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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

NOME DO ALUNO

TÍTULO
DO TRABALHO

Cidade
2020
Cidade
2020

Brasiléia -AC
2021
NOME DO ALUNO

TÍTULO DO TRABALHO

Projeto Educativo apresentado à [inserir nome


da universidade], como requisito parcial à
conclusão do Curso de [inserir nome do Curso].

Docente supervisor: Prof. [Inserir nome do tutor


a distância]

Brasiléia -AC
2021
INTRODUÇÃO

O desenvolvimento integral da criança depende tanto dos cuidados


relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos
biológicos do corpo como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde,
quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de
acesso a conhecimentos variados.
É papel da escola de Educação Infantil, possibilitar o desenvolvimento integral
das crianças, desde os cuidados até a maturação cognitiva, permitindo que a criança
se desenvolva em sua plenitude.
0s jogos é um grande facilitador da aprendizagem na Educação Infantil,
devendo ser utilizada como ferramenta indispensável neste processo educacional. É
papel do profissional de Educação Infantil oferecer sempre a melhor forma de
aprendizagem para as crianças, e a brincadeira é sem dúvida o meio mais eficaz
para isso. Teixeira (2010), ressalta que o brinquedo deve fazer parte ao processo de
formação dos alunos e explorado minuciosamente pelo professor.
Neste sentido, o objetivo deste estudo é ressaltar a importância do brincar,
como iniciativa prazerosa, livre ou assessorada, para o desenvolvimento da criança
segundo os autores pesquisados, este é um período fundamental para a criança no
que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem de forma significativa.
O método utilizado para realização deste trabalho foi à pesquisa bibliográfica.
Segundo Teixeira (2010), os jogos, brinquedos e brincadeiras, desde a antiguidade
ocuparam um lugar importante na vida das crianças, sendo muito importante em seu
desenvolvimento.
As atividades lúdicas são responsáveis pela transmissão da cultura de um
povo, de uma geração para outra, tendo vários objetivos, podendo ser usadas para
divertir, socializar, ensinar e promover a união de grupos.
O estudo portanto, aborda que o brincar se constitui em uma atividade de
grande importância, auxiliando e ampliando a aquisição da linguagem, autonomia,
conhecimento de mundo e outras competências importantes para o seu
desenvolvimento.
Concluindo, o trabalho aqui apresentado busca mostrar o papel do brincar na
educação infantil, para tanto, a pesquisa bibliografica foi grande importância para o
enriquecimento do estudo, bem como a metodologia traçada para aplicação do
mesmo na escola escolhida. Espero que o mesmo sirva como motivação para uma
metodologia mais voltada a realidade desses alunos, onde o brincar e aprender deve
ser a essência da educação infantil.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Ressaltar a importância do brincar, como iniciativa prazerosa, livre ou


assessorada, para o desenvolvimento da criança;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar os diferentes conceitos entre o jogo, o brinquedo e a brincadeira;


Destacar a importância do brincar para o desenvolvimento da criança;
Enfatizar a brincadeira e a aprendizagem;
Apresentar o papel do educador nos jogos e brincadeiras.
PROBLEMATIZAÇÃO

Nas últimas décadas, tem-se observado um crescente cerceamento à


liberdade de brincar; quando antigamente brincar era sinônimo de correr, pular, subir
em árvores, tomar banho de rio e cachoeira. Hoje vivenciamos o quanto às crianças
é limitado, principalmente nas grandes cidades, causados, entre outros fatores, por
problemas de limitações de espaço, para manter a privacidade dos vizinhos,
poluição, aumento da violência urbana, ou ainda, por má compreensão por parte de
algumas escolas do processo de alfabetização, que infelizmente, muitas vezes,
suprime o brincar; o lúdico da vida da criança.
Precisamos rapidamente resgatar alguns brinquedos já esquecidos e que
muito ajudam a despertar o cognitivo como: jogos, faz-de-conta e outros ainda mais
existentes.
Diante disso faço os seguinte questionamentos: O brincar, fantasiar, criar e
aprender proporciona as crianças um aprendizado diferenciado?
São através de estes que elas se apropriam do conhecimento para a vida,
além de despertar o cognitivo, a criatividade e a imaginação, os jogos e as
brincadeiras permitem que as crianças se desenvolvam de forma lúdica, liberando
emoções e sentimentos tendo momentos de lazer importantes para sua
descontração durante a aprendizagem.

