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CONHECIMENTOS A importância do
brinquedo, da brincadeira e
ESPECÍFICOS dos jogos para a criança
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma de. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotá -
maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos veis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso que o
papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de no - aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E o jogo é um excelente
vos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermé - recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, Carvalho (1992, p.14) afirma
dio da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas que:
diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conheci -
mentos, significados e atitudes. (...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental im -
portância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida
1998, p. 27, v.01): pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e
atenção as atividades vivenciadas naquele instante.
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que as -
sumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crian - Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:
ças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substitu -
indo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, (...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto
utilizando-se de objetos substitutos. significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da crian-
ça, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.
vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mun -
do físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as As ações com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre
coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura, uma nova descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova
pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre forma de jogar. Quando a criança brinca, sem saber fornece várias informações a
para que ela lide com as diversas situações. seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu desenvolvi -
mento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar.
Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento
infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significa - É brincando também que a criança aprende a respeitar regras, a ampliar o
dos. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe seu relacionamento social e a respeitar a si mesma e ao outro. Por meio da ludici -
com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o dade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e dis-
que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento. cordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando
sua alegria de brincar. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motiva-
ções, os educandos acabam evitando expressar seus pensamentos e sentimentos
e realizar qualquer outra atitude com medo de serem constrangidos. Zanluchi
A importância do brincar no universo lúdico (jogos, brincadeiras e (2005, p.91) afirma que “A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação
brinquedos) lúdica de seu dia-a-dia.”, portanto, as crianças, tendo a oportunidade de brincar,
estarão mais preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções
O ato de brincar acontece em determinados momentos do cotidiano infantil,
dentro do contexto social, obtendo assim melhores resultados gerais no desenro -
neste contexto, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar, como sendo um processo
lar da sua vida.
de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efe -
tiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças desenvolvem sua capa - Entretanto, Vygotsky (1998) toma como ponto de partida a existência de uma
cidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, de como chegar a um consenso, relação entre um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial
reconhecendo o quanto isto é importante para dar início à atividade em si. de aprendizagem. Defende a ideia de que, para verificar o nível de desenvolvi -
mento da criança, temos que determinar pelo menos, dois níveis de desenvolvi -
O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira que
mento. O primeiro deles seria o nível de desenvolvimento efetivo, que se faz atra -
as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da criança des -
vés dos testes que estabelecem a idade mental, isto é, aqueles que a criança é
de os mais funcionais até os de regras. Estes são elementos elaborados que pro -
capaz de realizar por si mesma, já o segundo deles se constituiria na área de de -
porcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua identida -
senvolvimento potencial, que se refere a tudo aquilo que a criança é capaz de fa -
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
zer com a ajuda dos demais, seja por imitação, demonstração, entre outros. O De acordo com Vygotsky (1998), ao discutir o papel do brinquedo, refere-se
que a criança pode fazer hoje com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar de casinha, brincar
fará amanhã sozinha. Assim, isso significa que se pode examinar, não somente o de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz re -
que foi produzido por seu desenvolvimento, mas também o que se produzira du - ferência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira faz-de-conta é privilegiada
rante o processo de maturação. em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. No brinquedo,
a criança sempre se comporta além do comportamento habitual, o mesmo contém
Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo
específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas sim - uma grande fonte de desenvolvimento.
bólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata sobre a
zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível atual de desen - A criança se torna menos dependente da sua percepção e da situação que a
volvimento, determinado pela capacidade de resolver, independentemente, um afeta de imediato, passando a dirigir seu comportamento também por meio do
problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolu - significado dessa situação, Vygotsky (1998, p.127) relata que “ No brinquedo, no
ção de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um objeto, mas
capaz. age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma con -
dição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.” No
Na visão de Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da brincar, a criança consegue separar pensamento, ou seja, significado de uma pa-
infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição lavra de objetos, e a ação surge das idéias, não das coisas.
da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o jogo
pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a criança Segundo Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando
cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não amadu - uma criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem,
receram, mas que se encontram em processo de maturação, ou seja, o que a cri - percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um pas -
ança irá alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento estão in - so importante para o desenvolvimento do pensamento da criança. Brincando, a
ter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há todo um desafio,
da criança começa muito antes de ela freqüentar a escola. Todas as situações de contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e leva as crianças a al-
aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história cançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por motivações essenciais
prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado do qual pode tirar ex - conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir cansaço, não ficam estres-
periências. sadas porque estão livres de cobranças, avançam, ousam, descobrem, realizam
com alegria, sentindo-se mais capazes e, portanto, mais confiantes em si mesmas
Vygotsky (1998, p. 137) ainda afirma “A essência do brinquedo é a criação de e predispostas a aprender. Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou
seja, entre situações no pensamento e situações reais”. Essas relações irão per - O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece
mear toda a atividade lúdica da criança, serão também importantes indicadores o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e
do desenvolvimento da mesma, influenciando sua forma de encarar o mundo e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca,
suas ações futuras. por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura mater -
na, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de
Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados ser uma mãe boa, forte e confiável.
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança ex-
pressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança experimen - Nesse caso, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança,
ta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da observação do ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avança -
mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo imaginário, regido dos que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento so-
por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão às regras de bre as dimensões da vida social.
comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela experimenta no brin -
car. Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a
partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo
dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como a criança
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por diante. À medida resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo
que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se formou, a criança utiliza- adulto.
se do jogo simbólico para criar significados para objetos e espaços.
O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e aprendizagem,
Assim, seguindo este estudo os processos de desenvolvimento infantil apon - assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Lima (2005) está relaciona -
tam que o brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimen - da ao professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam con-
to e aprendizagem. De acordo com Vygotsky (1998), um dos principais represen- vencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e
tantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imagina- para o desenvolvimento da criança. Oliveira (1997, p. 57) acrescenta o fato que a:
ção, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir re -
lações sociais com outros sujeitos, crianças e/ou adultos. Tal concepção se afasta Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações,
da visão predominante da brincadeira como atividade restrita à assimilação de habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o
códigos e papéis sociais e culturais, cuja função principal seria facilitar o processo meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fa -
de socialização da criança e a sua integração à sociedade. tores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o in -
divíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da in -
formação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky,
justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de apren -
Ensino-aprendizagem através do brincar na infância dizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (...)
o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envol -
Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é
vendo interação social.
um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do
lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de
promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no de -
conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico senvolvimento cognitivo e facilitando a interação com pessoas, as quais contribui -
promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o rão para um acréscimo de conhecimento.
sentido. Assim, Goés (2008, p 37), afirma ainda que:
A essas ideias associamos nossas convicções sobre o brincar como prática pe -
(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser dagógica, sendo um recurso que pode contribuir não só para o desenvolvimento
melhorado, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido infantil, como também para o cultural. Brincar não é apenas ter um momento re -
como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda servado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e
sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade
mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social.
nesse processo. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por
essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma
Contudo, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores in -
peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de cons-
tervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o
trução de conhecimento.
lúdico proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não
deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracte- Finalizando Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
rizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só
já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar dife - (...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas
rente das outras ocasiões. A incorporação de brincadeiras, jogos e brinquedos na para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso
prática pedagógica, podem desenvolver diferentes atividades que contribuem das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando ne-
para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de significados constru - cessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e
tivos tanto para crianças como para os jovens. por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.
Para Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, Importante para o desenvolvimento, físico, intelectual e social, o jogo vem
histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e ampliando sua importância deixando de ser um simples divertimento e tornando-
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
se ponte entre a infância e a vida adulta. Vygotsky (1998) afirma que o jogo infan - ção infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente,
til transforma a criança, graças à imaginação, os objetivos produzidos socialmen - por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazero -
te. Assim, seu uso é favorecido pelo contexto lúdico, oferecendo à criança a opor - so, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais vari-
tunidade de utilizar a criatividade, o domínio de si, à firmação da personalidade, e adas.
o imprevisível.
Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a
De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ga -
que tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz mui - nha destaque, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreen -
tas vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso na - der e modificar o raciocínio do aluno. E muitos educadores têm a concepção que
tural da criança funcionando, como um grande motivador, é através do jogo ob - se aprende através da repetição, não tendo criatividade e nem vontade de tornar
tém prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o a aula mais alegre e interessante, fazendo com que os alunos mantenham distan -
jogo mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tem - tes, perdendo com isso a afetividade e o carinho que são necessários para a edu -
po e espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e cação.
cognitiva.
A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a apren -
O desenvolvimento da criança e seu consequente aprendizado ocorrem quan - dizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicida -
do participa ativamente, seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções de em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-
para resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as
que proponha desafios em busca de uma solução e de participação coletiva, o pa - atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende
pel do educador neste caso será de incentivador da atividade. A intervenção do brincando.
professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além
da interação social, ser indispensável para o desenvolvimento do conhecimento. Santos (2002) refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do latim
ludus e significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, divertimentos, tendo como função educativa do jogo o aperfeiçoamento da apren -
1998, p. 23, v.01): dizagem do indivíduo.
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras Assim, a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil. O brin -
e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir quedo é a essência da infância e permite um trabalho pedagógico que possibilita
para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de a produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o brinquedo uma re-
ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e lação natural e consegue extravasar suas angústias e entusiasmos, suas alegrias
confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da re- e tristezas, suas agressividades e passividades.
alidade social e cultural.
Ainda Santos (2002, p. 12) relata sobre a ludicidade como sendo:
Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um
elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar “(...) uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode
apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facili-
sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher cami- ta a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora
nhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita
circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de co-
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01): nhecimento.”
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, Ao assumir a função lúdica e educativa, a brincadeira propicia diversão, pra -
organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articu- zer, potencializa a exploração e a construção do conhecimento. Brincar é uma ex -
lem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de periência fundamental para qualquer idade, principalmente para as crianças da
cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes Educação Infantil.
aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educa -
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A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança A importância do brinquedo, da brincadeira e dos jogos para a criança
Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo pro- Anotações:
fessor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que _______________________________________________________________________
faça parte do plano de aula da escola. Pois, de acordo com Vygotsky (1998) é no
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brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfe -
re para o mesmo sua imaginação e, além disso, cria seu imaginário do mundo de _______________________________________________________________________
faz de conta. _______________________________________________________________________
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Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos de
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motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam conceitos que pre -
param para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve classifica - _______________________________________________________________________
ção, ordenação, dentre outros. Motivar os alunos a trabalhar em equipe na resolu - _______________________________________________________________________
ção de problemas, aprendendo assim expressar seus próprios pontos de vista em _______________________________________________________________________
relação ao outro. _______________________________________________________________________
Oliveira (1997, p. 61) afirma que:
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A implicação dessa concepção de Vygotsky para o ensino escolar é ime- _______________________________________________________________________
diata. Se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem _______________________________________________________________________
um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos
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que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só
se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento _______________________________________________________________________
dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas de desenvolvimento _______________________________________________________________________
ainda não incorporados pelos alunos, funcionando realmente como um mo- _______________________________________________________________________
tor de novas conquistas psicológicas. Para a criança que frequenta a escola, _______________________________________________________________________
o aprendizado escolar é elemento central no seu desenvolvimento. _______________________________________________________________________
O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então, _______________________________________________________________________
tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, num _______________________________________________________________________
dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido, _______________________________________________________________________
e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente _______________________________________________________________________
adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo
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de crianças. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas
possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial.
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Enfim, estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para le - _______________________________________________________________________
vantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para _______________________________________________________________________
idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de
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conhecimentos em todos os aspectos.
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A partir da leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as brin - _______________________________________________________________________
cadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacio - _______________________________________________________________________
nar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e
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ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social, cul -
tural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para _______________________________________________________________________
deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação infantil. _______________________________________________________________________
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A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil
Tempo
O tempo é uma grandeza física presente não apenas no cotidiano como tam -
bém em todas as áreas e cadeiras científicas. Uma definição do mesmo, em âmbi-
to científico, é por tal não apenas essencial como também, em verdade, um requi -
sito fundamental. Contudo, isso não significa que a ciência detenha a definição
absoluta de tempo: ver-se-á que tempo, em ciência, é algo bem relativo, não só
em um contexto cronológico - afinal, as teorias científicas evoluem - como em um
contexto interno ao próprio paradigma científico válido atualmente.
Este planejamento deve considerar, além das horas em sala de aula, também
A organização do tempo, o tempo relacionado ao aprendizado dos alunos e como ele contribui com a quali -
dade do ensino e o melhor desempenho dos alunos.
espaços e ambientes na A motivação dos alunos pode ser conseguida com a gestão do tempo, em re -
lação à sua aprendizagem, o andamento das atividades educacionais, a organiza -
ção de seus participantes, tendo como fim a obtenção de bons resultados.
educação infantil
O espaço
Espaço físico é uma concepção da Física e diz respeito ao meio que nos envol -
ve.
“Para criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto o es -
paço é sombra e escuridão; é grande, enorme ou, pelo contrário, pequeno; é po -
der correr ou ter que ficar quieto, é esse lugar onde ele pode ir ler, pensar, olhar.
O espaço é em cima, embaixo, é tocar ou não chegar a tocar, é barulho forte, ou
forte demais, ou, pelo contrário silencio. São tantas cores, todas juntas ao mesmo
tempo, ou uma única cor, ou nenhuma...O espaço então, começa, quando abrem
os olhos pela manhã, em cada despertar do sono; desde quando, com a luz, retor -
nam ao espaço.”
Lina Fornero
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A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil
O olhar da criança percebe tudo ao seu redor. Assim, ao pensar num espaço Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las dentro
para crianças se desenvolverem devemos pensar em diversos aspectos: texturas, tendo presentes as necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao
toques, sons, palavras, regras, cores, odores, mobílias, luzes. Na Educação Infan - repouso, à alimentação, à higiene, e à sua faixa etária; as necessidades psicológi -
til, vários são os autores que confirmam o fato de que o espaço é parte integrante cas que se referem às diferenças individuais como, por exemplo, o tempo e o rit -
da ação pedagógica e não pode ser visto como algo secundário. mo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas; as necessidades
sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida, como as co -
O espaço deve valorizar o acesso livre aos materiais e objetos, ao brincar, à memorações significativas para a comunidade onde se insere a escola e também
comunicação e interação entre os sujeitos e a personalização. Um espaço de edu - as formas de organização institucional da escola infantil. (BARBOSA, HORN, 2001,
cação infantil deve considerar todas as expressões humanar potencializadas na p. 68).
infância: o lúdico, o imaginário, o cognitivo, o artístico, o afetivo, o social, etc.
Dessa forma, entendendo a aula como um espaço heterogêneo, levando em
Destinar tempo livre ou organizar os espaços com uma variedade de brinque - consideração a faixa etária, histórico, necessidades biológicas, psicológicas, soci -
dos e objetos à disposição das crianças não é suficiente se o educador não tiver ais e históricas de cada criança, temos que pensar em diversas atividades que de -
consciência do desafio que o espaço impõe a elas. É necessário reaprender a brin- vem envolver as crianças e assim estimular o desenvolvimento diário. de uma
car! Para compartilhar a cultura de infância, para aprender a linguagem do lúdico, série de habilidades.
precisamos brincar de corpo, alma, imaginação, criatividade, inteligência, intui -
ção. Esta organização do tempo que se repete diariamente, o que chamamos de
rotina, deve ser construída a partir deste conjunto de atividades que possibilitam,
entre outras competências, a iniciativa, a segurança, a confiança etc. Para propor-
cionar estas atividades é necessário, sobretudo, fazer um planejamento pensando
“O desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo
nos momentos mais adequados e no local em que serão realizadas.
traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio.”
