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GOIÂNIA
2024
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
RESUMO
O presente artigo visa a importância das brincadeiras no desenvolvimento e aprendizagem das crianças
na Educação Infantil. Tendo o objetivo de conhecer o significado do brincar e o lúdico, demonstrando e
conceituando os principais termos utilizados. Torna fundamental compreender o universo onde a
criança expressa para ela mesma e aceita a existência dos outros para estabelecer relações sociais,
construindo seus próprios conhecimentos. O benefício do brincar e dos brinquedos proporciona uma
socialização das crianças no mundo que vivemos. A pesquisa revelou a necessidade de os profissionais
da educação infantil superarem a problematização entre o brincar e o aprender, visto que ambos são
processos que se complementam. Este estudo proporcionará uma leitura mais eficiente da importância
do brincar na vida das nossas crianças.
1
Artigo apresentado como um dos requisitos para obtenção do título de licenciatura em pedagogia, sob a orientação
da Profª tutora: Marcia Alves conforme folha de aprovação em anexo.
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ABSTRACT
This paper aims to the importance of play in children's development and learning
in early childhood education. With the aim of knowing the meaning of play and playfulness,
conceptualizing and demonstrating the key terms used. Taking fundamental understanding of the
universe where the child expresses to herself and accepts the existence of others to establish
social relations, building their own knowledge. The benefit of playing and toys provides a
socialization of children in the world we live in. For the development of work literature, based
on the reflection of reading books, articles, videos, magazines, observation of children with toys
and games was used. Where they revealed the need for early childhood professionals overcome
the problematic between play and learning, as both are processes that complement each other.
This study will provide a more efficient reading of the importance of play in the lives of our
children.
KEYWORDS: Playing. Learning. Development. Child. Teacher. School. Early Childhood
Education.
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INTRODUÇÃO
Sabemos que o ato do brincar e as brincadeiras, são dois pilares que ajudam a compor a aprendizagem.
É uma construção singular que a criança vai fazendo segundo seu saber e vai transformando as
informações através das brincadeiras em conhecimento e vivenciando a alegria que acompanha este
processo. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção
da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre
jogo
e aprendizagem. Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança
pode reproduzir o seu cotidiano. De acordo com Kishimoto (1994), os primeiros estudos sobre jogos
datam da Grécia e Roma antigas, em que se colocava a importância do aprender brincando. Este mesmo
autor (2000). Ainda dizia que a brincadeira e o jogo interferem diretamente no desenvolvimento da
imaginação, da representação simbólica, da cognição, dos sentimentos, do prazer, das relações, da
convivência, da criatividade, do movimento e da autoimagem dos indivíduos. Há que se levar em conta
que todo o desenvolvimento que esses recursos trazem para o indivíduo é pré-requisito para ativar seus
recursos de conhecimento.
No século XV, a criança era vista como um adulto em miniatura. Ela era vestida
como adulta e a ela cabiam decisões como se fosse adulta. Infelizmente na época atual, em
algumas famílias, esta situação não é muito diferente. A criança ocupa, muitas vezes, o lugar do
centro de decisões: ela é a autoridade e os pais a obedecem. É ela quem determina a hora e onde
irá dormir; se vai ou não tomar vacina; se vai ou não escovar os dentes. Sabemos, porém, que
quem deve ditar as ordens são os adultos e as crianças devem passar grande parte de seu tempo
brincando, pois a brincadeira é uma espécie de linguagem universal, essencial ao
desenvolvimento e ao equilíbrio, não só da criança, mas da própria humanidade. Segundo o
dicionário Aurélio, 2003, p.308, brincar, é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar",
também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou seja, brincar é algo muito presente nas
nossas vidas, ou pelo menos deveria ser.
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O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o
contexto histórico e social que a criança está inserida. A brincadeira é recriada com seu poder de
imaginação e criação. As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das
crianças, com diferentes formas de brincar, porque hoje nós temos diferentes espaços
geográficos e culturais. O brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu
cotidiano e se
segura tão forte que impede a passagem de oxigênio, mas ele não segura por tanto tempo,
portanto, nenhum problema ocorre com essas brincadeiras.
