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Índice

1. Introdução............................................................................................................................4

1.1. Objectivos:...................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral:....................................................................................................4

1.1.2. Objectivos Específicos:.........................................................................................4

1.2. Metodologias................................................................................................................4

2. Educação..............................................................................................................................5

3. Insucesso escolar.................................................................................................................5

4. Desistência escolar..............................................................................................................5

5. Teoria das necessidades de Maslow....................................................................................6

6. Causas da desistência escolar..............................................................................................7

6.1. Causas Socioculturais...................................................................................................7

7. Desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie....................................................9

7.1. Causas internas à Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie......................................10

7.2. Influência dos pais para a não desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de
Sábie 13

8. Conclusão..........................................................................................................................16

9. Referências Bibliográficas.................................................................................................17

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1. Introdução
O presente trabalho, visa fazer uma abordagem profunda, no que diz respeito à desistência dos
alunos nas escolas, em particular, na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie.

Desistência escolar é o acto de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em


decorrência de qualquer motivo. As desistências têm comprometido o processo de ensino-
aprendizagem e o rendimento escolar dos alunos, fenómeno este encontrado dentro das
escolas.

1.1. Objectivos:
1.1.1. Objectivo Geral:
Conhecer as causas da desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie.

1.1.2. Objectivos Específicos:


 Identificar as causas da desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie;
 Descrever as causas da desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie e;
 Explicar a influência dos pais para a não desistência escolar dos alunos da Escola
Primária do 1º e 2º Grau de Sábie.

1.2. Metodologias
O presente trabalho pauta-se numa pesquisa bibliográfica qualitativa, com base em livros e
sites. Para a realização do mesmo, foram feitas pesquisas bibliográficas a fim de aprofundar o
conhecimento e confrontar as ideias dos autores, é apresentado mediante dados levantados
através de pesquisa com a descrição geral, apresentando assim um perfil descritivo do estudo
em questão analisado. O estudo fez uso da internet, a fim de buscar os veículos de
conhecimento para analisar o problema proposto e chegar a um resultado satisfatório. Para
selecionar os conteúdos mais importantes para o tema, foram realizadas leituras, fichas de
leituras e resumos que ajudaram a extrair e adquirir informações necessárias e importantes de
forma exploratória.

Serviu-se também da experiência dos professores da escola em causa.

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2. Educação
Segundo Cotrim e Parisi (1985), “consideram educação como um processo de adquirir
experiências que actuam sobre a mente e o seu físico, essas experiências influenciam no
comportamento do individuo em termos de ideias ou acções, enquanto outros poderão ser
rejeitados e não assimilados (p.21).”

Nesta perspectiva a educação visa essencialmente integrar a pessoa no meio social onde ela
vive, convive, trabalha e se diverte, por meio da educação a pessoa socializa-se, adquire
conhecimentos que poderão ser úteis no presente e no futuro. Assim a educação torna-se
necessária na medida em que possibilita a sua inserção nas actividades e tomada de decisão
dessa sociedade a que estiver inserida.

3. Insucesso escolar
A natureza do insucesso escolar encaminha a uma reflexão sobre o papel de toda a
comunidade escolar e familiar, num sistema que deve criar motivação visando conduzir os
alunos para o êxito escolar, o insucesso escolar refere-se ao fracasso em qualquer
empreendimento, é concluir-se um empreendimento sem êxito ou mau êxito, é sinónimo de
reprovação.

Segundo Bossa (2002), o insucesso refere-se ao facto de um aluno não ter podido chegar ao
fim do nível, do ciclo de estudos empreendidos, ter fracassos no fim por falta dum número
suficiente de bons resultados.

Na opinião da Palme (1992) “a instabilidade e movimentações das famílias, a procura de


melhores condições de vida, contribui para determinadas crianças abandonarem a escola, é
certo que essas movimentações não são descabidas, são devidas à extrema pobreza da maioria
das famílias, onde escasseiam outros recursos de resolução desse mal” (p. 121).

4. Desistência escolar
Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito,
falta de sucesso que se desejava” ou ainda desastre, fracasso, o termo desistência ou fracasso é
habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim, o qual
assume, entre outros, os seguintes significados “o mau êxito, perda, malogro”.

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Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao
abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as
reprovações, repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.

O mesmo autor refere que a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de


inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos
conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo dá ênfase aos problemas
que os alunos não conseguem resolver, nomeadamente:

 Entre a escola e a realidade em que vivem;


 Entre as aprendizagens exigidas pela escola e as da família e do meio social e;
 Entre as aspirações, normas e valores da família e as exigências da escola.

