Você está na página 1de 5

Tema: Factores que influenciam os resultados Pedagógicos dos alunos

Introdução
O desempenho dos alunos no contexto escolar pode ser influenciado por factores diversos,
endógenos e exógenos. A falta de atenção na aprendizagem dos alunos pode estar ligado às
suas capacidades intelectuais, que não conseguem assimilar e processar as informações
obtidas tendo grandes dificuldades em aplicar as informações adquiridas. Dessa forma, é
relevante ressaltar que cada aluno precisa por si mesmo criar elementos que o ajudem na
aquisição de conhecimentos. É função primordial do professor construir meios que despertem
no educando o desejo de aprender, a curiosidade, impulsionando-o na busca por
conhecimentos.
Entretanto, existem diversos factores que podem interferir negativa ou positivamente no
processo de aprendizagem do aluno. Entre eles, destacam-seaspectos ambientais, económicos,
sociais, afectivos, psicológicos, emocionais e familiares. Factores como condições
habitacionais,sanitárias, de higiene e de nutrição também são considerados determinantes para
a aprendizagem do aluno na escola e fora dela. No presente trabalho, serão arrolados alguns
dos factores acima mencionados e as estratégias de melhoria dos resultados pedagógicos.

Factores sociais e económicos


Quando as condições financeiras ou económicas das famílias não permitem um maior cuidado
ou zelo para com o aluno, pode haverbaixo rendimento escolar por falta de recursos que lhe
proporcionem boa alimentação, boa vestimenta ou melhor qualidade de vida, desaúde, lazer
etc.
Isso inclui o meio no qual essa criança ou adolescente está inserido, pois comportamentos
inadequados por parte depais ou responsáveis, principalmente promiscuidade, prostituição,
drogas na família, violência doméstica, desemprego edesestruturação familiar são factores que
interferem directamente no comportamento da criança ou adolescente, contribuindo para
dificultar sua aprendizagem (FRANCA, 2018).

Factores físicos e mentais


Os factores físicos e mentais também são limitantes da aprendizagem do aluno, pois alunos
com dificuldade de locomoção enfrentammais dificuldades que alunos que não possuem essas
limitações, principalmente quando as escolas não possuem condições de acessibilidade, como
rampas para cadeirantes e banheiros adaptados, carteiras acessíveis etc. Quando os factores
são mentais, as dificuldades são maiores, visto que muitas escolas ainda não estão preparadas
para receber essas crianças em suas salas deaulas regulares, devido principalmente à falta de
professores e funcionários qualificados, o que, sem sombra de dúvida, torna-se factorlimitante
da aprendizagem, principalmente quando eles precisam de cuidados especiais por parte de
professores e acompanhantes,tornando esse factor determinante para a aprendizagem de
alunos com necessidades especiais, notadamente quando a escola aindanão está inserida na
perspectiva inclusiva.

Tamanho das turmas


O efeito do tamanho da turma sobre resultados pedagógicos dos alunos é alvo de
controvérsias, mas surge como possível influenciador de desempenho.
Alves e Soares (2007), argumentam que a aprendizagem diz respeito à aquisição de
conhecimentos, de habilidades, de crescimento intelectual ou físico etc., o que é central para a
educação e para a escola. Mas as escolas recebem alunos com níveis de conhecimento
diferenciados e a aprendizagem dificilmente é uniforme no tempo, e tampouco no indivíduo.
Ela varia em função de características dos alunos, mas também em função da organização
escolar e das práticas pedagógicas.