De acordo com que Machado (2003), a mãe brinca com seu bebê mesmo antes de
ele nascer, pois fica imaginando como será ser mãe, e associa as lembranças de quando brincava
com sua boneca. Assim, quando o bebê nasce, já há uma relação criada da mãe para com o bebê
e do bebê para com a mãe, pois esse já reconhece sua voz. Dessa forma, a criança se desenvolve
através das interações que estabelece com os adultos desde muito cedo. A sua experiência sócio
histórica inicia-se nessa interação entre ela, os adultos e o mundo criado por eles, e quando os
pais estimulam seus filhos durante a brincadeira, se tornam mediadores do processo de
construção do conhecimento, fazendo com que seus filhos passem de um estágio de
desenvolvimento para outro.
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É por isso que não se deve pensar que a criança é apenas aprendiz, reprodutora de
cultura e conhecimento, um ser frágil e vulnerável, mas, na verdade, ela é tão sujeita quanto o
adulto, ela é co-construtora. Ao brincar, a criança tem a possibilidade de ir percebendo o
funcionamento das coisas que as rodeiam, e lentamente ir entrando no mundo dos adultos e nas
regras que os regem. As brincadeiras vão mudando à medida que as crianças crescem e se
desenvolvem. Primeiro, a criança brinca com o descobrimento do seu próprio corpo. Depois
descobre os objetos e as suas potencialidades. Segurando seus brinquedos com as mãos e
levando-os à boca. Esta é uma combinação dos objetos num jogo relacional ao "faz de conta",
um instante.
Piaget (1976), diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para
gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento
intelectual. Ele afirma:
A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a
que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos
conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. (Wallon,
1979, p. 210).
Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, e
isto, inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento (Rego,
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1932). Brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança
deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas
necessidades básicas de aprendizagem. O jogo, em seu sentido integral, é o mais eficiente meio
estimulador das inteligências. O espaço do jogo permite que a criança (e até mesmo o adulto)
realize tudo quanto deseja. Quando entretido em um jogo, o indivíduo é quem quer ser, ordena o
que quer ordenar, decide sem restrições. Graças a ele, pode obter a satisfação simbólica do
desejo de ser grande, do anseio em ser livre.
Socialmente, o jogo impõe o controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas sem que se
aliene a elas, posto que são as mesmas estabelecidas pelos que jogam e não impostas por
qualquer estrutura alienante. Brincando com sua espacialidade, a criança se envolve na fantasia e
constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde
precisa conviver. Dessa maneira ela aprende a esperar sua vez, ser e interagir de forma
organizada, respeitar regras e restrições que muitas das vezes são em grupo quando extrapola em
algum brincar, aprendendo então a ganhar e perder.
Os jogos na área educacional tiveram início no século XVI como apoio à prática
pedagógica, e tinha como objetivo, a aquisição de conhecimentos diversos e a partir daí,
conquista seu espaço definitivo na educação infantil. Entretanto, nos processos de expansão, a
pré-escola acabou cerceando o jogo livre proposto inicialmente por Froebel e criou condições
para o aparecimento dos jogos didáticos e educativos, com finalidades definidas. O processo
gradual de escolarização acabou dando uma nova forma ao jogo pré-escolar: um jogo aliado ao
trabalho escolar, um jogo que visa à aquisição de aprendizagens específicas, definidas a priori,
tais como forma, cor, números, além de comportamentos mais amplos e complexos como
cooperação, socialização, autonomia entre outros. Kishimoto (2002), ressalta a contribuição de
Froebel quando institui nos jardins de infância a utilização de brincadeiras e brinquedos,
atividades livres e orientadas, intercaladas por movimentos e músicas, todos estes aparecendo
como suporte da ação docente destinados à apropriação de habilidades e conhecimentos.
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Baseado em seus estudos, observamos a aplicação da teoria froebeliana sobre o brincar livre e
colaborando com o desenvolvimento. Era destinado apenas a classes privilegiadas, em
instituições específicas como os jardins de infância e em tempo curto de curso. Já para os menos
favorecidos eram destinadas às escolas maternais de caráter assistencialista, por período integral,
onde se acreditava que essa classe necessitava de constante controle e disciplina. Em Kishimoto
(2002), podemos observar o aparecimento do brinquedo nas escolas:
Quando brinca, a criança pensa e se organiza para aprender aquilo que está no
momento de aprender, na brincadeira espontânea a criança cria, escolhe e organiza seus brinquedos,
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lidando com o mundo à sua maneira e aprendendo o que ela quer aprender. Neste sentido, vale
ressaltar nas palavras de Almeida (2003).
