Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
1. Mediação docente
1.1 Guiar a aprendizagem
1.2 Mobilizar, motivar para aprender
1.3 Comunicar(-se)
1.4 Gestuário
2. Avaliação na Educação Profissional
2.1 As funções da avaliação
2.1.1 Avaliação Diagnóstica
2.1.2 Avaliação Formativa
2.1.3 Avaliação Somativa
3. Diferentes Formas de Avaliar
4. Métodos, instrumentos e critérios de avaliação
4.1 Elementos para produção de instrumentos avaliativos e critérios pedagógicos
4.2. Avaliação escrita: alguns exemplos
Considerações finais
Referências
Ficha Técnica
Introdução
Como age um docente em "sala de aula" (num laboratório, numa oficina, numa aula on-line)? Como
ajuda os estudantes a aprenderem? Como se comunica com eles? Outra questão importante: o que é
avaliação? Quando indagamos sobre a concepção ou conceito de avaliação que gestores, docentes e
alunos possuem, a maioria afirma que são notas, testes, provas, exames, aprovação, reprovação,
dependência, entre outras concepções e conceitos que estão presentes cotidianamente. O objetivo
deste capítulo é refletir sobre tudo isso e buscar respostas às diversas indagações que realizamos a
respeito da mediação docente e da avaliação, especialmente na Educação Profissional.
Vamos lá?
1. Mediação docente
Falamos muito em planejamento, escolha dos objetivos, das estratégias de ensino, da organização da aula, etc. Mas não podemos
esquecer da ação de mediação dos professores, que constitui parte importante também de sua profissão. Então, concretamente, em
situação de ensino, o que faz um/a professor/a?
Há diferentes classes de situações e tipos de atividades em que o/a docente irá realizar o que chamamos aqui de "mediação", porque o
docente cria meios de aprendizagem - dos fazeres-saberes, das situações e contextos de ensino, da atividade profissional, etc. -
estabelece relações entre estudantes, entre linguagens, conceitos, contextos...
Durante a atividade de "sala de aula" – mas poderíamos dizer, também, de laboratório, oficina, ambiente virtual, simulador e até de
atividade laboral em contexto real – guiar a aprendizagem também pode significar:
Alunos do curso técnico em Construção Civil (Fábrica Social, Brasília) em projeto de revitalização das rampas de acessibilidade no Hospital Regional de Sobradinho.
[ampliar imagem] Fotos: Dênio Simões, 2018. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado).
colocar os aprendizes em situações diversas em que irão empregar técnicas, conceitos, esquemas de ação, de modo a apropriarem-se
dos mesmos, de generalizar (ou não) seu uso, testar novas hipóteses, etc.;
pedir que estudantes expliquem para os outros o objetivo da situação posta, os caminhos para resolver o problema colocado, que
explique uma técnica ou um conceito (lembrando, como dizia Feynman, que uma boa maneira de aprender é ensinando aos outros);
intervir durante uma atividade do estudante ou explicação, questionando sobre o porquê daquela ação, daquele comportamento,
daquele fenômeno;
realizar "retroanálise" após uma simulação, após uma encenação, após uma atividade - com um ou com o grupo de estudantes,
buscando fazer com que estudantes explicitem aspectos importantes da atividade, questões críticas, riscos, que criem relações com
outros fazeres/saberes...
Queremos estudantes motivados e engajados na aprendizagem, certo? Embora haja fatores extrínsecos e intrínsecos da motivação (um
lavando às vezes ao outro), a ação docente neste sentido é muito importante.
Indicamos no Livro 2 a importância dos momentos iniciais de uma aula, que podem configurar oportunidade de motivar os estudantes.
Estas ações podem ocorrer não apenas nos momentos iniciais, mas em todo o processo. Incluem:
chamar sua atenção, atrair o interesse, ao mostrar, por exemplo, a relação do que será ensinado/trabalhado com sua formação
profissional, com práticas sociais, com os conhecimentos anteriormente aprendidos no curso ou em outras unidade curriculares;
"problematizar" os fazeres-saberes ao lançar questões do tipo: como resolver determinado problema relacionado à profissão e a sua
intervenção na sociedade? como produzir determinado produto? como realizar tal processo? como se relacionar com o público em
determinadas situações? como se preservar de riscos à saúde? etc.; mas também:
estabelecer relações com os conhecimentos prévios dos estudantes, inclusive aproveitando a experiência profissional de um ou mais
que a tenham. Isso é muito valorizador e mobilizador de aprendizagem;
valorizar os progressos, as aprendizagens dos estudantes, ainda que parciais, sempre que possível, de modo a reconhecerem sua
evolução e capacidade de aprendizagem.
Dentre os outros diversos aspectos motivacionais relacionados à ação docente, destacaremos ainda:
evidenciar a
relação do que
se está
fazendo ou
querendo
ensinar com a
ampliação do
campo de
atuação
profissional do
estudante, algo
que tem
grande
potencial de
interesse do
Aula do curso técnico de Gastronomia, Instituto Federal Brasília. Foto: Pillar Pedreira. Fonte: Agência Senado (www.flickr.com/photos/agenciasenado)
estudante no
curso;
estimular e orientar trocas e interação entre estudantes, com os quais podem também tirar dúvidas, compartilhar experiências,
significados - também vale entre estudantes/docentes de diversas unidades curriculares ou cursos;
estimular trocas diretas ou indiretas entre estudantes e profissionais, promovendo possibilidades de identificação, de sensação de
pertencimento, de reconhecimento do valor do que está sendo aprendido...
