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AQT505: TAC
Teoria da arquitetura: conceitos
CAUFAG
2011 – 1º Semestre
BIBLIOGRAFIA:
SUMÁRIO
1 CONCEITUAÇÃO DE ARQUITETURA
Fonte: COLIN, Silvio. Uma introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: Uapê, 2002
3. Excelência estética ou uma arte: em cujo grupo insere-se uma parte dos
edifícios, aqueles que puderam contar com um arquiteto de conhecimento,
sensibilidade, talento, com o local certo, o momento certo, as condições
materiais necessárias, o tempo e o dinheiro suficientes e, em todo o processo
de produção os valores estéticos se sobrepuseram aos utilitários ou
comerciais. Sob esse ponto de vista, a que chamamos de excelência estética,
predomina a arquitetura como arte.
Uma edificação não tem apenas um significado formal, estético, e outro funcional: há
nela sentidos ligados tanto ao poético quanto ao sociológico, movidos por vagos
impulsos inconscientes, ou por um nítido projeto ideológico. No entanto, boa parte
da arquitetura contemporânea tem deixado escapar esses nexos ou, pior ainda,
manipula-os de maneira inconsciente, criando um cenário onde a arquitetura não
fala mais, apenas balbucia coisas que não raro chegam ao insensato, resultando daí
o progressivo esmagamento de seu destinatário essencial, o homem.
3 SISTEMAS DE VITRÚVIO
Fonte: COLIN, Silvio. Uma introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: Uapê, 2002
Vitrúvio é o autor do primeiro tratado sobre o assunto, intitulado: “Os dez livros de
arquitetura”, escrito no Império Romano, na época de Augusto. Não se conhece
nenhum trabalho anterior. A importância dos “dez livros...” não é só histórica e
documental, pois inspirou tratados do Renascimento ao Século XIX, além de vermos
grande atualidade em algumas de suas postulações teóricas.
Vitrúvio foi o primeiro a perceber que, sobre arquitetura não se pode simplesmente
dizer: “é isto”, mas “é isto, aquilo, mais aquilo”. Das suas divisões destacamos as
duas de maior atualidade:
• significado e significante;
• solidez, utilidade, beleza.
Quando se fala dos sistemas de arquitetura “tudo o que se constrói deve ter solidez,
utilidade e beleza (em latim do texto original: firmitas, utilitas, venustas). Nos dias de
hoje:
• A utilidade (utilitas) vai tratar da condição dos espaços criados, seu correto
dimensionamento para atender aos requisitos físicos e psicológicos dos
usuários, e da maneira como esses espaços se relacionam. Para Vitrúvio, a
condição é atendida ”quando o arranjo dos ambientes é correto e não
apresenta obstáculos ao uso, e a cada categoria de edifício é assegurada
sua adequação e propriedade”.
Para melhor conhecimento, os dez livros de Vitrúvio estão disponívels nos seguintes
sites:
• Tradução do latim para o inglês:
http://www.bostonleadershipbuilders.com/vitruvius/
Fonte: COLIN, Silvio. Uma introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: Uapê, 2002
Um edifício pode nos falar sobre o povo que o contruiu, de seus ideais estéticos,
modos de vida, feitos militares, práticas religiosas, apresentar a maestria de quem o
concebeu e suas preocupações morais: são os seus conteúdos.
Vitrúvio já dizia que o arquiteto, além de ter prática com geometria e desenho – seus
instrumentos imediatos de trabalho - , deveria ser versado em história, filosofia,
música, medicina, ciências jurídicas, astronomia e astrologia.
Apesar do conteúdo de uma obra arquitetônica ser múltiplo e indivisível (e tanto mais
será quanto maior for a sua intenção poética) e, apesar disso, recorre-se a divisões
para facilitar a abordagem, para poder-se chegar a identificação de determinada
mensagem no conjunto de nossa percepção do objeto.
Pode parecer um paradoxo falarmos de “conteúdo formal”, uma vez que sempre
colocamos em oposição “forma” e “conteúdo”. Explica-se: a oposição serve para
objetos comuns, uma vez que os objetos estéticos se diferenciam justamente pela
maior preocupação com a forma. Chamamos de conteúdo formal a esse trabalho
suplementar com a forma, que é característico do objeto estético.