De acordo com Macedo (2003), a escola pode e deve ser um lugar de brincadeiras e
jogos (livres ou dirigidos) de atividades que será significativa para a criança, que estimulem seu
pensamento e sua criatividade. Entretanto, ao incorporar algumas características tanto do trabalho
como do jogo, a escola cria a modalidade do jogo educativo, destinada a estimular a moralidade, o
interesse, a descoberta, e a reflexão. As brincadeiras livres ou espontâneas permitem à criança chegar
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às suas próprias conclusões sobre o mundo que a cerca, pois ela transforma e recria objetos dando a
eles novas formas. Entende-se que a ação do educador é fundamental no processo denominado
brincadeira, pois a sua intermediação poderá ser requisitada a qualquer momento, seja para incentivar
ou para moderar as atividades. Kishimoto (2003), aconselha que a manifestação do imaginário infantil,
por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente.
Conforme Oliveira (2000), o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo
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mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda sua vida. Através do brincar, a criança pode desenvolver capacidades
importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o
desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e
criatividade. As crianças aprendem através da relação com outras pessoas, além do contato com os
objetos e com o meio ambiente, explorando e vivenciando esses materiais. Mas todo esse
desenvolvimento em aprender brincando deve ser muito bem planejado, com objetivos, recursos,
desenvolvimento, para que, ao final, o professor possa ter o retorno se a atividade foi bem desenvolvida
e os objetivos alcançados. Por meio do brinquedo, a criança solta suas emoções, seus sentimentos de
felicidade, paixões, tristezas e agressividades, podendo assim será um detector do professor quanto ao
comportamento da criança.
Hoje em dia muitos educadores estão presos a esta prática, que parece ser tão natural,
onde querem que crianças fiquem imóveis para aprender. Devemos ter a consciência de que o prazer e
o aprender não devem ser separados dentro das escolas, um deve completar o outro. Quando a criança
aprende brincando ela aprende de maneira natural. Esse aprendizado é muito mais significativo para
ela, a aprendizagem deve despertar a curiosidade e vontade de aprender no aluno, não deve ser
imposto e forçado através de atividades repetitivas, maçantes e insignificantes para o aluno. Baseado
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nas pesquisas de Piaget, Vygotsky e Wallon, o professor da área de educação infantil deve ter como
princípio a valorização do sujeito e o papel da interação social no processo de aprendizagem e no
desenvolvimento da criança. Nessa perspectiva, o educador deverá propiciar situações, brincadeiras e
aprendizagem orientadas de forma integrada e que contribua para o desenvolvimento das capacidades
infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação,
respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e
cultural.
A grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está nas mãos do
professor. Por mais que o diretor ou o coordenador pedagógico tenham boa intenção, nenhum projeto
será eficiente se não for aceito, abraçado pelos professores porque é com eles que os alunos têm maior
contato. O artigo 13 da LDB discorre sobre a função dos professores:
Para trabalhar com crianças da Educação Infantil, o professor deve ter uma
competência polivalente, o que significa que lhe cabe trabalhar com conteúdo diversos, que
abrangem desde cuidados básicos essenciais, até conhecimentos específicos provenientes das
diversas áreas do conhecimento. Por meio dos jogos e brincadeiras lúdicas, o professor estimula
a imaginação das crianças, fazendo com que ideias e questionamentos sejam despertados. É
preciso que o professor fique muito atento para que nenhuma criança seja autoritária com as
outras, e que todas tenham as mesmas oportunidades na brincadeira. O professor deve estar
atento também com a competição nos jogos, e deve intervir quando necessário, para que as
crianças saibam que os jogos são coletivos e democráticos, e dão condições de vencer a todos os
jogadores. É muito importante lembrar que as crianças têm todo o seu aprendizado baseado em
imitações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo faz-se uma reflexão sobre o assistencialismo e o educar, bem como,
discute-se as bases do significado de ensinar e apenas cuidar, ressaltando seu caráter de unicidade, ao
invés de dupla tarefa. Foi possível perceber que o brincar existe desde a antiguidade, já sendo utilizado
como fonte de ensino e que até os dias atuais podemos verificar que além de ser usado como fonte de
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aprendizagem, ele também é usado para um melhor desenvolvimento em todos os aspectos da criança.
As crianças conseguem se expressar, criar, fantasiar e as professoras também proporcionam esses
momentos, sendo colaboradoras do processo.
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio_Aur%C3%A9lio
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