A motivação interna (intrínseca) é uma disposição durável que temos para fazer e saber. Ela está presente quando a
própria atividade e o próprio aprender justificam todos os esforços investidos para tanto. Por exemplo, as desafiadoras
atividades que escolhemos fazer nos momentos de lazer. Outro exemplo pode estar naquilo que nos leva a escolher
determinada área profissional;
Mas há atividades que, apesar de fazermos e nos comprometermos, pouco nos envolvem. Nestes casos, é comum utilizar
alguma estratégia de motivação externa (extrínseca, formas de reforço), para que os esforços investidos na atividade
possam valer a pena. Por exemplo, ganhar recompensas (como uma boa nota) ou evitar situações desagradáveis (como ver-
se diminuído perante os colegas).
Tradicionalmente, algumas abordagens da psicologia da educação enfocaram o uso da motivação intrínseca, como a
Humanista; outras exploraram o uso do “reforço”, das estratégias de motivação extrínseca, como a Comportamental.
Recentemente, contribuições de diferentes abordagens são consideradas, apontando que diferentes estratégias de motivação
podem ser utilizadas de forma articulada, inclusive para desenvolver a motivação intrínseca e a autoestima dos
estudantes. Entende-se que é importante haver um equilíbrio entre esforços investidos pelo estudante numa atividade e o
valoratribuído àquela experiência de aprendizagem (VIOTTO FILHO, et al., 2009). Assim, os docentes devem estar atentos ao
modo como fornecem devolutivas (feedbacks). Por exemplo, além de aferir nota, apontar os erros ou proferir elogios, é
importante oferecer um comentário individual e detalhado o suficiente para que o aluno reconheça as qualidades do que
produziu, destacando em quais aspectos e como pode melhorar.
O desenvolvimento da motivação intrínseca está ligada à autoestima do estudante. Alunos com boa motivação intrínseca
costumam apresentar maior autoconfiança e pouca ansiedade negativa no processo de estudo – não têm medo do
fracasso, pouco se frustram com os erros, encaram estes como desafios, conseguem se concentrar melhor na tarefa e têm
mais persistência. Já os alunos com pouca motivação intrínseca são o oposto disso, sendo que esta autoavaliação negativa e a
baixa autoestima dificultam seu processo de aprendizagem e, até mesmo, de engajamento nas atividades (VIOTTO FILHO, et
al., 2009). Portanto, o desenvolvimento da motivação intrínseca para aprender está ligada a sua autoestima como estudante,
sendo que ambas dependem das experiências vividas pelo estudante em seu percurso escolar e de formação profissional.
Na Educação Profissional é importante explorar a motivação intrínseca que o aluno/a costuma trazer: intenções e planos que
elabora, por vezes desde a infância, como retrato de um perfil profissional visado. Mesmo que este retrato seja idealizado e
pouco coerente com o profissional atual, será a base a partir da qual o estudante construirá sua identidade como profissional.
Portanto, isso pode ser explorado como elemento motivacional pelo docente.
O uso demasiado da motivação extrínseca pode subvalorizar a motivação intrínseca, além de alimentar uma certa
“mentalidade interesseira” no estudante;
É necessário proporcionar metas desafiadoras, porém atingíveis aos alunos, pois atividades fáceis ou
excessivamente difíceis não costumam ser motivadoras;
Ao avaliar atividades e outras formas de participação do estudante, é fundamental oferecer devolutivas que deixem claro
que os erros não se devem à incapacidade inerentes a ele/a, são capacidades que ele/a poderá desenvolver;
Considerar que a importância de haver uma relação de cumplicidade ou respeito entre professor e estudante, pois o
espaço educativo deve caracterizar-se por um espaço de confiança e aprendizagem mútua.
1.3 Comunicar(-se)
A forma como colocamos uma pergunta, a estratégia comunicativa (gerar uma dúvida, criar um suspense, trazer um elemento divertido),
o modo como intonamos nossa voz, o silêncio que deixamos para reflexão dos estudantes, o modo como nosso corpo, nossa voz e
nossos olhos se manifestam podem gerar diferentes efeitos junto aos aprendizes. Não se trata de ser prescritivo ou moralista aqui. Cada
um de nós tem uma personalidade, identificação com alguns modelos de docência, ou busca o melhorar sua atuação ou criar novas
formas de agir.
Mas é importante entender na comunicação e no "gestuário" docente os potenciais e riscos para despertar a curiosidade, para estimular
participação, para demonstrar nossa paixão por um assunto, para indicar cuidados ou riscos. Novamente, vale dizer que há uma grande
variedade de situações e formas de comunicação na ação docente, ainda mais na diversidade formativa da Educação Profissional.
Apresentaremos algumas questões aqui, sabendo que as nuances e a sua aprendizagem podem se desenvolver ao longo da vida
docente, e nas situações de atividade...
Comunicação
Evitar rispidez, incentivar participação dos estudantes
para buscar entender o que estão elaborando,
proporcionar um ambiente acolhedor, atento às
dúvidas, não se colocar no papel daquele que sempre
precisa saber tudo, evitar constranger estudantes,
respeitar diferenças. Cada docente tem uma
personalidade e potencial para criar ambiente
acolhedor ou divertido ou respeitoso a seu modo,
explore-o!