4.1.2 Paleo-cristão-bizantino
4.1.3 O gótico
• Contrafortes;
• Pilares nervurados;
• Decorações em relevos e esculturas, só de temas religiosos (desde os
românicos, que antecedem em 150 anos aos góticos);
• Grandes vitrais que acumulas funções de iluminação, embelezamento e
catequese.
Nos fins dos anos 1960, seja objetivando a recuperação de centros históricos
europeus abalados pela 2º Guerra, seja em reação à severidade estética do estilo
internacional, em linguagem de humor e ironia é introduzido o pós-modernismo
historicista.
Quanto à teoria, o mais antigo registro está em duas passagens do “Os dez livros de
arquitetura”, de Vitrúvio:
• A primeira, quando ele se refere às cariátides1;
• A segunda quando narra a origem do capitel coríntio2.
No entanto, os registros de Vitrúvio são casos isolados, pois até muito recentemente
as preocupações eram visualistas, voltadas para as relações matemáticas na
composição de formas arquitetônicas. Essa situação somente é alterada em fins do
século XIX quando se inicia, de modo sistemático, a abordagem psicológica da
arquitetura.
1
Segundo Vitrúvio, as cariátides representavam um castigo infrigido pelos gregos ao povo de Cária, que foi
aliado de seu inimigo persa na Guerra do Peloponeso. São mulheres-colunas que sustentam a arquitrave de
templo Erecteion, em Atenas.
2
Segundo Vitrúvio, é a reinterpretação do escultor Calimaco dos pertences do túmulo de uma jovem noiva de
Corinto. Os pertences estavam numa cesta que foi envolvida pelas raízes de acanto, que floresceu na primavera.
Desse segundo grupo destacamos Corbusier e Lois I. Kan que, quando em atividade
projetual, paralelamente à coleta e dados objetivos, mantinham contato com códigos
formais e culturais externos á arquitetura. Qndo Corbusier fala do “espaço inefável
(...) que não depende da extensão”, ou quando Louis Kan descreve a “trajetória do
silencio à luz”, estão distantes das causas materiais, onde desejos e emoções são
importantes.
5 LINGUAGEM ARQUITETÔNICA
Em uma das passagens dos “Dez Livros...” de Vitrúvio, esse assinala a divisão
fundamental entre significante3 e significado4 no objeto arquitetônico, toque
primordial dos problemas linguísticos.
Considerando que a arquitetura é uma linguagem não verbal, a ciência que a estuda
é a semiótica.
A estética da arquitetura grega era baseada nas ordens. As ordens gregas são
resultado do aprimoramento do trilítico. Os romanos usaram as ordens gregas, mas
o fizeram apenas para efeito decorativo, pois conheciam o arco e usavam o
concreto.
3
A parte material do objeto
4
Representação psíquica do objeto
5
Complexidade e contradição na arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1995
O arquiteto grego sabia o que falava, conhecia aquilo com que falava, e o mesmo se
pode dizer do arquiteto do gótico, do da renascença, nas não, obviamente, de todos
os arquitetos dos neos: do neogótico, do neoclássico, etc.
Uma linguagem arquitetural não é privilégio das grandes obras ou dos grandes
nomes. Deve ser uma linguagem precisa. Se a arquitetura é uma arte, é uma arte
específica que necessita de uma linguagem de antemão, e que esteja ao alcance
simultâneo do criador e do receptor.
Que se deve considerar como aquilo que constitui o objeto de estudo referente ao
primeiro discurso? Afinal, o que é espaço? Espaço é ISSO que nos cerca! Mas o
que é isso? Efetivamente ainda não existe ainda um corpo de conhecimentos
orgânicos capaz de reunir uma série de noções fragmentadas sobre o espaço, de
modo a fornecer-nos um conceito operacional, manipulável. E se chega ao absurdo
de se ter uma série de teorias altamente elaboradas sobre o modo de tratar de algo
que não se sabe definir!
E Alberti ?
• Solidez, comodidade prazer (voluptas, firmitas, commoditas). E o espaço?
Resposta possível: está implícito.
Viollet-Le-Duc
• Arquitetura é a arte de construir.
Perret
• É a arte de organizar espaços
6 ASSENTAMENTOS HUMANOS
Bíblia, as primeiras cidades surgiram no que hoje conhecemos como Egito, Israel,
Iraque e Irã.
