaxados reduzem a
excitação e ereção.

Neste ponto você poderá avaliar se o uso de medicamentos podem ser


interessantes para você como uma carona para facilitar o percurso, ciente
que isso por si só não é a solução definitiva. Se você garante a ereção por
meio de uma intervenção química no seu organismo, terá mais condições de
se manter relaxado mental e fisicamente.
Com o prolongamento do tempo da relação sexual até o orgasmo você
notará com muita nitidez que ocorrerá um acúmulo de energia e quando
você for ejacular o prazer vai ser muito mais intenso! Se no momento da
ejaculação você tentar evitar os espasmos contraindo os músculos perineais
e os glúteos com força a intensidade do prazer será muito menor. Então a
partir de agora quando você decidir ejacular ou se a ejaculação for
inevitável mantenha o períneo relaxado para você desfrutar de mais prazer.

Na verdade quando você estiver em um nível de desenvolvimento mais


avançado poderá contrair o períneo a ponto de evitar a ejaculação mesmo
atingindo o ponto sem retorno. Mas só será possível segurar a ejaculação
dessa forma se você tiver os músculos já desenvolvidos e fortes.

O fortalecimento dos músculos perineais tem uma lista de benefícios:

0. Aumentam a consciência sobre os músculos e a capacidade de


identifica-los e movimentá-los;

0. Permitem uma ereção mais forte mesmo com um nível maior


de relaxamento muscular;

0. Permitem maior controle sobre a ereção;

0. Diminuem os espasmos que precedem e caracterizam o


orgasmo;

0. Proporcionam orgasmos mais intensos;


0. Possibilitam a retenção da ejaculação quando chega o ponto
sem retorno.

Diante disso, vamos começar uma série de exercícios de fortalecimento que


você deve executar diariamente.

Você pode entender tudo sobre controle da ejaculação e aplicar todo o


restante desse livro, mas se você tiver um músculo PC fraco, estará
desperdiçando esforço.

EXERCÍCIOS – CONSCIENTIZAÇÃO E FORTALECIMENTO DOS


MÚSCULOS PERINEAIS
Atenção: você precisará consultar esses exercícios outras vezes. Anote em
algum lugar ou marque este ponto do e-book para voltar e ele outras vezes
no futuro.

MÚSCULO PUBOCOCCÍGEO
Três vezes ao dia deite-se de barriga para cima e contraia o músculo PC
por 3 segundos e relaxe por outros 3 segundos, repetindo isso por 10
vezes.
Na verdade você pode fazer esse exercício em qualquer lugar, sentado,
deitado ou em pé. Mas deitar-se com a barriga para cima ajuda a isolar a
musculatura até que você pegue o jeito. No início é comum contrair
também o abdômen, coxas e glúteos, mas você deve desenvolver a
capacidade de contrair e relaxar o músculo PC isoladamente.
Se no início você encontrar dificuldades de manter o PC contraído,
experimente fazer a contração vagarosamente. Se manter contraído por 3
segundos estiver difícil, não tem problema. Comece com menos tempo e
vá aumentando.
Fique atento para não segurar a respiração.
Faça isso por quantos dias forem necessários e só mude para o próximo
estágio quando estiver totalmente familiarizado e executando o exercício
com bastante facilidade.
Quando sentir que já está na hora de evoluir siga conforme abaixo:
Estágio 1 – 3 sessões diárias, 10 repetições: contrair 3 segundos, relaxar 3
segundos.
Estágio 2 – 3 sessões diárias, 10 repetições: contrair 5 segundos, relaxar 3
segundos.
Estágio 3 – 3 sessões diárias, 10 repetições: contrair 7 segundos, relaxar 3
segundos.
Estágio 4 – 3 sessões diárias, 10 repetições: contrair 10 segundos, relaxar
3 segundos.
Estágio 5 – 3 sessões diárias, 20 repetições: contrair 20 segundos, relaxar
3 segundos.
Cada estágio deve exigir cada vez mais dias para passar para o estágio
seguinte, chegar ao estágio 5 pode levar um bom tempo, mas não tenha
pressa, faça bem feito que certamente você chegará lá.

REGIÃO ANAL
Preferencialmente sentado com conforto concentre-se na musculatura da
região anal e contraia o mais rápido que puder seguindo os estágios
abaixo. Da mesma forma, só quando estiver sentindo facilidade no estágio
atual siga para o seguinte.
Estágio 1 – 20 contrações rápidas, relaxe e descanse por 30 segundos.
Repita 3 vezes.
Estágio 2 – 20 contrações rápidas, relaxe e descanse por 30 segundos.
Repita 5 vezes.
Estágio 3 – 30 contrações rápidas, relaxe e descanse por 30 segundos.
Repita 5 vezes.
Estágio 4 – 30 contrações rápidas, relaxe e descanse por 30 ou 60
segundos, conforme sua necessidade. Repita 6 vezes.

O músculo PC não é apto a um nível de atividade intenso. Então é preciso


muita cautela com os exercícios. Interrompa os exercícios por alguns dias,
caso surja dor ou sinal de fadiga como aquela que sentimos um dia depois
de começar na academia.

Isso não é balela! Respeite os limites do seu corpo.

Também é importante saber que se você tem os músculos abdominais e


glúteos tonificados, firmes e fortes por meio de exercícios físicos, acontece
um equilíbrio do conjunto e você terá muito mais condições de manter os
músculos perineais relaxados.

Não estou dizendo que você deve contrair abdômen e glúteos durante o
sexo. Eles devem ficar, preferencialmente relaxados. O que digo é que eles
devem ser tonificados, fortificados para serem firmes mesmo quando
relaxados.
Músculos Corporais

Antes de nos dedicarmos ao músculos perineais estávamos falando sobre a


importância de manter TODO o corpo relaxado. A contração muscular é
uma reação comum em situação em que o nosso Cérebro Instintivo e
Sistema Nervoso Simpático entram em ação.

O nosso estilo de vida moderno é totalmente propício à tensão. O ritmo de


trabalho, o estresse, o trânsito, as desgraças dos telejornais, os
relacionamentos, a pressão social para ganharmos mais dinheiro, comprar e
manter um determinado padrão de vida, nos colocam em um estado mental
que interfere diretamente no nosso corpo e é inevitável que isso interfira na
vida sexual.

Hoje em dia é comum passarmos horas sentados na frente do computador


ou no trânsito. E assim como ficar muito tempo em pé também gera uma
tensão nas pernas, costas e ombros, o que é agravado por uma má postura.

Mais uma vez aqui temos que criar uma consciência corporal e conhecer as
condições do nosso corpo em cada momento e é claro durante o sexo.

Manter os músculos relaxados é a típica coisa “fácil falar e difícil é fazer”.


A questão é que durante o sexo entramos em um estado mental que é difícil
pensar em outra coisa. Além disso, as reações são automáticas!

Agora pense comigo... se a tensão muscular é um padrão da excitação e do


orgasmo, e você já está tenso desde que acordou, então você já percorreu
um bom caminho para chegar ao orgasmo quando os outros gatilhos forem
acionados!

E se a tensão e o estresse se torna um padrão da sua vida diária?

O estresse é muito bom por uma questão de sobrevivência e para nos deixar
ativos, atentos e para alcançar os nossos objetivos. Mas não fomos feitos
para ficarmos submetidos a ele todo o tempo. Um arco se ficar tensionado o
tempo todo perde o poder de voltar à posição inicial e não ser mais para
lançar flechas.

Se você não tem certeza se existe ou não uma tensão envolvendo você,
repense! Estamos falando aqui de uma tensão muitas vezes sutil, mas a
maioria das pessoas estão totalmente habituadas a ela. Elas não percebem
essa tensão porque há tempos não tem um padrão de relaxamento para
comparar as sensações e permitir a diferenciação dos dois estados.

Para ajudar na identificação do seu estado corporal é preciso que você


experimente e se familiarize com as sensações do seu corpo quando está
totalmente relaxado.

Uma longa sessão de uma boa massagem é perfeito para isso!