Dialogar. Em algum momento da fala do docente, é
importante que lance uma pergunta, implique o estudante na construção da discussão, que expresse exemplos, situações, exceções,
contraposições... Sempre que possível, formular questões que não sejam apenas aquelas para as quais os estudantes já têm
respostas prontas e sim deslocando-os para que pensem melhor;
Em Educação a Distância, Ensino Híbrido ou nas atividades não presenciais (ANPs), há muita interação escrita, por mensagem, e-
mail, fórum. Alguns princípios são importantes: o tempo de resposta aos estudantes deve ser o mínimo possível, para evitar a
distância emocional; ser empático e buscar linguagem que o/a aproxime dos estudantes e crie um ambiente (virtual) acolhedor; evitar
utilizar palavras em caixa alta (pode dar a impressão de que se está gritando); manter um ritmo de mensagem e diálogo ao menos
semanal, atualizando sobre atividades em curso, tarefas, lembrando de webconferências ou "lives", motivando para estas, entre
outros;
A impostação da voz do professor é em geral de grande importância: falar alto demais pode cansar muito, rápido ou lenta demais...
bom, já podem imaginar... se for uma voz monótona, então... A dica é: gravar sua voz ou filmar-se para observar a própria voz e
corrigir importações. Por outro lado, nem sempre cuidamos de nossa voz: se for falar por muito tempo, busque fazer uma pausa,
tomar uma água, respirar um pouco;
Trazer a cultura profissional. O docente é, às vezes, o primeiro profissional com o qual o estudante vai se comunicar. Assim, o
vocabulário técnico, ou seja, o "jargão" da profissão, será experimentado pelo estudante nesta relação.
Há uma grande variedade de gestos que carregam significados na ação docente, em especial na Educação Profissional.
Ao falar com a turma, olhar para todos os estudantes, não se fixar em poucos ou naqueles que estão à sua frente;
Expressar corporalmente abertura para que estudantes se expressem (movimento de cabeça, do olhar), indicando que está atento,
disposto;
Deslocar-se pelo ambiente – sala de aula ou ambiente da atividade – para ver o que os estudantes estão fazendo e para ajudá-los,
eventualmente;
Organizar a sala de forma a propiciar uma melhor interação de acordo com a atividade – carteiras em "u", em círculo – , ou organizar
a oficina e o laboratório para que estudantes se posicionem e possam circular no ambiente da maneira mais adequada aos objetivos;
O docente pode demonstrar "gestos técnicos", assim como formas inapropriadas de agir e que devem ser evitadas pelos
estudantes. É importante realizar procedimentos ou técnicas a serem aprendidas da melhor forma possível em termos estéticos,
éticos, indicando particularidades dos "gestos técnicos" e sua importância.
O "gesto técnico" a ser ensinado deve fazer parte dos gestos docentes.
2. Avaliação na Educação Profissional
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/730143
Ao pensar no tema deste capítulo, provavelmente você se faz alguns destes questionamentos:
Como avaliar na Educação Profissional, especialmente quando pensamos que a educação por competência possibilita a formação do
indivíduo para o mundo do trabalho?
Que procedimentos avaliativos podem ser adotados para verificar se realmente ocorreu a aprendizagem de conhecimentos,
habilidades, atitudes ou valores?
Que tipo de avaliação pode ser utilizada para verificar o nível de proficiência do aluno em uma ou mais competências?
É possível realizar uma avaliação contextualizada, fazendo com que o aluno estabeleça relações entre conhecimentos e a prática
profissional?
Os critérios para correção podem colaborar para verificar se o perfil profissional está em desenvolvimento?
Quando, onde e como realizar a avaliação para verificar a aquisição de valores ou atitudes?
Leitura complementar
Recomendamos a leitura desta síntese sobre Avaliação de Competências a partir da Didática Profissional,
disponível em:
Ler o Texto
2.1 As funções da avaliação
A avaliação apresenta, basicamente, segundo Haydt (2008), três funções: diagnosticar, controlar e classificar. Relacionadas a essas três
funções, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa.
Polak (2009, p. 153) declara que “convém enfatizar que o modelo de avaliação adotado deve ter estreita relação com a concepção
filosófica do curso e com o modelo de gestão adotado pela instituição”. Romão (2001, p. 64) também destaca que "as funções da
avaliação são pertinentes, dependendo das finalidades e do momento em que estamos desenvolvendo o processo de ensino e
aprendizagem”.
Sobre os tipos de avaliação que podem ser selecionados, Rodrigues e Borges (2012) afirmam que
o tipo de avaliação será escolhido de acordo com os objetivos do curso, seu conteúdo, proposta pedagógica, referencial teórico e grau
de dificuldade, além disso, analisam-se, também, os diferentes níveis de conhecimento, as experiências já vivenciadas, a capacidade de
compreensão, articulação e análise entre tantos outros aspectos (p. 30).
A seguir, temos uma representação de como ocorre o processo de avaliação durante o percurso formativo:
A avaliação diagnóstica tem por objetivo obter informações sobre os conhecimentos prévios dos alunos, seus gostos, interesses,
atitudes. Geralmente é usada no início de um conteúdo novo, de um período letivo ou de um projeto.
tem como objetivo fundamental analisar a situação de cada aluno antes de iniciar um determinado processo de ensino-aprendizagem,
para tomar consciência (professores e alunos) dos pontos de partida, e assim poder adaptar tal processo às necessidades detectadas.