Marchesi e Perez (2004) defendem que o termo de desistência escolar é ainda mais discutível
por enquanto encerra algumas ideias: em primeiro lugar, a ideia de que o aluno “fracassado”
não progrediu praticamente nada em âmbito dos seus conhecimentos escolares, nem a nível
pessoal e social, o que não corresponde em absoluto a realidade.

Em segundo lugar, porque o termo “fracasso” oferece uma imagem negativa do aluno ao
mesmo tempo que centra neste, toda a responsabilidade do insucesso escolar, esquecendo a
responsabilidade de outros agentes e instituições como condições sociais, a família, o sistema
educativo ou a própria escola”.

Depois de discutido a terminologia da desistência escolar, os autores acima encaram o


presente termo de forma unânime ao considera-lo como sendo um acto de deixar ou
abandonar os estudos ou a escola antes do término do período ou ciclo, sem atingir os
objectivos pretendidos.

5. Teoria das necessidades de Maslow


A teoria das necessidades foi apresentada por Abraham Maslow na metade do século XX,
como resultado dos seus estudos sobre o comportamento humano explica o que motiva os
indivíduos a partir das necessidades humanas em um dado contexto, que obedecem uma
hierarquia, onde para a satisfação do topo o individuo precisa satisfazer primeiro as
necessidades básicas, (Texeira, 2005):

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Necessidades fisiológicas: referem-se à alimentação, abrigo, repouso, ar, entre outros;

Necessidades de segurança: dizem respeito a protecção contra perigo ou privação, ou seja,


contra violência, a doença, a guerra, a pobreza, entre outros;

Necessidades sociais: tem a ver com a afeição, a inclusão nos grupos, a aceitação e aprovação
pelos outros;

Necessidade de estima: englobam a reputação, o reconhecimento, auto-respeito, admiração;

Necessidades de auto-realização: referem-se à realização do potencial de cada indivíduo, a


utilização plena dos seus talentos.

Esta teoria contribui para o processo de ensino-aprendizagem a medida que explica a


importância do ciclo motivacional, pois quando este não existe no ambiente escolar, causa
desde comportamento ilógico até passividade e não colaboração por parte do aluno. A teoria
de Maslow por enfatizar que o aluno tem a capacidade de aprender tendo como base as suas
necessidades pois vê no aluno potencialidades que o levam a aprender sem, no entanto, estar
sujeito a conteúdos e condições de aprendizagem que não resolvem seus problemas e os da
sua comunidade.

Neste sentido, o fenómeno de desistência pode ter explicação pois o aluno não encontra
motivação para aprender optando por abandonar a escola, o aluno precisa de ter as
necessidades fisiológicas satisfeitas plenamente para que consiga entender as aulas, a
necessidade de estima é relevante pois o sucesso e o insucesso do aluno dependem muito de
como ele se sente na sala de aula e na escola.

Através das necessidades sociais, o aluno sente-se integrado num certo grupo oque motiva
ainda mais a sua vontade de ir à escola.

6. Causas da desistência escolar


Neves (2012), resume o ponto de início das causas de desistência escolar, onde recorre ao
indivíduo, família, escola e meio envolvente, defendendo que “a causa da desistência escolar
tem origem nas interacções desses quatro sistemas, e que esta correlação pode ditar o
abandono escolar, primeiro pelos aspectos sócio culturais exigidas pela escola e ainda pelo
perfil do aluno que esta escola necessita” (p. 12).

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Assim, o aluno que não se adequar ao padrão, terá incidência de afastar desse meio escolar,
partindo da visão deste autor, fez-se a correlação entre o ambiente externo considerando os
aspectos socioculturais, para aferir-se as causas e o ambiente interno a escola.

6.1. Causas Socioculturais


Rumberguer e Lima (2008, p.93) discutindo sobre a desistência escolar na análise de 203
estudos, constactaram o seguinte:

 Que o processo para abandono começa a fazer sentir com o rendimento baixo por
parte dos alunos e;
 Comportamentos dos alunos no ambiente interno e externo da escola, que se incide
mais com actos de faltas, actos delinquentes e abuso de substâncias ilegais.

Os autores referem ainda que os dois aspectos, acima citados, tendem a diminuir quando o
ambiente familiar é estável e acesso a recursos sociais e financeiros influenciam de forma
significativa para o aluno permanecer no sistema escolar.