Massagem
A massagem é uma experiência muito sensual e gratificante para homens e
mulheres. Então aprenda fazer e receber massagem com a sua parceira!

Existem pessoas que já descobriram os benefícios da massagem a ponto de


incluírem na sua rotina uma sessão periódica de massagem profissional e
até veem isso como uma necessidade da vida ou um momento de se ver
livre de tudo.

Oferecer uma massagem a ela é também uma ótima forma de ter um


momento a dois sem demonstrar que já há um interesse sexual por trás de
toda essa disposição. As mulheres valorizam muito isso! O sexo pode ou
não decorrer disso, nos dois casos vale a pena para a ligação do casal.

Se isso não parece muito interessante para você, pense nisso como uma
forma de quebra de um outro padrão: a ejaculação precoce é para muitos
um comportamento instintivo baseado no egoísmo!

Se seria muito interessante você receber dela um longa massagem após um


grande dia de trabalho, faça o mesmo você também. Isso pode ser muito
interessante por uma questão que abordaremos em um outro subtítulo desse
livro: tão importante quanto prolongar o tempo até o seu orgasmo é reduzir
o tempo até o orgasmo dela!

Respiração
Se o padrão da excitação é uma respiração mais ofegante, rápida e rasa,
então, devemos conscientemente aplicar esforços para torná-la lenta,
profunda e diafragmática.

Tudo o que vimos sobre a tensão muscular se aplica à respiração! Tudo!

Não foi preciso ninguém te ensinar a respirar, certo? Você está fazendo isso
agora mesmo!

Existe, entretanto, uma grande diferença entre respirar para viver e respirar
para sobreviver! Estamos aqui trabalhando para reprogramar o nosso
comportamento sexual para não mais se basear simplesmente no instinto
que no caso envolve uma respiração para sobreviver.

Respirar durante o sexo como quem corre de um tigre é dar lugar ao cérebro
reptiliano por meio do SN Simpático! Mas quando respiramos corretamente
estamos fazendo o Parassimpático se sobrepor como um novo padrão. Desta
forma, também aumentaremos a nossa capacidade de relaxamento
muscular. Isso é sinergia!

Uma respiração correta não é peitoral, mas sim diafragmática. O diafragma


é uma folha muscular que se estende na base da caixa torácica.

Para saber que tipo de respiração você está mantendo deite-se com a barriga
para cima e coloque a mão esquerda sobre o peito e a direita sobre a
barriga. Respire normalmente e perceba qual das mãos sobe primeiro
quando você puxa o ar.
Se for a sua mão esquerda você tem uma respiração peitoral como a maioria
das pessoas. Entretanto, uma respiração correta vai explorar muito mais o
diafragma e movimentará mais a barriga.

Se o diafragma está sempre inativo é natural que se desenvolva um


condicionamento para uma respiração peitoral, a metade inferior dos
pulmões será menos utilizadas do que deveria e, portanto, menos ar vai
entrar. E mais: a metade inferior tem uma maior capacidade de absorção de
oxigênio e utilizá-la menos do que poderia é uma espécie de desperdício da
eficiência respiratória.

Ao contrário do que muitos pensam a respiração abdominal é a mais


natural. Para defender isso os especialistas sugerem que se observe como é
o padrão de respiração de um bebê quando ele estiver deitado de barriga
para cima.

Passe a observar desde já como você respira ao longo de todo o seu dia.
Sempre que se lembrar altere o padrão. Naturalmente o seu corpo vai voltar
para o padrão em que está condicionado, porém, um pouco mais a frente
vamos aprender a recondicionar a respiração também.

DURANTE O SEXO

Para a maioria dos homens o natural é ficar cada vez mais ofegante à
medida em que se aproxima do orgasmo ou que faz movimentos mais
rápidos ou que está em uma posição que exige mais esforço.
Uma respiração rápida, faz o seu coração bater mais rápido (outro fator do
processo de excitação) e favorece o pico da excitação. Também restringe o
fluxo de oxigênio para os músculos fazendo com que fiquem mais tensos.

Lembre-se que uma respiração rápida é tipicamente torácica. Então use o


seu diafragma e tenha uma respiração abdominal, relativamente profunda e
mantendo consistentemente um ritmo lento.

Uma respiração diafragmática é como se você usasse apenas o diafragma


para puxar o ar, dando a impressão de que não há qualquer esforço
respiratório usando o peito, a boca ou o nariz. A barriga se movimenta, mas
é como se fosse reação sem ser forçada a isso. Então mantenha também o
seu abdômen relaxado. Se você contrai os músculos abdominais é muito
provável que também vai contrair o músculo PC e a região anal.

Veja que não é preciso muita argumentação para demonstrar que aquelas
pessoas que praticam exercícios físicos tem grandes vantagens no processo.
Um bom condicionamento vai trazer benefícios para o controle da
ejaculação que nenhum remédio é capaz de te dar. Outros argumentos para
incluir a prática de exercícios físicos nos seus hábitos e no seu
comportamento inconsciente são desnecessários, não é mesmo?

Pense em uma pessoa sem nenhum preparo físico subindo 10 lances de


escadas. Agora pense em uma que já faz isso como um hábito. Como estará
a respiração e os batimentos cardíacos de cada uma delas?
Se você ainda não está convencido da interferência que o padrão corporal
(os movimentos, a postura, respiração) tem sobre a mente, tente imaginar se
é possível uma pessoa começar a dançar ao som de uma boa música e se
sentir mais triste enquanto isso.

Uma respiração adequada vai permitir que você mantenha-se excitado sem
perder o controle. É uma espécie de excitação calma!

Inicialmente você pode não conseguir processar e aplicar todas as


informações e comandos na hora H. Então é natural que o comportamento
condicionado vença a batalha algumas vezes... não tem problema!

À medida que você for dominando alguns aspectos do relaxamento ou da


respiração, os outros vão ficando mais fáceis de serem dominados também.

Não cometa o erro de querer ditar um novo modelo de respiração somente


na hora da relação sexual. É claro que você deve tentar já na primeira
oportunidade, mas seus resultados serão muito melhores se você treinar
antes. O treino fará com que o novo padrão respiratório (e de relaxamento
muscular) não seja mais uma novidade e o seu cérebro vai processá-lo
muito melhor na hora do sexo. E quando o seu subconsciente adotar esse
novo padrão, adeus esforço!

Primeiro vamos começar com um exercício de respiração e depois vamos


agregar outras coisas aos poucos.

EXERCÍCIOS - RESPIRAÇÃO E RELAXAMENTO CORPORAL


- Realizar uma vez por dia ou a cada dois dias.
Separe um momento de dedicação em um horário e local em que não será
facilmente interrompido.
Deite-se confortavelmente de barriga para cima e fique totalmente
relaxado. Desligue-se de tudo. Preste atenção em sua respiração. Sinta o ar
saindo e entrando sutilmente.
Em seguida faça com que a sua atenção percorra cada um dos seus
músculos verificando se estão totalmente relaxados. Muitas vezes estamos
tão habituados com a tensão que nem a percebemos.
Sinta e observe os batimentos do seu coração.
Não subestime o poder desse exercício e fique alguns minutos apenas
observando a respiração, o coração e o relaxamento muscular. Se você
quer ditar conscientemente um novo padrão para eles você tem que trazê-
los para o seu cérebro consciente e não deixá-los à mercê do seu
subconsciente.
Então, comece a expandir a respiração. Não faça esforço demasiado para
isso, mas inspire lenta e profundamente, sempre usando o diafragma,
como se você enchesse primeiro a metade inferior dos pulmões para
depois encher a superior. Infle o abdômen enquanto inspira e murche ao
expirar.
O movimento de soltar o ar deve ser mais lento que o de puxar para
dentro.
Se você sentir uma vontade de respirar mais rápido. Pense consigo mesmo
que não é necessário, mostrando para o seu corpo que é você quem está no
controle. Assim, ele terá que relaxar e diminuir as batidas do coração para
se ajustar ao novo padrão ditado por você.
Lembra do poder da percepção de dor e prazer sobre o nosso
inconsciente? Atribua prazer nessa atividade! Veja como um momento
seu, dedicado a você mesmo. Curta isso e você potencializará a
assimilação pelo seu subconsciente.
Mentalmente visite cada um dos seus músculos e certifique-se de que
estejam totalmente relaxados. Comece pela cabeça, rosto, pescoço,
ombros, braços, mãos, costas, abdômen, glúteos, músculo PC, região anal,
coxas, pernas e pés.
Você deve se familiarizar com um estado corporal de relaxamento para
poder conduzir o seu corpo a este estado quando for necessário durante o
sexo.
Quando perceber que está em condições para isso, você poderá reduzir o
esse tempo de relaxamento e incluir os exercícios de simulação
apresentados a seguir.
CAPÍTULO VI – Aspectos Psicológicos
Os aspectos psicológicos são na minha opinião os mais importantes no
controle da ejaculação. Mas eles podem ser anulados se as questões
fisiológicas, especialmente o controle dos músculos perineais forem
ignorados. Mas agora acredito que você já esteja preparado para identificar
os padrões corporais e interferir neles. Essa sua capacidade vai ser
potencializada quando conhecer também os padrões psicológicos que
interferem diretamente nos fatores fisiológicos. Afinal: corpo e mente
formam um só sistema.