Em conseqüência, as atividades iniciais de todo processo de ensino deveriam ter, entre outras coisas, um componente de avaliação
inicial (p. 31).
Em outras palavras, a avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de uma série ou conteúdo, para verificar os conhecimentos de
cada aluno e se ele possui ou não conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens. Ela subsidia o
(re)planejamento e a organização de sequências didáticas e de ações e permite estabelecer o nível de necessidades iniciais para a
realização de um planejamento adequado, que deverá ser discutido e constantemente analisado.
Com isso, queremos dizer que a primeira coisa a ser feita, para que a avaliação sirva para a democratização de ensino, é modificar a sua
utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, avaliação deverá ser assumida como instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem do aluno, tento em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que ele possa avançar no seu processo de
aprendizagem. Desse modo avaliação não seria somente um instrumento para a aprovação ou reprovação do aluno mais sim um
instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem.
(LUCKESI, 2005, p. 52).
Uma das formas de realizar a avaliação diagnóstica pode ser por meio de questionários disponibilizados durante o processo de matrícula
na unidade curricular ou no curso, pois é importante conhecer os alunos que estão interessados em participar daquela oferta e adaptá-
la a suas realidades, suas experiências e conhecimentos (Kenski, 2006).
obter informações sobre as necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos sobre o conteúdo;
obter informações sobre as características individuais dos alunos;
verificar as suas expectativas sobre o curso;
conhecer as razões para se matricular no curso;
verificar as experiências e os conhecimentos prévios adquiridos nos assuntos que serão tratados no curso;
obter os dados sobre as características sociodemográficas dos alunos;
obter informações sobre o nível de escolaridade ou acadêmico dos alunos, entre outras.
Outra forma de utilizar a avaliação diagnóstica é solicitar que os alunos produzam um mapa conceitual sobre conteúdos trabalhados. O
mapa é um diagrama que indica a relação entre conceitos ministrados, especialmente a relação hierárquica entre eles. Anastasiou e
Alves (2005) relatam que a construção de mapas conceituais pode ser feita ao longo de todo um semestre ou apenas em uma unidade
de estudo, tema ou conteúdo.
A avaliação diagnóstica também pode ser motivada através de um vídeo, uma reportagem de jornal ou mesmo um texto do livro
didático, pelos quais o professor poderá verificar, por meio da oralidade ou registro escrito, o que os alunos sabem ou aprenderam.
Partindo desse conhecimento prévio, o professor terá condições de organizar ações de modo a retomar incompreensões, imprecisões
ou ideias equivocadas referente ao conteúdo em questão.
2.1.2 Avaliação Formativa
A avaliação formativa tem como principal objetivo acompanhar o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, o professor enfatiza
os resultados da aprendizagem e estabelece um comparativo entre os diferentes resultados obtidos pelo mesmo aluno.
a avaliação mais importante para os resultados de aprendizagem é a realizada ao longo do processo de aprendizagem. A qualidade de
um processo de ensino depende, em boa parte, de se conseguir ajudar aos alunos a superarem os obstáculos em espaços de tempo
pequenos no momento em que são detectados. Além disso, o fundamental para aprender é que o próprio aluno seja capaz de detectar
suas dificuldades, compreendê-las e autorregulá-las (p. 33).
Nesse sentido, a avaliação formativa é realizada no decorrer do ano letivo, com intuito de
verificar se os alunos estão atingindo os objetivos de aprendizagem previstos. Esse tipo de
avaliação é basicamente orientadora, pois encaminha tanto o estudo do aluno quanto os
procedimentos do professor. Além disso, fornece dados para criar condições de melhoria
do ensino, visando à aprendizagem, pois possibilita acompanhamento e análise do
aprendizado do aluno, mediando o seu percurso formativo em busca do conhecimento.
Esse tipo de avaliação pode ser classificada de diversas formas, pois utiliza diferentes
instrumentos, tais como avaliação participativa, autoavaliativa, avaliativa interpares,
motivadora, processual, entre outros.
Tem como objetivo permitir ao professor compreender como o aluno elabora e constrói seu
próprio conhecimento.
Pode ser feita com base em vários instrumentos, conforme os fazeres e saberes abordados.
Os registros não devem ser exclusivamente quantitativos, com notas ou mesmo conceitos, mas em forma de relatório e anotações,
que definirão estratégias posteriores e serão socializadas nas reuniões do corpo docente.
Não tem como objetivo principal a definição de um conceito ou nota, mas o desenvolvimento do aluno verificado durante o processo.
Prevê que os alunos têm ritmos e processos de aprendizagem diferentes, logo a progressão da aprendizagem deve ser planejada a
partir das necessidades e possibilidades de cada aluno.
Levanta a necessidade de investigação do conhecimento prévio do estudante, para o (re)planejamento do trabalho didático.
Permite a diversificação de formas de agrupamento dos alunos, para atender aos diferentes objetivos de aprendizagem.
A avaliação formativa é, então, “uma importante fonte de informações para o atendimento às diferenças culturais, sociais, psicológicas
dos educandos, o que se torna grande conquista na luta contra as desigualdades e o fracasso escolar” (PERRENOUD, 1999, p. 28).
E mais,
quando agimos reflexiva e razoavelmente partindo de princípios morais, transformamos aquela atividade espontânea, natural, em
atividade formativa. Pelo fato de que obtemos conhecimento a partir da avaliação, podemos intervir inteligentemente de um modo
justo, equânime, equitativo para aumentar o conhecimento de quem aprende e de quem ensina. O que não é racional, e menos
razoavelmente sustentável, é que sejam exames os que definam o conhecimento, isso é a própria perversão do conhecimento.