Brandão (1983), na sua pesquisa sobre a desistência e a repetência aponta a família como
sendo determinante do fracasso escolar da criança, seja, por não acompanhar as actividades
escolares da criança ou pelas condições de vida que a família oferece a criança.

Destacam ainda que o factor importante para compreender os determinantes do rendimento


escolar é a família do aluno, sendo que quanto mais elevado o nível de escolaridade da mãe, a
criança permanecerá mais tempo na escola e o seu rendimento será maior.

As atitudes e crenças dos pais influenciam a construção da personalidade e crenças dos filhos,
assim sendo o valor atribuído pelos pais a escola e as aprendizagens vai influenciar a
representação que os alunos fazem das mesmas.

Enquanto isso, Avanzini (1967) complementa apresentando o nível cultural do agregado


como sendo a causa que indiscutivelmente mais influencia o sucesso escolar, uma família rica
culturalmente fornece a criança, uma diversidade de estímulos que lhe permite viver na escola
uma continuidade do ambiente familiar ao invés de vivenciar um passo entre ambos.

Outras características familiares são fluentes no contexto do abandono escolar, como o


tamanho e tipo de família, existência de outra desistência no seio da família, educação da
família e o nível socioeconómico dos pais. Os pais mais permissivos com pouca ambição
educacional também são factores importantes para o abandono.

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Muitas das vezes as famílias não têm consciência que o seu comportamento e atitudes
prejudicam o sucesso do filho na escola, todavia não é fácil para nenhum professor, ou
membro da escola informar isso abertamente, pois esta atitude provocaria reações agressivas,
de tristeza ou magoas que de um jeito recairiam sobre a criança (Avanzini 1967).

Queiroz (2002) aponta para os factores sociais com grande impacto na vida dos alunos, o
desemprego dos pais, necessidades de trabalhar para ajudar com as despesas da família, más
companhias, problemas familiares e desinteresse pelo estudo. Queiroz por meio de um estudo
qualitativo apontou para os factores sociais como tendo alto impacto na rotina dos alunos,
como:

 Desemprego dos pais;


 Necessidade em trabalhar para ajudar nas despesas familiares;
 Problemas familiares e;
 Desinteresse pelos estudos.

Por sua vez, Jimerson (2000), aponta que a qualidade do meio familiar e atenção ou cuidados
nas fases iniciais (12-24 meses de vida) diminuem a probabilidade da desistência. Com isso o
autor afirma que deve-se considerar a desistência como um processo de desenvolvimento, em
que eventos ocorridos no passado têm efeitos significativos na decisão de desistência
presente.

7. Desistência na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie


Identifica-se na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie o perfil de um potencial desistente,
apontando para o seguinte:

 Tem um fraco rendimento escolar;


 Vive mal a relação educativa;
 Sente ausência de empatia;
 Não se sente bem na sua pele de aluno;
 Não tem confiança em si mesmo, veicula consigo perspectivas de fracasso;
 Idade avançada para a continuação dos estudos no ensino primário;
 Muitas vezes a escola se torna autoritária, contendo regras que os alunos não gostam
de seguir, não é atractiva;
 Os alunos estão desmotivados a continuar na escola, se tornam indisciplinados
fazendo tumultos e bagunçam na sala de aula prejudicando os colegas, muitos fazem

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uso de droga ilícitas e pode ser acrescentado também adolescentes que ficam gravidas
e acabam saindo da escola;
 Nem todos os pais se interessam pela vida escolar de seus filhos, não vão a escola
saber das faltas ou das notas e comportamento deixando os filhos escolherem por si só
se querem ou não continuar a estudar;
 A questão da transferência do aluno que sai de uma escola onde possuía todo um
momento lúdico, onde continham brincadeiras, jogos e passa a frequentar salas com
mais alunos, diversos professores, muitos conteúdos, diferentes disciplinas, por tratar-
se de uma escola com a existência da modalidade bilingue;
 Distância entre escola-casa, no tempo de chuva a via de acesso a escola também
dificulta aos alunos, facto que leva a faltar as aulas e;
 Fonte de rendimento das famílias, se trabalham ou não.

Algumas crianças não manifestam qualquer curiosidade, as tarefas escolares não lhes
interessam, não possuem uma disciplina favorita e muitas vezes são desprovidas de
expectativas futuras. Santos (2009), defende “que a desistência escolar nem sempre está
ligada a falta de vontade, motivação ou preguiça dos alunos” (p. 11).