Estado Mental

O nosso estado mental ou estado emocional é extremamente considerado na


hora de tomarmos decisões conscientes e inconscientes. Essas decisões vão
determinar os nossos comportamentos e resultados. Já estudamos como a
nossa mente toma decisões.

Todos nós temos a capacidade de mudar o nosso estado mental. Essa


capacidade é maior quando entendemos a “programação do sistema
operacional” da mente.

Muitas pessoas, entretanto, passam a vida inteira apenas reagindo aos


padrões! Elas simplesmente reagem ao ambiente e mudam o estado
emocional conforme o estímulo externo que elas recebem. Se acontece algo
elas ficam com raiva, se acontece outra coisa elas ficam felizes, se acontece
uma terceira elas ficam depressivas até que aconteça alguma outra coisa
boa.

O que elas não sabem é que um estado emocional não é algo que acontece
com a gente é algo que a fazemos acontecer.

As pessoas emocionalmente inteligentes sabem ser felizes o tempo todo.


Independentemente do que aconteça, elas recompõe um estado mental
favorável.

As outras esperam que uma determinada coisa aconteça e quando acontece,


encontram uma outra condição para se sentirem felizes, alimentando o ciclo
e mantendo o estado mental que estão habituadas.

Então se você pode criar a felicidade, você não precisa esperar que algo lhe
aconteça... você pode ser feliz agora com os recursos que já tem. Você pode
decidir não esperar chegar ao seu destino para ser feliz, afinal você pode ser
feliz enquanto caminha até lá.

E o que isso tem ver com o controle da ejaculação?

O estado mental em que você se coloca durante o sexo é determinante para


a sua capacidade de controlar quando ejacular. Quando você recebe um
estímulo sexual naturalmente será estabelecido o estado mental que seu
cérebro programou para ter conforme os critérios que ele tem para decidir.
Lembra? Economia de energia vital, congruência, busca do prazer e fuga da
dor, valores e crenças e fisiologia. Esse conjunto define o significado de
cada circunstância. E o significado que você mesmo atribui define o seu
estado mental.

Já abordamos quase todos eles, mas o que importa é você saber que alguns
estão tão intimamente ligados entre si que podemos simplificar em apenas 3
fatores sem alterar os resultados. Isso vai facilitar a nossa comunicação por
aqui.

Então, a partir de agora, sem prejuízo para o nosso objetivo, vamos


considerar apenas os seguintes:

- Significado: corresponde à interpretação que a pessoa dá a um


determinado estímulo. É estabelecido conforme as crenças, valores,
experiências anteriores e instinto que cada pessoa tem para si. O significado
é algo que pode ser ditado conscientemente, adestrando o subconsciente.
Mas, se o consciente não fizer isso, o subconsciente vai definir o
significado de forma automática também.

- Foco: corresponde à motivação do comportamento. Também pode ser


definido como o ponto mais importante para pessoa no momento, o
primeiro valor. Quando alguém está focado é como se tudo mais não fosse
tão importante e até pudesse passar despercebido.

- Fisiologia (corpo): são as reações físicas determinadas em conjunto com o


estado mental criado pela pessoa. Lembrando que o estado mental muda a
fisiologia e a fisiologia também muda o estado mental. Tudo para manter a
congruência.
Estados Mentais Negativos e Positivos Durante o
Sexo

Estados mentais negativos como ansiedade, medo, insegurança, estresse,


dúvida e culpa são inimigos do controle da ejaculação e da ereção também.
Mas temos que considerar que algumas emoções tipicamente positivas
como a empolgação, excitação e entusiasmo podem atingir níveis que
também levam à perda do controle e à ejaculação involuntária.

Não estou dizendo aqui que você deve ser frio e totalmente sem reação
quando está com a mulher que você tanto deseja. É natural ser tomado
daquela excitação que começa quando você a vê nua e que vai se
intensificando com os estímulos sexuais. Apenas quero dizer que a forma
como você administra internamente essas emoções são determinantes para
te manter no controle da situação.

Afinal, é possível ter uma excitação sexual calma!

Conseguiremos isso na medida em que aprendermos a identificar o padrão


dos estados mentais desfavoráveis e a substituir pelo padrão dessa tal
excitação calma.

Por exemplo, vamos identificar qual seria o padrão (significado, foco e


fisiologia) de uma pessoa que está tomada pelo medo de voar de avião.
SIGNIFICADO: a pessoa interpreta voar de avião como um risco que deve
ser evitado a qualquer custo.

FOCO: quando submetida a essa situação que interpreta como risco, o foco
está em um desastre iminente e isso se torna uma cena real em sua cabeça.
O filtro das suas percepções sensoriais se altera e até mesmo o som do trem
de pouso se estendendo pode dar a impressão de... “vai ser agora”.

FISIOLOGIA: o corpo fica tenso, os ombros contraem-se como se


aproximassem da cabeça, o coração acelera e a respiração se altera. Isso não
é familiar?

Sim. É familiar porque é exatamente o mesmo comportamento da excitação


sexual que leva ao orgasmo!

A maioria das emoções negativas como ansiedade, medo e nervosismo


seguem um padrão muito similar que colocam o Sistema Nervoso
Simpático para trabalhar, pois dão foco em resultados negativos,
significando que é uma situação que realmente devemos ter medo.

Lembre-se também que sentimentos negativos são uma dor emocional.

Vamos avaliar agora, seguindo os mesmos critérios, qual é o padrão


estabelecido em uma situação sexual.

O que você sentiria se a mulher chegasse para você neste exato


momento de uma forma totalmente inesperada e direta, dizendo em seu
ouvido que quer transar agora mesmo?

Muitos homens sentiriam empolgação e excitação. Se for um rapaz mais


inexperiente poderia até acionar a ereção de imediato e partir pra cima.
Alguns outros projetariam na mente um resultado negativo e já sentiriam
desde já a frustração de um desempenho ruim, numa mistura de ansiedade,
medo e insegurança. Outros montariam na mente um cenário de esforço
físico desestimulante, colocando em dúvida se realmente vale a pena sentir
o prazer sexual, ainda que nunca percebam isso..

Eles reagem automaticamente ao estímulo externo que lhes foi dado. A


reação decorrente dependerá do foco e significado que a pessoa dá a esse
estímulo e afetará o padrão corporal, absolutamente necessário para
manifestar fisicamente a excitação, o orgasmo e a ejaculação.

Vamos analisar os padrões dos principais estados mentais que tipicamente


levam à ejaculação rápida. Vamos discorrer mais sobre a primeira delas,
mas como estamos falando de padrões muito similares, você será capaz de
aplicar o conhecimento de um caso para o outro, pois já terá o entendimento
da essência.