Com exceção de Paris, com 200.000 habitantes, as demais cidades populosas estão
na Itália: Milão e Veneza possuem 200.000 habitantes cada uma; Florença, Gênova,
Nápoles e Palermo 100.000 cada uma. Fora da Itália estão Londres, Colônia e
Barcelona, cada uma com 40.000 habitantes; e Praga e Viena, possuindo
individualmente 20.000 habitantes.
Entre meados do século XVIII e começo do século XIX, crê-se nos poderes da
razão, aqui chamada de As Luzes e daí o nome Iluminismo. No conceito racional
iluminista, toda a cidade está doente e Balzac, em Illusions Perdues, qualifica Paris
de "cancro". Há inúmeras legislações reais, preocupadas com o gigantismo urbano:
distanciamento entre bairros, centro urbano negligenciado, cinturão cultivável de
frutas e verduras para a população. Inicia-se o processo da grande cidade moderna.
Este período, conhecido como o Grande Racionalismo Clássico, é marcado por três
grandes mudanças intelectuais: na primeira, ao invés de elaborar um discurso que
sustenta a cidade, o mundo e o homem como criação de Deus e, portanto, a ele
submissos, pergunta qual seria a capacidade do intelecto humano na demonstração
da verdade; na segunda há a convicção de que o que é conhecido pode transformar-
se em conceito ou idéia; e na terceira, há a predominância da idéia de conquista
científica e técnica de toda a realidade.
As grandes avenidas de Paris são o modelo para o mundo. É no século XVIII que
termina o isolamento da cidade, dos elementos naturais (bosques, parques) e da
água (rios, mares). Muralhas que separam a cidade da natureza são demolidas.
Michel Foucault demonstra, em Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão, que, ao final
do século XVIII e começo do século XIX, extinguem-se as formas públicas de
“espetáculo punitivo”.
A cidade torna-se o espaço para a execução dos ritos coletivos como missas,
procissões, atos de fé, principalmente estes últimos com “a preparação, a
encenação, o ato e a recepção”, completamente articulados para legitimar o poder
eclesial e produzir fortes reações emocionais. Desde o édito do anúncio do auto da
fé até a abjuração do herege ou sua execução, as cerimônias exigiam que inúmeros
processos fossem concluídos com rapidez para obter um número expressivo de
penitentes.
possui réplica brasileira, construído em Petrópolis pelo Conde D’Eu. A obra londrina
virá a ser a inspiração para o Ópera de Arame, obra da arquitetura-espetáculo da
cidade de Curitiba, na década de 1990.
durante o dia não há pessoas, pois estão trabalhando em outro setor), e os centros
urbanos (que se tornam verdadeiros fantasmas à noite e nos finais de semana, pois
os que lá trabalham, lá não moram).
O modelo urbano, então, é conseqüência da função que a cidade deva ter: sagradas
para Nínive e para Jerusalém; humanas, para as gregas; fortalezas, para as
medievais; sede de comércio e trocas, para as renascentistas. E a cidade
contemporânea? As funções essenciais de uma cidade são a troca, a informação, a
vida cultural e o poder .
Mas a cidade da Idade Média aspira à harmonia entre as classes, pois, com os
mendicantes urbanos, o bem comum é desejado. O governo das cidades, com os
grandes burgueses, espelha-se no clã familiar. O bom governo tende a imitar o
modelo do príncipe justo, num espaço mais restrito, no qual se podem diversificar as
experiências políticas, com a exceção da heresia. Para regulamentar a cidade, os
poderes locais estabelecem regras. Assim é que o senso crescente de ordem e de
limpeza, visível no espaço urbano, estranho ao campo, faz progredir o urbanismo. O
príncipe torna-se intervencionista, mas também cuida das belezas da cidade.
Apesar de o papel de centro monetário e financeiro das cidades ter iniciado na Idade
Média, ele se afirmará com o capitalismo. Paris somente se impõe com a Revolução
Francesa. No que diz respeito ao papel festivo, a cidade atual é policêntrica. No
entanto, na seqüência da linha do tempo, a cidade passa a ter uso político, e o
destaque é para a criação de São Petersburgo. Iniciada em 1703, por Pedro I, é o
exemplo mundial da época, de modernização draconiana e imposta. O objetivo da
cidade era ser uma base naval, porta de entrada para a Europa – através da
Finlândia, e um centro de comércio. A expressão porta de entrada para a Europa,
além de física, era simbólica: era a ocidentalização da Rússia, também no
imaginário.