Sabendo que tudo no ambiente escolar exerce influências na educação da cri -
(PIAGET apud KRAMER, 2000, p. 29).
ança, sejam as cores, a arrumação da sala de aula, o refeitório, os banheiros, o
A educação infantil, como a educação em geral, ainda faz parte da idealização espaço externo, pensamos que a organização dos espaços na Educação Infantil é
utópica da sociedade. Seja pela falta de políticas pedagógicas efetivas, propostas essencial, pois desenvolve potencialidades e propõe novas habilidades cognitivas,
pedagógicas fortes e comprometidas, seja pela falta de conhecimento nessa área, motoras e afetivas. Deste modo, as aprendizagens que acontecem dentro dos es -
pode-se dizer que essa conquista ainda é um desafio social. Estamos, portanto, paços disponíveis e ou acessíveis à criança são fundamentais na construção da
acompanhando uma realidade em que muitos projetos são subestimados, em que autonomia, tendo a criança como umas das construtoras de seu conhecimento.
há desconhecimento sobre a importância da prática pedagógica e que não cria
O espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das apren -
condições para a implementação da legislação.
dizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espa -
Sabe-se que a interação, a troca de experiências, o estímulo, a apropriação ços disponíveis e/ou acessíveis a ela. (LIMA, 2001, p.16).
dos diversos conhecimentos na Educação Infantil, são fundamentais para garantir
Buscando uma perspectiva de sucesso para a aprendizagem, é preciso que a
à criança o seu desenvolvimento e consequente formação integral como ser hu-
organização deste espaço seja pensada como um ambiente acolhedor e prazeroso
mano.
para a criança, ou seja, um lugar onde as crianças possam brincar e criar suas
Conforme Maria Barbosa e Maria Horn (2001), é necessário que haja uma se - brincadeiras sentindo-se estimuladas e autônomas. O espaço criado para a crian-
quência de atividades diárias que sejam pensadas a partir da realidade da turma ça deverá estar organizado de acordo com a sua faixa etária, isto é, propondo de -
e da necessidade de cada aluno. Neste momento, é essencial que haja a sensibili - safios que a farão avançar no desenvolvimento de suas habilidades.
dade do Educador para entender a criança como sujeito ativo, reconhecendo as
A professora da Educação Infantil deve tomar consciência da importância de
suas singularidades, considerando não somente o contexto sociocultural deste
ofertar espaços ricos de informações na vida das crianças, passando a reconhecer
aluno como também o da instituição.
a seriedade das trocas que ocorrem nos espaços oferecidos como um fator essen-
cial na vida dos alunos.
3 4
A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil A organização do tempo, espaços e ambientes na educação infantil
A proposta pedagógica das Instituições de Educação Infantil deve ter como _______________________________________________________________________
objetivo garantir à criança o acesso a processos de apropriação, renovação e arti - _______________________________________________________________________
culação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como _______________________________________________________________________
o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à _______________________________________________________________________
brincadeira, à convivência e a interação com as outras crianças. (BRASIL, 2010, p. _______________________________________________________________________
18).
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Partido disso, entende-se que para que esses objetivos sejam alcançados é _______________________________________________________________________
necessário que a organização das atividades no tempo e no espaço assegure para _______________________________________________________________________
além do reconhecimento das especificidades etárias ou da utilização ampla dos _______________________________________________________________________
espaços externos ou internos, o direito a ser criança, e ao reconhecimento da im -
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portância da sua participação ativa neste processo.
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Assim, é preciso repensar sobre esse espaço e suas proposições, reconhecen - _______________________________________________________________________
do as instituições de Educação Infantil como um ambiente heterogêneo, plural, _______________________________________________________________________
rico em aprendizagens, brincadeiras, fantasias e sonhos. Dessa forma, torna-se _______________________________________________________________________
imprescindível que os espaços sejam planejados e pensados em prol do desenvol -
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vimento de cada criança.
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Referências: _______________________________________________________________________
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Organização do Espaço e do
_______________________________________________________________________
Tempo na Escola Infantil. In.: CRAIDY, Maria; KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva. Educação infantil: _______________________________________________________________________
pra que te quero?– Porto Alegre: Artmed Editora, 2001, p. 67-79. _______________________________________________________________________
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacio - _______________________________________________________________________
nais para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010. 36p. Il. _______________________________________________________________________
GOLDSCMIED, Elinor; JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. 2 _______________________________________________________________________
ed. – Porto Alegre: Artmed, 2006. _______________________________________________________________________
KRAME, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000. _______________________________________________________________________
LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
Desenvolvimento humano
O desenvolvimento humano, de acordo com o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), é aquele que situa as pessoas no centro do de -
senvolvimento, promovendo a realização do seu potencial, o aumento de suas
possibilidades e o desfrute da liberdade de viver a vida que elas desejam. A publi -
cação mais importante sobre o desenvolvimento humano é o Informe Anual Mun -
dial sobre el Desarrollo Humano, do PNUD. O PNUD desenvolve dois importantes
indicadores: o índice de desenvolvimento humano e o índice de pobreza multidi-
mensional.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
Nesse período, surge a clássica metáfora mente – computador, bem como o Se a percepção desses dois tipos de conhecimento por parte do coordenador
interesse por estudar a chamada caixa negra que durante tanto tempo os compor - pedagógico vai estabelecer o grande diferencial para o seu trabalho , pois lhe per -
tamentista haviam deixados em segundo plano, frente a relevância dada a ele- mitirá agir estrategicamente, utilizando o conhecimento de cada individuo num
mentos internos e externos ao organismo. processo somativo que se bem aplicado, trará melhores resultados.
Podemos concluir que existem vários tipos de professores que fazem usos de Grande parte das atividades desenvolvidas junto aos professores, mas o be-
métodos de ensino diferentes, mas todos têm algo em comum, marcam a vida de neficiário final de seu trabalho é o aluno e o sucesso da aprendizagem. Esse com -
seus alunos seja de forma positiva ou negativa. E todos também visam aos seus
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
promisso pode se efetivar através de um conjunto básico de ações que, segundo O professor deve lançar mão de recursos ainda mais inovada que levem os
mostram dados apresentados a educação que esse impacto cai sobre o discente. alunos à motivação para que a aprendizagem ocorra, realmente, de maneira efi -
caz. Será possível ainda formar cidadãos éticos e interessados no saber?
A formação do habito da leitura depende muito da postura do professor, do
reconhecimento do valor intrínseco dessa atitude, da racionalidade humana e do Analisando propostas educativas em que diz sobre a forma de aprendizagem.
significado da palavra escrita como instrumento que amplia os horizontes indivi -
duais e representa o registro da historia humana , do que de condição objetivas e 1ª) Será que os métodos centralizados onde o aluno se limita somente a um
materiais.
assunto de determinada disciplina é o mais eficaz para sua aprendizagem?
Identificar como e em que condições se incluem atividades que exploram a
2ª) De que forma a estrutura que armazena a capacidade cognitiva do aluno
leitura também dos estudantes, e procurar aproveitar ao máximo as potencialida -
vem mostrar a sua segurança diante de tantos temas abordado em sala de aula, e
des existentes na escola, a exemplo de biblioteca, centro de multimeios, e outras
que muitas vezes por questão do tempo da hora aula o aluno não recebe a devida
possibilidades fora do ambiente escolar.
explicação naquele momento? Será que ele se torna satisfatório?
Orientações diversas podem ser encaminhadas no sentido de enfrentar tal
3ª) Na posição obviamente, onde o dever de casa na cultura escolas e , sobre -
problemática, cabendo aqui fazer dois destaques: estimular e apoiar ações visan -
tudo, na pratica docente ele implica na compreensão da aprendizagem ou não?
do contribuir para que cada professor construa sua biblioteca individual, o que
pode ocorrer através tanto de programas federais quanto da exigência de que as 4ª) Quando o aluno exerce sua autonomia em determinado assunto é possível
iniciativas de formação empreendidas completam a construção de um programa o professor identificar o que foi ou não compreendido do conteúdo anteriormente
de formação continuada com foco na leitura, visando oferecer instrumentos teóri - estudado? Somente o professor pode e deve ensinar o aluno a ser ético e crítico,
cos metodológicos para o desenvolvimento de praticas de leitura e interpretação mostrando a ele que a crítica é boa, desde que feita de maneira adequada e que a
de textos no contexto escolar. ética é fundamental em qualquer relacionamento humano, em qualquer ambiente:
Familiar, Social, Escolar, entre outros.
Qualquer coisa que se faça na vida, é necessária primeiro a vontade de rea -
lizá-la, senão nada acontece. Isso também ocorre na educação. Educação requer E dessa forma que se processa o direito do exercício da cidadania. Somente
Ação e como resultado dessa ação, há o APRENDIZADO. Mas para que se realize a investindo na capacidade do aluno é que chegamos a encontrar uma diferencia-
ação e esta resulte no aprendizado é necessário, inicialmente, que haja a VONTA - ção onde o seu lugar no mundo possa ser destaque, não para chamar a atenção
DE, nesse caso, a vontade de aprender. do outro, mas para desenvolver dentro dele mesmo a satisfação do ato de apren -
der e desenvolver a suas aptidões encontradas nos seus próprios esforças diários.
O professor deve descobrir estratégias, recurso para fazer com que o aluno
queira aprender, em outras palavras, deve fornecer estímulos para que o aluno se
sinta motivado a aprender.
• mostrar-se disponível;
• ter paciência;
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conheci- Durante a Idade Média, a aprendizagem e consequentemente o ensino (aqui
mentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resulta - ambos seguem o mesmo rumo) devem muito à tenacidade da Igreja. Embora a
do de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Este processo pode censura fosse uma realidade, a Igreja teve o mérito de fundar Universidades e es -
ser analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teori - timular o estudo aprofundado da natureza, do cosmo e da realidade humana.
as de aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes
No final daquele período, iniciou-se a separação entre as teorias da aprendiza -
em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais.
gem e do ensino com a independência em relação ao clero. Devido às modifica -
Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pes - ções que ocorreram com o advento do humanismo e da Reforma, no século XVI, e
soal. Deve ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está mo - sua ampliação a partir da Revolução Francesa, as teorias do ensino-aprendizagem
tivado. O estudo da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsi- tomaram novos caminhos.
cologia, psicologia, educação e pedagogia.
Aprendizagem na Antiguidade
A partir de 1930
A aprendizagem vem sendo estudada e sistematizada desde os povos da anti -
guidade oriental. Já no Egito, na China e na Índia a finalidade era transmitir as tra - Na década de 1930 os cientistas Edwin R. Guthrie, Clark L. Hull e Edward C.
dições e os costumes. Tolman pesquisaram sobre as leis que regem a aprendizagem.
Na antiguidade clássica, na Grécia e em Roma, a aprendizagem passou a se - Guthrie acreditava que as respostas, ao invés das percepções ou os estados
guir duas linhas opostas porém complementares: mentais, poderiam formar os componentes da aprendizagem.
• A "pedagogia da personalidade", que visava a formação individual; e Hull afirmava que a força do hábito, além dos estímulos originados pelas re-
compensas, constituía um dos principais aspectos da aprendizagem, a qual se
• A "pedagogia humanista", que desenvolvia os indivíduos numa linha onde o dava num processo gradual.
sistema de ensino era representativo da realidade social e dava ênfase à
aprendizagem universal. Tolman seguia a linha de raciocínio de que o princípio objetivo visado pelo su-
jeito era a base comportamental para a aprendizagem. Percebendo o ser humano
na sociedade em que está inserido, se faz necessário uma maior observação de
seu estado emocional.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
Definição de aprendizagem rio, uma criança somente começa a falar a partir de certa idade, no entanto, ela
falará o idioma a qual ela está exposta.
A definição de aprendizagem é difícil de ser realizada em razão da necessida -
de dela não se confundir com outros conceitos. Isso se deve ao fato de aprendiza -
gem ser um conceito natural e não um conceito artificialmente criado.
Diferença entre fadiga e aprendizagem
A fadiga pode ser vista quando após uma atividade repetida muitas vezes em
Uma definição com base no paradigma comportamentalista curto espaço de tempo seja identificada uma perda da sua eficiência. Ou seja, a
fadiga é um produto da prática.
A definição a seguir é clássica criada dentro do modelo da psicologia compor -
tamentalista: O interesse disso é que a aprendizagem também guarda uma estreita relação
com a prática que a produz. No entanto, ao contrário da fadiga a curva da apren -
"Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modifi - dizagem melhora com a prática. Desse modo, o que parece haver é que uma
cada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mu- prática intensa sem muitos intervalos poderia levar a uma perda momentânea de
dança de atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, eficiência da atividade, mas em espaços de tempo maiores levaria ao aumento da
maturação ou estados temporários do organismo (por exemplo, fadiga, drogas, eficiência da aprendizagem.
etc.)'".
A fadiga desse modo pode ser considerada como um estado temporário do or-
Essa definição inicial serve para que possamos fazer algumas importantes di - ganismo e, portanto, não pode ser confundida com a aprendizagem. O mesmo ra -
ferença entre atividades de aprendizagem e outras que não são. ciocínio se aplica ao uso de drogas que promove alterações no comportamento re-
sultantes do seu uso e não de uma aprendizagem.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
tureza adaptativa da aprendizagem humana. Uma das evidências que podemos Apresenta como principais características:
trazer aqui para justificar essa ideia é o fato de que bebês humanos aprendem
desde o nascimento e com grande velocidade. E que toda essa aprendizagem dos • O indivíduo é visto como ativo em todo o processo;
primeiros dias é quase toda ela não consciente e sem grande necessidade de in-
• A aprendizagem é sinônimo de comportamento adquirido;
tervenção social programa (ensino).
• O reforço é um dos principais motores da aprendizagem;
Ela também apresenta uma característica de toda aprendizagem que estava
ausente na definição anterior: a sua durabilidade no tempo. Essa característica é • A aprendizagem é vista como uma modelagem do comportamento.
de suma importância, pois mostra a estreita relação entre aprendizagem e memó-
ria. De fato, como se verá, muito do que hoje podemos falar sobre os processos de Em algumas abordagens cognitivas, considera-se que o homem não pode ser
aprendizagem vem dos estudos sobre o funcionamento da nossa memória, princi - considerado um ser passivo. Enfatiza a importância dos processos mentais no pro-
palmente da aprendizagem de conteúdos mais explícitos, como são aqueles pre - cesso de aprendizagem, na forma como se percebe, seleciona, organiza e atribui
sentes na atividade escolar. No entanto, como é claro ainda persistem como na significados aos objetos e acontecimentos.
parte anterior os problemas de atividades ou comportamentos fronteiriços (im-
É um processo dinâmico, centrado nos processos cognitivos, em que temos:
printing, aquisição da linguagem, etc.).
INDIVÍDUO → INFORMAÇÃO → CODIFICAÇÃO → RECODIFICAÇÃO → PROCESSA -
MENTO → APRENDIZAGEM
Características da aprendizagem
De uma perspectiva humanista existe uma valorização do potencial humano
Em razão disso, Pozo (2002) prefere não criar uma definição formal de apren - assumindo-o como ponto de partida para a compreensão do processo de aprendi -
dizagem. Acreditar ser mais útil pensar em quais seria as melhores características zagem. Considera que as pessoas podem controlar seu próprio destino, possuem
para uma boa aprendizagem. Ele sugere três: liberdade para agir e que o comportamento delas é consequência da escolha hu-
mana. Os princípios que regem tal abordagem são a autodireção e o valor da ex -
a) a aprendizagem produz mudanças duradouras; periência no processo de aprendizagem.
b) a aprendizagem deve ser transferível para outras situações; Preocuparam-se em tornar a aprendizagem significativa, valorizando a com-
preensão em detrimento da memorização tendo em conta, as características do
c) a aprendizagem é consequência direta da prática realizada.
sujeito, as suas experiências anteriores e as suas motivações:
O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de
• O indivíduo é visto como responsável por decidir o que quer aprender; e
estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há
aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, • Aprendizagem é vista como algo espontâneo e misterioso.
a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológi -
ca e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e temporal Numa abordagem social, as pessoas aprendem observando outras pessoas no
em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e interior do contexto social. Nessa abordagem a aprendizagem é em função da in -
por predisposições genéticas. teração da pessoa com outras pessoas, sendo irrelevante condições biológicas. O
ser humano nasce como uma 'tábula rasa', sendo moldado pelo contato com a so-
ciedade.
Processo de aprendizagem
Segundo os behavioristas, a aprendizagem é uma aquisição de comportamen - O processo de aprendizagem na abordagem de Vygotsky
tos através de relações entre ambiente e comportamento, ocorridas numa história
de contingências, estabelecendo uma relação funcional entre Ambiente e Compor - O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o pensa -
tamento mento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determi-
nado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo
admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação. (Pi -
a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fe - aget,1975, p. 14)
nômeno histórico na sociedade humana. (Vygotsky, 1993 p. 44). Sendo o pensa-
mento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido, en - Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo implica
tende-se que, o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autô - afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas; bem como a con -
nomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico servação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas. Esta equili -
de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto. bração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse, desenvolveria apenas
alguns esquemas cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua capacida -
Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito é gerado pela moti - de de diferenciação; em contrapartida, se uma pessoa só acomodasse, desenvol -
vação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. veria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos,
Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreen - comprometendo seu esquema de generalização de tal forma que a maioria das
são plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entende - coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma clas -
mos sua base afetivo-volitiva (Vygotsky, 1991 p. 101). Desta forma não seria váli - se. Essa noção de equilibração foi a base para o conceito, desenvolvido por Paín,
do estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem dos conceitos de assimila -
Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes psicométricos não supre ção e acomodação, na descrição de sua estrutura processual.
de respostas as questões levantadas. É necessário fazer uma análise do contexto
emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada historica- Segundo Wadsworth, se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela ten -
mente no mundo. ta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um es-
quema novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse mo-
Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de pro - mento, o equilíbrio é alcançado. (Wadsworth, 1996)
pulsor do pensamento, afirma que aprendizado não é desenvolvimento, o aprendi -
zado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em Segundo a teoria da equilibração, a integração pode ser vista como uma tare -
movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam im - fa de assimilação, enquanto que a diferenciação seria uma tarefa de acomodação,
possíveis de acontecer (Vygotsky, 1991 p. 101). A linguagem seria então o motor contudo, há conservação mútua do todo e das partes.
do pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvimentista que conside-
É de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade
ra o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. Vygotsky defende
sob seus aspectos mais intelectuais é indissociável do conjunto das relações afeti -
que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de apren -
vas, sociais e morais que constituem a vida da instituição educacional. À primeira
dizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo
vista, o desabrochamento da personalidade parece depender sobretudo dos fato-
atrás do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma sequencial. (Vygotsky,
res afetivos; na realidade, a educação forma um todo indissociável e não é possí -
1991 p. 102)
vel formar personalidades autônomas no domínio moral se o indivíduo estiver sub -
metido a uma coerção intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem
tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele é passivo intelectualmente não
O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget será livre moralmente. Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente
numa submissão à vontade adulta e se as únicas relações sociais que constituem
O papel da equilibração as relações de aprendizagem são as que ligam cada estudante individualmente a
um professor que detém todos os poderes, ele não pode tampouco ser ativo inte -
Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata
lectualmente. (Piaget, 1982)
de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é consi -
derada como um mecanismo autorregulador, necessária para assegurar à criança Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socialização do pensamento ma-
uma interação eficiente dela com o meio ambiente. (Wadsworth, 1996) Piaget pos - nifesta-se pela elaboração de conceitos e relações e pela constituição de regras. É
tula que todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar justamente na medida, até, que o pensamento verbo-conceptual é transformado
elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. E postula pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de comprovar e investigar a ver -
também que todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elemen -
tos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas,
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
dade, em contraste com os atos práticos dos atos da inteligência sensório-motora Hipoassimilação
e à sua busca de êxito ou satisfação". (Piaget, 1975 p. 115)
Nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na pobreza
no contato com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo,
apenas acomodá-lo.
O processo de aprendizagem pós-piagetiano
A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e aco -
Paín (1989) descreve as modalidades de aprendizagem sintomática tomando modação estão em equilíbrio. O que caracteriza a sintomatização no aprender é
por base o postulado piagetiano. Descreve como a assimilação e a acomodação predomínio de um movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da assimila-
atuam no modo como o sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado, ten - ção, as dificuldades de aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva
do assim características de um excesso ou escassez de um desses movimentos, o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, não internalizando as carac-
afetando o resultado final. Na abordagem de Piaget, o sujeito está em constante terísticas próprias do objeto. Quando a acomodação predomina, o sujeito não em -
equilibração. Paín parte desse pressuposto e afirma que as dificuldades de apren - presta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem criticidade.
dizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação de uma dessas formas,
somada a uma hipoatuação da outra gerando as modalidades de aprendizagem O sistema educativo pode produzir sujeito muito acomodativos se a reprodu -
sintomática a seguir: ção dos padrões for mais valorizada que o desenvolvimento da autonomia e da
criatividade. Um sujeito que apresente uma sintomatização na modalidade hipera -
comodativa / hipoassimilativa pode não ser visto como tendo “problemas de
aprendizagem”, pois consegue reproduzir os modelos com precisão.
Hiperassimilação
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
A memória de curto prazo é reversível e temporária, acredita-se que decorra Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se
de um mecanismo fisiológico, por exemplo um impulso eletroquímico gerando um está a estudar. Motivado, um indivíduo possui uma atitude activa e empenhada no
impulso sináptico, que pode manter vivo um traço da memória por um período de processo de aprendizagem e, por isso, aprende melhor. A relação entre a aprendi -
tempo limitado, isto é, depois de passado certo período, acredita-se que esta in - zagem e a motivação é dinâmica: é frequente o Homem interessar-se por um as-
formação se desvanece. Logo a memória de curto prazo pouco importa para a sunto, empenhar-se, quando começa a aprender. A motivação pode ocorrer duran -
aprendizagem. te o processo de aprendizagem.
A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transforma - Os conhecimentos anteriores que um indivíduo possui sobre um assunto po-
ções na estrutura química ou física dos neurônios. dem condicionar a aprendizagem. Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que,
se não tiverem sido concretizadas, não permitem a possibilidade de se aprender.
Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma importância primordial nos Uma nova aprendizagem só se concretiza quando o material novo se incorpora, se
estímulos que levam aos mecanismos de lembranças como imagens, odores, sons, relaciona, com os conhecimentos e saberes que se possui.
etc, que, avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo ser de certa
forma blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrança do evento
que é novamente sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da con -
fecção de um bolo pela avó pela associação da lembrança de um determinado A quantidade de informação
odor.
A possibilidade de um ser humano aprender novas informações é limitada:
não é possível integrar grandes quantidades de informação ao mesmo tempo. É
necessário proceder-se a uma seleção da informação relevante, organizando-a de
As influências e os processos modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Concepções de desenvolvimento e aprendizagem
A cooperação Um grupo liderado pelos pesquisadores Guthrie e Hull sustentava que as as-
sociações se davam entre estímulos e respostas, estes eram passíveis de observa -
A forma como cada ser humano encara um problema e a forma como o soluci- ção.
ona é diferente. Por isso, determinados tipos de problemas são mais bem resolvi -
dos e a aprendizagem é mais eficaz se existir trabalho de forma cooperativa com A teoria da aprendizagem associativa, ou a capacidade que o indivíduo tem
os outros. A aprendizagem cooperativa, ao implicar a interação e a ajuda mútua, para associar um estímulo que antes parecia não ter importância a uma determi -
possibilita a resolução de problemas complexos de forma mais eficaz e elaborada. nada resposta, ocorre pelo condicionamento, em que o reforço gera novas condu -
tas.
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Concepções de desenvolvimento e aprendizagem Diretrizes Curriculares
Anotações:
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Diretrizes Curriculares
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Diretrizes Curriculares Diretrizes Curriculares
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são padrões obrigatórios do ensi- mento não exclui o outro. “Para fazer uma analogia, o DCN fornece estrutura e o
no fundamental que orientam o planejamento curricular em escolas e sistemas Base preenche este formulário com o que é preciso aprender. É por isso que se
educacionais. Eles são discutidos, desenvolvidos e estabelecidos pelo Conselho complementam ”, afirma Eduardo Deschamps, presidente do CNE. As diretrizes e
Nacional de Educação (CNE). Mesmo após o Brasil ter estabelecido uma Base Co- fundamentos são obrigatórios e devem ser seguidos por todas as escolas, públicas
mum do Programa Nacional (BNCC), as Diretrizes ainda se aplicam, pois os docu - e privadas.
mentos são complementares: As Diretrizes fornecem estrutura; a Baseia-se nos
detalhes do conteúdo e competências.
Atualmente, existem diretrizes gerais para o ensino fundamental. Cada etapa Por que só as Diretrizes do Ensino Médio estão sendo revis-
e modalidade (Ensino Fundamental, Ensino Fundamental e Médio) também possui tas?
suas próprias diretrizes curriculares. O ensino médio é a versão mais recente e foi
atualizado pelo CNE em 2018 para atender às mudanças propostas na Lei 13.415 O Conselho Nacional de Educação viu a necessidade de adaptar as DCNs de -
sobre a Reforma do Ensino Médio. pois que o governo promulgou a lei da reforma do Ensino Médio. “A Lei impacta di -
retamente nas diretrizes para o Ensino Médio. Nas DCNs, por exemplo, estão espe-
As diretrizes visam promover a igualdade na aprendizagem, garantindo que o cificados os 13 componentes curriculares (disciplinas escolares) obrigatórios da
conteúdo central seja comunicado a todos os alunos, levando em consideração os etapa, algo que a lei rejeita. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, nada
diferentes contextos em que está inserido. estrutural mudou”, explica Deschamps.
Qual é e qual é a função das diretrizes? As diretrizes curriculares preservam a autonomia dos pro-
fessores?
As Diretrizes Curriculares Nacionais são um conjunto de definições doutriná -
rias dos princípios, fundamentos e procedimentos do ensino fundamental que ori - As diretrizes curriculares visam preservar a questão da autonomia escolar e
entam as escolas na organização, formulação, desenvolvimento e avaliação de da proposição pedagógica, estimulando as instituições a desenvolverem seus pró-
suas propostas pedagógicas. prios currículos, recortando conteúdos em áreas do conhecimento que lhes cabem
para dar forma a essas competências explícitas nas DCN.
As DCN são derivadas da Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação (LDB)
de 1996, que estabelece que é responsabilidade da União “estabelecer, em cola - Desta forma, as escolas têm que trabalhar os conteúdos centrais em contex -
boração com estados, distritos federais e municípios, competências e diretrizes da tos que pareçam necessários, levando em consideração o perfil dos alunos que
primeira infância. Educação, Escolas Básicas e Secundárias, que irão nortear os atendem, a região em que se encontram e outros aspectos locais relevantes.
currículos e seus conteúdos mínimos para garantir a educação básica conjunta. ”
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Diretrizes Curriculares Diretrizes Curriculares
Por outro lado, as Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias Anotações:
para o Ensino Fundamental que visam orientar o planejamento curricular nas es - _______________________________________________________________________
colas e nos sistemas de ensino, orientando seus currículos e conteúdos mínimos.
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As diretrizes, portanto, contemplam a formação básica, com base na Lei de Dire -
trizes e Fundamentos da Educação (LDB), definindo competências e diretrizes _______________________________________________________________________
para a educação infantil, fundamental e médio. _______________________________________________________________________
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É possível ler integralmente a última versão das Diretrizes Curriculares Nacio -
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nais para a Educação Básica diretamente no site do MEC.
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Diretrizes Curriculares Estatuto da Criança e do Adolescente
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Estatuto da Criança e do
Adolescente
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Estatuto da Criança e do Adolescente Estatuto da Criança e do Adolescente
O ECA foi instituído pela Lei 8.069 no dia 13 de julho de 1990, durante o man - As medidas socioeducativas são:
dato do então presidente Fernando Collor. Ela regulamenta os direitos das crian-
Advertência, que é uma admoestação verbal;
ças e dos adolescentes inspirado pelos projetos fornecidos pela Constituição Fede -
ral de 1988, adotando uma série de regras internacionais: Obrigação de reparar o dano: medida aplicada quando à dano ao patrimônio,
só é aplicada quando o adolescente, tem condição de reparar o dano causado.
• Declaração dos Direitos da Criança;
Trabalhos Comunitários: tem tempo máximo de 6 meses, sendo 8 horas sema -
• Regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infân -
nais, sem atrapalhar estudos ou trabalhos, ficando seu cumprimento possível para
cia e da Juventude - Regras de Beijing;
feriados e finais de semana.
• Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da Delinquência Juvenil.
Liberdade Assistida, tem prazo mínimo de 6 meses, sendo que o adolescente
é avaliado a cada 6 meses.
Características Semi liberdade: já é uma medida socioeducativa mais agravosa também tem
prazo mínimo de 6 meses.
O Estatuto divide-se em 2 livros: o primeiro trata da proteção dos direitos fun -
damentais à pessoa em desenvolvimento e o segundo trata dos órgãos e procedi - Internação: é regida por dois princípios: da brevidade e da excepcionalidade.
mentos protetivos.
Brevidade, porque não é decretada o tempo na sua sentença, embora tenha
Encontram-se os procedimentos de adoção (Livro I, capítulo V), a aplicação de prazo mínimo de 6 meses e máximo de 3 anos.
medidas socioeducativas do Conselho Tutelar e também dos crimes cometidos
Excepcionalidade, porque é aplicada apenas em três casos:
contra crianças e adolescentes.
a) quando a infração for estupro, furto seguido de agressão, roubo, homicídio;
Apreensão
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Estatuto da Criança e do Adolescente Estatuto da Criança e do Adolescente
Natureza do sistema de responsabilização do adolescente autor de ato infraci- didas de caráter protetivo para as crianças abaixo da idade mínima de inimputabi -
onal lidade penal; o regime jurídico brasileiro afasta a imputabilidade penal dos meno -
res de 18 anos e atribui medidas socioeducativas de caráter protetivo aos infrato -
O ECA apresenta um sistema de Atos Infracionais que prevê medidas socioe- res entre 12 e 18 anos de idade. Para alguns juristas, no entanto, o ECA deve ser
ducativas para os adolescentes considerados autores. Na doutrina jurídica há uma visto como expressão do Direito Penal Juvenil, apesar do Art. 228 da Constituição,
controvérsia a respeito da natureza desse sistema de responsabilização. Alguns e que a natureza punitiva das medidas socioeducativas já se verifica na prática.
autores afirmam que se trata de um regime de natureza penal. Outros negam a
natureza penal e afirmam que é um regime de natureza tutelar.