Leia e aprenda com os estados mentais selecionados mesmo que você


acredite que não seja o seu caso, pois cada um tem algo a acrescentar ao
outro. São conhecimentos complementares.

Excitação Excessiva
Não tem como negar que a empolgação e entusiasmo são estados mentais
positivos! Eles são muito necessários até para dar sentido à vida e colocá-la
para frente. Mas se você eleva essa emoção a um nível exagerado durante o
sexo, você pode perder o controle também.

Imagine um garoto que está prestes a receber um presente. Ele está


empolgado, excitado com a situação: a respiração também se altera, o
coração bate mais forte e os músculos ficam tensos. É tanta energia
pulsando que ele anda de um lado para o outro, pula e fala alto sem
perceber.

Fisiologicamente é um processo muito parecido com aqueles que são


ativados durante a excitação sexual até o orgasmo.

Perceba que não é o que está acontecendo por fora que é o problema, é o
que está acontecendo por dentro. Por isso, sabiamente o cérebro é chamado
de principal órgão sexual.

É lá que nossa mente interpreta os estímulos externos, atribuindo


significados e estabelecendo o foco. O seu estado mental é determinante
para a forma como você vai filtrar os estímulos.

Quando a excitação está exagerada, o foco durante o sexo é o fator que vai
alterar a sensibilidade de forma que o menor estímulo no pênis seja
suficiente para disparar o nível de excitação, acionar os músculos
envolvidos, a respiração, os batimentos e atravessar o ponto sem retorno.
A energia flui para onde o seu foco está!

Da mesma forma, os homens que dão um significado maior que deveria a


uma situação sexual acabam elevando a excitação nas alturas, pois vão para
o sexo como se estivessem fazendo algo extraordinário.

Padrão da excitação excessiva

SIGNIFICADO: o sexo significa algo extraordinário, uma oportunidade


única que não pode ser desperdiçada nem deixada para depois como se não
fosse possível saber quando acontecerá de novo.

FOCO: A mente está concentrada na busca de prazer, especialmente durante


o orgasmo.

Posso imaginar o cérebro reptiliano gritando “eu quero procriar, eu quero


procriar!”

O cérebro emocional também dita o ritmo: “Oba! Oba! Vamos com tudo
que eu quero prazer! É uma oportunidade única.”

Enquanto isso, o cérebro racional sem o conhecimento sobre tudo isso,


segue o fluxo e apenas diz “Tudo bem, mas eu não quero ejacular rápido,
heim!”
Os filtros do SAR – Sistema Ativador Reticular – são alterados para
perceber todos os estímulos necessários, desprezando outros que poderiam
ser muito interessantes também. Em decorrência disso, o foco fica voltado
para as sensações no pênis, tornando-o muito mais sensível do que já é. É
algo muito semelhante ao que acontece quando você está com muita fome e
tudo parece muito mais saboroso.

FISIOLOGIA: como resultado dessa percepção e do foco o corpo é ativado


para alcançar o objetivo seguindo o comportamento que está condicionado:
alteração do ritmo e profundidade respiratória, aceleração dos batimentos
cardíacos e tensão dos músculos corporais, em especial o períneo.

Ansiedade de Desempenho

O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário.
SÊNECA

José era um senhor que estava arrumando a sua dispensa, encontrou a sua
caixa de ferramentas e quando a abriu levou um grande susto!

- Meu Deus! A chave inglesa do Osvaldo ainda está comigo! Que burro
descuidado que eu sou! O Osvaldo é o cara mais cuidadoso com as
ferramentas que eu conheço. Ele me recomendou que devolvesse logo, mas
já deve ter quase 2 anos que peguei essa chave inglesa emprestada com ele
e esqueci de devolver! Ele já deve ter falado para todo mundo que eu sou
um pilantra, descuidado que não cumpre o prometido.
José estava desolado. Ele sempre batia no peito orgulhoso de sempre honrar
seus compromissos, ainda mais com o Osvaldo por quem tinha inteira
estima e era tão sistemático. Então, ele decidiu correr e devolver a chave
inglesa o quanto antes.

Foi a passos largos e firmes, cabeça baixa, chave inglesa na mão,


esbravejando e pensando como seria aquele diálogo: eu vou dizer pra ele
que errei. Mas aí ele vai dizer que eu sou um irresponsável, que sabia ele
detesta emprestar as ferramentas, que fui eu quem insistiu. Então vou dizer
que ele deveria ter me cobrado, como que passa quase dois anos e nunca me
lembrou dessa chave? Ele vai acabar comigo, não sei onde vou colocar a
minha cara. O que será que ele falou para nossos amigos?

Quando finalmente chegou na porta da casa do Osvaldo, José tocou a


campainha. Osvaldo abriu a porta e quando viu o seu amigo José, ficou
surpreso e alegre por vê-lo: Joséeee ! Como é que você es…. Antes que
terminasse a primeira frase, José meteu a chave na mão do Osvaldo e
gritou: enfia essa chave no seu cú, desgraçado!

Deepak Chopra refere-se à ansiedade como uma falsa imagem do mundo


que enxerga ameaças que na realidade são inofensivas! Ele também faz
referência a estudos médicos que comprovam que existem apenas duas
coisas que o sistema corpo e mente não conseguem se adaptar: uma é a dor
crônica e a outra é a ansiedade.

A ansiedade é um sofrimento antecipado e muitas vezes totalmente


desnecessário. Não dá para falar de ansiedade de forma dissociada de outras
emoções como medo, insegurança, estresse e dúvida. Todos eles seguem o
mesmo padrão e podem ser considerados irracionais. O problema é que eles
tem uma voz tão convincente que te faz acreditar no que não existe a ponto
de te deixar incapacitado em uma situação que poderia ser facilmente
resolvida.

A medo de um desempenho sexual ruim digamos que é algo normal. Mas se


a voz do medo se confirma, ele ganha razão e mais espaço na memória, o
que fará com que ele seja mais considerado na próxima vez. Isso gera um
ciclo que se intensifica à medida que o resultado vem acompanhado de
frustração e vergonha.

Para quebrar esse ciclo você tem que interferir em uma das duas pontas: ou
você melhora o desempenho fazendo com que a ansiedade deixe de ter
razão ou você quebra o padrão da ansiedade e dos outros sentimentos ruins
para que deixem de influenciar o resto do sistema.

Melhor será se puder atacar os dois lados ao mesmo tempo. Mas, você pode
começar por um deles.

Para quebrar o padrão da ansiedade de desempenho temos que identificar o


seu padrão:
Padrão da Ansiedade de Desempenho

SIGNIFICADO: a relação sexual representa uma situação de risco para a


estima e para o orgulho Isso pode trazer a dor da frustração e vergonha.

FOCO: o homem está concentrado naquilo que ele não quer fazer: ejacular
rápido. É isso que ele espera mesmo que não faça nada diferente do que
sempre fez. Ao primeiro sinal ele já pensa: “Essa não! Vai ser agora.”

FISIOLOGIA: Músculos estão tensos, respiração alterada, batimentos


cardíacos acelerados, períneo contraído.

Padrão da Excitação Sexual Calma

Um homem que tem o controle da situação, dá um significado menos


importante ao sexo. É como se ele pensasse algo como “eu apenas estou
dentro de uma mulher novamente”.

A experiência não representa em sua mente algo magnífico que precisa de


uma atenção tão intensa. Para ele é algo comum e normal.

Ele é confiante e inspira confiança.

Para pensar:
Avalie os dois casos abaixo e pense sobre qual oferece mais prazer para a
mulher:

CASO 1

Um homem ansioso que inspira insegurança dizendo para a mulher: “não


sei se vou conseguir segurar por muito tempo hoje...” e depois de muitos
estímulos preliminares efetivamente mantém 1 minuto de penetração.

ou

CASO 2

Um homem seguro que inspira confiança dizendo “hoje eu vou te levar até
as estrelas de tanto prazer...” e depois de muitos estímulos preliminares
efetivamente mantém 1 minuto de penetração.

