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RESUMO
Muitas vezes pela falta de tempo ou de paciência, deixamos de brincar com nossas
crianças e isso pode ser algo prejudicial para seu desenvolvimento futuro, pois
muito importante a utilização do lúdico tanto na vida cotidiana como no ambiente
escolar. É por meio brincadeiras que conseguimos proporcionar um crescimento
saudável para as crianças, dando-lhe a chance de se tornar um ser equilibrado.
Quando utilizado atividades lúdicas promovemos um ambiente alfabetizador
alcançando autonomia de aprendizagem e fazendo com que o educando se
interesse para o aprendizado, despertando seu interesse para novos
conhecimentos. Através das brincadeiras se constrói a personalidade da criança
quando se depara com regras e cargos constituídos para aquela determinada
atividade. Neste trabalho, fundamenta-se que as brincadeiras é um fator importante
para a transmissão de saber. Pois, através da ludicidade a criança amplia seus
conhecimentos e desenvolve aspectos de raciocínio, imaginação, criatividade, entre
outros, e tudo isso de forma prazerosa. Com ajuda de profissional principalmente o
neuropsicopedagogo podemos ter várias respostas positivas no desenvolvimento
emociona, social e acadêmico dessas crianças.
INTRODUÇÃO
1. BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS
Um meio de cultura, uma ocasião que toda a comunidade compartilhava, era
assim considerada as brincadeiras de antigamente, era um acontecimento social,
um lazer, como o folclore, jogos, e outras festas, e eram apreciadas por crianças e
adultos, mas que com o tempo perdeu as conexões comunitárias. “Estes ocorriam
em praças públicas, espaços livres sem a supervisão dos adultos, as crianças se
misturavam em grupos de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos.”
(VELASCO, 1996, p. 39).
Era bem comum ver crianças e adultos se divertindo nas ruas, com
brincadeiras tradicionais, que fazem parte da cultura popular.
As brincadeiras tradicionais são expressivamente transmitidas de uma
geração a outra, fora das instituições oficiais, na rua, nos parques, nas praças etc.
Assimiladas pelas crianças de maneira espontânea, mudam de forma com o passar
do tempo – variam suas regras, culturas e grupos sociais, mas seu conteúdo
permanece o mesmo. (FRIEDMAN, 2006, p.78)
Devido as grandes tecnologias que deprimem as brincadeiras com objetos,
dos espaços que se criou entre adultos e crianças, e da falta de segurança na
maioria dos ambientes essas atividades foram deixadas de lado, Friedmann afirma
esse aspecto, ao dizer que:
Em relação ao espaço das brincadeiras, que era tradicionalmente a rua,
houve um recuo: brincar ali é um risco. Dentro de casa, o espaço é muito limitado.
Por isso, os condomínios dos apartamentos têm surgido como espaço alternativo
de brincadeiras e troca entre as crianças. Na escola, o pátio é a principal
“testemunha” do brincar infantil; no clube ou nos centros comunitários, o lúdico tem
mais chances de acontecer (FRIEDMANN, 2006, p. 22).
Através de brincadeiras a crianças e os adultos se descobrem e se revelam.
Segundo Brasil (2001, p. 22), “brincar é umas das atividades fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia”.
Podem ser brinquedos simples, ou até rudimentares diante de alguns
padrões impostos pela sociedade, mas são eles, com sua originalidade criatividade
que evocam as melhores lembranças da infância de cada um, resgatam o autêntico
significado do brincar, preservam valores e tradições da cultura de um povo.
(VELASCO, 1996, p. 51)
O brinquedo educativo se auto define como agente de transmissão metódica
de conhecimentos e habilidades que, antes de seu surgimento, não eram veiculadas
às crianças pelos brinquedos. Simboliza, portanto, uma intervenção deliberada no
lazer infantil no sentido de oferecer conteúdo pedagógico ao entretenimento da
criança. (Oliveira. 1984, p. 44).