A Constituição Federal, no artigo 228, estabelece que "são penalmente inim - O reconhecimento dos direitos da criança e do adolescente no Direito
putáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial" brasileiro
e, em conformidade com a norma constitucional, o regime de infrações do Estatu -
to da Criança e do Adolescente não segue a sistemática típica do Direito Penal, A Constituição brasileira promulgada em 1988 é anterior à Convenção sobre
baseada em tipos penais e penas mínimas e máximas para cada delito. O ECA não os Direitos da Criança adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20
faz referência a penas ou crimes praticados por adolescentes, mencionando ape - de novembro de 1989, ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990, e com
nas infrações e medidas socioeducativas, que não são individualizadas pelo esta - vigência internacional em outubro de 1990, o que demonstra a sintonia dos cons -
tuto para cada conduta específica. Não há menção no ECA sobre "responsabilida - tituintes brasileiros com toda a discussão de âmbito internacional existida naquele
de penal". momento, sobre a normativa para a criança e a adoção do novo paradigma, o que
levou o Brasil a se tornar o primeiro país a adequar a legislação interna aos princí -
O uso do termo "responsabilidade penal juvenil" para se referir ao regime de pios consagrados pela Convenção das Nações Unidas, até mesmo antes da vigên -
infrações dos adolescentes no Brasil foi empregado como forma de buscar um ali - cia obrigatória daquela, uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente é de
nhamento entre o regime brasileiro e o regime vigente em grande número de paí - 13 de julho de 1990.
ses onde há expressamente um "Direito Penal Juvenil". No entanto, a noção de
"responsabilidade penal juvenil" não é aceita amplamente, tendo em vista que Com o peso de mais de um milhão de assinaturas, que não deixavam sombra
pressupões uma natureza penal das medidas socioeducativas que contraria a lite - de dúvida quanto ao anseio da população por mudanças e pela remoção daquilo
ralidade da Constituição Federal no Art. 228. Muitos doutrinadores rejeitam a no - que se tornou comum denominar entulho autoritário – que nessa área se identifi -
ção de que a legislação brasileira atribui responsabilidade penal aos adolescentes. cava com o Código de Menores – a Assembleia Nacional Constituinte referendou a
emenda popular que inscreveu na Constituição Brasileira de 1988 o artigo 227, do
No âmbito internacional, é prática recorrente os países terem uma idade míni- qual o Estatuto da Criança e do Adolescente é a posterior regulamentação (PAIVA,
ma para imputabilidade penal do adolescente abaixo da idade convencionada 2004, p. 2). Mais do que uma mudança pontual na legislação, circunscrita à área
para a maioridade penal. Antes de alcançar esta idade mínima, a criança não é da criança e do adolescente, a Constituição da República e, depois, o Estatuto da
considerada responsável pelos seus atos e não pode ser acusada de acordo pro - Criança e do Adolescente são a expressão de um novo projeto político de nação e
cesso penal. Segundo o Comitê sobre o Direito da Criança da ONU, órgão respon - de País.
sável pela interpretação da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a cri -
ança abaixo da idade mínima deve ser penalmente inimputável, que significa di - Mas o que representou de fato a adoção desse novo paradigma? Inaugurou-se
zer que não pode ser considerada capaz de infringir as leis penais, mas pode rece - no País uma forma completamente nova de se perceber a criança e o adolescente
ber medidas especiais de caráter protetivo. Porém os adolescentes menores de 18 e que vem, ao longo dos anos, sendo assimilada pela sociedade e pelo Estado.
anos que estejam acima da idade mínima podem ser considerados penalmente Isso porque a realidade não se altera num único momento, ainda mais quando o
imputáveis e responder pela prática de crimes de acordo com o processo penal de que se propõe é uma profunda mudança cultural, o que certamente não se produz
cada país, desde que o processo e o seu resultado final estejam de acordo com os numa única geração.
princípios da Convenção.
Tinha-se, até então, no Brasil, duas categorias distintas de crianças e adoles -
Há, portanto, uma diferença entre as normas internacionais e o regime jurídi- centes. Uma, a dos filhos socialmente incluídos e integrados, a que se denomina-
co de responsabilidade juvenil vigente no Brasil: enquanto as normas internacio - va crianças e adolescentes. A outra, a dos filhos dos pobres e excluídos, generica -
nais reconhecem a imputabilidade penal do menor de 18 anos e reservam as me - mente denominados menores, que eram considerados crianças e adolescentes de
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Estatuto da Criança e do Adolescente Estatuto da Criança e do Adolescente
segunda classe. A eles se destinava a antiga lei, baseada no direito penal do me - Além disso, possui carga discriminatória negativa por quase sempre se referir
nor e na doutrina da situação irregular. apenas a crianças e adolescentes autores de ato infracional ou em situação de
ameaça ou violação de direitos. Os termos adequados são criança, adolescente,
Essa doutrina definia um tipo de tratamento e uma política de atendimento menino, menina, jovem.
que variavam do assistencialismo à total segregação e onde, via de regra, os me -
nores eram simples objetos da tutela do Estado, sob o arbítrio inquestionável da O conceito de criança adotado pela Organização das Nações Unidas abrange o
autoridade judicial. Essa política fomentou a criação e a proliferação de grandes conceito brasileiro de criança e adolescente. Na Convenção Sobre os Direitos da
abrigos e internatos, onde ocorriam toda a sorte de violações dos direitos huma - Criança, entende-se por criança todo ser humano menor de 18 anos de idade, sal -
nos. Uma estrutura verdadeiramente monstruosa, que logrou cristalizar uma cul - vo se, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada
tura institucional perversa cuja herança ainda hoje se faz presente e que temos antes (art. 1º – BRASIL. Decreto 99.710, de 21 de novembro de 1990: promulga a
dificuldade em debelar completamente. Convenção Sobre os Direitos da Criança. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, 22 nov. 1990. Seção I, p. 22256).
A partir da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente,
as crianças brasileiras, sem distinção de raça, classe social, ou qualquer forma de Nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente considera-se criança,
discriminação, passaram de objetos a serem sujeitos de direitos, considerados em para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adoles -
sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento e a quem se deve assegu - cente aquela entre 12 e 18 anos de idade (art. 2°). Dessa forma, os efeitos preten -
rar prioridade absoluta na formulação de políticas públicas e destinação privilegia - didos, relativamente à proteção da criança no âmbito internacional, são idênticos
da de recursos nas dotações orçamentárias das diversas instâncias político-admi - aos alcançados com o Estatuto brasileiro.
nistrativas do País.
A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, acrescentou o § 3º
Outros importantes preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que ao artigo 5º da Constituição Federal, com esta redação: § 3º Os tratados e conven -
marcam a ruptura com o velho paradigma da situação irregular são: a prioridade ções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do direito à convivência familiar e comunitária e, consequentemente, o fim da po - do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
lítica de abrigamento indiscriminado; a priorização das medidas de proteção sobre membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
as socioeducativas, deixando-se de focalizar a política da infância nos abandona -
dos e delinquentes; a integração e a articulação das ações governamentais e não- Se antes dessa modificação não era exigido quorum especial de aprovação, os
governamentais na política de atendimento; a garantia de devido processo legal e tratados já incorporados ao ordenamento jurídico nacional anteriormente à Emen-
da defesa ao adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional; e a muni - da 45, em razão dos princípios da continuidade do ordenamento jurídico e da re -
cipalização do atendimento; só para citar algumas das alterações mais relevantes. cepção, são recepcionados pela Emenda 45 com status de emenda constitucional.
Emilio García Méndez afirma que a ruptura substancial com a tradição do me - Nesse sentido: CALDAS, Vivian Barbosa. Os tratados internacionais de direitos
nor latino-americana se explica fundando-se na dinâmica particular que regeu os humanos. A primeira diferenciação advinda do Estatuto foi a conceituação de cri -
três atores fundamentais no Brasil da década de 80: os movimentos sociais, as po - ança (aquela até 12 anos incompletos) e adolescente (de 12 a 18 anos), e o trata -
líticas públicas e o mundo jurídico (MÉNDEZ, 1998, p. 114). mento diferenciado para ambos.
Outra consequência dos avanços trazidos pela Constituição da República O Estatuto criou mecanismos de proteção nas áreas de educação, saúde, tra-
(1988), pela Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e pelo próprio Estatu - balho e assistência social. Ficou estabelecido o fim da aplicação de punições para
to da Criança e do Adolescente (1990) e, no âmbito local, também pela Lei Orgâni - adolescentes, tratados com medidas de proteção em caso de desvio de conduta e
ca do Distrito Federal (1993) é a substituição do termo menor por criança e ado- com medidas socioeducativas em caso de cometimento de atos infracionais.
lescente . Isso porque a palavra menor traz uma ideia de uma pessoa que não pos-
sui direitos.
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Estatuto da Criança e do Adolescente Função social da escola
Anotações:
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Função social da escola
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Função social da escola Função social da escola
A função social da escola é desenvolver o potencial físico, cognitivo e afetivo rais e educacionais nas escolas com parcerias com instituições artísticas (museus,
do indivíduo para se tornar cidadão e participar da sociedade em que vive. A fun - parques arqueológicos, etc.). (FONSECA; M. C. G. T. SILVA; M. A. M. SILVA. 2010).
ção primária da escola é garantir a aquisição de conhecimentos, habilidades e va -
lores necessários à socialização do indivíduo, sendo necessário que a escola domi - A escola pública nos dias atuais deixa muito a desejar quando se fala de edu -
ne o conteúdo cultural básico de leitura, escrita, artes e escrita, sem esse conhe - cação e de formar cidadãos para viver numa sociedade tão multicultural e pluri ét -
cimento, é difícil para o aluno exercer seus direitos civis. . nicas, como a nossa. A falta de investimentos e de capacitação de professores, es -
colas sem infraestrutura adequada para o recebimento desse aluno. O modelo se -
A função social da escola é muito relativa e complexa, pois existem várias for- gregado e homogêneo que com muito esforço está mudando para o modelo de es -
mas de pensar a educação, para os três grandes sociólogos existem diferenças na cola inclusiva, mesmo escolas sem condições adequadas para receber esse aluno.
forma de pensar o papel da escola na estrutura do aluno.
As escolas das nossas regiões, na promoção da cidadania não mudam muito
Para DURKHEIN a educação deve formar indivíduos que se adapte a estrutura nesse contexto generalizado, escolas que entram em reformas mais não termi-
social vigente instituindo os caminhos e normas que cada um deve seguir, tendo nam, que falta merenda, que faltam professores, que não existem equipes discipli -
sempre como horizonte a instituição e manutenção da ordem social, a educação é nares qualificados para tais fins, assim, ficando difícil promover a cidadania, cujo,
um forte instrumento de coesão social e cabe ao estado ofertá-la e supervisioná- o contexto não sustenta, ou seja, para o estudioso João Batista oliveira a escola
la. Para KARL MARX a educação deve ser vista como um instrumento de transfor - perdeu a sua função social," Perdemos a noção da função social da escola. Ela dei -
mação social e não uma educação reprodutora dos valores do capital, para MARX xou de ser cobrada pelo cumprimento de suas obrigações essenciais e passou a
a uma necessidade de uma escola politécnica estabelecendo três pontos princi- ser cobrada por milhares de coisas que ela não tem condição de fazer, como cui -
pais: o ensino geral que é o estudo da literatura, ciências, letras etc. dar da educação sexual, educação para o trânsito, para o consumo etc.", (diz Oli-
veira, entrevista concedida a Revista Veja “A Escola perdeu sua função social” em
A educação física, que é uma atividade que promove a saúde do ser, e a outra 10/11/2014).
é a ciência técnica, que visa acabar com a alienação do proletariado da classe do -
minante. Para MAX WEBER, a educação é uma forma de preparar os homens para
o desempenho de funções na sociedade, sendo uma educação racional, a visão da
educação se confunde como uma formação humana integral, a educação capaci -
tando o indivíduo a realizar uma tarefa para ganhar dinheiro de forma cada vez
mais racionalizada, sociedade burocrática e estratificada.
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Função social da escola Fundamentação Pedagógica e Psicológica da Educação
Anotações:
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_______________________________________________________________________ Fundamentação Pedagógica e
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_______________________________________________________________________ Psicológica da Educação
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Fundamentação Pedagógica e Psicológica da Educação Fundamentação Pedagógica e Psicológica da Educação
A discussão sobre a Fundamentação Pedagógica e Psicológica da Educação, com foco - Contextualização e Flexibilidade: O planejamento deve ser contextualizado e flexí-
nos aspectos políticos da educação brasileira, na organização do trabalho pedagógico, no vel para atender às necessidades dos estudantes, considerando suas características indivi -
projeto político pedagógico (PPP) e no planejamento de ensino é fundamental para com - duais e o contexto social em que estão inseridos.
preender e promover a qualidade do sistema educacional. Vamos abordar cada aspecto:
4. Planejamento de Ensino:
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Fundamentação Pedagógica e Psicológica da Educação Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Anotações:
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_______________________________________________________________________ Psicologia do desenvolvimento,
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Psicologia do desenvolvimento cia com idades anteriores da humanidade . James Mark Baldwin, que escreveu ensaios so -
bre tópicos que incluíam Imitação: Um Capítulo na História Natural da Consciência e Desen -
A psicologia do desenvolvimento é o estudo científico de como e por que os seres hu - volvimento Mental na Criança e na Raça: Métodos e Processos, estava fortemente envolvido
manos mudam ao longo da vida. Preocupado originalmente com bebês e crianças, o campo na teoria da psicologia do desenvolvimento. Sigmund Freud, cujos conceitos eram desenvol -
se expandiu para incluir a adolescência, o desenvolvimento adulto, o envelhecimento e toda vimentistas, afetou significativamente as percepções do público.
a vida. Os psicólogos do desenvolvimento visam explicar como o pensamento, o sentimento
e os comportamentos mudam ao longo da vida. Este campo examina a mudança em três di -
mensões principais: desenvolvimento físico, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento
Teorias
social e emocional . Dentro dessas três dimensões está uma ampla gama de tópicos, incluin -
do habilidades motoras, funções executivas, compreensão moral, aquisição de linguagem, Desenvolvimento psicossexual
mudança social, personalidade, desenvolvimento emocional, autoconceito e formação de
identidade . Sigmund Freud acreditava que todos nós tínhamos um nível consciente, pré-consciente
e inconsciente. No consciente, estamos cientes de nosso processo mental. O pré-consciente
A psicologia do desenvolvimento examina as influências da natureza e da criação no envolve informações que, embora não estejam atualmente em nossos pensamentos, podem
processo de desenvolvimento humano e nos processos de mudança no contexto ao longo do ser trazidas à consciência. Por último, o inconsciente inclui processos mentais dos quais não
tempo. Muitos pesquisadores estão interessados nas interações entre as características pes - temos conhecimento.