Trivializam-no e empobrecem-no, reduzindo-o a um produto de consumo imediato para o êxito fugaz da prova, da qual se torna e é
tratado como mercadoria. É a perversão também do que é aprender e do que é avaliar, considerando como evidente a pobreza
intelectual de quem ensina com esse espírito (MENDEZ, 2002, p. 85).
Os mecanismos de avaliação devem ser aliados ao processo de ensino e aprendizagem de modo a auxiliar a ação do professor na
adequação de conteúdos e na identificação de dificuldades. Nessa perspectiva, a avaliação formativa está ligada ao mecanismo de
feedback, à medida que também permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, possibilitando
reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo.
A seguir, apresentamos um exemplo de feedback, que expressa o acompanhamento contínuo do processo de aprendizagem do aluno e
representa uma forma de avaliação formativa:
Lígia, tudo bem! O registro de sua atividade expressa o quanto você compreendeu sobre as especificidades da
oferta de cursos da modalidade EaD. Parabéns! Abaixo registro algumas considerações:
Destaca a importância de verificar a legislação educacional vigente e legislação específica em EAD. Excelente!
Destaca os modelos de educação a distância. Aqui é importante frisar que videoconferência é forma de
comunicação síncrona.
Somente gostaria de lembrá-la que em um projeto EaD também precisamos pensar: no número de vagas,
período de oferta, polo e especificar as atividades serão assíncronas e síncronas.
A prática formativa na avaliação tem como objetivo fazer com que todos adquiram saberes e apropriem-se dele de maneira reflexiva e
construtiva. No entanto, não significa que aqueles que não atingirem esse objetivo serão eliminados, afinal a avaliação formativa
acompanha o processo de ensino e aprendizagem, com o intuito de verificar se os objetivos iniciais de um trabalho estão sendo
atingidos.
Ao longo do processo de avaliação formativa, para os alunos que não atingiram índices satisfatórios, devemos sempre pensar em rever
saberes e estabelecer outros instrumentos, ampliando nossa avaliação para outras habilidades do estudante em lidar com os saberes.
A avaliação somativa tem por objetivo realizar um diagnóstico do aluno no final de um período, seja no final de uma unidade curricular,
de um bimestre ou de um ano letivo.
saber o nível atual de desenvolvimento do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico);
comparar essa informação com aquilo que está planejado para ensinar no processo educativo
(qualificação);
tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências
didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa).
Nessa perspectiva, para (re)significar a utilização da avaliação, é preciso que o professor considere a avaliação no seu verdadeiro sentido,
ou seja, de fazer parte do processo de ensino e aprendizagem, pois não podemos propiciar a aprendizagem se não estivermos
constantemente avaliando as condições de interação com os alunos e a concepção de ensinar e aprender que permeia a organização da
prática pedagógica, especialmente o nível de saberes que o aluno apresenta naquele momento.
Assim, concebendo a avaliação como parte integrante do processo de ensinar e aprender, a avaliação deixa de ser um momento final
para se tornar uma busca que visa à compreensão do educando e oportuniza a construção do conhecimento, levando-o a desenvolver
estruturas cognitivas mais complexas durante o seu percurso formativo.
Essas estruturas serão desenvolvidas com a intervenção do professor, que, através da mediação, estimula e propicia condições para que
o aluno elabore ou aperfeiçoe seu conhecimento. Nesse sentido, a avaliação pode ser feita de diversas formas e com instrumentos
variados, mas “compete ao professor organizar de forma eficiente o processo da avaliação da aprendizagem” (MORETTO, 2002, p. 101).
Segundo Masetto (2006), essa forma de conceber o processo de ensinar e aprender e, consequentemente de avaliar, exige do professor:
Atualmente existem diversas formas que possibilitam avaliar o processo de ensino e aprendizagem. Convém ressaltar que
"para avaliar pode-se utilizar uma grande variedade de atividades, instrumentos e técnicas mas muitas vezes os instrumentos
convertem-se em protagonistas, quando de fato são somente meios para alcançar diferentes atividades, isto sim, meios que
podem facilitar a tarefa" (SANMARTÍ, 2009, p. 97).
Um mesmo tipo de instrumento pode ser utilizado em diferentes momentos de aprendizagem e para diferentes propósitos,
dependendo dos objetivos que se possui ao utilizá-lo e do tipo de conteúdo que será avaliado.
Nesse sentido, uma avaliação significativa somente se processa quando o conteúdo ministrado é significativo para o aluno.
Sem mudar a forma de trabalhar em sala de aula, especialmente a concepção de ensinar e aprender, dificilmente o professor
mudará sua prática de avaliação formal, decorativa, destituída de sentido.
Segundo Antunes (2004, p. 52), “mudar é preciso, ainda que permanecer seja sempre mais fácil, avaliar plenamente é
imprescindível, ainda que medir seja extremamente confortável”.
4. Métodos, instrumentos e critérios de avaliação
Há várias maneiras de nomear os processos avaliativos. Escolhemos apresentar aqui três delas: métodos, instrumentos e critérios
avaliativos.
Instrumentos de avaliação: por meio deles materializa-se o método, explicita-se os critérios e a parametrização da avaliação.
