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Livro - Unidade 4
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1. Aula 1- Introdução
Um dos grandes fatores que tem levado nas últimas décadas a busca por novas formas
de lidar com este problema é devido às taxas de evasão e reprovação que estão com
alto nível, principalmente nas séries finais do ensino fundamental e nos anos iniciais do
ensino médio. Com isso, programas governamentais tem sido implantados e
implementadas com a intenção de dar subsídios à escola para a superação desses
níveis tão negativos, influenciado diretamente nas formas de avaliação,
nos direcionamentos das ações escolares, na prática do professor e na busca pela
autonomia do aluno.
Porém, apesar dessa busca por melhores condições e para se evitar o fracasso
escolar, ao se investigar como se dá a aprendizagem de uma pessoa com dificuldades
de aprendizagem e porque muitas dessas crianças apresentam em seu histórico o
fracasso escolar, devemos buscar a origem do problema, o que afinal leva alunos a
desistirem ou a ter dificuldades em aprender e, afinal questionar: de quem é a culpa?
O fracasso escolar tem sido um fantasma na vida de muitas crianças e adultos que
apresentam transtornos que causam prejuízos à aprendizagem, pois sem dúvida o
fracasso ele causa sofrimentos e traz grandes consequências a vida acadêmica e
social.
Pais, professores e cientistas têm demonstrado cada vez mais preocupação ao ter que
lidar com o fracasso escolar por isso, tentam chegar a uma ou algumas formas de lidar
com esta situação.
Segundo Cordié (1996 apud BOSSA 2001 p.18) o fracasso escolar tem suas raízes
históricas no século XIX quando a escolaridade passou a ser obrigatória por conta das
questões econômicas e estruturais.
Cordié (1996 apud BOSSA 2001 p.18) ressalta que não é apenas o as exigências da
sociedade moderna que causa os transtornos de aprendizagem, “mas um sujeito que
expressa seu mal-estar na linguagem de uma época em que o poder do dinheiro e o
sucesso social são valores predominantes” sofre a pressão social e, a este sujeito que
sofre com as exigências e pressões sociais tem apenas a escola como um espaço
de escape.
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A avaliação, nessa concepção é associada a “fazer prova”, “tirar nota”, “passar de ano”
etc. Muitos professores imbuídos desta concepção veem na avaliação uma arma de
tortura para alunos indisciplinados.
Haidt (2002) afirma que a avaliação tem a função não apenas de avaliar os alunos
como também o desempenho do professor como reflexo do que a turma aprendeu,
mas também tem outros propósitos: conhecer os alunos, os conhecimentos prévios da
turma que servirão de base para o trabalho do professor, verificando o que precisará
ser retomado antes dos novos conteúdos, e ainda, determinar o trabalho antes dos
novos conteúdos e analisar se o aluno progrediu ou não; identificar as dificuldades de
aprendizagem e suas possíveis causas, natureza cognitiva, afetiva, emocional, social,
afim de superá-las e, perceber se os objetivos propostos para o processo ensino
aprendizagem foram ou não atingidos em uma avaliação formativa, que visa
demonstrar se os alunos já conseguiram assimilar e aquilo que lhes falta para uma
aprendizagem completa.
A avaliação formativa proporciona ao professor dados para que possa aperfeiçoar sua
prática e adequá-la à necessidade do aluno; e ao discente oferece dados sobre seu
progresso e suas dificuldades.
Este fator remete a outra função, que é fazer parte do aperfeiçoamento do processo
ensino aprendizagem, visto que desta forma o professor poderá com maior segurança
adequar os métodos e técnicas ao perfil da classe, atendendo suas necessidades. A
avaliação formativa deverá ser realizada com harmonia com a avaliação somativa, a
qual tem função classificatória, proporciona comparação, competição e seleção, a
unidade das duas buscas além da promoção dos alunos de uma classe à outra, a
internalização dos conteúdos.
Segundo Gadotti (1990), a avaliação também se constitui como uma questão política.
Ele assim afirma no sentido de poder servir como um instrumento de poder, de julgar.