Além dos factores escolares, sócio-económicos e culturais o autor aponta algumas disfunções
cognitivas, sensor ou motora, como contribuintes para que o aluno não alcance os objectivos
esperados.

Por sua vez, Montegner (1996), afirma que não é possível culpar sistematicamente a criança e
os seus possíveis défices cognitivos pela dificuldade de aprendizagem, acrescentado que o
obstáculo em aprender pode ser resultado de construção cognitivas inacabadas ou mal
consolidadas, desde o nascimento, ou mesmo antes deste, e de acordo com Guerreiro (1998),
leva a deteorização progressiva das atitudes com o avanço da idade.

Aprender supõe esforço, e afirma que aprendizagem tem como base a actividade mental do
aprendiz, deve ser o mais consciente possível e inclusive deve ser feito um esforço para
relacionar a nova informação com a já existente atribuindo-lhes um significado valido. Para o
autor, o dinamismo do processo, com avanços e recuos constantes provoca no sujeito uma
reestruturação cognitiva que leva a criação de modelos mentais ou remodelações dos
existentes.

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7.1. Causas internas à Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sábie
Fukui (1983) e Cunha (1997), afirmam que a responsabilidade da desistência recai sobre a
criança e seu fracasso, mas que de facto a responsabilidade é da escola. Fukui (1983),
acrescenta ainda que os fenómenos desistência está longe de ser fruto de características
individuais dos alunos e suas famílias, mas reflictamos como a escola recebe e exerce acção
sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade.

Vários estudos defendem que a escola “fabrica” o fracasso escolar de muitas das suas crianças
e jovens, afirmando assim que a perda de valores atribuída a assistência e permanência num
estabelecimento de ensino, também está relacionado com o que acontece dentro dela. Não
somente as crianças e jovens que pelo seu desenvolvimento pessoal perdem o interesse pela
escola, mas também de alguma forma são expulsos dela. (Rumberguer, 1961).

Na mesma perspectiva Benavante (1994), afirma que “apesar da existência das causas
múltiplas, não devemos desviar atenção daquela que frequentemente é apontada como sendo
uma das principais razões: os alunos que abandonaram a escola foram por ela
antecipadamente abandonados”.

Benavante e Correia (1980, cit. em Sil 2004):

Uma das explicações para a problemática das desistências escolares é a própria escola,
e os mecanismos que operam nela, o seu funcionamento e organização, onde a
necessidade de diversidade e diferenciação pedagógica é sublinhada pela teoria sócio
institucional que evidencia o carácter da escola na produção da desistência escolar do
aluno” (p.38).

Segundo Vaz (1994), a escola produz “a violência em seu quotidiano, uma violência subtil e
invisível, ou violência simbólica, que se esconde também sob o nome de abandono, pode ser
inconscientemente promovida pelos próprios professores, através de regulamentos opressivos,
currículos e sistemas de avaliação inadequados a realidade onde está inserida a escola,
medidas e posturas que estigmatizam, descriminam e afastam os alunos.

Lopez e Menezes (2002), afirmam que as reprovações sucessivas têm peso significativo na
decisão de continuar ou não os estudos, pois geralmente a repetência é seguida pela
desistência escolar.

Sil (2004), defende que o professor é o elemento central do sistema educativo e funciona
como mediador entre o mundo social e a criança, a este deve ser dada a autonomia necessária
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para que possa adequar o processo de ensino e aprendizagem em função das capacidades e
dificuldades do aluno. É importante não esquecer que a função do professor não se resume a
simples transmissão de conhecimentos baseando-se no seu intelectual.

Segundo Avanzini (1969), o docente deve também construir situações que desenvolvam as
atitudes e comportamentos dos alunos, deve tentar a todo custo ligar o ensino com as
possíveis situações do dia-a-dia.

Quando algum aluno fracassa, ele não analisa a situação e nem procura o modo de ter sucesso
profissional, se há falta de interesse nos alunos, ele reflecte sobre o processo e nem procura
estratégias motivadoras para captar e manter a atenção dos alunos.

A expectativa negativa do professor em relação a turma é outro factor que pode influenciar no
desempenho dos alunos. Como destaca Ramos et all (2008), a relação aluno-professor mostra-
se mecânica e distanciada, podendo acontecer em decorrência de aspectos físicos, humanos e
pedagógicos da estrutura escolar, que na sua opinião precisam ser discutidos e reformulados.