1. Métodos
Pensando mais especificamente na avaliação da aprendizagem em Educação Profissional, cujas estratégias podem ser bem diferentes
das tradicionais das salas de aula, apresentamos abaixo uma tipologia de métodos avaliativos, retirada de orientações educacionais
australianas (DTWD, 2019) (adaptamos um pouco ao traduzir). Assim, quando precisamos avaliar se o estudante aprendeu a realizar uma
soldagem, a elaborar a projeção de um edifício, a realizar uma modelagem, uma punção venosa, etc. podemos usar métodos como estes
abaixo (escolha qual será o mais pertinente!):
Métodos Exemplos
Atividades de Simulação/Dramatização
Atividades de Projetos
Folhas de atividades
Perguntas escritas
Entrevistas
Autoavaliação
Perguntas
Perguntas orais
Questionários
Portfólios
Coleção de amostras
Jornais/fanzine/blog/vlog...
Consulta à comunidade
supervisores ou pares
2. Instrumentos
Os Instrumentos de avaliação, que materializam e detalham tanto para o professor quanto para o estudante, o método avaliativo e a
intencionalidade da avaliação (forneceremos alguns exemplos), incluem os seguintes elementos:
Evidentemente, às vezes o/a professor/a materializará o método de avaliação sem ajuda de um instrumento escrito, por exemplo, mas
ele/a sempre deve deixar claros os elementos acima!
Vamos mostrar dois exemplos de instrumentos de avaliação que apresentam parcial ou totalmente os elementos apresentados. No
capítulo seguinte, vamos explorar um pouco mais a construção e parametrização de instrumentos avaliativos para atividades mais
voltadas para a escrita ou a leitura. Mas o rigor e a coerência poderá ser aplicada para qualquer tipo de atividade!
Exemplo de instrumento de avaliação (adaptado de DTWD, Austrália, 2013) para uma atividade de aprendizagem em situação real de
trabalho (prestação de serviço):
Reparem, na parte com destaque amarelo, como o instrumento deixa explícito o que se espera do estudante!
Outro exemplo de instrumento avaliativo é o roteiro de atividade abaixo (somente apresentamos os dois primeiros itens do roteiro),
acompanhado por uma rubrica de avaliação:
RUBRICA:
A rubrica é um instrumento utilizado na educação a distância, mas também é e pode ser usado em atividades presenciais de qualquer
natureza!
3. Critérios
Critérios devem buscar trazer à tona evidências e níveis de aprendizagem.
Vejam um exemplo de critério de avaliação para, por exemplo, uma atividade de um técnico em zootecnia, no caso, quando este está
aprendendo a ordenhar vacas: Ordenha com segurança, eficiência e de acordo com os processos estabelecidos na fazenda.
Mas, para entender melhor como avaliar criteriosamente e de forma parametrizada, vamos aprofundar agora a questão da produção de
instrumentos avaliativos...
4.1 Elementos para produção de instrumentos avaliativos e critérios pedagógicos
Uma pesquisa realizada por Raymundo (2013), a partir de diversos instrumentos avaliativos utilizados em cursos ofertados na
modalidade a distância e presencial (com base nos elementos: parâmetros e critérios pedagógicos anunciados na obra “Prova
Operatória”, de autoria de Ronca & Terzi (1991)), indica que idealmente atividades avaliativas devem apresentar as seguintes
características:
Contextualização do conteúdo
O contexto poder ser elaborado por meio de estudo de casos; situações-problemas; procedimentos e/ou conceitos estudados nas
aulas; citações retiradas de leituras complementares ou mesmo do material didático; esquemas; tabelas; gráficos; histórias em
quadrinhos; charges; manchetes de jornais; entrevistas e reportagens de periódicos de circulação semanal (jornais e revistas); poesias e
músicas; entre outros.
O olhar lançado sobre esse pressuposto pedagógico não é tarefa fácil e requer do professor comprometimento e tempo, afinal
avaliações contextualizadas referem-se a problemas complexos e situações reais que exigem que os alunos utilizem o conhecimento
adquirido para resolvê-las.
Para que você compreenda um pouco mais as habilidades operatórias, você precisa conhecer a Taxonomia de Bloom. Normalmente,
quando se fala na Taxonomia de Bloom, refere-se ao trabalho intitulado "Taxonomia e Objetivos no Domínio Cognitivo", que foi o
primeiro a ser publicado, em 1956.
Bloom (1956) classifica os objetivos no domínio cognitivo em seis níveis, que, usualmente, são apresentados numa sequência que vai do
mais simples (conhecimento) ao mais complexo (avaliação). Cada nível utiliza as capacidades adquiridas nos níveis anteriores. As
capacidades e conhecimentos adquiridos através de um processo de aprendizagem são descritas por verbos. Assim, as competências ou
os objetivos de aprendizagem de um curso, por exemplo, podem ser definidos com o auxílio dos quadros abaixo:
Níveis Cognitivos
Conhecimento Lembrar e conhecer informações Definir, descrever, distinguir, identificar, Desenvolve no aluno a
sobre fatos, datas, palavras, teorias, citar, listar, ordenar, reconhecer, capacidade de
métodos, classificações, lugares, reproduzir, enumerar, nomear, classificar, memorização e
regras, critérios, procedimentos, etc. calcular, sublinhar, medir, relatar, identificação.
exemplificar, etc.