A actuação docente como factor determinante na aprendizagem


Outro factor que pode ser determinante para dificultar ou facilitar a aprendizagem do aluno
diz respeito à actuação docente, que épercebida tanto na condução da aula como nas relações
o professor com os alunos; esses dois eixos levam inevitavelmente a manifestações expressas
ou reprimidas no aluno. De acordo com Mahoney (2000, p. 13), o professor e o aluno
constituem um par unitário, indivisível quando analisamos o que ocorre em sala de aula. A
aprendizagem é o resultado desse encontro. Entre os factores que podem facilitar a
aprendizagem do aluno:
a) Actuação que facilita a aprendizagem
Ainda de acordo com Thatiana, os comportamentos do professor que facilitam a
aprendizagem são: dirigir atenção ao aluno; preocupar-se com a aprendizagem do aluno;
apoiar o aluno; ser exigente e humano; ser calmo e paciente; respeitar o ritmo do aluno; gostar
do que faz; ser alegre e engraçado; estimular e elogiar o aluno; saber ouvir.
Entretanto, esses comportamentos podem proporcionar um relacionamento positivo entre
professor e aluno em sala de aula.
O fato de o professor dirigir atenção ao aluno, demonstrando preocupação com sua
aprendizagem, facilita o processo de aprendizagem e optimiza a aceitação do conteúdo por
parte do aluno.
Leite (2006) evidencia a importância do papel do professor, para a constituição da auto-estima
do aluno, apresentando repercussões afectivas e cognitivas, uma vez que, para o autor, auto-
estima e desempenho alimentam-se mutuamente.
O autor ressalta ainda que,as relações vivenciadas externamente reflectem internamente
através de actos e pensamentos, emoção, sentimento e estados motivacionais, possibilitando,
por exemplo, a constituição de sujeitos seguros (ou não), motivados para enfrentar novas
situações, e, mesmo superar desafios e eventuais fracassos (Leite, 2006, p. 40,).
Desta forma, o fato de o professor gostar do que faz torna-o facilitador do processo de
aprendizagem, porque o maior domínio do conteúdo (saber ensinar e “saber conduzir a aula”)
é um aspecto importante no processo de ensino-aprendizagem.
Almeida (2006, p. 51,) diz que, “quando o aluno sente no professor a disponibilidade, o
entusiasmo, a sinceridade, mostrando-lhe a beleza do processo de construção do saber, o
aluno admira o professor por sua competência”.
b) A actuação que dificulta a aprendizagem
Para Thatiana, as formas de o professor conduzir a aula que dificultam a aprendizagem do
aluno são: não ter clareza nas explicações; apresentar aulas monótonas; recusar-se a ensinar
e falta de comprometimento; não permitir a produção e a participação do aluno; não
esclarecer as dúvidas dos alunos; não corrigir lições; apresentar uma linguagem
inadequada, etc.
Estas práticas pedagógicas são ineficazes constituindo um grande obstáculo à aprendizagem
do aluno. O fato de oprofessor não responder ou esclarecer as dúvidas levantadas pelos alunos
pode ser entendida por eles como sinal de descaso para com eles e para com a sua
aprendizagem. Tal falta de comprometimento provoca no aluno atitudes como falta de
interesse e estímulo para aprender.
Freire (2002, p. 25) ressalta o fato de o professor não ser um transmissor de conhecimento,
quando diz que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a
sua produção ou a sua construção [...]”. O autor ainda destaca que o professor, ao ensinar,
também aprende, e que o aluno, ao aprender, também ensina.
O professor deve se colocar como mediador do conhecimento, ele o representa; nesse
sentido,deve sair do lugar do conhecimento para que esse conhecimento possa circular entre
todos – alunos e professores.
Sobre ocompromisso e a competência do professor, Almeida (2005, p. 81,) diz que,na relação
professor-aluno, é ele (o professor) que acaba seleccionando entre os saberes e os materiais
culturais disponíveis em dado momento, bem como tornando, ou não, esses saberes
efectivamente transmissíveis; é ele que faz a aproximação do aluno com a cultura da sua
época.

Estratégias de melhoria dos resultados pedagógicos dos alunos


No processo de ensino e aprendizagem, existem estratégias que o professor pode aplicar de
modo a ter bons resultados nos seus alunos, dentre elas destacam-se:
a) Mudar a visão que os alunos têm dos estudos
A primeira mudança a ser adoptada diz respeito à uma alteração de mentalidade que deverá
gerar efeitos práticos, a longo prazo. Trata-se de mudar a imagem que os alunos têm dos
estudos.

Estudar é, muitas vezes, visto como um afazer mandatório e entediante, quase uma punição
que pais e professores impõem aos jovens. Porém, isso não deveria ser assim, afinal, a
possibilidade de entrar em contacto com o novo e de compreender mais o mundo ao nosso
redor é algo que deveria se apresentar como extremamente estimulante. Para que esse quadro
mude, é interessante que as actividades escolares sejam apresentadas como desafiadoras e
cativantes.

b) Uso de meios e métodos de ensino que despertem o interesse do aluno


i) A utilização da tecnologia aliada à educação, por exemplo, é uma estratégia bastante
promissora para motivar o estudo.  Actualmente, a maioria dos alunos é bastante ligada
a aparelhos tecnológicos e a ferramentas digitais. Aproveitar as ferramentas digitais na
aprendizagem do aluno pode ser uma estratégia de melhoria dos resultados pedagógicos;
ii) Propor actividades externas, de modo a prender a atenção e instigar o pensamento
dos alunos é outra estratégia favorável.   Nestas situações, é preciso saber manter o foco
nos objectivos, mas sair do lugar-comum é mais do que recomendado. Além dos
exercícios que envolvem a tecnologia, é preciso usar a criatividade para fazer com que
aulas fujam do esquema restrito ao livro, ao caderno e ao quadro.
iii) Propor aulas praticas que envolvem meios do quotidiano do aluno pode constituir
uma estratégia que capaz de manter o interesse do aluno pela aprendizagem.
c) Acompanhar o desempenho dos alunos
Outra estratégia para melhorar o desempenho dos estudantes é sempre estar atento ao
resultado geral da turma. Uma dificuldade recorrente em Matemática, Química ou Física por
exemplo, pode ser um sinal de que o conteúdo não está sendo trabalhado da melhor forma. É
essencial que o professor esteja atento, também, aos sinais de dificuldade de aprendizagem.
Referencias Bibliograficas
FRANCA, Luisa. Como fazer com que o desempenho dos alunos melhore.Brazil, 2018
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - entre duas
lógicas. Artmed. São Paulo, 2004.
Almeida, A. (1998). Visitas de estudo, Concepção e eficácia na aprendizagem. Lisboa: Livros
Horizonte.
SEGUNDO, Thatiana. Afetividade no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação
(Mestrado em Educação) – PUC-SP. São Paulo, 2007.
Alves, M. T. G., & Soares, J. F. (2007). Efeito-escola e estratificação escolar: o impacto da
composição de turmas por nível de habilidade dos alunos. Educação em revista, 45, 25-59.

Você também pode gostar