REFERENCIAL TEÓRICO

Como educadores sabemos que há diferentes conceitos para os termos:


jogos, brinquedos e brincadeiras, por este motivo buscaram em diversas obras
literárias, uma fundamentação teórica, consistente para definirmos cada um dos
termos citados acima.
De acordo com o dicionário melhoramentos (1997, p. 293) jogo significa:
“brincadeira, divertimento, folguedo, passatempo, cada uma das partidas em que se
divide em certame”. Brinquedo, (1997, p. 75) “Objeto feito para divertimento de
crianças; brincadeira, divertimento entre crianças”. E brincadeira, (1997, p. 75):
“Ação de brincar, brinquedos, festa familiar, baile improvisado, zombaria”.
Também pesquisado no minidicionário da Língua Portuguesa Aurélio, que
trazem as seguintes definições: Para jogo (1993, p. 231) “Atividade física, mental
fundada em sistema de regras que definem a perda ou ganho; passatempo; jogo de
azar, série de coisas que forma um todo ou coleção; o vício de jogar, conjugação
harmoniosa de peças mecânicas que forma um todo ou coleção; o vício de jogar;
conjugação harmoniosa de peças mecânicas com o fim de movimentar um
maquinismo; balanço, oscilação; manha, astúcia; comportamento de quem visa a
obter vantagens de outrem; jogo do bicho”.
Brinquedo ( 1993,p.84)” Objeto para as crianças brincarem.;jogo de criança;
brincadeira. E para brincadeira ( 1993,p.84) “Ato de brincar,
brinquedo ;entretenimento, passatempo, divertimento; gracejo,
pilhéria( graça,piada)”.
Como pudemos constatar, há uma vasta definição para cada termo. Sendo
que é possível compreender cada uma delas, onde muitos significados se
assemelham, porém, o dicionário Aurélio nos traz uma variedade bem diversificada
para definir o jogo como sinônimo de brincar.
Segundo Fantim ( 2000,p. 100)
“as brincadeiras são também uma forma de pensamento próprias da
criança e brincando ela se relaciona consigo mesma, com as pessoas e
com os objetos ao seu redor.”

Podemos dizer que a partir da brincadeira, as crianças aprendem a conhecer


a si próprias, ao mundo que as rodeia e aos demais.
Brincar é uma atividade natural do ser humano, pois desde que nasce a
criança vê o mundo e o descobre através da sua imaginação, utilizando para isso a
brincadeira, ou seja, a criança se apropria da realidade atribuindo-lhe um significado
diferente do visto pelo adulto, e nisso ela aprende.
Segundo Antunes (2000) brincar é aprender sobre algo.
“[...] através do brinquedo a criança inicia sua integração social, aprender a
conviver com os outros, a situar-se frente ao mundo que a cerca. Ela se
exercita brincando” (WEISS, 1992, apud RAMOS, 2002, p. 46).