Como citado por Kishimoto:
Os conteúdos veiculados durante as brincadeiras infantis bem como os temas
de brincadeiras, os materiais para brincar, as oportunidades para interações sociais
e o tempo disponível são todos fatores que dependem basicamente do currículo
proposto pela escola. Normalmente a criança precisa de tempo para elaborar as
ideias que encontra. Esse fator é bastante negligenciado pela maioria das escolas
que privilegiam as atividades individuais orientadas. (KISHIMOTO, 1994, p. 30).
A esse respeito ressalta Velasco (1996, p. 43)
O brincar nunca deixará de ter o seu papel importante na aprendizagem e na
terapia, daí a necessidade de não permitirmos suas transformações negativas e
estimularmos e permanência e existência da atividade lúdica infantil.
“Brincar é anterior a jogar, conduta social que supõe regras. Brincar é forma
mais livre e individual, que designa as formas mais primitivas de exercício funcional,
como a lalação”. Segundo Dantas (2013, p. 111), ele acredita que brincar e jogar
são termos distintos, e ressalva que o lúdico engloba os dois termos, permitindo
que as atividades sejam individuais ou coletivas sendo elas livres ou conduzidas e
ambas de forma prazerosa. No dicionário Aurélio (FERREIRA, 2001, p. 433) lúdico
é “relativo a jogos, brinquedos e divertimentos”.
Neste sentido, Sebastiani (2003) ressalta que quando as crianças estão
brincando elas usam o espaço para investigar e construir conhecimentos. Com isso
fica esclarecido que brincar não é simplesmente um entretimento, é além disso um
período que eles se desenvolvem de forma física e intelectual.
No primeiro momento a criança brinca e se descobre com seu próprio corpo,
descobrindo aos poucos os objetos ao seu redor, Ortiz e Carvalho (2012, p. 103)
afirmam que “o bebê começa brincando com os próprios sentidos, num crescente
jogo de descobertas, desenvolvimento de habilidades e construções de
significados” e ainda que “Tudo é novidade para um bebê que está vendo e
percebendo o mundo pela primeira vez, portanto, se lhe for permitido, vai se inserir
e conquistar o mundo com sua curiosidade” (2012, p. 104).
Segundo Vygotsky (1998, p. 137) “A essência do brinquedo é a criação de
uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou
seja, entre situações no pensamento e situações reais”. Então, vale lembrar que o
brinquedo proporciona e influencia todos uma forma de enfrentar o mundo e suas
ações futuras. Ainda Em, Vygotsky (1998, p.127) descreve que:
No brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A
criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê.
Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir
independentemente daquilo que vê.
Conforme seu cotidiano, as crianças vão descobrindo novos
comportamentos, e novas brincadeiras, assim, Oliveira (2000) afirma que a ação de
brincar, faz parte de um procedimento de humanização, que a criança aprende a
conciliar a brincadeira de forma concreta, e criando conexões mais duradouros.
Um dos aspectos que marcam a infância é o brinquedo, e este é para a
criança aquilo que o trabalho é para o adulto, isto é, sua principal atividade. Toda
criança brinca independente da época, cultura ou classe social. O brinquedo é a
essência da infância, e o brincar, um ato intuitivo e espontâneo. (SANTOS, 2007.
p.9).
É também destacado a importância das atividades lúdicas no RCNEI
(BRASIL, 1998, P.58), relatando que “as crianças podem incorporar em suas
brincadeiras conhecimentos que foram construindo”. E também ressalta no mesmo
a valorização do brinquedo entendidos como:
Componentes ativos do processo educacional que refletem a concepção de
educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da
aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para
a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil.
(BRASI, 1998, p.67. v. 1).
Sobre o brinquedo Freud (1974, p. 135), destaca:
Errado supor que a criança não leva esse mundo a sério; ao contrário, leva
muito a sério sua brincadeira e despende na mesma muita emoção. A antítese de
brincar não é o que é sério, mas o que é real. Apesar de toda a emoção com que a
criança catequisa seu mundo de brinquedo, ela o distingue perfeitamente da
realidade, e gosta de ligar seus objetos e situações imaginados às coisas visíveis e
tangíveis do mundo real. Essa conexão é tudo o que diferencia o “brincar infantil”,
do “fantasiar”.