Os autores destacam ainda como explicação para esse distanciamento o tempo estabelecido
para cada disciplina, julgando como insuficiente por muitos professores para se trabalhar
muitos conteúdos de forma apropriada em sala de aula, assim como a superlotação das salas e
a falta ou precariedade de recursos didácticos e pedagógicos, finalmente o despreparo do
professor acaba desenvolvendo um conteúdo descontextualizado e sem sentido para o aluno.

Da mesma maneira Libanêo (1994), afirma que o processo de ensino-aprendizagem é uma


actividade de interação activa entre professores e alunos, organizada sob a direcção do
professor, com a finalidade de prover as condições e modos pelos quais os alunos assimilam
activamente conhecimentos habilidades, atitudes e convicções.

Do ponto de vista pedagógico, os autores dizem o mesmo que Piletti (2003) que defende que:

“O professor deve ser capaz de criar um ambiente melhor para os jovens”.

Isto significa que o professor deve ser capaz de criar um ambiente agradável e acolhedor
dentro da sala de aula, capaz de fazer com que o aluno se adapte facilmente, e se sinta
enquadrado dentro da sala de aula, permitido assim ao aluno desenvolver as suas capacidades
e habilidades do saber.

Criando assim um ambiente próspero que vai transmitir segurança ao aluno e vai permitir-lhe
conhecer o quão importante é a escola para a sua vida no presente e que benefícios trarão no
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futuro em especial a rapariga, mostrando que ao invés de desistir para optar pelo casamento
ou trabalhos domésticos lucrativos continue optando pela escola.

Calda (2000), diz que a desistência escolar é um problema complexo e se relaciona com
outros importantes temas pedagógicos como forma de avaliação, reprovação escolar, currículo
e disciplinas escolares. O autor complementa dizendo que para combater a desistência escolar
é preciso atacar as duas frentes, uma de acção imediata que busca resgatar o aluno evadido, e
a outra de reestruturação interna que implica na discussão na e avaliação das diversas
questões acima enumeradas.

E se a criança não tem carácter forte ou tolerância com a frustração, acaba desistindo as aulas,
e esta reação trará efeitos até sobre a sua vida adulta, pois as suas reações serão determinadas
pelas frustrações experimentadas porque o abandono supõe a auto-retirada ou, mais
simplesmente para escapar a repreensões ou sanções.

Cada aluno possui sua realidade e sua questão para desistir da escola, porém as causas mais
abordadas se dão a partir de duas abordagens teóricas diferentes os factores externos e
internos da escola.

Os factores externos seriam o trabalho, as desigualdades sociais as drogas, a relação do


individuo e da escola com a família e os internos seriam dentro da própria escola a relação
professor aluno e a comunicação entre os mesmos, na maioria das causas da evasão escolar, a
escola tem a responsabilidade de apontar a desestruturação familiar, e o professor e o aluno
não têm responsabilidade para aprender, tornando-se um jogo de empurra.

Os alunos que pensam em desistir da escola não fazem nenhum pronunciamento para seus
familiares, isso ocorre pelo facto de muitas famílias não acompanharem a vida dos alunos na
escola, outra vez que os mesmos já possuem muitas vezes idade para decidir se querem ou
não continuar estudando. Da mesma forma quando voltam não conseguem justificar sua volta
a sala de aula mesmo que seja por um período temporário, em muitos casos se queixam pelo
facto de ter que ficar cuidando de crianças ou para cuidar do gado.

Para Bourdieu e Passeron (1975) “a escola desconsidera o capital cultural de seus estudantes
da classe pobre, dessa forma é dever do professor como mediador do saber de eliminar essa
barragem que existe entre o educador e o educando para que o mesmo não seja
responsabilizado pela evasão e pelo fracasso escolar do aluno, ou seja muito professores
acreditam que não se pode aprender nada com seus alunos e que ele é o mestre do saber, é

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importante que se realize capacitações onde os professores aprendam que todos podem
ensinar e aprender com o outro e que os alunos mesmo com saber informal pode sim ensinar
com sua cultura” (p. 39).

7.2. Influência dos pais para a não desistência na Escola Primária do 1º e 2º


Grau de Sábie
Factores relativos à vida extra-escolar dos alunos impactam no aprendizado, o contexto
familiar do qual a criança se origina, a escolaridade dos pais, a valorização que a família
atribui á escolarização, a preocupação com a boa trajetória dos filhos, o acompanhamento dos
estudos e a participação efectiva na vida escolar dos estudantes são elementos centrais para
um aprendizado eficiente.