O jogo da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma
simples recreação, o adulto que joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao
brincar jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.
Huzinga (2000, p. 10) descreve que: “O jogo é uma função da vida que não é
passível de definição em termos lógicos, biológicos ou estéticos”. O conceito do jogo
deve permanecer distinto de todas as outras formas de pensamento através das
quais exprimimos a estrutura da vida espiritual e desenvolvimento da civilização.
Segundo este autor, o jogo é uma atividade cultural, que tem uma função
social, seguindo assim a idéia de Vygotsky (1984) onde a construção do real parte
do social, ou seja, da interação que a criança tem com o adulto e da orientação dada
por ele.
É notável que a criança comece com uma situação imaginária, que
inicialmente étão próxima da situação real. O que ocorre é uma reprodução da
situação real. Uma criança brincando com uma boneca, por exemplo, repete quase
exatamente o que sua mãe faz com ela. Isso significa que, na situação original as
regras operam sob forma condensada e comprimida. Há muito pouco de imaginário.
É uma situação imaginária, mas é compreensível à luz de uma situação real que de
fato tenha acontecido. O brinquedo é muito mais a lembrança de alguma coisa que
realmente aconteceu do que imaginação. É mais a memória em ação do que uma
situação imaginária nova. (VYGOTSKY, 1991, p. 117)
Para Ramos (2002) é através do brinquedo e consequentemente da
brincadeira que a criança inicia a sua integração social, aprendendo a conviver com
os outros e a se situar diante do mundo que a cerca. Independente da época, cultura
e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas
vivem num mundo de encantamento, de alegria, de sonhos, onde a realidade e o faz
de conta se confundem. (KISHIMOTO, 1997, p. 65)
Segundo Dallabona e Mendes (2004, p. 110)

Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço


para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o
pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz
desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As
interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do
egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia.

Desta forma pode-se dizer que através dos jogos e das brincadeiras as
crianças desenvolvem-se de uma maneira global,pois
O jogo é um meio de expressão e comunicação de primeira ordem, de
desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo, sexual e socializador por excelência. É
básico para o desenvolvimento da personalidade da criança em todas as suas
facetas. (GARÓFANO; CAVEDA, 2005 apud GONÇALVES, 2006, P. 136 atual e
social.
Através das pesquisas, posso constatar que a maioria dos autores que
desenvolvem estudos sobre os termos, brinquedo e brincadeira, descrevem
definições específicas de cada um. Por exemplo, Para Mello ( 1989 , p. 62 ) faz-se
necessário ressaltar a distinção entre o jogo, brincadeiras e brinquedos:
“...” Entende-se por brincadeira como uma categoria mais abrangente que
inclui os jogos e também as outras ações, como as correrias no pátio, o
mexer com areia e com água, a tentativa de saltar um grande número de
degraus ou procurar alcançar um objeto num nível mais elevado, com um
galho de árvore , ou um cordão etc... Brinquedo parece ser um ermo mais
apropriado para designar o objeto utilizado no ato de brincar.

Huzinga (apud MELLO, 1989, p.60) propôs uma definição para jogo que
abrange tanto as manifestações competitivas como as demais:
“ O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária , exercida dentro de
certos e determinados limites de tempo e de espaço, seguindo regras
livremente consentidas , mas absolutamente obrigatórias , dotado de um
fim em si mesmo, acompanhado de um sentido de tensão e de alegria e
de uma Consciência de ser diferente da vida “cotidiana”.