No segundo caso o processo é muito mais prazeroso para a mulher porque


não estimulou apenas o corpo, mas a mente também. O que te impede de
tirar o foco do resultado ruim que ainda nem aconteceu e começar a inspirar
confiança e tranquilidade desde já, independente do resultado? Pelo que
aprendemos até aqui você sabe que ao fazer isso estará contribuindo para a
reversão do ciclo, estará interferindo na sua fisiologia e poderá
experimentar um resultado efetivo muito melhor, alimentando o ciclo
favorável e as neuroassociações corretas.
Se a sua confiança não se confirmar efetivamente. Dê um significado
diferente para isso e não atribua dor! Não seja tão duro consigo mesmo.
Talvez você consiga criar um ambiente de humor e reverter a situação,
dizendo que que ela é motivo para deixar você louco. Dessa forma você
estará contribuindo muito para o seu processo de desenvolvimento e o
resultado positivo vai acontecer naturalmente! Você simplesmente vai pegar
o jeito e pode ser da noite para o dia, mesmo que aconteça algumas falhas
depois disso. O importante é não se abalar para não retomar aos padrões
anteriores e cair no velho ciclo do mal!

Criando a Sua Realidade

Tudo o que fazemos, sentimos e decidimos, não se baseia na realidade, mas


sim na nossa percepção de realidade. Percepção de realidade é diferente de
realidade.

Essa percepção de realidade é o que determina se uma pessoa ao ver uma


barata vai subir na cadeira e começar a gritar ou se simplesmente vai pisá-la
enquanto continua conversando normalmente. A diferença de
comportamento é o decorrente da diferença de percepção de realidade que
cada uma tem. A realidade é a mesma para as duas pessoas: apenas um
inseto.

Essa diferença na percepção de realidade é o que vai determinar se um


homem vai ficar todo afoito ou com medo, ansioso, inseguro... enquanto
outro vai ver uma oportunidade para se divertir, descobrir, se sentir ainda
mais seguro e confiante. A realidade para os dois é a mesma: apenas sexo.

A nossa percepção de realidade é fruto das nossas experiências ao longo da


vida e daquilo que aceitamos como real. São elas que vão definir se você vê
meio copo d'água como quase cheio ou quase vazio.

Se você experimentou alguns fracassos seguidos em relação ao sexo,


tenderá a criar a convicção de que você é um fracasso nessa área da sua
vida. Se você não está disposto a pelo menos questionar se isso é uma
realidade ou apenas uma percepção dela, estará fadado a ficar preso a essa
convicção para sempre. E nada mudará.

A mudança daquilo da forma de vermos as coisas pode ser difícil ou fácil


depende de muitos fatores, mas a forma é bem simples.

Primeiro você deve identificar as suas crenças. Para isso observe as


palavras que você usa e as afirmações que você faz: “eu não consigo”, “eu
sou muito ansioso”, “eu ejaculo muito rápido”, “eu não consigo controlar a
ejaculação”, “ela vai me abandonar”.

Nem sempre o que você diz pra si mesmo é por meio de palavras. É uma
diálogo interno. É como se vê lá no íntimo.

O segundo passo é questionar todas as suas afirmações e buscar evidências


que a refutem:

0. “O que te faz diferente dos outros homens?”,


0. “Se você não pode, quem pode? Quais as características de
quem pode?”,

0. “O que eu preciso aprender ou desenvolver para conseguir?”,

0. “Por que eu penso assim?”,

0. “Como você gostaria de se comportar naturalmente?”.

Vou ser bem sincero com você: este tópico poderia ser tema de vários livros
sobre ele sem que o assunto fosse esgotado. Eu vou enriquecê-lo nas
próximas versões para te ajudar a ser cada vez mais eficiente na
identificação e transformação de suas crenças limitadoras em
fortalecedoras.

O que não podemos deixar para depois é a certeza de que você precisa
moldar o seu futuro, agir perante as circunstâncias e não apenas reagir a
elas! Você deve escolher o comportamento e os resultados que você quer
ter.

Antes de algo ser externalizado é decidido e projetado na mente. E é claro


que ela pode e vai usar apenas os recursos de que dispõe. Então para
externalizar um comportamento ou resultado diferente, você deve antes
projetá-lo na sua mente!

Ao fazer isso você estará se antecipando ao futuro e preparando toda a sua


mente para encontrá-lo lá na frente.
Acredite, você já faz isso sem perceber. Quando você está motivado a
comprar um carro novo ou um smartphone, antes você projetou na sua
mente como seria bom esse futuro e aplicou as emoções que o
acompanham. Isso te deu força e energia para se esforçar, trabalhar,
economizar para trazer aquilo para a sua realidade.

Da mesma forma como uma pessoa ansiosa projeta na mente um resultado


ruim e foca nele, sofrendo por antecipação e descarregando no corpo e no
comportamento a realidade criada na mente.

O exercício que proponho a seguir é muito importante para criar uma nova
realidade para o seu cérebro. Para fundamentá-lo eu gostaria que antes você
fizesse um outro exercício clássico que vai te dar uma clareza de como ele
realmente é importante e pode te ajudar.

O quanto você vai se entregar é decisivo para perceber o resultado.

Pare por um momento e desligue-se dos estímulos externos como barulho e


movimentação ao seu redor. Imagine que esteja segurando um limão em
suas mãos. Sinta o peso dele... a textura... visualize a sua cor e sinta o
cheiro. Curta esse momento. Agora na sua mente, pegue uma faca, parta o
limão ao meio e veja o caldo escorrendo. Observe a sua polpa. Agora pegue
uma das metades e esprema na sua boca.

Saboroso? Sua boca salivou? Mas não existe nenhum limão. Ele é
imaginário.
O princípio aqui é que quando você faz uma visualização bem feita é como
se o cérebro não soubesse se aquilo é uma realidade ou se está sendo apenas
imaginado. O fenômeno neurológico é o mesmo! Ele vai se preparar para
reagir da forma que está programado.

Veja como o autoconhecimento te dá poder de se moldar! Agora que


estamos cientes de mais essa característica vamos explorá-la a nosso favor!

EXERCÍCIO – Criando a Sua Realidade


Este exercício deve ser executado como um estágio posterior ao último
exercício proposto (Respiração e Relaxamento Corporal). Você vai
começar fazendo a mesma coisa: deitar de barriga para cima, manter a
respiração no padrão correto e percorrer com a mente todos os músculos
do corpo certificando-se de que estejam totalmente relaxados.
A diferença aqui é que você não vai se manter assim por tanto tempo e
logo que estiver neste estado de relaxamento por menos de um minuto,
encolha um pouco as pernas, encostando toda a sola do pé no colchão e
distanciando os joelhos da cama. Em seguida, faça movimentos com o
quadril como se estivesse fazendo movimentos de penetração. Use a sua
imaginação como se estivesse em uma relação sexual. Não é necessário
fazer isso com ereção.
Este é um momento seu. Você cria e determina como você vai agir sem ser
levado pelas emoções e reações automáticas.
Na imaginação você pode ser o que você quiser, então projete-se como o
homem que tem a situação sob controle: seguro, inspirador, confiante,
desejado, tranquilo. Nessa sua mentalização perceba o quanto é agradável
e gratificante uma relação sexual onde a ejaculação e orgasmo não
importam, pois tudo o que você quer é curtir o “durante” e o “final” é só
uma consequência. Atribua tanto prazer em fazer isso de forma que o seu
cérebro vá querer experimentar novamente aquele prazer de manter aquela
excitação calma e duradoura novamente.
Quando acontecer de verdade não será um novidade. Não será fora dos
padrões que sua mente conhece, pois ela já esteve lá antes!

CAPÍTULO VII – Prolongando a


Relação Sexual
Uma relação sexual em que o homem atinge o orgasmo muito rápido é
incompatível com o tempo mínimo necessário para que a mulher também
chegue lá. Veja abaixo uma representação gráfica disso.