O facto do pai e a mãe trabalharem, não ter escolaridade, ser pobre ou ser rico não os eximem
da responsabilidade pela criação dos filhos, antes do trabalho, ou qualquer outra coisa, deve
vir o direito a vida e o filho tem esse direito, o pai ou a mãe retira esse direito quando se
ausentam e não participam do desenvolvimento dos filhos essa ausência pode ser preenchida
por sentimentos de violência, amizade erradas, baixo desempenho na escola, sérios problemas
no processo de aprendizagem.

Não há dúvidas de que os factores familiares da criança interferem muito no emocional


apresentando comportamentos prejudiciais ao desempenho escolar do aluno quando os pais
participam da educação dos filhos, eles aprendem mais e melhor, com o apoio deles as
crianças se sentem mais seguras, motivadas, estimuladas e com mais vontade de aprender.

A mãe ainda tende a desenvolver o papel que sempre lhe coube: criar e cuidar bem dos filhos
orienta-lo nos estudos e preparados para a vida, além de cuidar do lar, para a mulher que
trabalha fora, tem sido bastante difícil e desgastante conjugar os três papeis: o de dona-de-
casa, o de mãe de família e o de mulher profissional. Para suprir as necessidades econômicas,
ela abandona a criança em meios e condições inadequadas.

Na perspectiva de Vygotsky (1984):

"A educação (recebida na família, na escola, e na sociedade de um modo geral) cumpre um


papel primordial na constituição dos sujeitos. A atitude dos pais e suas práticas de criação e
educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e, consequentemente,
influenciam o comportamento da criança na escola" (p.87).

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A influência do lar como habitat da criança e da família, assim como a influência do meio
social mais amplo, é muito grande, principalmente na primeira infância e na adolescência,
estas são as fases críticas do desenvolvimento do ser humano, que sempre requerem um maior
cuidado e atenção.

Vários factores contribuem para o baixo desempenho escolar, os pais devem ter uma táctica
muito delicada, para com os filhos, o desrespeito pelos amigos da criança, não respeito nos
horários e atividades da criança de acordo com seu horário de interesse, estimulação excessiva
pode ser um grande problema para o escolar, pois há pais que sobrecarregam a criança com
vários tipos de actividade.

Segundo Dunndiz (1985):

“Os filhos vivem reflexos negativos e positivos do contexto familiar, as quais são transmitidas
para a criança, quando a criança entra na sala de aula, não consegue separar os problemas de
ordem emocional adquiridos em casa, comprometendo o seu processo de aprendizagem"
(p.73).

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8. Conclusão
Poder refletir sobre questões que interferem no processo ensino e aprendizagem, que estão
presentes no nosso dia a dia, é uma oportunidade de superar os obstáculos a fim de que a
educação se aproxime de seu objectivo, o qual consiste em melhorar a qualidade do processo
de ensino-aprendizagem e o Programa de Desenvolvimento Educacional oportunizou essa
reflexão. Por meio de estudos, formação teórica, prática e da troca de experiências
(conhecimento) entre os profissionais da educação.

Para se desenvolverem bem na escola, as crianças precisam de boa estrutura familiar e


escolar, de disciplina, desafios, segundas oportunidades, respeito, reconhecimento e
compreensão, a criança precisa sentir a certeza que é amada com a mesma intensidade
independentemente de seu desempenho escolar.

A família não deixa de ser uma peça fundamental na contribuição da educação de seus filhos,
é importante que os pais ou responsáveis participem também da vida escolar dos alunos,
muitos pais nem sabem os conteúdos que os filhos estão estudando.

É importante que a escola aproxime a família da vida escolar dos alunos principalmente
daqueles que estão com propícios a desistência, muitos pais não querem participar por falta de
tempo ou por pouco interesse com educação dos filhos, contribuindo para o fracasso escolar
dos mesmos, pois dessa forma o aluno não se sente motivado a estudar.

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9. Referências Bibliográficas
Libâneo, J. (1994). Didáctica. São Paulo: Cortez.

Caldas, E. (2000). Combatendo a evasão escolar. São Paulo: instituto Polis Dica nᵒ 172.

Avanzini, G. (1967). O insucesso escolar. Lisboa: editorial pórtico.

Lakatos, E. & Marconi, M. (1992). Metodologia de trabalho científico. (4ª ed.). São Paulo:
atlas editor.

Aquino, J. (1996). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e praticas. São Paulo. Summus.

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