O jogo infantil é uma atividade física, mental que favorece tanto o


desenvolvimento pessoal como a sociabilidade, de forma integral eharmoniosa. A
criança evolui com o jogo e o jogo da criança vai evoluindo paralelamente ao seu
desenvolvimento, integrado ao seu desenvolvimento.
Na concepção de Telles ( 1997,p.44) Os jogos lúdicos e as brincadeiras
constituem-se em meios de comunicação, de prazer e de recreação. O que pode
caracterizar a brincadeira, é que ela representa um espaço, uma possibilidade de
ação que a criança domina ou exerça a função de sua própria iniciativa, ou seja,
tomando decisões, o que representa uma característica essencial que difere o jogo
de outras atividades. Essas atividades tratam-se também, de uma forma de
comunicação integrada, marcada pelo faz-de-conta, Exemplo disso, são os jogos de
esconde-esconde que a criança faz com os adultos, em especial com a sua mãe,
nos quais deve aprender que este desaparecimento não é algo real, que pode ser
reproduzido de novo e com o qual se pode justamente brincar”.
Desta forma, os jogos e as brincadeiras se caracterizam como algo
extremamente relacionado ao mundo infantil. Por isso, é praticamente impossível
pensar nas crianças e não lembrar das atividades lúdicas que elas gostam de
praticar.
“Assim,” a brincadeira é a expressão da energia vital. Bloqueá-la, pois , é
converter essa energia em sintomas neuróticos ou doenças “psicossomáticas “.
( Telles , 1997,p.23.)
Neste sentido, os jogos e brincadeiras são atividades lúdicas que podem ser
consideradas como práticas construtivas para a formação das crianças, pois através
deles, a criança encontra muito mais alegria e divertimento, elaaprende a conhecer a
si própria e a conhecer o mundo em que vive.
Kishimotp ( 1993,p. 85) diz que : “ na situação do jogo ocorre o controle dos
impulsos , surgindo o conflito entre o que se gostaria de fazer e o que a regra
impõe . No jogo a criança tem que se resignar , o que contribui para que entre em
contato com o real.
Nesta concepção, o jogo de regra traz a oportunidade para viver situações
onde a ação, a tomada de decisão , a agressividade , são experienciadas
simbolicamente e concretamente ao mesmo tempo . Também no jogo de regra é
necessário afastar-se de si e perceber o outro, sendo que para jogar
estrategicamente é preciso colocar-se no lugar do outro; compreender a jogada do
outro . A ação cognitiva que permite o exercício da reflexão em cima de uma ação e
também a oportunidade para viver uma experiência onde prevalece a descentração ,
que é a condição básica para o amadurecimento emocional.
Bettelheim (1998, p.36) afirma que “através das fantasias imaginativas e das
brincadeiras baseadas nelas , as crianças podem começar a compensar as
pressões que sofrem na realidade do cotidiano.”.
Nesse sentido, brincando, a criança coloca-se num papel de poder , em que
ela pode dominar os vilões ou as situações que provocariam medo ou que a fariam
sentir-se vulnerável insegura. Por exemplo, a brincadeira de super-herói, ao mesmo
tempo em que ajuda a criança a construir a autoconfiança. Leva-a superar
obstáculos da vida real, como vestir-se comer um alimento, fazer amigos, enfim,
corresponder às expectativas dos padrões dos adultos.
Se observarmos a brincadeira infantil pode notar duas características que se
destacam de imediato: o prazer que envolve o jogo se contrapõe os momentos de
tensão. O jogo é prazeroso e sério ao mesmo tempo.
A criança quando brinca, imita a vida real das pessoas que a cercam, seus
conflitos são transformados em brincadeira, seus problemas são resolvidos no faz-
de-conta. Ela se apossa da vivência dos adultos para dar enredo as suas
brincadeiras.
Por que é importante brincar? O brincar é um fenômeno universal que tem
atravessado fronteiras e épocas, passando por várias transformações, mas
perpetuando-se na sua essência.
Segundo Friedmann ( 2003.p.11):
“ O brincar surge como oportunidade para o resgate de nossos valores mais
essenciais enquanto seres humanos ; como potencial na cura psíquica e
física, como forma de comunicação entre iguais e entre as várias gerações ;
como instrumento de desenvolvimento e ponte para a aprendizagem ; como
possibilidade de resgatar o patrimônio lúdico cultural nos diferentes
contextos sócio- econômicos.O brincar como desafio deste século em uma
perspectiva criativa, como instrumento de inserção em uma sociedade
regrada; como possibilidade de conviver com os outros ,de me colocar no
lugar do outro , de ganhar hoje e perder amanhã ; de liderar e ser
conduzido, falar e de ouvir . O brincar como desafio ao trabalho solidário ,
em equipe, a uma postura mais cooperativa e ecológica, como caminho do
conhecimento e descoberta de potenciais ocultos ; como caminho para
autonomia , a livre escolha e a tomada de decisões.