Acrescentamos a um gráfico que já conhecemos a linha rosa representando


a evolução da excitação feminina em busca do orgasmo durante a relação
sexual. O espaço em cinza localizado à direita compreendendo o período a
partir de 15 minutos representa a área em que as mulheres geralmente estão
em um estado orgástico e podem alcançar o prazer a qualquer momento.

Como os homens após a ejaculação entram em um estado de relaxamento e


recuperação, eles não contam mais com os hormônios jogando ao seu favor
para continuar oferecendo estímulo sexual à parceira por meio de
penetração. O interesse e o impulso por sexo já não é mais o mesmo.

Para prolongar a relação sexual é preciso tornar mais lento usando os


recursos (as engrenagens do sistema) de modo a não atingir o Ponto Sem
Retorno representado pela linha horizontal vermelha.

Essa evolução controlada não é algo linear, mas uma série de picos e vales.
O objetivo é alcançar o que está representado logo abaixo.
À medida em que o nível de excitação vai aumentando e se aproximando do
ponto sem retorno você deve reduzir o nível de excitação, alterando os
padrões físicos e mentais, reduzindo a interferência do Sistema Nervoso
Simpático e aumentando a interferência do Parassimpático.

Essa redução do nível de excitação não deve esperar chegar perto do ponto
sem retorno para começar, pois cada vez fica mais difícil fazer essas
reduções. Então, desde o início você deve tomar as rédeas da situação e
evitar a formação do padrão que desencadeia sequencialmente as fases da
atividade sexual.

O ponto sem retorno não é tão facilmente identificável. É preciso uma certa
prática até que você tenha condições de saber o limite e então evitar que ele
seja atingido. Se imaginarmos uma escala de excitação de zero a 100%,
digamos que o ponto sem retorno esteja na casa dos 80%.

Mesmo que ainda não haja qualquer sinal de aproximação do ponto sem
retorno, mas você notar que o nível de excitação está subindo você deve
parar os movimentos de penetração. E deixar-se esfriar um pouco.

Enquanto você esfria é muito importante manter a mulher bem quente! Para
isso continue estimulando-a diretamente no clitóris ou internamente no
ponto G. Caso contrário ela também vai demorar mais tempo para chegar ao
orgasmo.

Calma! Agora você já sabe quase tudo o que precisa ser feito. Então o que
falta é desenvolver a habilidade para executar tudo isso na cama! Isso
também será gradativo e você vai conseguir ao aplicar os exercícios que eu
proponho a seguir.

Ao longo do seu dia a dia você deve executar os exercícios abaixo que já
foram apresentados anteriormente:

0. Conscientização e Fortalecimento Perineal,

0. Respiração e Relaxamento Corporal,

0. Simulação.

Os próximos exercícios envolvem uma situação sexual. Eles são a evolução


do exercício de simulação com a aplicação prática e gradativa de todos os
outros exercícios e conhecimentos.

Eu estou sugerindo que se faça cada estágio durante uma semana, mas isso
é só uma referência. Você deve evoluir no seu ritmo entendendo cada fase e
cada reação ao novo padrão ditado pelo seu cérebro consciente.

ESTÁGIO 1 – EXERCÍCIO – Penetração Parcial


Sem Movimentos

Este exercício deve ser feito cerca de 4 vezes (dias) ou mais dependendo da
frequência que você o fizer. Se você tiver a oportunidade de fazê-lo apenas
4 vezes por mês terá que repeti-lo muito mais vezes do que quem o faz 3
vezes por semana. Um dos princípios do condicionamento é a repetição.
Quanto mais melhor.

Penetre parcialmente o pênis na vagina e permaneça sem qualquer


movimento de penetração. Durante todo o tempo a respiração deve ser
lenta e diafragmática enquanto todos os músculos são mantidos relaxados.
Isso será muito mais fácil se você já estiver fazendo diariamente os
exercícios propostos ao longo da semana em situações não sexuais.

Permaneça em um estado como de meditação e contemplação, mas é claro


que a mulher também deverá conter um possível desejo pelos movimentos
de penetração. Por isso, esse é um exercício que exigirá uma colaboração
por parte dela também. Você pode ajudá-la a se sentir mais predisposta a
ajudar se isso não for colocado como um exercício que tem que ser feito.
Ela não deve se sentir usada!

Essa experiência pode ser muito agradável para elas, pois são mais atentas
aos estímulos aos outros sentidos e valorizam esses momentos de
intimidade e entrega. A dificuldade geralmente decorre do
condicionamento que elas também têm em relação ao sexo, pois isso
poderá ser uma quebra de padrão para ela também.

Você deverá curtir o momento com ela, conversando, sentindo o cheiro, a


pele em detrimento do foco nas sensações do pênis. Quanto mais prazer
você conseguir tirar disso, mais predispostos você dois estarão fazê-lo
novamente e com mais frequência. O principal motivo, entretanto, é que
assim sua mente atribuirá muito prazer ao “durante” e não apenas no
“final”.
Caso você sinta um desejo que te impulsiona fazer os movimentos de
penetração, simplesmente altere o padrão retirando totalmente o pênis e
esperando que o ímpeto passe. Quando tudo estiver sob controle
novamente, volte a penetrar parcialmente e permaneça imóvel.

Durante o exercício, observe as reações do seu corpo. Percorra cada um dos


seus músculos com a mente certificando de que estejam relaxados. Sinta
como não há nada de mais em estar dentro de uma mulher e atribua um
significado menos importante para isso! Mantenha o foco no que há de
melhor naquele momento. Sinta que o caminho pode ser tão prazeroso
quanto o destino.

Nesta etapa de condicionamento você deve se comportar como o mocinho e


não como o bandido ou animal que quer partir para cima. Aproveite isso
também.

Seu corpo está condicionado a fazer as mesmas coisas e ter os mesmos


resultados. Além disso, você já deve ter ejaculado bastante ao longo da
vida. Então, eu te proponho uma grande quebra de padrão: termine esse
exercício sem ejacular!

Isso não impede de você proporcionar um orgasmo a ela de outras formas,


mas quem sabe vocês estejam em um nível de intimidade e cumplicidade
tão grande que ela abra mão disso uma vez ou outra durante esses
exercícios?
Nas primeiras vezes que você decidir não ejacular, muito provavelmente
você vai sofrer na mente e no corpo uma certa angústia e frustração por
isso. E vai ser muito nítido! Seu pênis poderá ficar mais sensível, os
testículos meio doloridos e talvez não consiga tirar da sua cabeça que o
orgasmo é uma necessidade. É uma pressão interna para restabelecer o
padrão. Mas esse desconforto passará em um ou dois dias.

Se você sentir que essa pressão está realmente muito grande, faça o
exercício de novo e desta vez permita-se ejacular e desfrute ao máximo
disso! Sem culpa e sem regra. Isso vai equilibrar a energia para poder abrir
mão na próxima vez.

O tempo que você permanece com pênis lá dentro vai fazer com que as
sensação deixe de ser uma novidade e será menos considerada pelo SAR, o
filtro de sensações do seu cérebro. Lembra que um dos critérios desse filtro
é a novidade? Você tem que se acostumar com a textura e pressão vaginal
para que isso deixe de ser algo extraordinário.

Como prova disso, você perceberá que com o seu desenvolvimento após
ultrapassar uma certa barreira de tempo, algo como um ou dois minutos,
você se sentirá com muito mais controle. Isso pode ser notado mesmo
depois que você tiver o controle total.

Até lá vamos evoluir aos poucos.

Depois dos primeiros dias de aplicação dos exercício de penetração parcial


sem movimentos você começará a se sentir muito mais à vontade! Só então
você deverá evoluir para o proposto no ESTÁGIO 2.

Não queime etapas, mostre quem está no controle e não se deixe levar pela
ansiedade de evoluir os exercícios antes de estar realmente pronto.

ESTÁGIO 2 – EXERCÍCIO – Penetração Total Sem


Movimentos

Quando estiver preparado para a evolução, faça exatamente a mesma coisa


da semana anterior. Agora, porém, introduza o pênis inteiro, mas permaneça
imóvel.