soais, o comportamento do indivíduo e os fatores ambientais, incluindo o contexto social e o
ambiente construído . Os debates em curso em relação à psicologia do desenvolvimento in - Ele acreditava que havia tensão entre o consciente e o inconsciente porque o conscien -
cluem essencialismo biológico versus neuroplasticidade e estágios de desenvolvimento ver - te tenta conter o que o inconsciente tenta expressar. Para explicar isso, ele desenvolveu três
sus sistemas dinâmicos de desenvolvimento. estruturas de personalidade: o id, o ego e o superego. O id, o mais primitivo dos três, funcio -
na segundo o princípio do prazer: busca o prazer e evita a dor. O superego desempenha o
A psicologia do desenvolvimento envolve uma variedade de campos, como psicologia papel crítico e moralizador; e o ego é a parte organizada e realista que faz a mediação entre
educacional, psicopatologia infantil, psicologia forense do desenvolvimento, desenvolvimento os desejos do id e do superego.
infantil, psicologia cognitiva, psicologia ecológica e psicologia cultural . Psicólogos influentes
do desenvolvimento do século XX incluem Urie Bronfenbrenner, Erik Erikson, Sigmund Com base nisso, ele propôs cinco estágios universais de desenvolvimento, cada um ca -
Freud, Jean Piaget, Barbara Rogoff, Esther Thelen e Lev Vygotsky . racterizado pela zona erógena que é a fonte da energia psicossexual da criança. A primeira é
a fase oral, que ocorre do nascimento aos 12 meses de idade. Durante a fase oral, "a libido
está centrada na boca do bebê". O bebê é capaz de sugar. A segunda é a fase anal, de um a
três anos de idade. Durante o estágio anal, a criança defeca pelo ânus e muitas vezes fica
Antecedentes históricos
fascinada com sua defecação. O terceiro é o estágio fálico, que ocorre dos três aos cinco
Jean-Jacques Rousseau e John B. Watson são tipicamente citados como os fundadores anos de idade (a maior parte da personalidade de uma pessoa se forma nessa idade). Du-
da moderna psicologia do desenvolvimento. Em meados do século XVIII Jean-Jacques rante o estágio fálico, a criança está ciente de seus órgãos sexuais. O quarto é o estágio de
Rousseau descreveu três estágios de desenvolvimento: bebês (infância), puer (infância) e latência, que ocorre dos cinco anos de idade até a puberdade. Durante o estágio de latência,
adolescência em Emile: Or, On Education . As ideias de Rousseau foram adotadas fortemen - os interesses sexuais da criança são reprimidos. O estágio cinco é o estágio genital, que
te pelos educadores da época. ocorre da puberdade até a idade adulta. Durante a fase genital, a puberdade começa a acon -
tecer.
A psicologia do desenvolvimento geralmente se concentra em como e por que certas
mudanças (cognitivas, sociais, intelectuais, de personalidade) no curso da vida humana Teorias do desenvolvimento cognitivo
ocorrem ao longo do tempo. Existem muitos teóricos que deram uma contribuição profunda a
Jean Piaget, um teórico suíço, postulou que as crianças aprendem construindo ativa -
essa área da psicologia. Um deles, Erik Erikson, desenvolveu um modelo de oito estágios de
mente o conhecimento por meio da experiência prática. Ele sugeriu que o papel do adulto em
desenvolvimento psicológico. Ele acreditava que os humanos se desenvolveram em estágios
ajudar a criança a aprender era fornecer materiais apropriados com os quais a criança pu -
ao longo de suas vidas e que isso afetaria seus comportamentos.
desse interagir e usar para construir. Ele usou o questionamento socrático para fazer as cri-
No final do século XIX, psicólogos familiarizados com a teoria evolucionária de Darwin anças refletirem sobre o que estavam fazendo e tentou fazê-las ver contradições em suas
começaram a buscar uma descrição evolucionária do desenvolvimento psicológico ; proemi - explicações.
nente aqui foi o psicólogo pioneiro G. Stanley Hall, que tentou correlacionar idades da infân -
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Piaget acreditava que o desenvolvimento intelectual ocorre por meio de uma série de primeira infância, quando a criança aprende a se tornar mais independente, descobrindo do
estágios, que ele descreveu em sua teoria do desenvolvimento cognitivo. Cada estágio con - que é capaz, ao passo que, se a criança for excessivamente controlada, os sentimentos de
siste em etapas que a criança deve dominar antes de passar para a próxima etapa. Ele acre- inadequação são reforçados, o que pode levar à baixa autoestima e à dúvida. O terceiro es -
ditava que esses estágios não são separados uns dos outros, mas sim que cada estágio se tágio é "Iniciativa vs. Culpa". A virtude a ser conquistada é um senso de propósito. Isso ocor -
constrói sobre o anterior em um processo de aprendizado contínuo. Ele propôs quatro está - re principalmente por meio de jogo. Esta é a fase em que a criança ficará curiosa e terá mui -
gios: sensório - motor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal . Embora tas interações com outras crianças. Eles farão muitas perguntas à medida que sua curiosida -
ele não acreditasse que esses estágios ocorressem em qualquer idade, muitos estudos de - de aumentar. Se houver culpa demais, a criança pode ter uma interação mais lenta e difícil
terminaram quando essas habilidades cognitivas deveriam ocorrer. com seu mundo e outras crianças nele. A quarta etapa é "Indústria (competência) vs. Inferio -
ridade". A virtude desse estágio é a competência e é o resultado das primeiras experiências
da criança na escola. Este estágio é quando a criança tenta ganhar a aprovação dos outros e
entender o valor de suas realizações. O quinto estágio é "Identidade vs. Confusão de fun -
Estágios de desenvolvimento moral
ções". A virtude conquistada é a fidelidade e isso se dá na adolescência. É quando a criança
Piaget afirmou que a lógica e a moralidade se desenvolvem por meio de estágios cons - idealmente começa a identificar seu lugar na sociedade, principalmente em termos de seu
trutivos. Expandindo o trabalho de Piaget, Lawrence Kohlberg determinou que o processo de papel de gênero. O sexto estágio é "Intimidade vs. Isolamento ", que acontece nos jovens e a
desenvolvimento moral estava principalmente preocupado com a justiça e que continuou du - virtude adquirida é o amor. É quando a pessoa passa a compartilhar sua vida com outra pes -
rante toda a vida do indivíduo. soa de forma íntima e emocional. Não fazer isso pode reforçar os sentimentos de isolamento.
O sétimo estágio é "Geratividade vs. Estagnação". Isso acontece na idade adulta e a virtude
Ele sugeriu três níveis de raciocínio moral; raciocínio moral pré-convencional, raciocínio adquirida é o cuidado. Ficamos estáveis e começamos a retribuir criando uma família e nos
moral convencional e raciocínio moral pós-convencional. O raciocínio moral pré-convencional envolvendo na comunidade. O oitavo estágio é "Integridade do Ego vs. Desespero". Quando
é típico das crianças e é caracterizado por um raciocínio baseado em recompensas e puni - alguém envelhece, eles olham para trás em suas vidas e contemplam seus sucessos e fra -
ções associadas a diferentes cursos de ação. A razão moral convencional ocorre durante o cassos. Se eles resolverem isso positivamente, a virtude da sabedoria será obtida. Este tam -
final da infância e início da adolescência e é caracterizada por raciocínios baseados em re - bém é o estágio em que se pode ter uma sensação de fechamento e aceitar a morte sem re -
gras e convenções da sociedade. Por último, o raciocínio moral pós-convencional é um está - morso ou medo.
gio durante o qual o indivíduo vê as regras e convenções da sociedade como relativas e sub -
jetivas, ao invés de autoritativas.
4 5
Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
são: a) definidos em termos de tarefas na ordem imediatamente inferior da ação de tarefa de to proximal") poderia ajudar as crianças a aprender novas tarefas. Este papel adulto é fre -
complexidade hierárquica; b) definida como a ação da tarefa de ordem superior que organiza quentemente referido como o "mestre" qualificado, enquanto a criança é considerada o
duas ou mais ações menos complexas; isto é, a ação mais complexa especifica a maneira aprendiz de aprendizagem por meio de um processo educacional muitas vezes denominado "
pela qual as ações menos complexas se combinam; c) definido como as ações de tarefa de aprendizagem cognitiva " Martin Hill afirmou que "O mundo da realidade não se aplica à
ordem inferior devem ser realizadas de forma não arbitrária. mente de uma criança . " Essa técnica é chamada de "andaime", porque se baseia no conhe -
cimento que as crianças já possuem, com novos conhecimentos que os adultos podem
ajudá-las a aprender. Vygotsky estava fortemente focado no papel da cultura na determina -
ção do padrão de desenvolvimento da criança, argumentando que o desenvolvimento se mo -
Teoria de sistemas ecológicos
ve do nível social para o nível individual. Em outras palavras, Vygotsky afirmava que a psico -
A teoria dos sistemas ecológicos, originalmente formulada por Urie Bronfenbrenner, es - logia deveria se concentrar no progresso da consciência humana por meio da relação de um
pecifica quatro tipos de sistemas ambientais aninhados, com influências bidirecionais dentro indivíduo e seu ambiente. Ele sentia que se os estudiosos continuassem a ignorar essa co -
e entre os sistemas. Os quatro sistemas são microssistema, mesossistema, exossistema e nexão, então esse desconsiderar inibiria a compreensão total da consciência humana.
macrossistema. Cada sistema contém funções, normas e regras que podem moldar o desen -
volvimento de maneira poderosa. O microssistema é o ambiente direto em nossas vidas, co -
mo nossa casa e escola. Mesosistema é como os relacionamentos se conectam ao micros-
sistema. O exossistema é um sistema social mais amplo em que a criança não desempenha
nenhum papel. Macrosistema refere-se aos valores culturais, costumes e leis da sociedade.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
A EDP considera tanto o desenvolvimento confiável, características típicas da espécie continua na idade adulta seria quando a pessoa se sente confiante e é capaz de atender às
da ontogenia (adaptações de desenvolvimento), quanto as diferenças individuais de compor - suas próprias necessidades. Um exemplo de apego ansioso durante a idade adulta é quando
tamento, de uma perspectiva evolutiva. Embora as visões evolucionárias tendam a conside- o adulto escolhe um parceiro com apego ansioso-evitativo.
rar a maioria das diferenças individuais como resultado de ruído genético aleatório (subpro -
dutos evolutivos) e / ou idiossincrasias (por exemplo, grupos de pares, educação, vizinhan -
ças e encontros casuais) vez de produtos de seleção natural, a EDP afirma que a seleção
natural pode favorecer o surgimento de diferenças individuais por meio da "plasticidade
adaptativa do desenvolvimento". Dessa perspectiva, o desenvolvimento humano segue es- Debates importantes
tratégias alternativas de história de vida em resposta à variabilidade ambiental, em vez de
seguir um padrão de desenvolvimento típico da espécie. Natureza vs criação
A EDP está intimamente ligada ao quadro teórico da psicologia evolutiva (PE), mas tam - Uma questão significativa na psicologia do desenvolvimento é a relação entre o inato e
bém é distinta da EP em vários domínios, incluindo a ênfase da investigação (a EDP centra- a influência ambiental em relação a qualquer aspecto particular do desenvolvimento. Isso é
se nas adaptações da ontogenia, por oposição às adaptações da idade adulta) e considera - frequentemente referido como " natureza e criação " ou nativismo versus empirismo . Uma
ção da ontogenética e ambiental imediatas fatores (ou seja, como o desenvolvimento aconte - explicação nativista do desenvolvimento argumentaria que os processos em questão são ina-
ce), além de fatores mais finais (ou seja, por que o desenvolvimento acontece), que são o fo - tos, ou seja, são especificados pelos genes do organismo.
co da psicologia evolucionista convencional.
Uma perspectiva empirista argumentaria que esses processos são adquiridos na intera -
ção com o meio ambiente. Hoje, os psicólogos desenvolvimentistas raramente assumem po -
sições polarizadas com respeito à maioria dos aspectos do desenvolvimento; em vez disso,
Ligação teórica eles investigam, entre muitas outras coisas, a relação entre as influências inatas e ambien -
tais. Uma das maneiras pelas quais essa relação foi explorada nos últimos anos é por meio
A teoria do apego, originalmente desenvolvida por John Bowlby, enfoca a importância de
do campo emergente da psicologia evolucionista do desenvolvimento.
relacionamentos abertos, íntimos e emocionalmente significativos. O apego é descrito como
um sistema biológico ou poderoso impulso de sobrevivência que evoluiu para garantir a so - Uma área em que esse debate sobre o inato tem sido retratado com destaque é na pes -
brevivência do bebê. Uma criança ameaçada ou estressada se moverá em direção a cuida - quisa sobre aquisição da linguagem . Uma questão importante nessa área é se certas propri -
dores que criam uma sensação de segurança física, emocional e psicológica para o indiví - edades da linguagem humana são ou não especificadas geneticamente ou podem ser adqui -
duo. O apego se alimenta do contato corporal e da familiaridade. Mais tarde, Mary Ainsworth ridas por meio do aprendizado . A posição empirista sobre a questão da aquisição da lingua -
desenvolveu o protocolo de Strange Situation e o conceito de base segura. gem sugere que o input da linguagem fornece as informações necessárias para o aprendiza -
do da estrutura da linguagem e que os bebês adquirem a linguagem por meio de um proces -
Os teóricos propuseram quatro tipos de estilos de apego: seguro, ansioso-evitativo, an -
so de aprendizagem estatística . Dessa perspectiva, a linguagem pode ser adquirida por
sioso-resistente e desorganizado. O apego seguro é um apego saudável entre o bebê e o
meio de métodos gerais de aprendizagem que também se aplicam a outros aspectos do de -
cuidador. É caracterizado pela confiança. Ansioso-esquivo é uma ligação insegura entre um
senvolvimento, como a aprendizagem perceptual .
bebê e um cuidador. Isso se caracteriza pela indiferença do bebê em relação ao cuidador.
Resistente à ansiedade é um apego inseguro entre o bebê e o cuidador, caracterizado pelo A posição nativista argumenta que a entrada da linguagem é muito pobre para que be -
sofrimento do bebê quando separado e raiva quando reunido. Desorganizado é um estilo de bês e crianças adquiram a estrutura da linguagem. O linguista Noam Chomsky afirma que,
apego sem um padrão consistente de respostas após o retorno do pai. evidenciado pela falta de informações suficientes no input da linguagem, existe uma gramáti -
ca universal que se aplica a todas as línguas humanas e é pré-especificada. Isso levou à
Uma criança pode ser prejudicada em sua tendência natural de formar apegos. Alguns
ideia de que existe um módulo cognitivo especial adequado para aprender a linguagem, mui-
bebês são criados sem o estímulo e a atenção de um cuidador regular ou trancados sob con -
tas vezes chamado de dispositivo de aquisição de linguagem . A crítica de Chomsky ao mo -
dições de abuso ou extrema negligência. Os possíveis efeitos de curto prazo dessa privação
delo behaviorista de aquisição da linguagem é considerada por muitos como um ponto de in -
são raiva, desespero, desapego e atraso temporário no desenvolvimento intelectual. Os efei -
flexão fundamental no declínio da proeminência da teoria do behaviorismo em geral. Mas a
tos de longo prazo incluem aumento da agressividade, comportamento de apego, distancia -
concepção de Skinner de "Comportamento Verbal" não morreu, talvez em parte porque ge -
mento, distúrbios psicossomáticos e aumento do risco de depressão na idade adulta.
rou aplicações práticas de sucesso.