É importante brincar porque a imaginação e a fantasia são elementos


fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas,
sobre o eu e sobre o outro.
Uma criança para quem não é dada a oportunidade do lúdico, com certeza
terá maiores dificuldades no seu relacionamento em toda a sua vida, pois através do
jogo , da brincadeira criança torna-se menos inibida, mais participativa em todas as
atividades, principalmente naquelas relacionadas ao tempo escolar, tornando-se
mais atuante nas dinâmicas de grupo e em consequência disso mais criativa, assim
com crítica em relação ao mundo que a cerca.
Para reforçar o quanto é importante brincar, citamos o RCNEI, que assim
discute esse tema:
“Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
identidade e da autonomia, O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva a sua imaginação. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio de
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. Na
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. Na
brincadeira vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras
de convivência , assim como a elaboração de um sistema de representação
dos diversos sentimentos , das emoções e das construções. Isso ocorre
porque a motivação da brincadeira é sempre individual depende dos
recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações
de Interação social ( 1998,p.22)

Brincar é nossa primeira forma de cultura. Acultura é algo que pertence a


todos e que nos faz participar de ideais e objetivos comuns. A cultura é o jeito de as
pessoas conviverem e se expressarem , é o modo como as crianças brincam , como
os adultos vivem , trabalha ,fazem arte. Mesmo sem estar brincando com o que
denominamos “brinquedo“ a criança brinca com a cultura. O brincar é importante,
significa tanto para nós porque está presente desde que nascemos e se aceitarmos
poderá fazer parte de nossa vida para sempre.

A BRINCADEIRA E A APRENDIZAGEM

A educação brasileira passou recentemente por algumas modificações por


causa da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9394/96)e das propostas dos referenciais Curriculares Nacionais da Educação
Infantil e dos Parâmetros Curriculares Nacionais .
Esses fatos fizeram com que a década de 1990, todas as instituições de
educação brasileiras discutissem o assunto. Muitos professores concordaram com
tais diretrizes, outros não. O importante não foram os posicionamentos, mas a
possibilidade de debates que se desencadearam e permitiram o repensar
pedagógico. Nessas discussões, a atividade lúdica ganhou a importância como
estratégia para construção do conhecimento.
Kishimoto afirma que os jogos e brinquedos constituem um instrumento
valioso não apenas no processo ensino-aprendizagem, mas também no
desenvolvimento infantil, porém a dimensão dos jogos surge quando o adulto cria
situações lúdicas a fim de estimular a aprendizagem.
[...] quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto
com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem surge adimensão
educativa. Desde que sejam mantidas as condições para expressão do
jogo, ou seja, a ação intencional para brincar o educador está
potencializando as situações de aprendizagem. (KISHIMOTO, 1999, p. 35)

Para Martins ( 2003,p. 124 ):


O lúdico é no homem, uma forma global de expressão, envolvendo todos os
domínios de sua natureza, [...] o lúdico é uma vivência estimuladora e
motivadora do comportamento grupal: exige aprendizagem de
conhecimento, habilidades e normas que acabam se incorporando ao
cabedal do sujeito que o utilizará inteligentemente em outras situações.

Embora o brincar sempre tenha feito parte do cotidiano Infantil nem sempre
foi dada a devida importância. Rosseau, no Emílio reivindica a especificidade
infantil , a criança como portadora de uma natureza própria que deve ser
desenvolvida “ ( KISHIMOTO , 1997,p. 24).
Schiller e Huizinga consideram o jogo como básico para todas as atividades
superiores do homem e que na infância o brincar e o jogo devem ser o ponto crucial.
Para eles o homem não é completo se não brincar, pois tudo que envolve a vida e o
ser humano são frequentemente jogos sérios. Brinca-se de pintar ou de rimar, como
se joga xadrez; e muitas obras que encantam gerações e gerações foram para seus
autores meras brincadeiras
[...] Pelo jogo, com efeito, podemos abandonar o mundo de nossas
necessidades e de nossas técnicas, este mundo interessado que nos fecha
e nos estreita, escapamos da empresa do constrangimento exterior, do peso
da carne, para criar mundo de utopia. (CHATEAU, 1987, p. 13)