Antes que a excitação suba mais que o devido. Retire o pênis e espere
equilibrar o nível de controle. Faça isso quantas vezes (dias) você perceber
que é necessário.

Você saberá que está na hora de passar para o estágio seguinte quando já
estiver se sentindo totalmente à vontade.

A essa altura você notará que ficar sem ejacular já não é tão significante
quanto antes. Já não terá aquela mesma angústia e pressão interna. Mas não
faça dessa abstinência uma regra! Talvez você perceba que o ideal é
ejacular uma vez sim e outra não.
ESTÁGIO 3 – EXERCÍCIO – Aumento Gradativo
dos Movimentos de Penetração

O estágio 3 é a evolução dos estágios anteriores. Agora, além de introduzir


o pênis totalmente e permanecer imóvel, deverá fazer dois ou três
movimentos de penetração antes de tirar o pênis para reduzir a excitação.
Você deverá manter esses dois ou três movimentos até que esteja apto a
aumentar esse número gradativamente, mas sem deixar que o ponto sem
retorno seja alcançado.

Desta forma você evoluirá para o estágio permanente de controle que é


onde estão aqueles que tem o controle total da ejaculação, pois estão
totalmente familiarizados com as respostas corporais e já não precisam
fazer os exercícios de simulação. O exercício de relaxamento, massagens
são opcionais e até fazer parte de um estilo de vida. Os exercícios de
fortalecimento dos músculos perineais eu recomendo que continue fazendo
sempre mesmo que seja com uma frequência menor, sem exageros e sempre
respeitando os limites.

Estágio Permanente de Controle

Esse estágio deverá ser alcançado como uma evolução natural dos estágios
anteriores. É como se fosse o estágio 3, mas com algumas coisas a mais e
sem a necessidade de ficar imóvel antes de fazer as penetrações.

Se você não tem uma parceira fixa que possa ser cúmplice no
desenvolvimentos dos estágios 1, 2 e 3, você deve começar logo por aqui. É
claro que terá menos vantagens no processo de condicionamento.
Inicialmente você ainda deve evitar movimentos rápidos e posições
desconfortáveis ou que exigem maior esforço físico de sua parte. Essa
habilidade será conquistada com a continuidade da sua evolução.

Os movimentos rápidos vão exigir mais dos músculos, vão acelerar os


batimentos cardíacos e descontrolar a respiração te colocando no padrão da
excitação sexual que leva ao orgasmo.

Da mesma forma, posições desconfortáveis ou que exigem mais esforço vão


atribuir uma percepção de dor que o cérebro tenderá a evitar. Assim,
inconscientemente são coordenados os meios para um comportamento do
tipo “vamos acabar logo com isso”.

Uma opção de posição é deitado confortavelmente com a mulher por cima.


O esforço físico será dela e você poderá conduzir o ritmo dos movimentos.

Neste estágio você não precisa ficar imóvel logo após a penetração, mas
deve tirar o pênis antes de qualquer sinal de aproximação do Ponto Sem
Retorno. Enquanto você esfria a sua excitação você deve manter a sua
parceira quente. Caso contrário ela também vai demorar mais para chegar
ao orgasmo. Para isso, estimule-a diretamente no clitóris ou por dentro, no
ponto G.

Quando o nível de excitação estiver sob controle você volta a penetrar.

Vou ter que repetir: respiração, músculos e períneo constantemente sob


controle.
Assim você vai percorrer as fases sexuais num movimento de picos e vales
como no gráfico que vimos no início deste capítulo.

Com o seu desenvolvimento você perceberá um aumento gradativo no


período de tempo entre uma redução e outra do nível de excitação como se
os picos e vales ficassem mais distantes um do outro.

Jason Julius que também defende essa forma de prolongamento da relação


sexual diz que não se deve fazer essas reduções mais de cinco ou seis vezes
seguidas, pois pode acontecer de simplesmente não conseguir chegar ao
orgasmo depois disso.

De qualquer forma se você atingir o Ponto Sem Retorno, mesmo que seja
sem a sua vontade, libere-se para curtir o orgasmo sem culpa! Mantenha os
músculos perineais relaxados para que os espasmos ejaculatórios aconteçam
livremente. Você vai experimentar um prazer muito maior que se tivesse
travado os músculos na tentativa de evitar as contrações ou segurar a
ejaculação.

Se o PSR foi atingido somente depois de muito tempo de relação sexual, as


energias sexuais foram se acumulando mesmo com as reduções no nível de
excitação e a intensidade do prazer será muito maior, a quantidade de sêmen
e a pressão do jato também.

ESTÁGIO AVANÇADO
Quanto você estiver com o corpo condicionado, com músculos perineais
fortes e a sua mente estiver especialmente livre de culpas, medos e
pressões. Você poderá evoluir ainda mais.

Em algum momento dessa evolução você naturalmente se sentirá


capacitado a fazer movimentos rápidos e fortes e manter posições que
exigem mais de você.

E quando a ejaculação for inevitável poderá contrair totalmente os


músculos perineais e até os glúteos ao contrário do que foi recomendado até
aqui. Esse movimento poderá até te proporcionar a descarga de prazer do
orgasmo com ou sem um pouco de ejaculação. Isso é chamado de orgasmos
secos. Eles podem comprometer um pouco a ereção, mas não é nada que
impeça de ser rapidamente ser recuperada e continuar a penetração, pois
não há aquela evasão de energia que é típica após o orgasmo.

Uma Carona Muito Bem Vinda

O desenvolvimento do controle total da ejaculação é bem simples, mas não


é fácil! Pelo menos para muitos não é fácil!

O que eu te apresentei até aqui é o mapa do caminho que você deve seguir.
Eu fiz questão de dar todo a fundamentação porque assim você será capaz
de adaptar à sua realidade à medida em que aprofunda também seu
autoconhecimento.

Se eu tivesse te passado apenas este último capítulo certamente não faria


tanto sentido que recomendações tão simples tenham efeitos tão
significativos na vida sexual.

Eu recomendo que você comece o quanto antes a aplicar tudo isso sem o
uso de medicamentos, cremes anestésicos ou preservativos retardantes. E
você poderá ser mais um que conseguiu desenvolver o controle apenas com
essas informações.

Esse é o caminho. Mas, pode ser possível você percorrê-lo com mais
facilidade, como se pegasse uma carona. Isso significa que o caminho tem
que ser percorrido de qualquer forma.

O uso de medicamentos que estimulem a ereção é esse facilitador, claro que


deve ser feito com acompanhamento médico. Você pode inclusive explicar
o método para ele e como isso irá te ajudar no processo.

Isso tem que ficar claro, por isso eu repito: uso de medicamentos não é
obrigatório. É perfeitamente possível desenvolver o controle sem eles.

Mas agora entenda como eles podem te ajudar.

Vamos usar o ciclo que já conhecemos anteriormente:


O medicamento vai interferir diretamente no seu organismo e vai te
proporcionar um desempenho sexual melhor, trabalhando forte em um lado
do ciclo. Essa é uma oportunidade de colocar em prática todas as
informações de recondicionamento que você aprendeu aqui com um
preocupação a menos.

Não estou falando apenas dos comprimidos da farmácia. Existem sprays


que são aplicados diretamente embaixo da língua. As veias que existem ali
absorvem a medicação e lança diretamente na corrente sanguínea. Isso
possibilita o uso de uma dose até 90% menor da droga e possui os mesmos
benefícios necessários, sem os efeitos colaterais decorrentes de doses
maiores.

Como qualquer droga, o seu organismo vai se adaptando e passa a exigir


doses cada vez maiores para produzir os mesmo efeitos. Eles não podem ser
usados eternamente até porquê se você não desenvolver o controle por
conta própria o seu organismo também vai se tornar cada vez mais eficiente
para ejacular, mesmo com o uso do remédio. Também não deve ser retirado
de uma única vez. Depois de certo tempo de uso é preciso fazer um
processo de desmame o que reforça ainda mais a necessidade de um
acompanhamento médico.