O estilo de anexo pode afetar os relacionamentos entre as pessoas. O apego é estabe -
lecido na primeira infância e continua na idade adulta. Um exemplo de apego seguro que
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
tos do desenvolvimento humano, como afeto, aquisição de uma segunda linguagem e loco-
moção.
Continuidade vs descontinuidade
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
identidade se desenvolve. A pesquisa nesta área pode envolver o estudo da relação entre
cognição ou desenvolvimento cognitivo e comportamento social.
Desenvolvimento de memória
A regulação emocional ou ER se refere à capacidade de um indivíduo de modular res -
postas emocionais em uma variedade de contextos. Em crianças pequenas, essa modulação Os pesquisadores interessados no desenvolvimento da memória observam a maneira
é em parte controlada externamente, pelos pais e outras figuras de autoridade. À medida que como nossa memória se desenvolve desde a infância em diante. De acordo com a teoria do
as crianças se desenvolvem, elas assumem cada vez mais responsabilidade por seu estado Fuzzy-trace, temos dois processos de memória separados: textual e essencial. Esses dois
interno. Estudos têm mostrado que o desenvolvimento de RE é afetado pela regulação emo - traços começam a se desenvolver em momentos diferentes, bem como em um ritmo diferen -
cional que as crianças observam nos pais e responsáveis, pelo clima emocional em casa e te. Crianças a partir dos 4 anos de idade têm memória literal, memória para informações de
pela reação dos pais e responsáveis às emoções da criança. superfície, que aumenta até a idade adulta inicial, quando começa a declinar. Por outro lado,
nossa capacidade de memória essencial, memória para informações semânticas, aumenta
A música também tem uma influência em estimular e aprimorar os sentidos de uma cri - até o início da idade adulta, ponto em que é consistente até a velhice. Além disso, nossa de -
ança por meio da autoexpressão. pendência de traços de memória essencial aumenta à medida que envelhecemos.
O desenvolvimento social e emocional de uma criança pode ser interrompido por proble-
mas de coordenação motora, conforme evidenciado pela hipótese de estresse ambiental. A
hipótese ambiental explica como crianças com problemas de coordenação e transtorno do Métodos e projetos de pesquisa
desenvolvimento da coordenação estão expostas a diversas consequências psicossociais
Principais métodos de pesquisa
que atuam como estressores secundários, levando a um aumento dos sintomas de internali -
zação, como depressão e ansiedade. Problemas de coordenação motora afetam o movimen - A psicologia do desenvolvimento emprega muitos dos métodos de pesquisa usados em
to motor fino e grosso, bem como as habilidades motoras perceptivas. Os estressores secun - outras áreas da psicologia. No entanto, bebês e crianças não podem ser testados da mesma
dários comumente identificados incluem a tendência de crianças com habilidades motoras forma que os adultos, portanto, métodos diferentes são frequentemente usados para estudar
deficientes serem menos propensas a participar de brincadeiras organizadas com outras cri - seu desenvolvimento.
anças e mais propensas a se sentirem socialmente isoladas .
Os psicólogos do desenvolvimento têm vários métodos para estudar as mudanças nos
O desenvolvimento social e emocional se concentra em 5 áreas principais: autocons- indivíduos ao longo do tempo. Métodos comuns de pesquisa incluem observação sistemáti -
ciência, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão ca, incluindo observação naturalística ou observação estruturada; autorrelatos, que podem
responsável. ser entrevistas clínicas ou estruturadas ; método clínico ou de estudo de caso ; e etnografia
ou observação participante. Esses métodos diferem na extensão do controle que os pesqui -
sadores impõem às condições de estudo e em como eles constroem ideias sobre quais vari -
Desenvolvimento físico áveis estudar. Toda investigação desenvolvimental pode ser caracterizada em termos de se
sua estratégia subjacente envolve a abordagem experimental, correlacional ou de estudo de
O desenvolvimento físico diz respeito à maturação física do corpo de um indivíduo até caso . O método experimental envolve "a manipulação real de vários tratamentos, circuns -
atingir a estatura adulta. Embora o crescimento físico seja um processo altamente regular, tâncias ou eventos aos quais o participante ou sujeito é exposto; o projeto experimental
todas as crianças diferem tremendamente no momento de seus surtos de crescimento. Estu - aponta para relações de causa e efeito . Este método permite que fortes inferências sejam
dos estão sendo feitos para analisar como as diferenças nesses tempos afetam e estão rela - feitas de relações causais entre a manipulação de uma ou mais variáveis independentes e o
cionadas a outras variáveis da psicologia do desenvolvimento, como a velocidade de proces- comportamento subsequente, conforme medido pela variável dependente . A vantagem de
samento da informação. As medidas tradicionais de maturidade física por meio de radiografi - usar este método de pesquisa é que ele permite determinar as relações de causa e efeito en -
as são menos praticadas hoje em dia, em comparação com medidas simples de partes do tre as variáveis. Por outro lado, a limitação é que os dados obtidos em um ambiente artificial
corpo, como altura, peso, perímetro cefálico e envergadura. podem carecer de generalização. O método correlacional explora a relação entre dois ou
mais eventos, reunindo informações sobre essas variáveis sem a intervenção do pesquisa -
Alguns outros estudos e práticas com psicologia do desenvolvimento físico são as habi - dor. A vantagem de usar um projeto correlacional é que ele estima a força e a direção das re-
lidades fonológicas de crianças maduras de 5 a 11 anos de idade e as hipóteses controver - lações entre as variáveis no ambiente natural; entretanto, a limitação é que não permite a de -
sas de canhotos estarem maturacionalmente atrasados em comparação com destros. Um es - terminação de relações de causa e efeito entre as variáveis. A abordagem do estudo de caso
tudo de Eaton, Chipperfield, Ritchot e Kostiuk em 1996 descobriu em três amostras diferen - permite que as investigações obtenham uma compreensão profunda de um participante indi-
tes que não havia diferença entre destros e canhotos. vidual por meio da coleta de dados com base em entrevistas, questionários estruturados, ob -
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
servações e pontuações em testes. Cada um desses métodos tem seus pontos fortes e fra- danças nos grupos. Embora consuma muito mais recursos, o formato auxilia em uma distin -
cos, mas o método experimental, quando apropriado, é o método preferido dos cientistas do ção mais clara entre quais mudanças podem ser atribuídas a um ambiente individual ou his -
desenvolvimento, porque fornece uma situação controlada e conclusões a serem tiradas so - tórico daquelas que são verdadeiramente universais.
bre as relações de causa e efeito.
Como todo método tem alguns pontos fracos, os psicólogos do desenvolvimento rara-
mente confiam em um estudo ou mesmo em um método para chegar a conclusões encon -
trando evidências consistentes de tantas fontes convergentes quanto possível.
Projetos de pesquisa
• desenho transversal O desenvolvimento pré-natal é de interesse dos psicólogos que investigam o contexto
do desenvolvimento psicológico inicial. Todo o desenvolvimento pré-natal envolve três está -
• desenho longitudinal gios principais: estágio germinativo, estágio embrionário e estágio fetal. O estágio germinati -
vo começa na concepção até 2 semanas; estágio embrionário significa o desenvolvimento de
• design sequencial 2 semanas a 8 semanas; o estágio fetal representa 9 semanas até o nascimento do bebê.
Os sentidos se desenvolvem no próprio útero: um feto pode ver e ouvir no segundo trimestre
• projeto microgenético
(13 a 24 semanas de idade). O sentido do tato se desenvolve no estágio embrionário (5 a 8
Em um estudo longitudinal, um pesquisador observa muitos indivíduos nascidos na mes- semanas). A maioria dos bilhões de neurônios do cérebro também é desenvolvida no segun -
ma época ou na mesma época (uma coorte ) e realiza novas observações como membros da do trimestre. Os bebês nascem, portanto, com algumas preferências de odor, gosto e som,
mesma idade. Esse método pode ser usado para tirar conclusões sobre quais tipos de de - amplamente relacionadas ao ambiente da mãe.
senvolvimento são universais (ou normativos ) e ocorrem na maioria dos membros de uma
Alguns reflexos primitivos também surgem antes do nascimento e ainda estão presentes
coorte. Como exemplo, um estudo longitudinal do desenvolvimento da alfabetização precoce
nos recém-nascidos. Uma hipótese é que esses reflexos são vestigiais e têm uso limitado no
examinou em detalhes as experiências de alfabetização precoce de uma criança em cada
início da vida humana. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget sugeria que alguns
uma das 30 famílias.
reflexos precoces são blocos de construção para o desenvolvimento sensório-motor infantil.
Os pesquisadores também podem observar as formas como o desenvolvimento varia Por exemplo, o reflexo tônico do pescoço pode ajudar no desenvolvimento, trazendo objetos
entre os indivíduos e fazer hipóteses sobre as causas da variação em seus dados. Os estu - para o campo de visão do bebê.
dos longitudinais costumam exigir muito tempo e recursos financeiros, o que os torna inviá -
Outros reflexos, como o reflexo de caminhar, parecem ser substituídos por um controle
veis em algumas situações. Além disso, como todos os membros de uma coorte vivenciam
voluntário mais sofisticado mais tarde na infância. Isso pode ocorrer porque o bebê ganha
eventos históricos exclusivos de sua geração, as tendências de desenvolvimento aparente -
muito peso após o nascimento para ser forte o suficiente para usar o reflexo, ou porque o re -
mente normativas podem, de fato, ser universais apenas para sua coorte.
flexo e o desenvolvimento subsequente são funcionalmente diferentes. Também foi sugerido
Em um estudo transversal, um pesquisador observa diferenças entre indivíduos de dife - que alguns reflexos (por exemplo, o moro e os reflexos de caminhar ) são predominantemen -
rentes idades ao mesmo tempo. Isso geralmente requer menos recursos do que o método te adaptações à vida no útero com pouca conexão com o desenvolvimento inicial do bebê.
longitudinal e, como os indivíduos vêm de coortes diferentes, eventos históricos compartilha - Os reflexos primitivos reaparecem em adultos sob certas condições, como condições neuro -
dos não são tanto um fator de confusão . Da mesma forma, entretanto, a pesquisa transver - lógicas como demência ou lesões traumáticas.
sal pode não ser a maneira mais eficaz de estudar as diferenças entre os participantes, já
O ultrassom mostrou que os bebês são capazes de uma variedade de movimentos no
que essas diferenças podem resultar não de suas diferentes idades, mas de sua exposição a
útero, muitos dos quais parecem ser mais do que simples reflexos. No momento do nasci -
diferentes eventos históricos.
mento, os bebês podem reconhecer e ter preferência pela voz da mãe, sugerindo algum de -
Um terceiro desenho de estudo, o desenho sequencial, combina as duas metodologias. senvolvimento pré-natal da percepção auditiva. O desenvolvimento pré-natal e as complica -
Aqui, um pesquisador observa membros de diferentes coortes de nascimento ao mesmo ções do parto também podem estar ligados a distúrbios do neurodesenvolvimento, por exem -
tempo e, em seguida, rastreia todos os participantes ao longo do tempo, mapeando as mu - plo, na esquizofrenia . Com o advento da neurociência cognitiva, a embriologia e a neuro -
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
ciência do desenvolvimento pré-natal são de interesse crescente para a pesquisa em psico - A audição é bem desenvolvida antes do nascimento, ao contrário da visão. Os recém-
logia do desenvolvimento. nascidos preferem sons complexos a tons puros, a fala humana a outros sons, a voz da mãe
a outras vozes e a língua nativa a outras línguas. Os cientistas acreditam que essas caracte -
Vários agentes ambientais - teratógenos - podem causar danos durante o período pré- rísticas são provavelmente aprendidas no útero. Os bebês são bastante bons em detectar a
natal. Isso inclui medicamentos controlados e não prescritos, drogas ilegais, tabaco, álcool, direção de onde vem um som e, aos 18 meses, sua capacidade auditiva é aproximadamente
poluentes ambientais, agentes de doenças infecciosas como o vírus da rubéola e o parasita igual à de um adulto.
da toxoplasmose, desnutrição materna, estresse emocional materno e incompatibilidade san -
guínea do fator Rh entre mãe e filho. Existem muitas estatísticas que comprovam os efeitos O olfato e o paladar estão presentes, com os bebês mostrando diferentes expressões
das substâncias mencionadas. Um exemplo importante disso seria que, apenas na América, de desgosto ou prazer quando apresentados a odores agradáveis (mel, leite, etc.) ou odores
nascem anualmente cerca de 100.000 - 375.000 'bebês de cocaína'. Isso é resultado de uma e sabores desagradáveis (ovo podre) (por exemplo, gosto azedo). Os recém-nascidos nas-
gestante que abusou da droga durante a gravidez. Está provado que os 'bebês com cocaína' cem com preferências de odor e sabor adquiridas no útero pelo cheiro e sabor do líquido am -
têm dificuldades bastante graves e duradouras que persistem durante a primeira infância e niótico, por sua vez influenciados pela alimentação da mãe. Bebês amamentados no seio e
ao longo da infância. A droga também estimula problemas de comportamento nas crianças na mamadeira com cerca de 3 dias de vida preferem o cheiro do leite humano ao de fórmula,
afetadas, bem como defeitos de vários órgãos vitais. indicando uma preferência inata. Há boas evidências de que bebês mais velhos preferem o
cheiro de sua mãe ao de outras pessoas.
A percepção infantil é o que um recém-nascido pode ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar. Piaget sugeriu que a percepção e a compreensão do mundo por um bebê dependiam de
Essas cinco características são mais conhecidas como os "cinco sentidos". Os bebês res - seu desenvolvimento motor, que era necessário para que o bebê ligasse as representações
pondem aos estímulos de maneira diferente nesses diferentes estados. visuais, táteis e motoras de objetos. Segundo essa visão, é por meio do toque e do manuseio
de objetos que os bebês desenvolvem a permanência do objeto, a compreensão de que os
A visão é significativamente pior em bebês do que em crianças mais velhas. A visão do objetos são sólidos e permanentes e continuam a existir quando estão fora de vista.
bebê tende a ficar embaçada nos estágios iniciais, mas melhora com o tempo. A percepção
da cor semelhante à observada em adultos foi demonstrada em bebês a partir dos quatro O estágio sensório-motor de Piaget compreendia seis subestágios (veja os estágios
meses, usando métodos de habituação. Os bebês têm uma visão de adulto em cerca de seis sensório-motor para mais detalhes). Nos estágios iniciais, o desenvolvimento surge de movi -
meses. mentos causados por reflexos primitivos . A descoberta de novos comportamentos resulta do
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
condicionamento clássico e operante e da formação de hábitos . A partir dos oito meses, o aprender na infância. O conceito de períodos críticos também está bem estabelecido na neu -
bebê é capaz de descobrir um objeto escondido, mas perseverará quando o objeto for movi - rofisiologia, a partir do trabalho de Hubel e Wiesel entre outros.
do.