Sendo assim ao nos deliciar com jogos e brincadeiras fugimos da nossa


realidade e mergulhamos em um mundo repleto de fantasia. Criamos com as
brincadeiras e nos realizamos com os jogos.
Para Marzollo e Lloyd os jogos e brincadeiras são de suma importância para
desenvolver diversas habilidades e competências que incluem: os cinco sentidos; o
desenvolvimento da linguagem; a pré-leitura; a compreensão de relações; a seleção
e classificação; a contagem e mensuração; a solução de problemas; a exploração; a
criatividade; a auto-estima; e o crescimento físico.
Lewin vem dizer que a criança só brinca porque sua estrutura cognitiva ainda
não está estruturada, portanto entra facilmente no mundo da fantasia, onde não
existem regras e as coisas são mutáveis e arbitrárias.
A ideia de Buytendijk a respeito do jogo se assemelha a de Lewin, pois ele
afirma que a criança brinca porque o seu cognitivo ainda não está pronto para outra
ação além do brincar.
A idéia de Scarfe em relação ao jogo se assemelha a de Vygotsky, pois para
ele o jogo auxilia a criança no aprendizado de valores sociais, a alcançar a
maturidade e a harmonia com seu meio de pessoas e objetos. Para ele o jogo é
parte do desejo persistente do homem para conhecer mais sobre si mesmo e o
universo.
Tezani (2000) destaca que para Vygotsky a aprendizagem se dá através de
processos que englobam o indivíduo que aprende o que ensina e a relação
estabelecida entre eles. Essa conclusão levou Vygotsky a pensar sobre o conceito
de Zona de Desenvolvimento Proximal.
Nesse conceito a criança tem em cada momento de seu desenvolvimento um
nível de desenvolvimento real e um nível potencial. O nível de desenvolvimento real
diz respeito à capacidade que a criança tem de realizar as tarefas solicitadas de
maneira independente; o nível de desenvolvimento potencial é a capacidade que ela
tem de desenvolver as tarefas com o auxílio de adultos ou alguém mais experiente;
e o nível de desenvolvimento proximal é a distância entre esses dois primeiros
níveis, ou seja, o caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções
que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções
consolidadas, estabelecidas ao seu nível de desenvolvimento real. A zona de
desenvolvimento proximal é um domínio psicológico em constante transformação:
aquilo que uma criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje, ela
conseguirá fazer sozinha amanhã. (TEZANI, 2000).
Diante disso é importante salientar que o estímulo à zona de desenvolvimento
proximal através de desafios contribuirá para o avanço e o desenvolvimento das
funções mentais complexas da criança. Nesta perspectiva, Rego (2000) descreve
que uma das formas de proporcionar um ambiente desafiador, capaz de estimular o
intelectual, proporcionando desta maneira a conquista de estágios mais avançados
de raciocínio é através dos jogos e brincadeiras.
Segundo Danoff, Breibart e Barr 1977 (apud Rosamilha, 1979), jogando a
criança aprende a raciocinar, desenvolve seu pensamento lógico, expande seu
vocabulário e descobre relações matemáticas e fatos científicos. Partindo disto a
criança também desenvolve competências, ou seja, a capacidade que ela tem para
produzir os efeitos desejados.
Para Ferreiro (2007) mesmo diferenciando-se de Vygotsky quanto a
aprendizagem e o desenvolvimento, Piaget considera o jogo como uma ferramenta
indispensável para o processo de aprendizagem.
Através do contato com o outro a criança vai internalizar conceitos básico de
convivência. A brincadeira e os jogos permitem uma flexibilidade de conduta e
conduz a um comportamento exploratório, até a consecução do modelo ideal de se
portar com o próximo, resultado de experiências, conflitos e resoluções destes.
(FERREIRA, 2007)
É imprescindível destacar que o brincar e a aprendizagem estão intimamente
ligados. É através do lúdico que a criança se prepara para a vida, assimilando, se
integrando, e se adaptando as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a
cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social.
Outro autor que prioriza a aprendizagem social é Rosamilha ( 1979,p.62) que
afirma:
“O jogo ajuda a criança a aprender valores sociais, a alcançar a maturidade
e conseguir a harmonia cultural com seu meio de pessoas e objetos, isto é
tão importante que a vantagem das crianças que tiverem jardim de infância
sobre as que não tiveram não é que desenvolvem mais cedo habilidades de
ler e escrever , mas suas atitudes para todas as formas de aprendizagem ,
para a sociedade , a vida em grupo podem ser produtos do mais importante
aspecto da aprendizagem durante a primeira infância , a aprendizagem
social ou o desenvolvimento social , que em grande parte pode ser
desenvolvido por meio de jogo.