Níveis Cognitivos
Compreensão Entender a informação ou o fato, captar seu Ilustrar, descrever, discutir, Desenvolve no aluno a
significado, utilizá-la em contextos diferentes. explicar, resumir, identificar, capacidade de
Entender o material estudado sem inferir, interpretar, reconhecer, memorização e
necessariamente relacioná-lo com outro. selecionar, relatar, narrar, identificação.
concluir, etc.
Aplicação Aplicar o conhecimento Aplicar, construir, demonstrar, empregar, Desenvolve no aluno a capacidade
em situações novas e esboçar, escolher, escrever, ilustrar, operar, de resolução de problemas e de
específicas. praticar, preparar, programar, resolver, usar, aplicar uma informação.
etc.
Níveis
Análise Analisar as situações e Analisar, calcular, comparar, discriminar, Desenvolve no aluno a capacidade
identificar as partes e suas distinguir, examinar, experimentar, testar, de identificar e separar o todo em
inter-relações. debater, questionar, planejar, etc. partes.
Níveis
Síntese Combinar partes não Compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, Desenvolve no aluno a
organizadas para formar formular, modificar, montar, organizar, planejar, capacidade de produzir um
um todo. projetar, elaborar, diagnosticar, criar, sintetizar, etc. trabalho original.
Níveis
Avaliação Julgar o valor do conhecimento, ou seja, Avaliar, criticar, comparar, Desenvolve no aluno a
avaliar uma informação, uma teoria, um defender, detectar, escolher, capacidade de tomada de
produto ou outra situação do contexto. estimar, explicar, julgar, selecionar, decisões e construção de
apreciar, etc. conclusão.
Além desses pressupostos pedagógicos apresentados, é muito importante que, independentemente do modelo adotado, ocorra
previamente o anúncio dos critérios de correção da avaliação, desmitificando assim o poder da avaliação, tornando-a inerente ao
processo de ensino e aprendizagem.
Veja, a seguir, exemplos de como estabelecer os critérios de correção para os alunos, deixando explícita a forma como serão avaliados
em diferentes momentos do processo de ensino e aprendizagem.
Critérios de avaliação quando o professor solicita a realização de uma atividade prática no laboratório de habilidades básicas em
cozinha
Critérios de avaliação quando o professor solicita uma atividade de experimentação
Critérios de avaliação quando o professor solicita um experimento em Eletrônica Geral
Critérios de avaliação quando o professor solicita a resolução de um estudo de caso
Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um mapa conceitual
Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um portfólio
Critérios de avaliação quando o professor solicita a produção de um trabalho dissertativo
Critérios de avaliação quando o professor solicita a exposição do conteúdo na forma de seminário
Leitura complementar
O artigo Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de
objetivos instrucionais tem como objetivo apresentar a Taxonomia de Bloom e as modificações ocorridas nos últimos
anos, assim como esclarecer a forma como ela pode ser utilizada dentro do contexto de ensino de engenharia. Com a leitura
desse artigo, você terá oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre esse tema.
Taxionomia de Bloom
4.2. Avaliação escrita: alguns exemplos
Veja, a seguir, alguns exemplos de questões em avaliações escritas que consideram os critérios pedagógicos citados anteriormente:
contextualização, habilidades operatórias e enunciados, parametrização e capacidade de leitura e escrita.
Nas aulas de Ciências, discutimos que, no Brasil, ainda temos sérios problemas de saneamento básico e de hábitos de higiene não
saudáveis. Entre os problemas discutidos, levantamos os casos de DENGUE. A partir dessas discussões:
a. Cite alguns outros problemas de saúde pública que afligem os brasileiros. (valor: 0,5)
b. Escreva que medidas você pode tomar em sua própria casa para evitar tal contaminação. (valor:1,0 ponto)
Na primeira parte da aula prática, viu-se a importância da escolha correta de disco e anel para a regulagem da plantadeira, conforme
demonstrado na esteira (simulador) com sementes de milho. Considerando tais conhecimentos:
a. Explique o que acontece com o plantio quando os discos e anéis da plantadeira não estão ajustados de maneira correta. (valor
1 ponto)
O cartum evidencia um desafio que o tema da inclusão social impõe às democracias contemporâneas. Esse desafio exige a
combinação entre
Os problemas ambientais são consequências direta da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da Terra, que causa
desequilíbrios no meio ambiente e compromete a qualidade de vida.
TEXTO II
A partir da leitura do texto I e da análise das imagens, que representam as geleiras da Groenlândia, você pode perceber que elas
sofreram e sofrem impactos resultantes de
a. ilha de calor.
b. chuva ácida.
c. erosão eólica.
d. inversão térmica.
e. aquecimento global.
Considerando o conceito de juízo moral discutido na aula de Filosofia, apresente dois argumentos a favor ou contra a opinião
expressada por Mafalda.
a. Cite a qual concepção epistemológica que os versos da música se referem. (valor: 0,5 )
b. Apresente dois fundamentos epistemológicos que expliquem o primeiro e o segundo verso do poema. Os fundamentos
teóricos apresentados devem estar em consonância com sua resposta do item “a”. (valor: 1,0 ).
c. Em relação à disciplina de Didática, explique por que devemos conhecer as diferentes concepções de ensino e aprendizagem
para compreender o processo de “ensinar e aprender”. (valor: 1,5)
A partir dos fundamentos teóricos discutidos nesta disciplina, assinale a alternativa que indique qual procedimento metodológico
expressa a concepção de conhecimento utilizada pela professora. (1, 0 ponto)
b. ( ) Destaca o treinamento como instrumento de mudança de comportamento, por meio de programas que obedecem a etapas
estabelecidas de antemão.
c. ( ) Enfatiza o planejamento cuidadoso das contingências de aprendizagem e das sequências de atividades de aprendizagem.
d. ( ) Verifica os conhecimentos prévios que os alunos apresentam, que constitui condição prévia das aprendizagens futuras.
valor: 3,0
SAIBA MAIS
Quer saber mais sobre contextualização e habilidades operatórias nos instrumentos
avaliativos?