As brincadeiras dever ser organizadas de maneira que respeite as diversas
capacidades de cada faixa etária de forma que possam agir de modo intencional
sobre o que está fazendo, isso envolve múltiplos conhecimentos corporais que
podem ser realizados em grupo ou individual.
Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de
regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação
dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. Isso ocorre
porque a motivação da brincadeira é sempre individual e depende dos recursos
emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação
social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginadas que se baseiam
nas polaridades presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer,
passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito etc., as crianças
também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo
um sentido próprio de moral e de justiça. (BRASIL/MEC, p. 24 1998).
Para Oliveira (2002, p. 160):
Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes,
como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas
especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao
brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu
funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo
tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças
perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior
característicos de seu pensamento verbal.
Ainda notamos que ao falar em brinquedos e brincadeiras, se repercute como
apenas tempo desperdiçado, mas essas considerações não possuem fundamento,
uma vez que já durante estes momentos, constrói-se conhecimentos, desenvolve
as estruturas psíquicas para o mundo concreto e toda potencialidade que a criança
tem, é a brincadeira que faz a criança ser criança. o. O brincar incide a ser uma
língua da infância sob o mundo.
1.1 JOGOS
2. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
3. EDUCAÇÃO INFANTIL
Em início vale ressaltar que para uma aprendizagem ser significativa ela
precisa ser potencializada de conhecimento assimilado aos conteúdos, edificando
o conhecimento, Freire (1997 p 20). “De que nada vale esse enorme esforço para
alfabetização se a aprendizagem não foi significativa. E o significado, nessa
primeira fase de vida depende, mais do que qualquer outra, da ação corporal”. E na
educação infantil o jogo se torna uma solução para facilitar a aprendizagem, por ser
algo que desperta o interesse nas crianças. Referente a isso afirma Carvalho (1992,
p.14)
[…] desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental
importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua
volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto,
começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades
vivenciadas naquele instante.
O ato de brincar é de extrema importância para saúde física, emocional e
intelectual da criança. A criança que ter a oportunidade de brinca, habitua-se a
utilizar seu tempo livre com criatividade, por isso o brincar tem que ser levado a
sério na infância, pois é uma fase que através das brincadeiras as crianças geram
seus desenvolvimentos.
“Brincar é coisa séria, porque na brincadeira a criança se reequilibra, recicla
suas emoções e sacia sua necessidade de conhecer e reinventar a realidade. Tudo
isso desenvolve atenção, concentração e muitas outras habilidades, além de muito,
muito prazer em viver e, conviver. Para isso, a criança precisa brincar direito, brincar
com objetivo de se desenvolver, de forma a atender todas as suas expectativas de
vida, divertindo-se e interagindo com o mundo.” (AMORIM, p.30, 2008)
Para Friedman (2006. P. 81) “a atividade lúdica era um fenômeno social de
que todos desfrutavam.” E hoje em dia a maioria das brincadeiras que antes eram
de costume, está se perdendo a importância, como brincadeiras folclóricas e
populares, e o professor se torna um grande mediador para retomar essas
atividades.
A institucionalização da educação contribuiu para alterar de forma expressiva
as condições do brincar, que passou do ambiente natural para o oficial. Para a
maioria das crianças, o espaço das brincadeiras se transformou em “espaço de
trabalho”. A chamada “brincadeira livre” deixou de ser considerada uma atividade
produtiva. Hoje, apesar de sua importância na vida social e no desenvolvimento
infantil, a brincadeira já não tem espaço na escola, cuja maior preocupação é
“preparar” a criança para o processo de alfabetização e desenvolver suas
habilidades cognitivas. (FRIEDMAN, 2006. P. 81)
O lúdico pode ser de diferentes modalidades e tipos de brincadeiras, podendo
ser classificadas de várias formas, Piaget, segundo Velasco (1996, p. 79) as
considerou da seguinte maneira:
Identifica as famílias de jogos por condutas cognitivas e afetivas, habilidades
funcionais e de linguagem e atividade sociais”, veremos algumas classificações:
•
4. NEUROPSICOPEDAGOGIA
5. CONCLUSÃO