O brincar constitui-se na linguagem por excelência das crianças, através da


qual elas podem expressar-se e comunicar-se com o outro. Através do brincar,
acriança expressa seu ser integral, colocando corpo, mente sentimentos e espírito
em evidência. E é brincando, que a criança aperfeiçoa os sentidos, aprende a ver, a
ouvir, a manusear, a falar, enfim aumenta seu poder de expressão , revela seu
espírito de observação , de imaginação e de curiosidade.
Como pudemos observar, proporcionar aprendizagem é o mais freqüente
motivo pelo qual o brincar é considerado importante para a educação.

O PAPEL DO EDUCADOR NOS JOGOS E BRINCADEIRAS

O brincar exerce papel fundamental na Educação Infantil e é por isso que o


educador deve ter muita paciência, habilidade, compreensão e sensibilidade, pois
através das brincadeiras, a criança poderá traduzir seus sentimentos de medo, raiva,
agressões e carências que reprime quando está em casa ou com a família.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998,p.
29)é preciso que

“ o educador tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e


estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do
conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa”.

É função de o educador criar situações para que seja possível a ocorrência de


brincadeiras diversificadas, dando liberdade para as crianças escolherem os papéis ,
objetos ,temas, e companheiros com quem queiram brincar, e assim elaborem de
forma independente suas emoções , sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
É importante despertar o desejo da criança pelo jogo e estimula-la a persistir
até o final, importante é que, primeiro os educadores saibam brincar e assim
apresentem condições de propor jogos.
Para tanto é necessário que o educador se conscientize que o educando de
hoje não é mais o mesmo de antigamente e, portanto a metodologia a ser utilizada
não pode ser a mesma que um tempo atrás.
Um dos pontos importantes para que o professor possa atualizar sua
metodologia é perceber que a criança de hoje é extremamente questionadora, não
“engole” conteúdos desejados sobre ela sem saber porquê, ou principalmente para
quê. Portanto, o professor deve preocupar-se muito mais em saber sobre como a
criança aprende do que como ensina.
Para que a atividade torne-se ainda mais prazeroso o professor como
mediador do processo deve brincar junto com as crianças, pois eles gostam deste
ato e ele reforça os laços afetivos. Ao brincar junto com seus alunos o professor está
ao mesmo tempo estimulando e desafiando tornando o aprendizado mais rico e mais
significativo.
Segundo Santos (1997), apud Maluf (2001)
Brincar é a forma mais perfeita para perceber a criança e estimular o que ela precisa
aprender e se desenvolver [...] Diante desta realidade, faz-se necessário apontar
para o papel do professor na garantia e enriquecimento da brincadeira como
atividade social da infância.
Conforme Santos (2000, p. 163), além de educador, a família também exerce
papel fundamental em relação ao brincar: Fora do meio escolar a criança pode
receber todo estímulo para aprendizagem através da família , pois este é o primeiro
vínculo afetivo social da criança . É através da interação criança X pais no brinquedo
, brincadeira e/ou jogo pode-se demonstrar carinho e afeto , competição sadia ,
respeito, ordem , raciocínio , paciência perseverança e outrosvalores que contribuem
para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e psicomotor da mesma,”.
Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação de nosso amor à
criança . Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a educadora, com
os avós, ou com os irmãos e amigos.
O desenvolvimento da capacidade de se relacionar depende, entre outras
coisas , de oportunidades de interação com crianças da mesma idade ou de idades
diferentes em situações diversas . Cabe ao educador promover atividades
individuais ou em grupo, respeitando as diferenças e estimulando a troca entre
crianças (RCNEI, 1998,p.32)
Num contexto onde a relação adulta criança caracteriza-se pelo respeito
mútuo , pelo afeto e pela confiança, que são as necessidades básicas da criança, a
autonomia terá um campo para se desenvolver tanto do ponto de vista intelectual
como sócio –afetivo: a descentração e a cooperação são básicas para o equilíbrio
afetivo da criança, do qual depende o seu equilíbrio geral.
O educador tem um grande papel a exercer quando se fala do brincar na
educação infantil. Sendo que não basta ser um observador e mediador no processo
de ensino-aprendizagem. Muito, além disso, e além da interação e das
possibilidades e das possibilidades que envolvem os jogos e brincadeiras, ele deve
é saber brincar e entrar no mundo do faz-de-conta das crianças criando um
ambiente propício para que tudo aconteça de forma mais prazerosa possível.