Atrasos de desenvolvimento
Crianças com atrasos no desenvolvimento (DD) correm maior risco de desenvolver difi -
Piaget chegou à sua conclusão de que os bebês não tinham um entendimento completo culdades comportamentais e emocionais clinicamente significativas em comparação com cri -
da permanência do objeto antes de 18 meses após observar a falha dos bebês antes dessa anças com desenvolvimento típico (DT). No entanto, quase todos os estudos comparando
idade em procurar um objeto onde ele foi visto pela última vez. Em vez disso, os bebês conti - psicopatologia em jovens com DD empregam grupos de controle de DT da mesma idade cro -
nuam a procurar por um objeto onde foi visto pela primeira vez, cometendo o " erro A-não-B nológica (CA). Essa comorbidade de DD e um transtorno mental costuma ser chamada de di -
". Alguns pesquisadores sugeriram que antes da idade de oito a nove meses, a incapacidade agnóstico duplo. Estudos epidemiológicos indicam que 30–50% dos jovens com DD atendem
dos bebês de entender a permanência do objeto se estende às pessoas, o que explica por ao limite clínico para problemas comportamentais e emocionais e / ou transtorno mental di -
que os bebês nessa idade não choram quando suas mães vão embora ("longe da vista, lon- agnosticável. Estudos que incluem amostras de comparação de crianças com desenvolvi-
ge da mente" ) mento típico (DT) destacam a diferença considerável no risco de psicopatologia, com o risco
relativo para jovens com DD (para jovens com DT) variando de 2,8–4,1 a 1.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Erik Erikson divide a infância em quatro estágios, cada um com sua crise social distinta: escola em esportes, jogos e trabalho voluntário. As crianças que alcançam "sucesso na es-
cola ou nos jogos podem desenvolver um sentimento de competência".
Estágio 1: infância (0 a 1½) em que a crise psicossocial é confiança vs. Desconfiança
O "perigo durante este período é que os sentimentos de inadequação e inferioridade se
Estágio 2: Primeira infância (2½ a 3) em que a crise psicossocial é Autonomia vs. Vergo - desenvolvam. Pais e professores podem "minar" o desenvolvimento de uma criança, deixan -
nha e dúvida do de reconhecer as realizações ou sendo excessivamente críticos com os esforços da crian -
ça. Crianças que são "encorajadas e elogiadas" desenvolvem uma crença em sua competên -
Etapa 3: idade para brincar (3 a 5) em que a crise psicossocial é Iniciativa vs. Culpa.
cia. A falta de incentivo ou habilidade para se destacar leva a "sentimentos de inadequação e
(Esta fase também é chamada de "idade pré-escolar", "era exploratória" e "era do brinque -
inferioridade".
do". )
Os Centros de Controle de Doenças (CDC) dividem a meia infância em dois estágios, de
Etapa 4: idade escolar (5 a 12) em que a crise psicossocial é Indústria vs. Inferioridade
6 a 8 anos e de 9 a 11 anos, e fornecem "marcos de desenvolvimento para cada estágio".
Brincar (ou pré-escolar) entre 3 e 5 anos. Nos primeiros anos, as crianças são "comple -
Meia infância (7-10). Ao ingressar no ensino fundamental, as crianças dessa faixa etária
tamente dependentes dos cuidados de outras pessoas". Portanto, desenvolvem uma "rela -
começam a pensar no futuro e em seu "lugar no mundo". Trabalhar com outros alunos e de -
ção social" com seus cuidadores e, posteriormente, com seus familiares. Durante os anos
sejar sua amizade e aceitação torna-se mais importante. Isso leva a "mais independência
pré-escolares (3-5), eles "ampliam seus horizontes sociais" para incluir pessoas fora da famí -
dos pais e da família". Como alunos, eles desenvolvem as habilidades mentais e verbais "pa -
lia.
ra descrever experiências e falar sobre pensamentos e sentimentos". Eles se tornam menos
O pensamento pré - operacional e depois o operacional se desenvolve, o que significa egocêntricos e mostram "mais preocupação com os outros".
que as ações são reversíveis e o pensamento egocêntrico diminui.
Meia infância (9-11). Para crianças de 9 a 11 anos, "amizades e relacionamentos com
As habilidades motoras dos pré-escolares aumentam para que eles possam fazer mais colegas" aumentam em força, complexidade e importância. Isso resulta em maior "pressão
coisas sozinhos. Eles se tornam mais independentes. Não mais totalmente dependente do do grupo". Eles se tornam ainda menos dependentes de suas famílias e são desafiados aca -
cuidado dos outros, o mundo dessa faixa etária se expande. Mais pessoas têm um papel na demicamente. Para enfrentar esse desafio, eles aumentam sua capacidade de atenção e
formação de suas personalidades individuais. Crianças em idade pré-escolar exploram e aprendem a ver outros pontos de vista.
questionam seu mundo. Para Jean Piaget, a criança é " um pequeno cientista explorando e
refletindo sobre essas explorações para aumentar a competência" e isso é feito "de uma for -
ma muito independente". Adolescência
Brincar é uma atividade importante para crianças de 3 a 5 anos. Para Piaget, por meio A adolescência é o período da vida entre o início da puberdade e o pleno comprometi -
da brincadeira, "a criança atinge níveis mais elevados de desenvolvimento cognitivo". mento com um papel social adulto, como trabalhador, pai e / ou cidadão. É o período conhe-
cido pela formação da identidade pessoal e social (ver Erik Erikson ) e pela descoberta do
Em seu mundo expandido, as crianças na faixa etária de 3-5 tentam encontrar seu pró -
propósito moral (ver William Damon ). A inteligência é demonstrada através do uso lógico de
prio caminho. Se isso for feito de forma socialmente aceitável, a criança desenvolve a inicia -
símbolos relacionados a conceitos abstratos e raciocínio formal. Um retorno ao pensamento
tiva. Do contrário, a criança desenvolve culpa. Crianças que desenvolvem "culpa" em vez de
egocêntrico geralmente ocorre no início do período. Apenas 35% desenvolvem a capacidade
"iniciativa" fracassaram na crise psicossocial de Erikson para o grupo de 3-5 anos.
de raciocinar formalmente na adolescência ou na idade adulta. (Huitt, W. e Hummel, J. Janei-
ro de 1998)
Idade média da infância 6–12. Para Erik Erikson, a crise psicossocial durante a meia-
infância é Indústria vs. Inferioridade que, se atendida com sucesso, instila um senso de Com -
Está dividido em três partes, a saber:
petência na criança.
Adolescência precoce: 9 a 13 anos
Em todas as culturas, a meia-infância é uma época para desenvolver "habilidades que
serão necessárias em sua sociedade". A escola oferece uma arena na qual as crianças po - Adolescência média: 13 a 15 anos e
dem se ver como "trabalhadoras (e dignas)". Eles são "avaliados por seus trabalhos escola -
res e freqüentemente por sua indústria". Eles também podem desenvolver a indústria fora da Adolescência tardia: 15 a 18 anos
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
mento dos filhos. O calor dos pais se refere ao grau em que os pais aceitam e respondem ao Fatores da mãe e do pai
comportamento de seus filhos. "
Os papéis dos pais no desenvolvimento infantil geralmente se concentram no papel da
mãe. A literatura recente, entretanto, considera o pai como tendo um papel importante no de -
senvolvimento infantil. Afirmando um papel para os pais, os estudos mostraram que crianças
Estilos parentais a partir dos 15 meses se beneficiam significativamente de um envolvimento substancial com
o pai. Em particular, um estudo realizado nos Estados Unidos e na Nova Zelândia descobriu
Os seguintes estilos parentais foram descritos na literatura sobre desenvolvimento in-
que a presença do pai natural foi o fator mais significativo na redução das taxas de atividade
fantil:
sexual precoce e de gravidez na adolescência em meninas. Além disso, outro argumento é
A paternidade autoritária é caracterizada como pais que têm grande cordialidade, recep - que nem a mãe nem o pai são realmente essenciais para o sucesso dos pais, e que pais sol -
tividade e exigência dos pais, mas têm baixa taxa de negatividade e conflito. Esses pais são teiros, bem como casais homossexuais, podem apoiar resultados positivos para os filhos. De
assertivos, mas não intrusivos ou excessivamente restritivos. Este método de educação está acordo com esse conjunto de pesquisas, as crianças precisam de pelo menos um adulto con -
associado a resultados sociais e acadêmicos mais positivos. Os resultados benéficos da pa - sistentemente responsável com quem possam ter uma conexão emocional positiva. Ter mais
ternidade autoritária não são necessariamente universais. Entre os adolescentes afro-ameri - de um desses números contribui para uma maior probabilidade de resultados positivos para
canos, a paternidade autoritária não está associada ao desempenho acadêmico sem o apoio a criança.
dos colegas para o desempenho. Filhos criados por pais autoritários têm "maior probabilida -
Divórcio
de de se tornarem independentes, autossuficientes, socialmente aceitos, bem-sucedidos
academicamente e bem comportados. Eles são menos propensos a relatar depressão e ansi - Outro fator parental frequentemente debatido em termos de seus efeitos no desenvolvi-
edade, e menos propensos a se envolver em comportamento antissocial, como delinquência mento infantil é o divórcio. O divórcio em si não é um fator determinante para os resultados
e uso de drogas. " negativos da criança. Na verdade, a maioria das crianças de famílias divorciadas se enqua-
dra na faixa normal nas medidas de funcionamento psicológico e cognitivo. Vários fatores de
A paternidade autoritária é caracterizada por baixos níveis de cordialidade e receptivida -
mediação desempenham um papel na determinação dos efeitos do divórcio sobre uma crian -
de com altos níveis de exigência e controle firme. Esses pais se concentram na obediência e
ça, por exemplo, divorciar famílias com filhos pequenos muitas vezes enfrenta consequên -
monitoram seus filhos regularmente. Em geral, esse estilo de educação está associado a re -
cias mais severas em termos de mudanças demográficas, sociais e econômicas do que famí -
sultados inadequados. Os resultados são mais prejudiciais para meninos de classe média do
lias com filhos mais velhos. A coparentalidade positiva após o divórcio faz parte de um pa -
que para meninas, meninas brancas em idade pré-escolar do que meninas negras na pré-
drão associado ao enfrentamento positivo dos filhos, enquanto os comportamentos parentais
escola e para meninos brancos do que hispânicos. Além disso, os efeitos negativos da cria -
hostis levam a um padrão destrutivo, deixando os filhos em risco. Além disso, a relação dire -
ção autoritária de pais entre os americanos de origem asiática podem ser compensados pelo
ta dos pais com a criança também afeta o desenvolvimento da criança após o divórcio. Em
apoio positivo de seus pares. Por fim, entre os afro-americanos, alguns elementos da educa -
geral, os fatores de proteção que facilitam o desenvolvimento positivo da criança após o di -
ção autoritária, como controle firme e disciplina física, não servem como fatores preditivos de
vórcio são o calor materno, a relação pai-filho positiva e a cooperação entre os pais.
resultados negativos.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Piaget considerou a linguagem como facilitadora, mas não como necessária ao desen- Dessa forma, Perrenoud (2000) convida a todos inseridos na ótica educacional, a repen -
volvimento intelectual. Para ele, a linguagem reflete, mas não produz inteligência. A única sar o currículo escolar, a sua prática pedagógica, a sua proposta político-pedagógica. É im -
forma de avançar a um nível intelectual mais elevado não é na linguagem com suas repre - prescindível que os educadores e gestores renovem-se, capacitem-se, buscando expandir os
sentações, e sim, por meio da ação (BRAGA, 2010). conhecimentos. Mas, não se pode impor às escolas ou aos educadores, o desafio da apren-
dizagem sem que as políticas públicas, o governo, a sociedade lhes deem meios necessá -
De acordo com Piaget (1976), o desenvolvimento humano obedece certos estágios, que rios para tal feito. É necessário que haja uma integração em prol da ampla formação educa -
se iniciam no nascimento e se consolidam por volta dos 16 anos. Os intervalos de tempo de cional.
cada um deles não são fixos, pois podem variar de acordo com as especificidades de cada
indivíduo, do ambiente em que vive e da cultura. Em relação às teorias do desenvolvimento, as ideias dos principais teóricos do interacio -
nismo construtivista, Wallon, Piaget e Vygotsky (LA TAILLE, 1992), divergem e convergem
Um dos estágios é o sensório-motor (do nascimento aos dois anos), em que a criança entre si. Iniciando essa reflexão, os estudiosos Piaget e Vygotsky (2002) possuem enormes
desenvolve um conjunto de esquemas de ação sobre o objeto, que lhe permite construir um divergências e também, várias convergências.
conhecimento físico da realidade e é capaz de fazer imitações, construindo representações
mentais cada vez mais complexas. No estágio pré-operatório (dos dois aos sete ou oito De acordo com Piaget (1976), o processo de conhecimento ocorre por intermédio da
anos), a criança inicia a construção da relação de causa e efeito, bem como das simboliza - compreensão de que o sujeito fragmenta seu mundo em estágios, em que cada novo estágio
ções. É a chamada idade dos porquês e do faz de conta (DEESE; BRAGA, 2010). transcorre somente quando se tem o equilíbrio que é fruto das assimilações e acomodações
realizadas no estágio anterior. Nesse âmbito, o conhecimento ocorre posteriormente à ação
No estágio operatório-concreto (dos sete aos onze ou doze anos), a criança começa a do sujeito em relação à realidade.
construir conceitos através de estruturas lógicas, consolida a observação de quantidade e
constrói o conceito de número. Por fim, no estágio operatório-formal (dos onze ou doze anos Entretanto, em sua teoria histórico-cultural, Vygotsky (2002), afirma que o sujeito é parti -
em diante), é a fase em que o adolescente constrói o pensamento abstrato, conseguindo ter cipativo, posto que estabelece conhecimento como consequência das relações intra e inter -
em conta, as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo capaz de pensar ci - pessoais. O conhecimento, portanto, para Vygotsky, é oriundo das relações. Não obstante, o
entificamente (PIAGET, 1976; BRAGA, 2010). que há de mais significativo, é que tanto Vygotsky quanto Piaget concordam com o papel re -
levante da criança na construção do conhecimento.