Leia o livro Prova Operatória, de autoria de Paulo Caruso Ronca, publicado pela editora
Edesplan.
Considerações finais
Na Educação Profissional:
Exercitar saberes em contextos específicos é o processo educativo mais importante!
Tenha sempre em mente que:
A memorização é parte da aprendizagem, não é seu fim! Desenvolver a capacidade de buscar e aplicar o saber que se precisa é mais
importante que "saber de cor";
O planejamento é etapa fundamental da organização do trabalho docente, mas o desenvolvimento dos planos sempre estará sujeito
às adaptações, correções e redirecionamentos, como resultado da avaliação do desempenho dos alunos e dos desafios que vamos
encontrando ao longo do período letivo;
Avaliar significa "dar valor a", isto é, o resultado da avaliação deve refletir o valor da proficiência em alguma atividade, especialmente
na Educação Profissional. Os saberes e fazeres desenvolvidos em sala de aula e nas atividades experimentais, devem aprimorar no
aluno a capacidade de resolver problemas associados àqueles saberes, na vida real e no mundo do trabalho. Assim, sempre que
possível, os exemplos, simulações, projetos e demais estratégias, devem buscar sintonia com a vida laboral que nosso aluno estará
imerso em sua atividade produtiva. Nossas atividades avaliativas devem estar orientadas para os fazeres e saberes a que o aluno
enfrentará em sua vida laboral.
Ao longo desta disciplina, buscamos compartilhar alguns saberes e fazeres que julgamos importantes para a docência na EP, todavia,
não esgotamos as possibilidades desse universo de saberes que é a Didática. Apresentamos um desses campos de estudos que é a
Didática Profissional, a qual se dedica à aprendizagem na Educação Profissional, essa oferta educativa responsável pela inserção
socioprodutiva e laboral de nossos jovens e adultos! Esperamos que possam desenvolver cada vez mais estas importantes abordagens
do ensino em seus contextos, inovando com sua criatividade e experiências .
Referências
ABRAMOWICZ, Anete (org.); MELLO, Roseli Rodrigues de. Educação: pesquisas e práticas. Campinas: Papirus, 2001.
ÁLVAREZ MÉNDEZ, Juan M. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. (Orgs.). Processos de ensinagem na universidade. Pressupostos para as
estratégias de trabalho em aula. 3. ed. Joinville: Univille, 2005.
ANTUNES, Celso. A avaliação da aprendizagem escolar.4. ed. Petrópolis: Vozes, 2004 (fascículo 11).
ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 1997. (Coleção O sentido da
escola).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34ed. São Paulo. Ed. Paz e Terra, 1996.
GONÇALVES, Maria Helena Barreto. Planejamento e avaliação: subsídios para ação docente. Editora Senac Nacional: Rio de Janeiro;
2003.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6ª Edição. São Paulo: Editora Ática, 2008.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 3. ed. São Paulo: Papirus, 2006.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 16 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MENDEZ, Alvarez; MANUEL, Juan. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MORETTO,Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
POLAK, Ymiracy Nascimento de Souza. Avaliação do aprendiz em EAD. In: LITTO, Frederic Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel.
Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson do Brasil, 2009.
QUINQUER, D. Modelos e enfoques sobre avaliação: o modelo comunicativo. In: BALLESTER, M. eat Al. Avaliação como apoio à
aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003, p. 15-22.
RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. Avaliação de Aprendizagem: uma perspectiva inovadora para a área de Ciências Humanas.
Congresso Internacional de Avaliação. PUC: Rio Grande do Sul: Gramada, 2013.
RODRIGUES, Nice Vânia Machado; BORGES, Fabrícia Teixeira. Avaliação da Aprendizagem em Educação a Distância Através de
Fórum. Aracaju: Sergipe; Revista Ideias &Inovação, V. 01, n 02, maio de 2012, p. 25-34.
RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral. A Prova Operatória: contribuições da psicologia do desenvolvimento. 15 ed. São
Paulo: Editora do Instituto Edesplan, 1991.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referenciais de qualidade para educação superior a distância
2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf. Acesso: Nov. 2015.
SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. (Pensamento e ação no magistério).
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança - por uma práxis transformadora. São Paulo:
Libertad, 1993.
VIOTTO FILHO, I. A. T.; PONCE, R. F.; ALMEIDA, S. H. V. As compreensões do humano para Skinner, Piaget, Vygotski e Wallon: pequena
introdução às teorias e suas implicações na escola. Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC). São Paulo, 29, p. 27-55, 2009.
Ficha Técnica
Este material foi elaborado pelos professores e pela equipe pedagógica e de materiais didáticos do Cerfead.
[ Conteúdo ] Olivier Allain - Paulo Wollinger - Ana Beatriz Bahia Spínola Bittencourt
Baseado na edição 2019 (desenvolvido por Gislene Miotto Catalino Raymundo e Olivier Allain)