Isso se vê em sala de aula quando uma nota serviu para comparar os alunos: aqueles
que atingiram notas mais altas são os mais inteligentes, merecem maior atenção do
professor e dos colegas; e aqueles que conseguiram notas baixas da média
são julgados os piores, problemáticos, sem solução e desprezados pelos colegas e
muitas vezes pelo próprio professor. Ou ainda, vê a avaliação como instrumento de
crescimento qualitativo para ambos, professor e aluno, pois a partir dela as falhas e os
acertos ficam mais evidentes, deixando mais explícito o que deve ser melhorado,
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Porém, esta instituição social não pode ser culpada por todas as suas ações sem antes
se analisar a situação do sistema educacional como um todo.
Apesar de ter alcançado na rede pública a meta proposta, o Ideb (2013) não obteve
êxito total nas taxas de aprendizado em nenhuma das etapas escolares e deve garantir
formas de proporcionar educação de qualidade aos alunos.
Bossa (2001, p. 18) ao comentar sobre a educação brasileira lembra que “o sistema
escolar ampliou o número de vagas, mas não desenvolveu uma ação que o tornasse
eficiente e garantisse o cumprimento daquilo que se propõe, ou seja, que desse acesso
à cidadania”.
Aqui nos restringiremos a partir destas afirmações, ao ponto de que ensinar não é
transferir conhecimento e sim, dar possibilidades ao educando quanto ser autônomo e
possuidor de conhecimentos. Afinal, antes de qualquer formação ou vivência escolar o
aluno tem uma cultura ao chegar à escola que é diferente do professor, mas esta não é
“pior, ou melhor,”.
Ao professor, segundo Freire (2004), cabe educar para a consciência, e nunca propor
apenas a sua visão como a única, a verdadeira e correta. O aluno deve sempre ter
autonomia para escolher o caminho a seguir (Filme: Escritores da Liberdade).
5.1. .
O educador deve sempre compreender que é um ser inacabado, predisposto ao erro,
que tem suas falhas e suas potencialidades também, contudo não é o dono do saber,
por esta razão é que deve sempre buscar a transformação. Ele deve reconhecer que
está condicionado, às questões que a sociedade o impõe, pois por mais que acredite
que se mantém distante das questões ideológicas, o docente sempre está envolvido,
mesmo que subjetivamente, aos aspectos ligados à política, a economia e a todas as
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É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor
na classe, tomando decisões, orientando
atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção
individual e coletiva do grupo, isto não é sinal de autoritarismo
de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever
(FREIRE,2004, p. 61).
Mas, não há esperança e mudança se o ato educativo não despertar curiosidade tanto
no agente, quanto no paciente da relação. É aqui que a criatividade do professor deve
manter-se em ascensão, para poder dar solidez às necessidades, dúvidas e impasses
que vão sendo criadas na mente do educando com dificuldades de aprendizagem.
Estas, o levarão a querer descobrir mais sobre um determinado assunto que
foi proposto nas atividades nas aulas. Se o professor assumir uma postura de renúncia
de suas próprias versões e começar a dar mais espaço para que o aluno trabalhe,
certamente ele adquirirá autonomia para verbalizar suas curiosidades que foram
excitadas pelo conhecimento recebido a partir de determinado assunto.
Compreendemos então, que uma pedagogia voltada para a autonomia do aluno com
dificuldade de aprendizagem e do professor que busca ser um facilitador, só poderá ser
verdadeira se partir da premissa de que todos são agentes da sociedade e que são
capazes de transformá-la partindo das construções realizadas no ato de ensinar.
A família, como instituição formadora, busca em sua raiz preparar o sujeito para as
vivências que fazem parte da sociedade, visto ser nela o ambiente em que o sujeito
recebe os primeiros ensinamentos e observa os ensinamentos dos adultos. Moreno e
Sastre (2002) explicam que os fundamentos éticos que governam a pessoa são
estabelecidos nesta instituição social. A influência da família é algo profundo,
duradouro e que contagia todo o ser.
aprende desde o início ações que despertaram o interesse para o estudo, por exemplo.
Os autores enfatizam que estão incluídos neste grupo a escola e a família, ambas tem
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7. Resumo
Nesta unidade, estudamos que as causas do fracasso escolar têm sido analisadas a
partir dos prejuízos que ele proporciona a pessoa com dificuldades de aprendizagem.
Porém, observamos que cada um dos meios em que o aluno está inserido, é de certa
forma responsável pelo baixo rendimento escolar e pelos problemas na vida social e
acadêmica.
8. Referências
HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática Geral. São Paulo: Ática, 2002.