Já as contribuições do psicólogo francês, Henri Wallon, permeiam a concepção dialética
do desenvolvimento infantil, em que o sujeito é determinado fisiológica e socialmente. Para Segundo estudos de Piaget (1976), a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento
este estudioso, o desenvolvimento se dá na relação do organismo do recém-nascido com o de estruturas cognitivas, e dessa forma, na maioria das vezes, indica as aplicações didático-
meio humano (WALLON, apud ALMEIDA, 2000). pedagógicas. Conforme Vygotsky (2002), que é o criador da teoria sociointeracionista, há re -
lações correspondentes entre a aprendizagem e o desenvolvimento, uma vez que esta esti -
A teoria walloniana reconhece a interdependência entre desenvolvimento intelectual e mula o desenvolvimento, acabando por criar patamares inovadores para a aprendizagem.
conhecimento, infundindo uma pedagogia em que os conteúdos de ensino possuem um sig - Nesse âmbito, o desenvolvimento se difunde por intermédio das interações sociais, suceden -
nificativo papel WALLON (2007). Outro fator relevante na teoria de Wallon é o meio, porque é do, desse modo, a aprendizagem.
compreendido como o campo em que a criança pratica as condutas de que possui, e dele re -
colhe os recursos para efetivar a sua ação (DEESE, 2005). As divergências comuns sobrevêm da discordância da cerne dos estudos dos pesquisa -
dores. O interesse essencial de Piaget era analisar o desenvolvimento das estruturas lógi -
Wallon compreende que, através do desenvolvimento aumentam as possibilidades de cas, já Vygotsky ansiava compreender a relação do pensamento com a linguagem e suas in -
acesso da criança às diversas dimensões do meio, e assim, cada fase do desenvolvimento ferências no processo de desenvolvimento intelectual.
estabelece um forma de se relacionar com o ambiente, o que pode-se constatar que a cada
idade é distinto o meio em que a criança convive (ALMEIDA, 2000). Contudo, a maior divergência entre os dois estudiosos mencionados, trata-se da relação
entre a linguagem e o pensamento. Segundo Piaget (1976), a aprendizagem decorre do es-
Outra contribuição importante nesse contexto, vem de Perrenoud (2000), acerca do con- tágio de desenvolvimento alcançado pelo sujeito. Entretanto, de acordo com os estudos de
ceito de competência, que para ele, é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cog - Vygotsky (2002), a aprendizagem beneficia o desenvolvimento das funções mentais. Porém,
nitivos capazes de solucionar uma série de situações. A competência seria adquirida através ainda que sejam distintas as posições teóricas dos dois cientistas, os dois dão ênfase à ne -
de conhecimentos acumulados e de outras habilidades desenvolvidas, a partir das experiên - cessidade de compreensão da gênese dos processos cognitivos.
cias vivenciadas.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Ademais, Piaget e Vygotsky consideram a interação do indivíduo com o ambiente e visu - ções, com competência para desenvolver um trabalho, que estimulará a sensibilidade e disci -
alizam o indivíduo como sujeito que age no processo de seu desenvolvimento próprio. Nesse plina em seus alunos.
contexto, Wallon afirma que não há pensamento sem linguagem e vice-versa.
Uma diferença entre a teoria de Wallon (1999, 2007) e a de Piaget (1976) refere-se ao
objeto de estudo, pois enquanto Piaget interessava entender o desenvolvimento do conheci - Psicologia educacional
mento, Wallon buscou compreender o desenvolvimento psicológico da criança.
A psicologia educacional é a área de estudo que tem como objetivo se aprofundar nos
Em sua proposta, Paulo Freire (1982) enfatiza a experiência do educando como ponto métodos e abordagens relativos ao processo de aprendizagem e ensino. Nesse sentido, são
de partida na aprendizagem e ressalta que, através do diálogo, o aluno constrói o conheci - estudadas técnicas e estratégias educacionais sempre com o objetivo de melhorar o ensino
mento, uma vez que é o agente da aprendizagem. Freire critica a educação bancária que de - e, consequentemente, a aprendizagem dos alunos.
posita informações aleatórias, pois, para ele, aprender é realizado de acordo com as expe -
riências vivenciadas de cada aluno, conforme a sua visão de mundo. Apesar de serem muitas vezes utilizados como sinônimos, os termos psicologia educa -
cional e psicologia escolar não são sinônimos. Enquanto psicologia educacional se refere à
O processo de alfabetização, ao longo do tempo, tem sido organizado e orientado por pesquisa teórica, sendo assim mais abrangente, a psicologia escolar assim como a psicope -
metodologias propostas nas cartilhas. Essas metodologias supõem que os alfabetizandos dagogia são subdisciplinas aplicadas.
detêm os mesmos conhecimentos e as mesmas experiências com a escrita, ou seja, presu -
mem que as crianças chegam à escola sem construções teórico-práticas, a respeito do ler e É dado o nome de Psicologia da Educação ao segmento de estudos e pesquisas que vi -
do escrever. Por essa razão, a proposta escolar de alfabetização tem o mesmo ponto de par - sam descrever os processos psicológicos presentes na educação. Teóricos como Sigmund
tida sem considerar os diferentes níveis ou graus de inserção da criança no mundo letrado Freud, Jean Piaget, Frantz Fanon, Burrhus Frederic Skinner, Carl Rogers, Lev Vygotsky e
(KRAMER, 2000). Alexander Luria, são tidos como precursores dos estudos em Psicologia da Educação. São
referenciais comuns aos cursos de Pedagogia, Normal Superior e demais licenciaturas, re-
As fases da aquisição da escrita são a pré-silábica, a silábica, silábica alfabética e a fa - presentando, cada um, vertentes do pensamento psicológico educacional. É comum na Psi -
se alfabética. Cada uma tem as características. Na pré-silábica, a escrita é uma forma de re - cologia da Educação referir-se à educação da criança e do adolescente, mas também à edu -
presentação; o aluno pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números; ele ainda não cação do adulto (Pedagogia e Andragogia).
compreende que a escrita é a representação da fala, pois vai direto para o significado, sem
passar para a sonora e relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (BOCK,
2002).
Áreas de atuação do psicopedagogo
Na fase silábica, sem valor sonoro, o educando ainda não faz relação do som com a
O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para
grafia. Usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro.
compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a
Na fase silábica, com valor sonoro, a escrita representa a fala; a criança percebe a relação
várias estratégias, objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir. Numa linha pre -
de som com a grafia e escreve uma letra para cada sílaba (MATÊNCIO, 2008).
ventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação
Na fase silábica-alfabética, o aluno apresenta a escrita algumas vezes com sílabas com - de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva,
pletas e outras incompletas; alterna escrita silábica com alfabética. E por último, na fase alfa - cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; par -
bética, o aluno faz a correspondência entre fonemas (som) e grafemas (letras); ele escreve ticipar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de
como fala. Assim, o professor deve conhecer cada fase em que o aluno se encontra e apri - integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características
morar os seus saberes para que superem as dificuldades (OLIVEIRA, 2002). dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacio-
nal, tanto na forma individual quanto em grupo. Numa linha terapêutica, o psicopedagogo tra-
Assim, desse modo, o professor deve conhecer cada teoria e a partir do conhecimento ta das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas,
adquirido, saber aplicar os estudos, aprimorando os seus saberes e os dos seus alunos para orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psi -
que superem as dificuldades apresentadas no que se referer à aprendizagem e aquisição do cológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais
conhecimento (DEESE, 2005; CORREIA; MARTINS, 2005; WALLON, 2007). em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador
em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da
Para desenvolver um trabalho de qualidade, o professor precisa dedicar-se a pesquisa e pedagogia. O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu
trocar experiências com os colegas de docência. Dessa forma, o professor reunirá informa -
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. Da mesma for- tuições. Inspirando-nos em Rivière (1994), um dos que se preocuparam com a questão
ma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parce - "GRUPO", verifica-se a importância de se trabalhar estas instituições: “A aprendizagem é
ria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes uma apropriação instrumental da realidade para transformar-se e transformá-la. Essa apro -
sociais, enfermeiros e médicos. No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir priação possibilita uma intervenção que gera mudanças em si, e no contexto que se dá. Ca -
com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais racteriza-se também, por ser uma adaptação ativa, constante na realidade. Implica, portanto,
dos indivíduos que trabalham na empresa. em estruturação, desestruturação e restruturação. Isso gera tensão a qual necessita não
apenas ser descarregada, mas revitalizada, renovada, enriquecida”. (1994, p.45)
Função do psicopedagogo na instituição Weiss (1992), afirma que o papel da Psicopedagogia na escola não deve ser encarado
como recurso para evitar o fracasso escolar, nem mesmo para melhorar o rendimento dos
A Psicopedagogia vem atuando com muito sucesso nas diversas Instituições, sejam es- alunos, pois estes fatos implicam outros aspectos como alunos, professores, técnicos e equi -
colas, hospitais e empresas. Weiss (1992) explica que em relação à instituição, “Seu papel é pe de apoio refletirem e buscarem um denominador comum em relação à aprendizagem. O
analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendiza - trabalho do psicopedagogo possibilita a reflexão, a adoção de medidas e mudanças de atitu -
gem em uma instituição. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mu - des sobre diferentes caminhos existentes na produção do conhecimento em diferentes for -
danças, também psicoprofiláticamente”. (Weiss, 1992, p.4) mas e níveis.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Problemas de Aprendizagem
Os problemas de aprendizagem referem-se a dificuldades persistentes na aquisição e 7. Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC):
uso da linguagem, leitura, escrita, raciocínio matemático ou habilidades sociais. Esses desa -
- Dificuldades na coordenação motora, que podem afetar atividades físicas, habilida -
fios podem afetar crianças e adultos e são geralmente identificados quando há um descom -
des motoras finas e tarefas que exigem destreza manual.
passo significativo entre o potencial do indivíduo e suas realizações acadêmicas. Alguns dos
problemas de aprendizagem mais comuns incluem:
1. Dislexia: - Dificuldades nas habilidades não verbais, como a interpretação de pistas sociais, re -
conhecimento de expressões faciais e compreensão de piadas.
- Dificuldades na leitura, como dificuldade em associar sons a letras, decodificação de
palavras e compreensão de texto.
3. Disgrafia: - Pode incluir uma variedade de desafios acadêmicos que não se enquadram em ca -
tegorias específicas, mas ainda impactam significativamente o aprendizado.
- Dificuldades na habilidade de escrever, incluindo problemas com a coordenação mo -
tora fina, caligrafia e organização espacial no papel.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
- Psicólogos realizam avaliações abrangentes para identificar padrões de habilidades - Psicólogos podem ensinar estratégias eficazes de estudo, organização e gerencia -
e desafios específicos. Essas avaliações podem incluir testes cognitivos, avaliações emocio - mento do tempo para melhorar a eficiência do aprendizado.
nais e observações comportamentais.
4. Apoio à Autoestima: - Psicólogos muitas vezes colaboram com outros profissionais, como educadores, fo -
noaudiólogos, terapeutas ocupacionais e médicos, para garantir uma abordagem abrangente
- Indivíduos com problemas de aprendizagem podem enfrentar desafios emocionais e e integrada.
de autoestima. A psicologia oferece apoio emocional para ajudar a lidar com a frustração, a
ansiedade e a construir uma autoimagem positiva.
11. Plano de Transição:
5. Treinamento de Habilidades Sociais: - Para estudantes que estão fazendo a transição de uma etapa educacional para ou-
tra, os psicólogos podem ajudar a desenvolver planos para apoiar a transição suave.
- A psicologia pode oferecer treinamento em habilidades sociais para ajudar os alunos
a desenvolver relacionamentos interpessoais e lidar com desafios sociais relacionados à
aprendizagem.
A abordagem da psicologia nos problemas de aprendizagem é holística, considerando
não apenas as dificuldades acadêmicas, mas também os fatores emocionais, sociais e com -
portamentais que podem influenciar o aprendizado. A colaboração entre profissionais de psi -
6. Apoio às Famílias: cologia, educadores, pais e outros profissionais é essencial para criar um ambiente de apoio
eficaz.
- Psicólogos trabalham com as famílias para fornecer orientação e apoio. Isso pode in -
cluir educação sobre os desafios específicos enfrentados pelo indivíduo, estratégias de su -
porte em casa e promoção da comunicação entre a escola e a família.
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Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional Psicologia do desenvolvimento, da aprendizagem e educacional
Anotações:
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Relações interpessoais e ética no serviço público Relações interpessoais e ética no serviço público
Por outro lado, pode ser marcado por outras situações como lití-
Comportamento individual
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Relações interpessoais e ética no serviço público Relações interpessoais e ética no serviço público
Comportamento grupal Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem,
é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabeleci-
O foco do estudo está nas relações interpessoais e em como os co-
dos pela sociedade em que se vive.
laboradores se comportam em conjunto. Fatores como comunicação,
tomada de decisão coletiva e convivência fazem parte dessa análise. O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as ativi-
dades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela soci-
O estudo do comportamento grupal também busca entender a for-
edade e pelo seu grupo de trabalho.
ma como as equipes trabalham para atingir os objetivos da empresa,
como reagem às regras e como as divergências e conflitos são resolvi- Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar
dos. ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação.
Quando o comportamento grupal propicia um ambiente de qualida- No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e
de, as equipes obtêm mais sucesso em sua atuação conjunta, maior por isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestida-
motivação e satisfação com seu ambiente de trabalho. de, responsabilidade, competência etc.
Cabe à empresa construir uma cultura organizacional clara e trans- Os servidores públicos possuem um vínculo de trabalho profissional
parente, que reflita verdadeiramente seus valores e sua missão e que com órgãos e entidades do governo. Dentro do setor público, todas as
ofereça um ambiente propício ao desenvolvimento de um comporta- atividades do governo afetam a vida de um país. Por isso, é necessário
mento adequado. que os servidores apliquem os valores éticos para que os cidadãos
possam acreditar na eficiência dos serviços públicos.
3 4
Relações interpessoais e ética no serviço público Relações interpessoais e ética no serviço público
O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético mum, mas sim de uma moral jurídica. Ao legal, deve ser agregado o
de sua conduta. honesto e o conveniente aos interesses sociais e coletivos.
A moralidade da Administração Pública é clareada no Código Ética Publicidade: é o princípio que se reconhece a obrigatoriedade da
Funcional, quando relata que aquela não deve se limitar somente com transparência. Corresponde ao direito que tem os cidadãos de conhe-
a distinção ente o bem e o mal. O fim almejado deve ser sempre o cer os atos e ações do gestor público.
bem comum.
Eficiência: é o mais moderno princípio. Foi inserido através da
O agente público tem o dever de buscar o equilíbrio entre a legali- Emenda Constitucional nº 19/98. Consiste na imposição ao servidor
dade e a finalidade na tentativa de proporcionar a consolidação da mo- público de desenvolver suas funções com competência e eficiência e
ralidade do ato administrativo praticado. não apenas dentro da legalidade, mas, também, apresentando resulta-
do positivo de suas ações no atendimento ao cidadão.
Os códigos informam os princípios e deveres dos servidores públi-
cos como decoro, zelo, dignidade, eficácia e honra, além de outras
qualidades do servidor, suas obrigações que visam o bem estar da po -
Além destes princípios a Administração Pública deve atuar tendo
pulação, bem como as proibições e punições derivadas do serviço irre -
em vista a eficácia, a racionalização, a presteza, a razoabilidade, a
gular de suas funções, que relembram os princípios fundamentais da
economicidade, a Probidade Administrativa (este princípio é obrigató-
administração pública.
rio à ação do administrador público, vez que há normas éticas a acatar
Princípios Constitucionais: Art. 37, da Constituição Federal de 1988. e reverenciar, sob pena de o administrador ser incompatibilizado para
a função pública de que está investido).
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência.
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Relações interpessoais e ética no serviço público
Anotações: Conforme descrito no site, legislações são enviadas de forma literal (uma
cópia de cada legislação, compactadas em formato ZIP)
_______________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________ O arquivo está no formato .ZIP (Compactado), é necessário descompactar para
_______________________________________________________________________ acessar os arquivos em PDF. Geralmente seu celular ou computador já possui
suporte para arquivos descompactados, caso não possua, você poderá baixar
_______________________________________________________________________ gratuitamente aplicativos como “WinRar, WinZip, Izip, 7zipper, entre outros”.
_______________________________________________________________________ Se precisar de ajuda, entre em contato conosco.
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