MÉTODO

O Trabalho delimitou-se a falar de forma sucinta sobre os jogos e seu auxilio


no processo de ensino aprendizagem na Educação Infantil, visando o ensinamento
mais prazeroso e voltada a realidade dessa clientela atendida pelas escolas Infantis.
O projeto ocorrerá no período de junho a novembro de 2014, onde começará
seguindo o cronograma abaixo, sendo que durantes as realizações outras ações
serão acrescentadas de acordo com o planejamento da escola e equipe de
coordenação pedagógica e corpo docente das escolas de Ensino Infantil do
Município de Epitaciolândia.
Com o projeto, algumas ações serão necessárias para que a temática aqui
apresentada venha realmente modificar essa proposta tradicional e já ultrapassada,
com isso uma das ações seria proporcionar uma brinquedoteca, onde as crianças
terão um espaço totalmente voltado a ludicidade, bem como buscando uma
metodologia mais voltada ao mundo da criança, onde de acordo com o que foi citado
entre estudiosos que enriquecem esse estudo, é possível sim prender brincando.
CRONOGRAMA

Atividades realizadas para a realização do projeto de ensino

Atividades realizadas Julho Agosto Setembro Outubro Novembro

Escolha do Tema X

Leitura realizada para a X X


elaboração do projeto

Objetivos gerais e X
específicos

Apresentação do projeto a X X
instituição

Levantamento de material X X
para brinquedoteca

Entrega da brinquedoteca
para as crianças da escola X X

X
Procedimentos da X
Pesquisa

Entrega do projeto de X
Ensino
X
Apresentação do Projeto X
RECURSOS

 Livros;
 Internet;
 Escolas;
 Revistas;
 Conversas informais;

AVALIAÇÃO

Com o projeto de ensino busco levantar uma discussão sobre a importância


dos jogos no processo de ensino aprendizagem das crianças na educação infantil,
acrescentando uma reflexão sobre como o mesmo pode ser instrumento auxiliador e
facilitador do processo de ensino aprendizagem, buscando fazer um resgate de um
ensino prazeroso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após estudarmos sobre o brincar na educação infantil, podemos perceber a


importância que a brincadeira tem na vida da criança, tanto no âmbito escolar
quanto na vida social. O quanto ela é capaz de criar, o quanto a brincadeira
enriquece a sua mente, transforma a criança.
Compreendemos que o professor não é só mediador, mais sim o grande
colaborador para que a criança evolua, é ele quem cria oportunidades para que a
brincadeira e o jogo aconteçam. Pude conhecer a importância das aulas de
educação física e educação artística para a criança, aonde nas aulas de educação
física a criança se solta, cria movimentos, se manifesta através de gestos, e nas
aulas de educação artística ela cria, usa a mente para desenhar, trabalha o faz de
conta, a criança pinta conhecendo formas e cores de uma maneira divertida.
Enfim conclui-se que a brincadeira faz a criança, é uma fase que não é
passageira, nós somos adultos e ainda brincamos, ainda que em nosso
inconsciente, na imaginação. Fechando minha conclusão transcrevo uma citação de
Monique Deheinzelin que diz: “Soubéssemos nós adultos preservar o brilho e o
frescor da brincadeira infantil, teríamos uma humanidade plena de amor e
fraternidade. Resta-nos, então, aprender com as crianças”.
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