O principal efeito do medicamento é a indução da ereção (somente quando


estimulado é claro). Isso dá muito mais condições de manter os músculos
perineais relaxados e de reduzir ainda mais o nível de excitação sem
comprometer a rigidez do pênis. Com o tempo você descobre o ponto de
equilíbrio entre relaxamento e ereção mesmo sem o uso do remédio.
Também torna muito mais rápida a recuperação da energia sexual após o
orgasmo, facilitando uma segunda relação sexual quando o seu controle
será extremamente superior à primeira. Este é uma forma muito mais
inteligente que aquela recomendação popular de se masturbar antes da
relação, pois favorece o desenvolvimento do controle e quebra o
condicionamento errado.

A Relação Sexual Começa Muito Antes

Para finalizar uma deixa para você pensar.

Porque prolongar a relação sexual? Existem benefícios importantes, mas o


principal deles é proporcionar pelo menos um orgasmo para a parceira antes
de você. E por que isso é importante? Para que possam desfrutar juntos do
sexo como uma expressão máxima de prazer entre um casal, tornar a
relação mais forte, além de melhorar a estima, a confiança, etc.

Mas como seria se isso não fizesse a menor diferença para a sua parceira?
Você estaria tão preocupado em prolongar o sexo? Na verdade o objetivo é
satisfazê-la para se beneficiar de outros benefícios indiretos.

Para satisfazê-la, tão importante quanto prolongar o seu tempo até o


orgasmo é reduzir o tempo até o orgasmo dela.

O processo de excitação sexual das mulheres é o mesmo: gatilho, processo


e resultado.
Você pode pegar todo esse conhecimento e usar a seu favor para reduzir o
tempo dela até o prazer. Isso significa que você deve tomar as rédeas da
situação antes mesmo de começar a relação sexual.

Assim como você deve ter o controle da sua reação aos primeiros estímulos
físicos ou mentais, você deve usar gatilhos (estímulos) para preparar a sua
parceira para o sexo, muito antes de ela começar a pensar nisso.

Um gatilho para desencadear a processo sexual pode ser um jantar a dois,


por exemplo. Vocês já sentem que vai rolar um clima especial que
naturalmente vai terminar na cama. Se diante dessa previsão você já deixa a
mente chegar lá na cama antes da hora, o seu corpo já vai começar a se
preparar e no momento em que a relação estiver apenas começando, você já
estará a meio caminho do orgasmo devido à sua antecipação.

Você não deve se deixar levar pela emoção quando a sua mente se
antecipar, mas você pode levar a mente da sua mulher a chegar lá antes e
começar a prepará-la para o sexo. E ela sim deverá estar a meio caminho do
orgasmo quando a relação começar.

Você proporciona essa antecipação quando diz que ela está linda e o quanto
você a deseja sexualmente ou usa palavras que a remetem para o sexo! Você
consegue isso quando numa conversa a dois ou pelo telefone você diz: “que
tal um jantar hoje à noite. Depois podemos fazer isso ou aquilo! Não vejo a
hora de sentir você...” Este é apenas um exemplo para que entenda a
essência, pois as palavras mais adequadas quanto à sutileza e a ousadia é
algo muito pessoal e depende de outros fatores que você deve mapear.
Outra forma é acionar a memória para algum momento excitante e
prazeroso que já passaram.

Isso faz com que ela já se antecipe inclusive fisiologicamente como quem
saliva a boca só de se imaginar uma deliciosa fruta.

Explore isso, afinal preparação para o sexo começa muito antes da relação
sexual. Especialmente para elas.

O tipo de relação que vocês têm no dia-a-dia reflete diretamente na conexão


sexual entre vocês. Então, como eu costumo dizer:

SEJA UM GRANDE HOMEM NA CAMA, MAS FORA DELA


PRINCIPALMENTE!
Um história para refletir!

George é um homem que reage bem às circunstâncias. Ele sempre fez o seu
papel corretamente e tudo que esperavam dele. Estudou bastante e se tornou
um empresário. Logo estava trabalhando 12 horas por dia e marcava no
calendário a contagem regressiva para os 15 dias de férias tão esperadas
durante um ano inteiro.

No último dia de trabalho antes das férias estava animadíssimo. Malas


prontas. Não via a hora de pegar o avião na madrugada seguinte e ir para a
sua casa no litoral, como fazia nos últimos 22 anos junto com sua mulher.
Eles permaneciam lá até a tarde do dia anterior à volta ao trabalho, queriam
aproveitar cada segundo, pois proporcionalmente à empolgação no início
das férias a sensação da volta era como se o tempo tivesse voado. Ele se
sentia cansado como se as férias não tivessem durado o suficiente para
cumprir o propósito de descansar.

Uma coisa, porém, mudou neste ano. Foi algo incrível. George convidou
seu amigo Jonas, sua esposa e seus dois filhos adolescentes para irem juntos
passar a temporada. Não, o incrível não foi isso, mas sim o fato de Jonas ter
convencido George a irem todos juntos de carro dessa vez. O carro de 8
lugares caberia a todos quase confortavelmente. Apesar da resistência,
George aceitou e Jonas teve a chance de mostrar que gastar um dia inteiro
de viagem na ida e outro na volta, não significava reduzir as férias.
Aconteceu que após 2 horas de viagem, quando o avião poderia estar
pousando no destino, George percebeu que seria impossível que a LATAM
ou GOL pudesse ter lhe proporcionado tantas risadas e histórias
interessantes, junto com Jonas, as mulheres e os garotos.

Não era tão confortável, mas isso também foi motivo para fazer algumas
paradas ao longo do caminho que duravam muito mais que o necessário.
George percebeu que não estava mais tão resistente à nova ideia e chegar à
sua casa de praia já não significava tanto assim. Quero dizer, ele não estava
mais tão ansioso como costumava ficar. Ele e sua mulher também não
pestanejaram à nova proposta de pararem em um hotel fazenda à beira da
estrada para passarem a tarde antes de seguir viagem.

Surpresa! Depois de andar a cavalo e tomar um café, o próprio George


propôs que passassem a noite por lá, ainda que suas pernas já tivessem
alimentado uma dúzia de mosquitos e estivessem pintadas de vermelho e
ardendo.

A ideia foi prontamente aceita, logo descobriram que as camas além de


causarem dores nas costas no dia seguinte, também se tornaram motivos de
piadas pelos rangidos que faziam. Nada tirava o prazer das novas
descobertas e novas experiências. O cheiro do mato, tirar leite de uma vaca
pela primeira vez e relembrar de onde vem o ovo das galinhas dava sentido
às falhas no planejamento. Ele não sabia, mas não é que ele gostava muito
desse tipo de passeio? Não era só o entusiasmo e despretensão das pessoas
com que ele estava que dava um novo significado e tirava o foco da velha e
conhecida cada de praia. A mudança que ocorreu dentro dele é que deu
tornou o caminho tão agradável quanto o destino.
No dia seguinte, depois de tomar o café, decidiram não ir pescar, talvez na
volta, se ainda estivessem afim. Seguiram viagem. Fizeram outras paradas e
pernoitaram em outras duas cidades litorâneas. Por fim, chegaram na casa
de praia. Ela continuava lá esperando por eles mesmo depois de 5 dias após
o início da viagem. E ainda tinha a opção de nem mesmo chegar lá, já que a
casa perdeu o status de obrigação e de única opção.

A viagem de retorno precisou ser muito rápida. Afinal as obrigações nos


limitam. Mas, dessa vez as férias cumpriram o propósito e George voltou ao
trabalho com disposição como se tivesse ficado 30 dias de férias.

Ele já deixou bem claro que tem alguns desses lugares novos que ele não
volta mais, outros vai querer repetir talvez no ano que vem. Não sei, já não
dá pra saber as regras. Tudo mudou. George e sua mulher já não são mais os
mesmos, estão se organizando para fazer isso com mais frequência e não só
uma vez por ano, estão curiosos para descobrir como serão as próximas
férias, mesmo que isso signifique não ser tão boa quanto as inúmeras
anteriores.

Ah! A velha casa de praia continua a mesma de sempre, incrivelmente


agradável.

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