EMENTA:
Assentamentos urbanos. Conceituação de teoria da arquitetura. Arquitetura como fenômeno econômico, social e
cultural. Relações de arquitetura com outras áreas do conhecimento. A obra arquitetônica e o processo criativo.
OBJETIVOS
Ser capaz de compreender e conceituar a produção da arquitetura e os assentamentos humanos.
2) Específico da Disciplina
2.1. 1º bimestre
Avaliação escrita individual, objetiva e/ou subjetiva, sem permissão de consulta à material bibliográfico e
apontamentos originais e individuais. Dia 09/04/2011 no horário da disciplina. A nota será de 0 a 10, com peso de
100% na nota bimestral.
2.2. 2º bimestre
Avaliação escrita individual, objetiva e/ou subjetiva, sem permissão de consulta à material bibliográfico e
apontamentos originais e individuais. Dia 18/11/2011 no horário da disciplina. A nota será de 0 a 10, com peso de
100% na nota bimestral.
2.3. Exame final
Avaliação individual, escrita, objetiva e/ou subjetiva, sobre assuntos estudados na disciplina. Dia 09/07/2011 no
horário da disciplina, sem consulta a material bibliográfico e anotações pessoais. Avaliação contendo assuntos
estudados na disciplina, e que sirvam para verificar o grau de compreensão e atingimento dos objetivos da disciplina
pelo aluno em exame final.
2.4. Divulgação das avaliações
As notas das avaliações bimestrais e exame final serão divulgados através do Sistema SAGRES, até o prazo limite
determinado pelo calendário acadêmico da FAG. As avaliações bimestrais serão devolvidas aos alunos com as
respectivas correções dos professores. Os exames finais serão entregues na Secretaria Acadêmica, juntamente
com o Diário de Classe.
2.5. Incongruência de avaliações
Conforme decisão de colegiado definida em reunião de 28/05/2008, havendo a percepção pelo professor, de que
trabalhos de avaliações de aprendizagens entregues por alunos, possuem incongruência de linguagem (escrita e/ou
gráfica) com o desempenho do aluno em sala de aula, será possível a argüição oral, gráfica e/ou textual do
aluno/autor; o objetivo será a comprovação de autenticidade, autoria e correta avaliação do aluno. Caberá ao
professor da disciplina a definição de hora, local, instrumento avaliatório, bem como se a argüição oral, gráfica e/ou
textual do aluno/autor ocorrerá com o auxílio de outro professor, ou não. Se ficar claro o vício do instrumento
avaliatório entregue pelo aluno, opta-se pela nota obtida na argüição oral, gráfica e/ou textual, cabendo ao professor
da disciplina o relato do fato no Diário de Classe - prontuário do aluno; e à coordenação, para os trâmites legais
pertinentes.
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA (3 títulos)
1. COELHO NETO, J. T. A Construção do Sentido na Arquitetura: Perspectiva.
2. COLIN, Silvio. Introdução à Arquitetura.Rio de Janeiro: UAPÊ,2000.
3. FARRET, R. O Espaço da Cidade : Pró Editores
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG PFAG 06
COMPLEMENTAR (5 títulos)
1. CECKA, Jan. Tendencia de la Arquitectura Contemporánea. Barcelona: Gustavo Gili, 1999
2. DIAS, Caio. Leitura critica do espaço urbanístico-arquitetural: Washington, Nova Iorque e Chicago em
2008. Cascavel: Smolarek Arquitetura Ltda, 2009
3. DIAS, Solange Irene Smolarek. Apostila de Estudos AQT505: TAC Teoria da arquitetura: conceitos.
Cascavel: CAUFAG, 2011.
4. KIEFER, Flávio. LIMA, Raquel Rodrigues. MAGLIA, Viviane Villas Boas (orgs.). Crítica na Arquitetura – V
encontro de teoria e história da arquitetura. Cadernos de Arquitetura Ritter dos Reis. Jun.2001. v 3. Porto
Alegre: Ritter dos Reis, 2001.
5. MARIANI, Riccardo. A Cidade Moderna entre a História e a Cultura. São Paulo: Studio Nobel: Instituto Italiano
di Cultura di São Paulo, 1986.
DATA: 31/01/2011 Aprovado pelo colegiado conforme ata n.º 01/2011
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Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias
Docente da Disciplina Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo
PFAG 04
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PLANEJAMENTO DE AULAS
Portaria nº 759 de 13/10/2006 Publicação no DOU 16/10/2006
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Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias
Docente da Disciplina Coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo